Era sábado, 11 de julho, quando às 6h30 a primeira edição do jornal Terra Sem Males chegou da gráfica. Toda a equipe iria se encontrar num ato dos jornalistas, na Boca Maldita, e logo após o ato, o jornal seria apresentado aos colegas. O impresso foi mantido num casual segredo entre poucas pessoas.
Nesse mesmo dia, sabíamos que Vito Giannotti estava em Curitiba, palestrando para dirigentes sindicais bancários no Espaço Cultural do Sindicato. Sabíamos que Vito era a pessoa ideal para receber nosso impresso em primeira mão. Estávamos praticando da sua cartilha, o que ele tanto acredita, na comunicação popular feita pelos trabalhadores, sob o olhar dos trabalhadores, para os trabalhadores.
Logo que o curso teve seu intervalo para o almoço, eu e Joka Madruga abordamos Vito Giannotti. Com o jornal em mãos, pude lembrá-lo que em maio passado eu mesma participei de um curso com ele, também para dirigentes bancários, fiz uma entrevista para o Terra Sem Males, mostrei o site, o que estávamos fazendo de forma voluntária pelo jornalismo independente. Sim, ele lembrava de tudo que eu já havia mostrado. E parou por um tempo a observar a edição impressa. Como se não acreditasse que era um papel jornal em suas mãos. Falando sobre energia. Com o nome de Terra Sem Males.
Joka pediu para que ele fizesse uma foto com o jornal. Vito era desde sempre nosso primeiro garoto propaganda do Terra Sem Males. Nos despedimos com ele pedindo um endereço de contato. Iria ler e rabiscar o jornal, quem sabe dizer que estava uma bosta, e nos enviar pelo correio.
Vito nos deixou na madrugada de sábado, 25 de julho, mas a cada nova edição do jornal, procuraremos suas dicas de como melhorar. Como se tivesse chegado em nossa caixa de correio.
O Terra Sem Males já surgiu com esse vigor. Nós não vamos parar.
Vito Giannotti, presente. Nossa solidariedade aos familiares e amigos.
Por Paula Zarth Padilha
E toda a equipe Terra Sem Males