De todas as regiões do país os povos indígenas estão se dirigindo a Brasilia. Na bagagem a grande responsabilidade de lutar e dar visibilidade aos seus direitos.
Índios protestam em frente ao STF, em Brasília, em dezembro de 2014. Foto: José Cruz/ Agência Brasil
A convocatória se espalhou rapidamente por campos e campinas, florestas e cerrados, rios e igarapés desse imenso Brasil. Os corações dos povos originários arderam em desejo rompendo os limites das aldeias e comunidades, para ganhar o mundo, em forma de grito e clamor: “O ataque sistemático aos direitos dos povos indígenas é inadmissível numa sociedade democrática e plural, onde esses direitos são hoje tratados como moeda de troca e objetos de barganha política. Mas os povos indígenas já deram provas suficientes de que não cederão a essa nova ofensiva, carregada de ódio, discriminação, racismo e incitação à violência, promovidos pelos donos ou representantes do poder político e econômico.”
Muitos queriam vir a Brasília, no 11º Acampamento Terra. Apenas uns mil conseguirão chegar até o centro de decisão onde se tramam tantas decisões nefastas contra os povos indígenas, quilombolas, populações tradicionais e a mãe terra. A maioria estará se mobilizando, dando sua força e solidariedade em suas regiões. Será uma explosão de insatisfação e de luta pelos direitos em todos os rincões do país. Será o abril indígena em mobilização.
As raízes da mobilização indígena
As raízes estão na resistência secular dos primeiros habitantes dessa terra. A invasão foi uma guerra permanente. Cada palmo de chão sagrado, assegurado ou reconquistado, foi uma batalha. Nada foi dado de mão beijada. A sobrevivência foi uma arte de muita sabedoria. A razão maior da luta é a confiança e a certeza da vitória. Quem suportou mais de cinco séculos de massacres e opressão, não haverá de morrer na praia. De menos de cem mil na década de 1960, hoje estão beirando a um milhão de indígenas.
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Por Egon Heck, do secretariado nacional do CIMI