1 – A Câmara Municipal vota na próxima segunda-feira, 22, o Plano Municipal de Educação com emendas da Bancada Evangélica que retiram menções a “gênero” e “diversidade”. Mais do que isso, censuram o desenvolvimento de políticas públicas que possam ampliar a tolerância e combater a homofobia. O diabo é que o parecer aprovado na Comissão de Legislação e Justiça conta com apoio de 25 vereadores.
2 – Apoio de 25 cabeças, mais um grão mestre. Consta, de acordo com o relato de um vereador, que as emendas e as metas censuradas foram discutidas na noite anterior (17) na residência de um bispo. Talvez a fogueira santa foi acessa para mudar a lógica da educação no Brasil. Na nova ordem, “cabem às escolas a função de transmitir ensinamentos aos alunos. Já, a função de educar é uma prerrogativa da família”.
3 – Agora, que ensinamentos são esses? Conta que a concepção de família e de mundo não permite a visibilidade da pauta heteronormativa. É o dogma vencendo a razão e aumentando o calor da fogueira.
4 – E já que o momento é de trevas, vamos jogar toda sociedade na escuridão. Principalmente quando se veta a promoção à dignidade e valores humanos. Afinal, para os vereadores, não é necessário “realizar campanhas periódicas de conscientização nas instituições educacionais com o objetivo de promoção, proteção, reparação e defesa dos direitos humanos” (trecho retirado do PME).
5 – A batalha não está perdida até a votação. Isso porque no sábado, movimentos sociais e ligados à diversidade se reúnem no Sismuc para planejar a reação. A ideia é jogar água no chope da inquisição. Por tudo isso, a segunda-feira promete.
Por Manolo Ramires
Terra Sem Males