1 – Definitivamente, os governantes escolheram 2015 para tirar lascas da Educação. Seja financeiramente, seja em sua estrutura. Dilma, na crise, enxugou R$ 9,42 bilhões do orçamento da União para a Educação. Lá se vão o Pronatec e o Prouni. O governador Beto Richa, além de meter a mão em um bilhão da ParanáPrevidência, ainda limitou o reajuste dos professores em 3,45%. Já Gustavo Fruet, da Prefeitura de Curitiba, se vangloria de fazer o Plano de Carreira da Educação. Mas não coloca na conta os descontos e punições dos dias parados na greve. Políticos deseducados.
2 – O dinheiro que não entra não é o único problema. A falta de políticas ou o impedimento delas também entra na resposta errada. É o caso da retirada dos termos “gênero” e “diversidade” dos Planos Estadual e Municipal de Educação. E o nosso ‘futuro’, assim como as crianças do passado que não podiam discutir a escravidão, estão impedidas que enxergar a realidade. É a ideologia dos burros.
3 – A censura à Educação ainda pode ser contada em dois capítulos. No primeiro, na Assembleia Legislativa, veta-se o projeto de 8,17%, que repõe a inflação e se mantém os 3,45%. Curioso nesta história é a deputada Claudia Pereira (PSC), que ficou em dúvida diante da múltipla escolha. Primeiro, assinalou errado e votou a favor da emenda dos 8,17%. Depois, após alguém ter assoprado a cola, votou a favor dos 3,45%. É tipo vestibular: marque sim em todas e acerte 50% das respostas.
4 – Ainda na Alepr, é curioso ver o comportamento dos universitários, ou da Bancada do Playstation, como são chamados os novíssimos deputados. Eles sequer acompanham a votação. Só aparecem para apertar o dedinho quando é hora de votar. Mas a winner é a Maria Victória, deputada da educação, que faltou a importante aula.
5 – Virando a página, a próxima lição é de “como oprimir as minorias”. Sim, ser da maioria foi a justificativa utilizada para que as escolas não discutam diversidade. O argumento foi utilizado na Câmara de Vereadores de Curitiba. Parecia recreio. Tipo cabo de guerra com torcida. Até cânticos (de torcida, não de louvor) foram entoados: “eu sou da família, com muito orgulho e com muito amor”. Sugiro um gritinho que deve virar moda nos grotões: “Passou, passou um avião e nele estava escrito que a mulher veio da costela de Adão”. Fecha o livro.
Por Manolo Ramires
Terra Sem Males