Ato realizado nessa sexta-feira, 22 de março, no Dia Nacional de Lutas em Defesa da Previdência, foi coordenado por centrais sindicais e sindicatos filiados
Trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias organizadas por entidades sindicais ocuparam o calçadão da Rua XV de Novembro, no centro de Curitiba, na manhã desta sexta-feira, 22 de março, Dia Nacional de Lutas em Defesa da Previdência Social.
A manhã começou com panfletagem e manifestações na Boca Maldita, área de concentração para a marcha dos trabalhadores, que seguiria para um ato unificado em frente à sede da Previdência Social, localizada em frente à Praça Santos Andrade.
O bancário Junior Cesar Dias, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (FETEC-CUT-PR), defendeu que o debate sobre a Reforma da Previdência deve ser humanizado. “Não tem nada que preserve os direitos sociais das pessoas. Precisamos de garantia que teremos minimamente perspectiva de futuro para se manter”, falou. Junior também comparou o modelo com a Reforma da Previdência implantada no Chile, denunciou que o atual Ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, também ajudou a implementar a reforma no país vizinho e lembrou que os resultados por lá são uma grande quantidade de suicídio entre idosos. O dirigente reforçou que os parlamentares e mandatários devem ser cobrados e pressionados para se posicionarem sobre a Reforma da Previdência e entende que a tramitação deve parar: “ou para essa reforma, ou paramos o Brasil”.
Outras ações descentralizadas foram realizadas pela cidade e região metropolitana, por petroleiros, metalúrgicos, trabalhadores da limpeza. Os atos também tiveram a participação massiva de bancários, professores, educadores, motoristas e cobradores, acompanhados por lideranças da juventude e trabalhadores aposentados.
A bancária aposentada Ana Lucca participou do ato destacando que os trabalhadores já aposentados também serão prejudicados pela Reforma da Previdência. “Pelas regras atuais, todo início de ano a gente tem reajuste no INSS, mas não há garantia, com a nova reforma, que a gente continue tendo reajuste. E não é só isso. Como ficam as pensionistas? Como ficam as pessoas idosas? Eu tenho amigas que recebem o BPC e não tem garantia nenhuma”, afirma.
O ato também tece a presença de representantes de uma frente política partidária de esquerda, que reúne partidos políticos, mandatários e militantes, representados em Curitiba pelo PT, PSOL, PSTU e PDT e também pelo ex-senador Roberto Requião, que esteve junto aos trabalhadores desde o início do ato, na Boca Maldita. Para o ex-senador, a PEC 06/2019 é um “bode na sala”, não é negociável. “O objetivo é a capitalização da previdência, sem contribuição patronal, na mão dos banqueiros”, resume. “Não vamos cair na parrela da negociação”, disse.
A representante da APP Sindicato na Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação, Marley Fernandes, chamou as mulheres para se colocarem à frente do ato, registrando que as mulheres são a maioria das trabalhadoras em diversas profissões, que ganham 40% a menos que salários pagos aos homens e que serão as mais prejudicadas pela Reforma da Previdência. “Seremos as mais prejudicadas na perda de direitos sociais, prejudicadas na proteção à vida das mulheres. A Reforma da Previdência deixará a maioria das mulheres sem acesso à aposentadoria”, afirmou.
Durante o ato, os trabalhadores e trabalhadoras realizaram um abraço simbólico ao prédio da Previdência Social em Curitiba.
Por Paula Zarth Padilha
Foto: Gibran Mendes