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Terra Sem Males

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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

Fruet critica pacotaço de Greca

June 1, 2017 20:43, by Terra Sem Males

Para ex-prefeito de Curitiba, projeto de recuperação não ataca o real problema                                             

O ex-prefeito de Curitiba de Curitiba, Gustavo Fruet, tem utilizado suas redes sociais para fazer um balanço da situação econômica do município. Durante a eleição, em 2016, ele sempre apontou que a próxima gestão enfrentaria grandes problemas devido ao cenário de crise em todo o Brasil. A cautela não era seguida pelo então candidato Rafael Greca que, com o bordão “deixa que eu faço”, prometia resolver os problemas da cidade e voltar a fazer investimentos.

Nesse balanço que é feito por Fruet, o capítulo de hoje (01) aborda o chamado “Plano de Recuperação” de Greca. Ou Pacote de Maldades, de acordo com os sindicatos. Para o ex-prefeito, as medidas em debate na Câmara Municipal de Curitiba “visam apenas gerar recursos para a administração atual atender seu programa de gestão. O conjunto de medidas proposto pelo prefeito não defende os interesses da cidade a médio e longo prazo. Estão seguindo a mesma lógica de gestões anteriores, que só se preocuparam com a própria sobrevivência”, avalia.

Fruet aponta também que o problema financeiro atravessado pela cidade não é responsabilidade dos servidores públicos municipais, como tenta fazer crer Rafael Greca. De acordo com o ex-prefeito, a solução passa por um novo marco federativo que possa devolver a sustentabilidade econômica dos municípios.

“A retomada sustentada do crescimento econômico do país e a redefinição do pacto federativo podem criar as condições necessárias para a recuperação das finanças públicas”, sinaliza.

Avaliação semelhante foi feita pela vereadora professora Josete (PT) durante audiência na Câmara Municipal com o secretário de finanças Vitor Puppi no dia 31 de maio. Para a vereadora, Greca quer colocar na conta do serviço público e da população a responsabilidade pelo ajustes fiscal. “Parece-me que o poder público não tem uma política fiscal eficiente. E se a prefeitura quer oferecer serviços públicos eficientes é necessário buscar eficiência na arrecadação para poder suprir e não cortar do servidor público”, direciona Josete.

Em sua postagem no Facebook, Gustavo Fruet argumenta que “aumentar ITBI dos imóveis do contribuinte de renda média, aumentar a taxa de lixo, criar um CADIN local, forçar a cobrança de ISS via Nota Curitibana só deixarão a população mais revoltada com as autoridades locais, inclusive com a Câmara Municipal”.

Servidores municipais

Durante a prestação de contas do primeiro quadrimestre de 2017, o secretário Vitor Puppi admitiu que não tem feito os repasses para o Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC). O calote, somado a tentativa de saque do fundo pode promover um rombo de R$ 1,3 bilhão no caixa dos servidores. “A dívida com o IPMC hoje é muito cara. Parcelamos mais de R$ 500 milhões em 60 vezes, disse o secretário, ao explicar que o valor atual é de R$ 780 milhões.”, de acordo com a Câmara Municipal de Curitiba.

Fruet também discorda da penalização dos servidores. Para ele, o objetivo é utilizar recursos já destinados para honrar promessas de campanha. “Adiar o reajuste dos servidores e implementar uma reforma da Previdência liberal – retirando recursos do sistema previdenciário atual e criar um novo serviço social autônomo de direito privado para gerir a Previdência – não parece ser o caminho adequado”, conclui.
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Manoel Ramires
Terra Sem Males
Foto: Everson Bressan/ SMCS

 



Universidade Estadual de Ponta Grossa debate ocupação e apartheid de Israel na Palestina

June 1, 2017 11:25, by Terra Sem Males

Apartheid de Israel aos palestinos será debatido em universidade pública do Paraná, com transmissão simultânea para todo o Brasil

Em alusão aos 50 anos da ocupação da chamada Cisjordânia e de Gaza pela potência colonial israelense, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná, debaterá, sob o título “Os 50 ou 100 anos da ocupação israelense”, o projeto sionista de segregação racial e apartheid na Palestina.

O debate, que reunirá os professores Fabio Bacila Sahd e José Roberto de Vasconcelos Galdino, ambos do Departamento de História da instituição, acontece na próxima sexta-feira, 9 de junho, a partir das 19 horas.

