Trabalhadores de diversas categorias e centrais sindicais unidas com os movimentos sociais marcham pelo centro de Curitiba. Foto: Joka Madruga.
Na manhã desta quarta-feira, 15 de abril, trabalhadores metalúrgicos, bancários, das áreas de saúde e educação, do comércio e de serviços participaram de ato unificado das centrais sindicais em Curitiba e região metropolitana para dar um recado aos parlamentares do Congresso Nacional: ninguém quer perder direitos trabalhistas conquistados com muita luta.
O Dia Nacional de Paralisação foi um chamado dos movimentos sociais e sindicais aos trabalhadores de todo o país para se unirem contra um projeto de lei, já aprovado na Câmara Federal, e que vai seguir para votação no Senado, e que sob a justificativa de regulamentar o serviço terceirizado no país, irá trazer prejuízos aos trabalhadores com carteira assinada, que podem, no futuro, ser substituídos por contratos com empresas prestadoras de serviços. As consequências imediatas seriam redução de salário, aumento de jornada, perda de direitos e benefícios.
Ações conjuntas em Curitiba
Logo cedo, o Sindicato dos Metalúrgicos mobilizou a categoria em diversas fábricas espalhadas próximas a rodovias. Os trabalhadores não entraram para trabalhar e bloquearam o trânsito durante toda a manhã.
O Sindicato dos Bancários mobilizou trabalhadores e fechou os bancos na região central de Curitiba e alguns centros administrativos, também pela manhã.
A partir das 11h30, representantes de sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais se uniram à população num ato na Praça Santos Andrade e seguiram em caminhada pela Av Marechal Deodoro rumo à Boca Maldita. Durante a manifestação, diversos representantes de trabalhadores e dos movimentos sociais defenderam em cima do caminhão de som o que seria um ato apartidário, mas a favor de parlamentares que votam na defesa dos direitos dos trabalhadores e contra os deputados, nomeados num painel, que votaram a favor do projeto de lei da terceirização.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a Polícia Militar calculou a participação de mil pessoas no ato. A imprensa também divulgou que a Câmara Federal, ainda na noite de terça-feira, recuou em alguns pontos do projeto de lei, nos itens que permitiam a terceirização nas empresas públicas e mistas.
Os políticos a favor querem convencer a população que a aprovação da lei é boa para os terceirizados, mas não há nada no texto que demonstre que a situação dos que trabalham na informalidade vá mudar. A lei, se aprovada, garante que empresas possam demitir seus funcionários e recontratar como prestadores de serviço, diminuindo assim o pagamento de direitos inerentes ao trabalho formal, beneficiando somente quem contrata.
A mobilização continua, a tramitação vai para no Senado e depois segue para sanção presidencial, com a expectativa que a presidenta Dilma Rousseff vete esta lei.
#naoaprecarizacao
Por Paula Padilha
Terra Sem Males