Na data que marca dois meses do massacre de 29 de abril, procuradores do Ministério Público do Paraná anunciaram em coletiva de imprensa os resultados da investigação: o órgão vai protocolar processos judiciais contra o governador Beto Richa, contra o ex-secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, e pela Polícia Militar César Kogut, Arildo Luís Dias e Nerino Mariano de Brito, para responsabilizá-los pelo massacre.
Os procuradores afirmaram que o processo contra o governador por improbidade administrativa tem 25 volumes de informação e que após ser protocolado, ainda hoje, em uma das varas da fazenda pública de Curitiba, o juiz dará prazo de manifestação dos envolvidos e vai examinar os fundamentos e termos antes de decidir se dá início ou não ao processo por improbidade administrativa.
Em um dos trechos da coletiva, os procuradores relataram: “temos dados que comprovam mais de 2 mil balas de borracha, mais de 1 mil granadas. As bombas de feito moral não eram jogadas ao redor dos manifestantes, mas sobre os manifestantes”. A investigação também constatou que várias pessoas foram atingidas pelas costas no momento que prestavam socorro e que entre elas estavam muitas mulheres e muitas pessoas com 30 anos de magistério.
Em uma das intervenções dos repórteres, sobre o armamento utilizado na data, foi afirmado por um dos procuradores que no dia 29 de abril, a PM só tinha um normativo sobre o uso daquele tipo de armamento, mas que no dia 5 de maio, o governo do Paraná publicou um decreto autorizando o uso a partir daquela data. O MP pretende intervir para mudar essa legislação considerando que o armamento não deve ser utilizado para conter manifestações pacíficas.
Participaram da coletiva de imprensa os procuradores de Justiça Eliezer Gomes da Silva e Marcos Bittencourt Fowler e os promotores de Justiça Paulo Sérgio Markowicz de Lima e Maurício Cirino dos Santos.
A coletiva de imprensa foi transmitida ao vivo via internet pelo MP-PR.
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males