Os interessados podem se inscrever antecipadamente, enviando email com nome, CPF e título do evento para o endereço formacaoacademica@bol.com.br.

Na programação José Galdino falará sobre as relações entre sionismo, colonialismo e nacionalismo, tecendo paralelos entre a situação na Palestina/Israel com outras realidades coloniais, problematizando a fundação do Estado israelense e os refugiados palestinos de 1948.

Já Fabio Bacila introduzirá vertentes interpretativas acerca dos 50 anos da ocupação da Cisjordânia e Faixa de Gaza, relacionando-as a relatórios de direitos humanos e humanitários produzidos por órgãos da ONU e por organizações internacionais não governamentais. Logo após a exposição do tema pelos professores haverá debate com os participantes.

Ualid Rabah, diretor de relações institucionais da FEPAL (Federação Árabe Palestina do Brasil), explica que o evento “aproveita os 50 anos da captura, por Israel, destas duas partes da Palestina Histórica, correspondentes a 22% de seu território histórico, que, somados aos restantes 78% da Palestina tomados pelos sionistas em 1948 levam à ocupação da totalidade do território palestino assim reconhecido. Esta segunda parte da infindável tragédia palestina se deu na chamada “Guerra dos Seis Dias”, transcorrida entre os dias 5 e 10 de junho de 1967, que produziu, em números subestimados, mais 300 mil refugiados palestinos, que hoje se somam aos mais de 6 milhões de palestinos nesta condição, a contar desde a expulsão massiva (mais de 60% da população palestina originária) ocorrida entre finais de 1947 e início de 1949, quando do início da limpeza étnica da Palestina, todos impedidos, até os dias de hoje, de retornarem aos seus lares ou retomarem seus bens, roubados pelos israelenses ou simplesmente destruídos por suas forças de ocupação”.

O evento poderá ser transmitido, em tempo real, para qualquer parte do Brasil. Basta, para tanto, entrar em contato com a organização para, quando do início do debate, conectar-se ao canal que será disponibilizado para a transmissão ao vivo.

Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males

Foto: Joka Madruga



Crise econômica de Curitiba não “pertence” aos servidores

May 31, 2017 14:39, by Terra Sem Males

Despesas com terceirizados e empresas e conjuntura nacional impactam nas contas do município                      

 O Pacote de Maldades do prefeito Rafael Greca foca no arroxo aos servidores municipais de Curitiba. No entanto, no balanço do primeiro trimestre de Curitiba de 2017, o secretário de finanças Vitor Puppi mostrou que as dívidas do município são reflexo da conjuntura nacional, que diminuiu a arrecadação e o repasse de verbas e as dívidas com fornecedores da Prefeitura de Curitiba via restos a pagar e dívidas não empenhadas. Apesar disso, a cidade registrou um superávit em suas contas de R$ 427 milhões. Por outro lado, o secretário admitiu que os repasses ao Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC) não vem sendo feitos. O calote chega a R$ 780 milhões. Somando aos R$ 600 milhões que Greca quer sacar do fundo, o rombo pode chegar a R$ 1,38 bilhão com a aprovação do pacotaço.

Durante a prestação de contas, o secretário apresentou saldo positivo nos impostos municipais. IPTU subiu de R$ 232 milhões em 2014 para R$ 330 milhões em 2017. O ISS variou de R$ 320 milhões em 2014 para R$ 331 milhões em 2017 apenas no primeiro quadrimestre. Já o ITBI mudou de R$ 84 milhões em 2014 para 88 milhões em 2017. Puppi revelou que a cidade está com um superávit de R$ 427 milhões. Além disso, o secretário admitiu que a gestão tem feito caixa. “Nós temos reserva de orçamento e contingenciamento de despesas no valor de 400 milhões”, calculou.

Embora Greca tenha recebido a cidade com R$ 8 milhões em caixa e já tenha acumulado recursos, a cidade tem restos a pagar e dividas não empenhadas que superam o saldo positivo. “Nós temos os restos a pagar e as despesas sem empenho que são nossos grandes furos”. O valor atual é de R$ 285 milhões nos restos a pagar.

