Coordenador Nacional do MST afirma que é necessário discutir um novo projeto para o país, que interesse para a classe trabalhadora
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
O Coordenador Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, participou nesta quarta-feira, 27 de julho, da conferência de abertura da 15ª Jornada de Agroecologia, realizada no Centro de Convenções da Lapa, Paraná.
Stédile convocou a militância que participava do evento para um calendário unificado de mobilização das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo: uma grande passeata no dia 5 de agosto, no Rio de Janeiro, data de início das olimpíadas, e o início do Circo da Democracia, em Curitiba. E, depois disso, uma greve geral dos trabalhadores. Uma grande mobilização, com vigília em Brasília, também está prevista para o período de votação do processo do impeachment da presidente Dilma, também em agosto.
País está parado – Stédile destacou que o Brasil vive uma economia direcionada aos rentistas e aos serviços e que os dois pilares da economia são a indústria e a agricultura. “Vivemos uma crise política, social e ambiental. Precisamos discutir um novo projeto para o país, que interesse para a classe trabalhadora”, destacou. “O neodesenvolvimentismo não serve mais”.
O coordenador do MST afirma que o que se encerrou nessa crise foi a proposta de conciliação de classes. “Temos que botar barreiras e impedir que se consolide o governo neoliberal. É urgente colocar o povo na rua, mobilizar a classe trabalhadora, para barrar o golpe”. Ele também falou que a Dilma 2015 não existe mais e que o retorno dela à presidência deve ser com novo programa de governo.
Emancipação de assentamentos – Stédile falou sobre como os assentados devem orientar as famílias sem terra para lutar pela manutenção dos títulos de concessão de uso real das terras dos assentamentos. Que poderá partir do Incra o incentivo à titulação privada, a chamada emancipação dos assentamentos. No formato atual de concessão de títulos, as áreas rurais não podem ser vendidas e são herdadas por familiares, mas pertencem à União.
Ele orientou que sejam realizadas assembleias nos assentamentos e que as atas sejam utilizadas como garantia constitucional ao título de concessão.