Na manhã desta terça-feira, 05 de maio, em um ato de repúdio ao massacre do dia 29 de abril de 2015, mais de 25 mil pessoas, de acordo com estimativa da APP Sindicato, estiveram nas ruas do Centro Cívico, em Curitiba, para apoiar a luta dos professores, com o mote “Fora Beto Richa”.
Durante toda a caminhada, os manifestantes protestavam contra a violência do governo estadual e da polícia militar no dia em que a Assembleia Legislativa do Paraná realizou a votação de um projeto de alterou – e prejudicou – a previdência dos servidores públicos estaduais. No dia 29 de abril, enquanto os manifestantes eram agredidos pela PM com tiros de bala de borracha, rasantes de helicóptero, jatos de água, bomba de efeito moral, gás lacrimogêneo e até mesmo ataque de cães, o projeto votado e aprovado foi também sancionado pelo governador Beto Richa.
Ao passar em frente à Prefeitura, os manifestantes aplaudiram os funcionários que estavam observando a passeata das janelas do prédio. No dia do massacre, o local foi aberto para o cuidado com os feridos.
Quando a passeata chegou em frente à Assembleia Legislativa, os professores colocaram flores nas grades do órgão.
Os professores estaduais retomaram a greve na semana passada, dia 27 de abril, devido ao descumprimento por parte de governo de acordos que puseram fim à greve de 29 dias ocorrida em fevereiro e março deste ano. Nesta tarde, uma assembleia que será realizada no estádio de futebol Durival de Britto define o rumo do movimento grevista.
Manifestantes se reuniram na Praça 19 de Dezembro e saíram em caminhada pelas ruas do Centro Cívico. Foto: Paula Padilha.
Em entrevista exclusiva ao Terra Sem Males, o presidente da APP Sindicato, Hermes Silva Leão, afirmou que a orientação do Sindicato sobre a continuidade da greve só sairia após uma reunião que ocorria entre o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná e a Secretaria Estadual de Administração referente à data-base das categorias.
Hermes destacou que o Ministério Público do Paraná está atuando na investigação dos atos violentos do dia 29 de abril e que a APP está ajudando na coleta de provas e que a entidade espera que a atuação do MP resulte na responsabilização do governador Beto Richa e do Secretário de Segurança Fernando Francischini.
O ato de repúdio desta terça-feira reuniu diversas entidades sindicais e dos movimentos sociais de diversas partes do estado do Paraná e do país. Durante a manifestação, foram anunciados que atos regionalizados estavam sendo promovidos por professores em todo o Brasil. É o “Menos Bala. Mais Giz”. Somos todos professores.
Por Paula Padilha
Terra Sem Males