Alunos do Colégio Estadual do Paraná apoiam greve dos professores (Foto: Joka Madruga/APP Sindicato)
“Continuamos em greve por tempo indeterminado até que a nossa pauta seja cumprida”. Foi com essa frase que o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Silva Leão, tranquilizou a grande maioria dos educadores e educadoras presentes na mobilização desta quinta-feira (19).
Estima-se que hoje, em todo o Paraná, 100 mil trabalhadores e trabalhadoras da educação estão fora das escolas, em manifestação por condições mínimas de trabalho para os(as) educadores(as) e de atendimento aos(às) estudantes. A categoria não volta às escolas até que a pauta inicial e imediata da greve seja atendida. Em Curitiba, os quatro Núcleos Sindicais da APP que representam os(as) trabalhadores(as) de Curitiba e região metropolitana marcam presença em frente ao Palácio do Iguaçu. No interior, em todos os Núcleos Regionais de Ensino, professores(as) e funcionários(as) de escola manifestam-se por atenção à pauta dos educadores(as).
Sob sol, chuva e sentimento de revolta, a expectativa de toda comunidade é a mesma em todo Paraná. A professora Anelize Silva é um exemplo da situação caótica que assola a educação. Recém concursada, Anelize deixou seu antigo emprego e participou das duas distribuições de aula para as quais foi convocada, no entanto, mesmo tendo sua vaga divulgada e procedimento burocrático todo feito, ela recentemente descobriu que não foi nomeada. “Estudei, passei em nono lugar de um edital onde havia 27 vagas. Escolhi minhas aulas, protocolei toda a documentação necessária e agora descubro que não fui nomeada. Cuido sozinha de uma filha de 5 anos e acho um desrespeito o governador falar com tanto orgulho de um concurso que, para mim, está sendo bem enganoso”, revolta-se a professora.
Logo no início da tarde, às 14h30, a comissão de negociação da greve reúne-se com representantes do governo para a primeira reunião de negociação. O acampamento está mantido e a greve também, a educação tem pressa, mas os direitos dos(as) trabalhadores(as) e dos(as) alunos(as) à uma educação de qualidade precisa ser garantido.
PAUTA DA GREVE
1. Retirada ou rejeição dos projetos de lei PLC 06/2015 e o 60/2015 (a nomenclatura que receberam as duas mensagens enviadas pelo governador à Assembleia Legislativa do Paraná na última semana);
2. Pagamento imediato dos salários em atraso (PSS, 1/3 de férias, auxílio alimentação, conveniadas);
3. Retomada das negociações sobre os temas educacionais e a organização escolar;
4. Retomada do Porte das Escolas (tendo como referência mínima dezembro de 2014).
PONTOS IMEDIATOS PARA NEGOCIAÇÃO
1. Retomada imediata dos projetos educacionais e programas;
2. Abertura e reabertura de turmas/matrículas, contra a superlotação das salas de aulas;
3. Nomeação(as) de todos(as) os(as) concursados(as).
Fonte: APP Sindicato