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Mídia não vota

septiembre 27, 2016 10:41 , por Terra Sem Males - | No one following this article yet.
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Por Manolo Ramires
Terra Sem Males

Televisão, rádio. Esses veículos de comunicação são concessões públicas. Como tal, é papel deles promover o desenvolvimento do país sendo democrático e imparcial. Deve priorizar o público em detrimento do privado.

Não se engane. Esse é o discurso que ouvimos na boca de âncoras e apresentadores. Essa é a tese que lemos nos editoriais dos jornais, embora eles sejam atividades econômicas privadas que conjugam do mesmo princípio dos outros veículos e também de gordos anúncios estatais. Na prática, a mídia brasileira filtra a realidade conforme seu interesse. Ela diz para que time você torcer, quem é do bem ou do mal, que religião seguir, que partido é corrupto, que partido votar, que modelo de economia seguir. A mídia brasileira só não é mais autoritária porque ainda depende da audiência e de assinaturas. Mas não se engane, ela joga o jogo de se perpetuar no poder sem um voto sequer. Porque o poder e seu controle estão muito além do parlamento.

Xênia de peito aberto

Em Curitiba, a candidata do PSOL tem sofrido com o exercício do autoritarismo democrático dos donos do poder. Já a tiraram de dois debates. A justificativa sequer foi a pequena intenção de votos nas pesquisas. O argumento é de que o partido não possui representatividade no congresso e pode ser barrado nos debates. No Rio de Janeiro e em São Paulo, Freixo e Erundina já derrubaram esse argumento. Mas na “República de Curitiba”, Grupo Positivo e RIC/Record se basearam em lei aprovada por Eduardo Cunha para censurar o livre debate de ideias. Isso eu chamo de corrupção intelectual ou sonegação de ideais. Xênia Mello conseguiu o cancelamento do debate na faculdade, mas ficou do lado de fora da TV. Detalhe, candidato milionário de escola particular que anuncia em jornais e mídias eletrônicas, embora estando em partido nanico, foi convidado para ambos os eventos.

Cassando a democracia

A RPC/Globo adora Tadeu Veneri como voz ativa na assembleia legislativa contra o governo Beto Richa (PSDB). É aquela coisa de “mostrar o outro lado”, ser isento. Mas essa imparcialidade não se repete no momento em que o petista é candidato a prefeito e discute “os donos da cidade”,  entre eles o grupo RPC. A TV já mudou de discurso três vezes para negar entrevistá-lo. O primeiro critério para barrar a conversa foi o limite dos cinco primeiros candidatos na disputa. Em seguida, alegou que o critério era ter 5% nas pesquisas. No entanto, em épocas de tanto descrédito dos ibopes da vida, como a emissora confia cegamente nesses levantamentos?

RPC recorre para excluir

Aliás, algumas posturas revelam quais são os pensamentos e as identidades por trás do discurso. Coisas como vomitar com pobre (Rafael Greca), combater invasão enquanto “rouba” terreno público (João Dória) e bater em professor dizendo posteriormente que foi o mais ferido (Beto Richa).  A RPC se junta a esse time quando agenda entrevista com Tadeu Veneri para o dia 28 de setembro, mas cassa no dia 26 liminar obtida pelo candidato para ter direito a expor seu pensamento aos eleitores.  Sejamos repetitivos: a RPC foi obrigada a entrevistar Veneri, agendou o encontro, mas foi à justiça para não entrevistá-lo. Parece até os juízes do Paraná que perseguem jornalistas apenas por dar publicidade de seus salários. Ou seja, tomam atitudes que não pegam bem. Por outro lado, não se surpreendam se Tadeu Veneri conquistar o direito de ser entrevistado e o âncora saudar a sua “democracia e a participação”.

RPC/Globo agendou a entrevista de um lado e recorreu a justiça de outro

RPC/Globo agendou a entrevista de um lado e recorreu a justiça de outro

Filha de ministro pode

A RPC mudou a regra para as entrevistas, mas manteve quem a interessava. É o caso de Maria Victoria, filha da vice-governadora Cida Borguetti e do ministro da saúde Ricardo Barros. No critério de cinco primeiros, ela ficava dentro. Mas a regra mudou para os 5%. Aí ela ficava de fora. Neste caso, ela ficou dentro. Sabe como é: “os candidatos não foram consultados sobre a alteração”.

Aperta e solta

Já repararam que entrevistas contra a esquerda são mais duras e contra a direita são mais lights, do tipo “cara, ficou excelente”?

Isso se chama Morismo, quando você seleciona quem você quer apertar e quem você quer deixar livre solto sem prisão para voar.

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Origen: http://www.terrasemmales.com.br/midia-nao-vota/