1 – Há mais semelhanças do que divergências no Congresso do PT realizado em Salvador e o 13º Cecut do Paraná. Em ambos, a tática adotada é de não mexer nos times durante o intervalo do jogo. Mesmo que a torcida ou os bastidores muitas vezes clamem pela mudança de esquema. Na Bahia, havia um #ForaLevy, pedia-se que fosse para o ataque contra as grandes fortunas, que o PT defendesse a volta da CPMF. No Paraná, também se questionava a alta do desemprego, os ajustes. Mas, tanto lá como cá, os uniformes seguiram sendo os mesmos.
2 – Vocês já foram a um jogo do Coritiba ou Atlético? Em algum momento, independente do adversário, as torcidas vão xingar o rival das Araucárias. Pois foi esse o comportamento do partido e da Central. Nos gritos e cantos, os culpados são sempre os mesmos: tucanos, conservadorismo e a mídia golpista. E os dirigentes nunca erram. Ou passam despercebidos.
3 – Se os tucanos dão caneladas, não estará à esquerda errando os passes demais? Porque, aos olhos dos cidadãos e até da torcida vermelha, mesmo que um jogador tome cartão vermelho, a culpa é sempre do juiz.
4 – Por outro lado, não se avalia que o crescimento do conservadorismo no Congresso, nos sindicatos e nas ruas ocorre porque eles estão fazendo pressão e indo para o ataque enquanto o time vermelho segue desorganizado e crendo no surgimento do craque. Não à toa, o dia 15 de março levou mais torcida do que o 13 de março. Mesmo assim, na preleção do intervalo, o tema passou batido.
5 – Agora, se o time tem jogado mal, a culpa é sempre da imprensa que não reconhece nossos talentos. É preciso atacar a imprensa e enfraquecê-la. Curiosamente, esse ataque sempre deixa de lado a valorização de nossos talentos. Ou seja, investir na imprensa sindical, dos movimentos sociais, formar atletas e respeitar os craques com bom senso. Será que dá para enfrentar o milionário time de Roman Abramovich pagando salário de Bangu para sua turma, não tendo Centro de Treinamento ou respeitando a concentração?
6 – Enfim, o segundo tempo começou e a esquerda está mais para Dunga do que para Guardiola em suas estratégias.
Por Manolo Ramires