Toda essa dívida, no entanto, não tem relação com o servidor público. Ela é reflexo dos contratos que a Prefeitura de Curitiba tem com empresas e fornecedores. O secretário admitiu que a crise econômica e política do país, somado as dívidas de 5 bilhões que pessoas físicas e jurídicas têm com o município são as grandes responsáveis pelo problema financeiro.

Para a vereadora professora Josete (PT), portanto, Greca quer colocar na conta do serviço público e da população a responsabilidade pelo ajustes fiscal. Para a vereadora, o prefeito está “tampando o sol com a peneira”. A alternativa devia ser um novo pacto federativo.

“Não há correspondência entre o que a Prefeitura de Curitiba apresenta nos projetos e no Portal da Transparência com relação as despesas não empenhadas. A gente precisa saber quais são os contratos, os valores e o que foi pago. Eu entendo que não são os servidores os culpados pelas dívidas do município.  O problema é de arrecadação. A gente precisa se perguntar quais ações concretas o poder público está tomando para melhorar o caixa. Por mais que tenhamos uma crise, sabemos que há sistemas ultrapassados. Um deles trata dos auditores fiscais”, sugere Josete.

Ela também criticou a forma como a gestão de Greca tem buscado o pagamento das dívidas com o munícipio. Apesar de o valor passar de R$ 5 bilhões, apenas R$ 30 milhões foram pagos via Refic (Programa de Recuperação Fiscal). “O secretário disse que se arrecadou trinta milhões. Comparado à dívida, isso é irrisório. Parece-me que o poder público não tem uma política fiscal eficiente. E se a prefeitura quer oferecer serviços públicos eficientes é necessário buscar eficiência na arrecadação para poder suprir e não cortar do servidor público”, direciona.

O secretário afirmou que recursos vindos de convênios como a CAIXA e iluminação, que passam dos 400 milhões, não podem ser transferidos para o pagamento da folha dos servidores. No entanto, o secretário admitiu que sendo aprovados projetos na CMC, cerca de 200 milhões devem ser utilizados para pagar credores. Os recursos saem do saque dos R$ 600 milhões do IPMC.

IPMC e servidores públicos

O Pacote de Maldades de Greca corta apenas no serviço público. No entanto, quando perguntado, Pupi não soube responder quantas contratações foram feitas em 2017 e o impacto na folha de pagamento, bem como o aumento de despesas, uma vez que não está sendo pago reajustes ou planos de carreira. Para ele, é um debate para o segundo semestre. Mesmo assim, com queda de receitas, novas contratações não são garantidas na educação, saúde e guarda municipal.

Na prestação de contas, foi informado que o IPMC tem saldo positivo de R$ 57 milhões apenas no primeiro quadrimestre. Isso significa que com as contribuições e pagamentos, o caixa ainda cresceu. Por outro lado, Puppi revelou que assim como Fruet, Greca não tem feito repasse da parte patronal. “A dívida com o IPMC hoje é muito cara. Parcelamos mais de R$ 500 milhões em 60 vezes, disse o secretário, ao explicar que o valor atual é de R$ 780 milhões.”, de acordo com a Câmara Municipal de Curitiba.

Dentro da LRF

Atualmente, a Lei de Responsabilidade Fiscal está em 44%, contabilizando recursos do FUC (Fundo de Urbanização de Curitiba), que entram no caixa da Prefeitura e já saem para pagar as empresas. Excluindo o FUC do cálculo, de acordo com a gestão, fica em 50,39%. Ainda dentro do limite prudencial, que é de 51%. O máximo é de 54%.

Fundo de Participação Municípios

O secretário comentou que a arrecadação de Curitiba deve crescer com novos cálculos sobre o Fundo de Participação dos Municípios. A estimativa de crescimento é de até 9%. Curitiba deve aumentar arrecadação das empresas de cartão de crédito. No entanto, pode perder impostos referente a empresas de plano de saúde.

Em sessão na noite de 30, o Congresso Nacional derrubou o veto parcial à Lei 157/2016-Complementar, que reformulou o chamado Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Com a derrubada do Veto 52/2016, a cobrança do ISS será feita no município do domicílio dos clientes de cartões de crédito e débito, leasing e de planos de saúde e não mais no município do estabelecimento que presta esses serviços.

