Professores e servidores voltam às ruas contra tentativa de aprovação de alterações na previdência do funcionalismo.
Foto: Joka Madruga
Uma vez mais, o projeto de interesse de servidores e professores estaduais do Paraná, referente à ParanaPrevidência, está sendo aprovado a portas fechadas.
Professores estaduais, servidores do Judiciário, decretaram greve nesta semana e o Centro Cívico, em frente ao governo estadual, transformou-se em uma nova praça de guerra, com consequências sempre imprevisíveis.
Há dois dias, o governo do estado sitiou o entorno da Assembleia Legislativa, com o efetivo de milhares de policiais, que desde a madrugada do dia 28 de abril hostilizam e reprimem manifestantes.
Isso ocorre menos de dois meses depois de os projetos que fazem ajustes na Previdência dos servidores terem sido retirados do regime de urgência, com o compromisso do governo Richa de debater o tema com as entidades sindicais antes de enviá-lo à votação. Mas o projeto, aprovado aprovado em primeira instância, foi à Comissão de Constituição e Justiça, e volta para votação.
Na madrugada e na parte da manhã do dia 28, caminhões de água, sprays pimenta e gás lacrimogêneo foram atirados contra manifestantes.
Tentativa de retirar o caminhão de som dos sindicatos e balas de borracha também constou no procedimento do governo.
A oposição ao menos conseguiu liminar garantindo o acesso pelos servidores às galerias para votação nesta quarta (29). Além disso, uma comissão de cinco senadores acompanhará a votação para minimizar conflitos.
“O governador tem feito uma fala de que foram os servidores que desrespeitaram o compromisso. É uma inverdade. (…) Ilegal é o comportamento antidemocrático do governo do Paraná”, afirmou em vídeo o professor Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato.
Rombo
A avaliação de Marlei Fernandes, dirigente da APP-Sindicato, é de que o governo não pode fazer manobras fiscais a partir da aposentadoria pública.
“Fizemos todos os estudos. O governo hoje investe na previdência do servidor seis bilhões anuais. O fundo de Previdência, o fundo Militar e o fundo Financeiro. Ele vai resolver o seu problema de caixa. Vai aliviar o seu caixa em 142 bilhões. Mas o governo não está resolvendo o problema de previdência dos servidores. O governo tem que encontrar suas próprias saídas e não querer confiscar os recursos da previdência”, critica Marlei, em entrevista à Imprensa do Sismuc.
Madrugada tensa e manhã de embates
Na madrugada do dia 29, o clima narrado por quem está no acampamento é de tensão e expectativa de que o governo mobilize tropas para tentar retirar o caminhão de som do movimento, como ocorreu na noite anterior.
Caminhões com mais grades de isolamento e carros da polícia circulavam durante a madrugada.
Na manhã do dia 29, está convocada por professores e servidores manifestação, na tentativa de derrubar o projeto.
Por: Pedro Carrano
Sismuc