Moradores da Vila São Domingos participam de oficina prática que consolidou horta urbana comunitária
A Vila São Domingos, localizada no bairro Cajuru, em Curitiba, é uma das 404 áreas irregulares da capital. Mas as famílias se mobilizam para o reconhecimento da comunidade há mais de 40 anos. Foi pensando na consolidação da área como moradia permanente, na busca pela regularização fundiária, que famílias da São Domingos cultivam, desde o último sábado, 24 de novembro, uma horta urbana comunitária.
O processo de plantio agroecológico foi articulado pelo Instituto Democracia Popular (IDP) junto a estudantes da Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA), localizada no Assentamento Contestado, na Lapa, e a estudantes de Direito da UFPR do projeto de extensão EKOA – Direito Ambiental para Tod@s, a partir das experiências da Jornada de Agroecologia, que em 2018 foi realizada pela primeira vez em Curitiba.
“Além da aproximação dos atores envolvidos, a oficina é importante para a aproximação das agendas urbana, rural e ambiental, que frequentemente caminham separadas, mas são faces de uma mesma questão social”, avalia a advogada Mariana Auler, do Instituto Democracia Popular.
Uma oficina prática de plantio e cultivo deu novo destino à terra, adubo e mudas de legumes e hortaliças, trazidas da Lapa, e que agora terão o cuidado dos moradores que em breve poderão utilizar os alimentos nas refeições. A legislação, que ainda não contempla as moradias e os terrenos, favorece a implementação de hortas urbanas na cidade e esse debate também foi realizado no encontro entre os moradores.
Os participantes da oficina ouviram o presidente da Associação de Moradores da São Domingos, Sr. Floriano, falar sobre a importância da horta comunitária. Estudantes da EKOA, da Escola de Agroecologia e as representantes do IDP também retomaram para os moradores a construção desse projeto, que foi planejado ainda em outubro e, agora, implantado.
Outra colaboração ao projeto da horta urbana na São Domingos foi da equipe do mandato do vereador Goura, que realizou as explicações sobre lei municipal nº 15.300/2018, proposta por ele, que regulamenta e autoriza a prática da agricultura ecológica urbana em Curitiba.
“É uma troca entre sujeitos de extrema importância tanto para os moradores, que vão cultivar e se beneficiar da horta, como para todas as pessoas que não moram lá, mas de alguma forma se envolveram e são parte dessa construção coletiva”, acredita a estudante de Direito Ana Santos, que atua junto ao IDP e é integrante do projeto EKOA.
Para o Instituto Democracia Popular, a defesa do Direito à Cidade para todas as pessoas passa pela ocupação dos espaços públicos pela população e a atuação jurídica pela regularização de áreas de moradia só tem sentido com o entendimento de que as lutas coletivas passam pela convivência social. A articulação dessa iniciativa deve se estender para outras localidades onde o IDP atua.
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Edição: Paula Zarth Padilha, com a colaboração de Valéria Fiori e Ana Santos
Instituto Democracia Popular