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Manoel Ramires
Terra Sem Males



Comissão aprova projeto que retira dinheiro da aposentadoria dos servidores de Curitiba

May 31, 2017 8:48, by Terra Sem Males

Agora projeto tramita por mais duas comissões antes de ir a votação em plenário                                          

CURITIBA | Os servidores municipais conseguiram derrubar nesta terça-feira( 30), por liminar, o interdito proibitório pedido pela Câmara dos Vereadores de Curitiba(CMC) contra os sindicatos e servidores, garantindo a eles o acompanhamento e a permanência no plenário da CMC. Os trabalhadores  lutaram para defender o Estado de direito, mas não conseguiram impedir que os direitos do funcionalismo público fossem saqueados. Por seis votos  a dois, os integrantes da Comissão de Legislação, Justiça e Redação da CMC decidiram pela tramitação dos projetos de lei (PL’s) que dizem respeito ao IPMC (005.00194.2017) e que dispõe sobre as dívidas não empenhadas (005.00198.2017). Ambos ainda passam por mais duas comissões e, por fim, seguem para votação em sessão plenária.

Segundo a coordenadora geral do Sismuc, Irene Rodrigues, hoje foram revelados os nomes dos vereadores que votaram contra os trabalhadores. Julieta Reis, Katia Dittrich, Colpani, Cristiano Santos, Mauro Bobatto e Osias Moraes foram favoráveis ao pacotaço de Rafael Greca. Dos que fizeram parte da mesa, apenas os vereadores Noemia Rocha e Luís Felipe Braga Cortes defenderam os servidores, inclusive manifestando apoio à luta e à participação democrática. O vereador Dr. Wolmir se absteve por presidir a votação.

“É um absurdo. Por seis votos a dois o projeto que tira o direito dos servidores e que altera a legislação para mexer na nossa previdência foi aprovado. O trabalhador  não vai perder pouco dinheiro. Acabamos de perder 600 milhões”, resumiu e convocou: “Venha para a luta. Os servidores que estiveram aqui pressionaram. Agradeço aos que se fizeram presentes, mas falta você. Nós, servidores, não podemos ficar calados diante desse saque”.

O projeto relativo à aposentadoria dos servidores foi relatado pelo vereador Mauro Bobatto, que foi muito vaiado pelo público presente. A matéria – que agora passará pelas comissões de Economia, Finanças e Fiscalização e de Serviço Público – tramitará com a proposta de aumentar em 0,5% ao ano o valor que os servidores de Curitiba pagam da sua remuneração à previdência municipal até 2023. A partir do ano que vem, a contribuição passa dos atuais 11% para 14%.

O projeto com solicitação de autorização do leilão das dívidas do município também foi aprovado com a mesma quantidade de votos. Noemia Rocha foi voto vencido mesmo tendo feito voto – em separado – sobre às dívidas não empenhadas. A vereadora também pediu que o PL fosse devolvido ao executivo para acrescentar mais informações e especificações dos credores, mas não obteve êxito. “Mesmo trazendo argumentos pontuais e embasamentos jurídicos, apontando erros em relação aos projetos, as propostas estão passando com tranquilidade e essa é nossa preocupação”, declarou.

Noemia desaprovou a postura do prefeito Rafael Greca, que sequer manteve diálogo com os servidores para construir a proposta do projeto de ajuste fiscal. Na avaliação da vereadora, é inadmissível  o prefeito ter enviado para votação 12 projetos de ajuste fiscal que retiram direitos históricos do funcionalismo público. “Tenho lutado com os servidores por entender que são pessoas que movem essa cidade, que trabalham com políticas públicas e que precisam ser respeitados e considerados. Greca não ouviu nem uma única vez os sindicatos, os representantes dos 30 mil servidores. Sem nenhum diálogo trouxe para essa casa projetos que tiram direitos e conquistas históricas dos servidores. Ainda estamos em país democrático, mas o que a gente vê em Curitiba é uma monarquia”, ironizou

Em causa própria

Antes da votação dos dois projetos, o presidente da comissão, Dr. Wolmir, pediu à Procuradoria da Casa um parecer sobre os documentos apresentados pelos sindicatos. Em seguida, a mesa analisou dezenas de propostas. No início da tarde, os representantes dos sindicatos dos servidores municipais protocolaram a suspeição dos relatores Mauro Bobato e Julieta Reis, os quais, segundo informações do Tribunal Regional Eleitoral(TRE), tiveram as respectivas campanhas financiadas pela coligação do candidato a prefeito Rafael Greca. O parecer foi desconsiderado, mas Irene alertou o eleitor sobre interesses dos parlamentares.

