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Sem financiamento, mídia independente sobrevive de iniciativa de jornalistas

October 13, 2016 22:23 , by Terra Sem Males - | No one following this article yet.
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Profissionais buscam alternativas para enfrentar a grande mídia

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

O jornalismo independente que possa enfrentar o discurso da mídia hegemônica foi o tema da tarde nesta quinta-feira (13) no 4º Seminário Unificado de Imprensa Sindical, realizado em Curitiba. Quatro modelos de comunicação alternativa foram apresentados: Brasil de Fato, Terra Sem Males, Agência Pública e Portal Catarinas. Em todos os casos, os jornalistas destacaram a necessidade de furar a barreira da pauta sindical e a resistência de determinadas categorias. Por outro lado, eles identificam que as maiores dificuldades para o crescimento do jornalismo independente são o financiamento, a distribuição e abrangência de materiais e conteúdos.

O Terra Sem Males foi representado por sua editora, Paula Zarth Padilha. Ela contou que o portal foi criado pelo repórter fotográfico Joka Madruga e ganhou visibilidade a partir de fevereiro de 2015 com a cobertura da greve dos educadores do Paraná. O Portal busca dar visibilidade à pauta jornalística de esquerda, dos movimentos sociais e sindicais. Além do site, o Terra Sem Males também tem edição impressa com pautas temáticas. Ele se estrutura na colaboração de jornalistas e compartilhando conteúdos que dão visibilidade às lutas e histórias de vida das pessoas.

“A gente se uniu e criou um mundo paralelo que o dia a dia do trabalho na pauta sindical não nos permitia. O que a gente busca é fazer jornalismo independente e mostrar cada vez mais as lutas”, esclarece Paula.

Paula Zarth Padilha ao lado de Gustavo Vidal e Marina Dias. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

Paula Zarth Padilha ao lado de Gustavo Vidal e Marina Dias. Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males

No Paraná ainda há a experiência do Brasil de Fato regional. Ele é coordenado por Pedro Carrano, que tem também uma coluna de crônicas no Terra Sem Males. O jornalista contou que o Brasil de Fato nasceu em 2003 e a partir de incentivo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. O objetivo era dar maior visibilidade dos movimentos sociais, elogiando boas iniciativas do Governo Federal, sem perder senso crítico, e pautar assuntos não abordados pela grande mídia. Por outro lado, Carrano entende que o projeto não teve adesão massiva da esquerda. O jornal, com o tempo, foi obrigado a fazer transição de jornal semanal e pago para um modelo de massa, entregue de forma gratuita e se expandindo para edições estaduais.

“A gente aposta na distribuição do jornal buscando atingir a classe trabalhadora com a distribuição em terminais, movimentos sociais e querendo avançar em sindicatos, mas que seja uma ferramenta de trabalho de base”, pondera Carrano.

Outra iniciativa de jornalismo independente e segmento é promovido pelo Portal Catarinas. O veículo se identifica como uma experiência alternativa aos meios tradicionais de comunicação. O Catarinas busca vencer a barreira dos sindicatos, ou seja, discutir pautas mais abrangentes. Seu foco principal é a pauta feminista e nos direitos humanos.

“A gente se lançou na ideia do financiamento coletivo e tivemos grande dificuldade. Para nossa surpresa, tivemos apoio grande de sindicalistas e jornalistas”, comemora Clarissa Peixoto, do Portal.

Mais conhecido e único projeto com recursos financeiros vindos além do meio sindical e social, a Agência Pública é um site que aposta nas parcerias. Fundada há cinco anos e patrocinada pela Fundação Ford, a Agência teve início com os documentos da WikiLeaks, como conta a jornalista Marina Dias. Segundo ela, como os jornais não queriam os documentos de Edward Snowden, eles foram divulgados via Agência. Seu conteúdo é republicado por pelo menos 70 entidades, buscando sempre a grande reportagem. Além disso, a agência ainda busca os grandes veículos, com o objetivo de ter maior abrangência.

“Nós fizemos um mapa da mídia independente com o intuito de aproximar os conteúdos e trocar experiências. Eu acredito que há espaço para todo mundo”, aponta Marina Dias.

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Source: http://www.terrasemmales.com.br/sem-financiamento-midia-independente-sobrevive-de-iniciativa-de-jornalistas/