O Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Rio de Janeiro inicia as atividades da Jornada de Lutas denunciando a extração ilegal de areia dentro do Assentamento Terra Prometida localizado na baixada fluminense. No dia 11 de abril, as famílias assentadas junto com a associação e o sindicato rural da região reocuparam uma área dentro do assentamento que havia sido invadido por um areal.
O movimento reivindica que o ITERJ e o INCRA, autarquias responsáveis pela implantação das políticas públicas de Reforma Agrária, parem imediatamente o trabalho do areal e destinem a área ocupada para que uma nova família possa de fato produzir alimento saudável e fazer que esta terra cumpra sua função social. Assim como, executem as políticas públicas visando ao desenvolvimento local, visto que o projeto de assentamento se encontra há 13 anos em total abandono do poder público.
Dando continuidade à Jornada, estaremos em luta neste dia 17 de abril, data que marca o Dia Internacional da Luta pela Terra em memória aos 23 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás em que 21 Sem Terras foram brutalmente assassinados pela polícia do estado do Pará.
Com cerca de 150 famílias, o MST inicia o dia fazendo uma ocupação em frente à Superintendência Regional do INCRA. Tal superintendência, em consonância com a orientação do desgoverno de Jair Bolsonaro, se recusa a realizar uma audiência com o MST, alegando que não tem o que falar, pois ainda não foram passadas as diretrizes orçamentárias e metas do órgão a nível nacional para a execução das políticas de sua competência.
Nos últimos anos o INCRA só apresenta orçamento no meio do ano, trata-se de uma desculpa do poder público. O movimento entende que há claramente uma intenção do governo de acabar com a Reforma Agrária, ao mesmo tempo, uma ação ativa na criminalização dos movimentos populares, em especial o MST.
Mais tarde, às 16h, acontecerá o Ato Campo e Cidade na luta por Direitos! na Central do Brasil. Diversos movimentos ligados as favelas e as lutas por moradias na cidade, as frentes em articulação com o MST vão realizar um grande ato político-cultural com distribuição de alimentos agroecológicos para dialogar com a população sobre a luta em defesa da Reforma Agrária Popular, dos Direitos Humanos, e denunciar a escandalosa violência que é praticada no campo e nas periferias dos centros urbanos, assim como a criminosa proposta de reforma da previdência que tramita atualmente no Congresso Nacional, trazendo danos irreparáveis para a classe trabalhadora.
Não nos esqueceremos que no dia 16 de abril de 2003 ocorreu no estado do rio de janeiro a chacina da Favela do Borel. Mas sabemos que diariamente em nossas favelas jovens negros estão sendo assassinados. Quantos massacres já aconteceram e acontecem todos os dias no campo e na cidade? Quantas mais pessoas terão que morrer em nome de uma luta ou apenas pela sua cor de pele ou sua posição de classe social?
Neste dia de luta os movimentos do Campo e da Cidade, organizados e unificando a suas pautas pelo direito à moradia, dignidade, terra e justiça social vem na capital do estado para denunciar a violência e criminalização da luta, assim como a prisão política do Lula expressa a ruptura da democracia, temos hoje uma política de encarceramento que cerceia os trabalhadores do campo e da cidade. O movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra na luta por direitos e pela liberdade do ex-presidente Lula.
Fonte: Comunicação do MST