“Entregamos o documento para as Comissões de Legislação e de Ética. Fizemos a denúncia de que os dois vereadores foram beneficiados e que agora relataram os projetos que prejudicam a população e os servidores públicos. Todos os sindicatos unidos fizeram essa denúncia para alertar a população sobre os interesses desses dois vereadores que receberam dinheiro na campanha. Nós não vamos nos calar. Vamos manter a nossa mobilização. Enquanto tiver comissão tramitando que diz respeito aos nossos direitos estaremos firmes e vamos estar na luta. Não vamos abrir mão dos nossos direitos e não vamos nos calar”, finalizou.

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Andréa Rosendo
Fotos: Chico Camargo/CMC e Rodrigo Fonseca/CMC



Servidores do Paraná realizam ato em audiência pública do secretário da Fazenda na Alep

May 30, 2017 13:58, by Terra Sem Males

Mauro Ricardo apresentará os Relatórios Fiscais referente ao 1º quadrimestre de 2017

Por Gustavo Henrique Vidal

FES – Fórum dos Servidores

 

Nesta quarta-feira, dia 31, às 10 horas, o secretário Estadual da Fazenda (Sefa), Mauro Ricardo, apresentará aos deputados estaduais os Relatórios Fiscais referentes ao 1º quadrimestre de 2017. A Audiência Pública será na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Na apresentação dos relatórios, o secretário vai informar a evolução da arrecadação do Estado, informações que sustentam a implantação da reposição da inflação dos servidores de 8,53%, já que o orçamento cresceu 9,3%. Outro fato que reforça a melhora da arrecadação, e de que é possível pagar o reajuste, foi o envio pelos outros poderes da reposição da inflação de seus servidores, como Judiciário e Legislativo.

A presença dos servidores é fundamental para pressionar o Governo a negociar a data base das categorias do Poder Executivo. Na análise do economista Cid Cordeiro Silva, assessor econômico do FES, as finanças do Paraná apresentam melhora no desempenho, cenário contrário ao defendido por Mauro Ricardo.

“É importante mobilizar as categorias para estarem presentes na audiência para confrontar os números apresentados e mostrar ao governo as nossas razões e mobilizações para que o Executivo pague a data base”, diz Cid.

Caravanas de servidores estão previstas para saírem de diversas cidades do interior. A concentração do FES começa às 09 horas na Praça 29 de Abril, em frente à Alep.



Interdito proibitório gera polêmica entre os vereadores de Curitiba

May 30, 2017 11:54, by Terra Sem Males

Serginho do Posto quer impedir que servidores acompanhem debates e é criticado.                                         

O interdito proibitório pedido pela Câmara Municipal contra os sindicatos e servidores foi tema de discussão no plenário da Casa. Ontem (29), a juíza Patricia de Almeida Gomes, da 5a Vara da Fazenda Pública deferiu liminar proibindo a ocupação do prédio, impedindo a montagem de barracas e tendas na Praça Eufrásio Correia e limitando a um representante por sindicato de participar das reuniões de comissões e votações que tratem do Pacote de Maldades de Greca. A multa estabelecida para o descumprimento é de R$ 500 mil. No pedido inicial, o presidente Sérginho do Posto (PSDB), havia pedido pagamento de custas e honorários no valor de R$ 300 mil.

O assunto repercutiu entre os vereadores. Principalmente porque nesta tarde ocorre mais uma reunião da Comissão de Legislação, Justiça e Redação. O assunto abordado é o projeto que retira R$ 600 milhões do Instituto de Previdência Municipal de Curitiba (IPMC) e ainda aumenta alíquota dos servidores de 11% para 14%.

Favorável ao interdito proibitório, vereador Bruno Pessuti (PSD) argumentou que ocorreu autoritarismo por parte dos sindicatos. “Quem taca as bombas são os trabalhadores dos sindicatos, quem prende políticos são os sindicatos”, afirmou sem definir quem é a entidade autora. Pessuti contou com apoio do vereador Tico Kuzma (PROS). Ele recordou que os sindicatos, segundo a imprensa, haviam atingido seu objetivo de impedir a reuniçao da comissão no dia 22 de maio. Kuzma afirmou que faltou diálogo. “O diálogo só pode existir se os servidores apresentarem propostas de emenda para reduzir impacto nos seus direitos”, registrou o Twitter da Câmara Municipal de Curitiba.

A ação judicial da Câmara foi criticada por vereadoras. De acordo com a professora Josete (PT), a saída adotada devia ser ampliar a participação dos servidores e da população no debate. “Eu entendo que ao fechar os espaços dessa casa, nós estamos dando um sinal de que essa casa não é do povo”, criticou. Josete defendeu o direito dos servidores participarem de todas as etapas de discussão do projeto. “Essa não é uma questão meramente corporativa. O que está em discussão aqui envolve o entendimento de serviço público e qual é o efeito disso na ponta, no atendimento da população” justificou. Josete questionou a mesa diretora como vão ocorrer as reuniões das comissões da Casa. No entanto, não obteve resposta durante a fala pelas lideranças.

Por outro lado, o líder do governo, vereador Pier Petruziello (PTB), argumentou que o interdito proibitório é resultado da ocupação que ocorreu no dia 22. “A partir do momento que ocorre a invasão pelas portas dos fundos com bombas, não há como aceitar. Isso não é diálogo. Os vereadores ficaram reféns de alguns. Não podemos aceitar violência”, justificou.

“O prefeito Rafael Greca não está preocupado com nada, pois tem vereadores o defendendo. A leitura dele é que tem maioria na casa e não precisa ter diálogo nenhum”

Na conta de Greca

A vereadora Noemia Rocha (PMDB) também questionou a liminar conseguida pela Câmara Municipal. Ela pediu vistas de três projetos que tramitam na Comissão de Legislação e Justiça. Para Noemia, a liminar não era necessária e foi um erro do presidente Sérginho do Posto (PSDB) pedir o interdito proibitório. Nomeia cobrou o prefeito Rafael Greca. “O gestor está se isentando do debate e jogando a batata quente para essa casa. Foi pedida uma reunião com o prefeito e não foi conseguida. Os servidores são parte da cidade e são pessoas. Esses projetos mexem na vida deles enquanto servidores e cidadãos. Por isso, eles têm o direito de pedir a retirada dos projetos. A causa disso tudo, portanto, é o prefeito que não recebe os sindicatos”, direcionou Noemia.

Para Nomeia, o fato de não ouvir as entidades mostra “que o Prefeito Rafael Greca não está preocupado com nada, pois tem vereadores o defendendo. A leitura dele é que tem maioria na casa e não precisa ter dialogo nenhum”, complementa.

Já Paulo Rink (PR), que preside a comissão de serviço público, por outro lado, rebateu a vereadora Noemia Rocha. Para ele, não cabe aos vereadores marcarem reunião com o prefeito Rafael Greca. Ele disse que está querendo e recebendo os sindicatos. “Isso não dá direito dos servidores ou dos sindicatos quebrarem a casa do povo. É para ter dialogo e fazer as emendas. Nós não vamos passar como está. Nós estamos discutindo em todas as comissões”, ponderou. Rink destacou que, mesmo com o interdito proibitório, representantes dos sindicatos podem participar das reuniões das comissões.

A favor do pacotaço

O vereador Osias Moraes (PRB) jogou a responsabilidade no colo do ex-prefeito Gustavo Fruet. Para ele, os servidores municipais devem pensar no futuro e permitir a aprovação do pacote imediatamente para reequilibrar as finanças da cidade. “Não há recursos para o pagamento de funcionários daqui dois ou três meses. Isso aconteceu com o Rio de Janeiro. Por isso, nós precisamos entender que nós precisamos reequilibrar as contas de Curitiba e lá no futuro poder pagar os benefícios e dar qualidade de serviço aos servidores”, projeta o vereador.

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Manoel Ramires
Pinga Fogo | Terra Sem Malea
Foto: Chico Camargo e Chico Camargo/CMC



Defesa de mestrado com estudo de caso sobre o Terra Sem Males será nesta quarta-feira (31)

May 30, 2017 9:57, by Terra Sem Males

Nesta quarta-feira, dia 31 de maio, será realizada a primeira defesa de dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens (PPGEL) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), com estudo de caso sobre o site Terra Sem Males, numa linha de pesquisa de Estética.

A jornalista Vanuza Santos vai defender a dissertação denominada “Tendências da comunicação popular no contexto das tecnologias da informação: um estudo de caso do site Terra sem males”, orientado pelo professor Marcelo Lima

A defesa será às 14 horas, na sede Centro da UTFPR em Curitiba. O Terra Sem Males vai (orgulhosamente) acompanhar e, assim que possível, disponibilizar o estudo para consulta.

Segue resumo da defesa de dissertação:

O objetivo do trabalho é apresentar tendências da comunicação popular, suas relações com as tecnologias digitais e seus resultados como processo comunicacional que atua diretamente na formação do indivíduo e no seu papel como cidadão. A pesquisa foi embasada em diversos teóricos da comunicação e dos estudos de linguagens. O trabalho usa como base três reportagens publicadas no portal Terra sem Males. A análise reforça a tese de que a comunicação popular pode ser feita por pessoas que não moram nas comunidades retratadas nas reportagens. Com essa pesquisa, pretendemos contribuir para a discussão sobre o papel da comunicação popular, das tecnologias da informação e dos líderes de opinião na democratização da informação e na produção de conteúdo que contemple pessoas que vivem à margem da sociedade. O texto está dividido em oito capítulos. Nos cinco primeiros, trazemos informações sobre o início da comunicação popular no Brasil e sua trajetória, bem como a influência que recebeu com a expansão da internet e o fortalecimento das tecnologias digitais para ampliar sua atuação e abrangência. No sexto capítulo, apresentamos o Terra sem Males. Os dois últimos capítulos estão reservados à conclusão da análise. Neles, ressaltamos as tendências do papel da comunicação popular reveladas pelo estudo de caso e sua contribuição
para a cidadania.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



O saco da farinha

May 29, 2017 13:41, by Terra Sem Males

Desde as divulgações das denúncias de corrução contra o ex-candidato à presidência da República Aécio Neves (PSDB), os seus eleitores vivem momentos de decepção. Ao escutar pelos jornalistas da Rede Globo que seu candidato teria recebido milhões em propinas, o mundo desabou: “tudo farinha do mesmo saco”, disseram quase combinadamente nas redes sociais.

Obviamente que as mesmas elites que construíram a candidatura do Aécio, e financiaram o impeachment da Dilma, lidarão com esse sentimento negativo a “tudo” apresentando nas próximas eleições um candidato “não político” para disputar novamente contra o PT. Ou seja, tentarão dizer que seu candidato não é farinha deste saco ou que sequer é farinha: galãs da TV, caçadores de marajás, “técnicos” ou empresários ricos, que dirão nada ter a ver com a antiga política, mas estarão até o pescoço comprometidos com ela. Para muitos, se combinado com o discurso de ódio contra o PT e com uma boa pitada de preconceito de classe, isso será o suficiente.

Mas, para os outros tantos, proponho uma reflexão: se os políticos são todos “farinha do mesmo saco”, como dizem, ao invés de debatermos a “farinha” (os políticos), vamos pensar o tal “saco” (as instituições) que perpetuam uma relação promíscua entre o público e o privado que incomoda a todos nós?

Esse “saco” tem um problema de origem: nas eleições de 2014, por exemplo, 10 empresas elegeram 70% dos atuais deputados federais. A maior doadora foi a JBS-Friboi, distribuindo, pelo caixa oficial das campanhas, R$ 61,2 milhões para 162 deputados, de 21 partidos. O Bradesco e o Itaú elegeram mais 140 deputados, de 20 partidos. A Vale, Ambev e as construtoras OAS, Andrade Gutierrez, Odebrecht, UTC Engenharia e Queiroz Galvão fecham a lista. Já na eleição municipal de 2016, com a decisão do STF de permitir apenas contribuições de pessoas físicas, as empresas driblaram a lei realizando doações através de seus dirigentes, mantendo o controle do poder econômico do processo. Além do mais, o caixa 2 continuou alimentando a maior parte dos recursos das candidaturas, tendo em vista o pífio controle pelo poder público das campanhas.

Assim, as grandes corporações elegem as maiores bancadas do parlamento e garantem o financiamento das campanhas dos prefeitos, governadores e presidentes. Como não há “almoço grátis”, garantem assim uma grande influência nas ações do poder público, nos resultados de votações nos parlamentos e nos destinos das políticas econômicas.

Parte da solução está na mudança do processo eleitoral. Mesmo que se mantenha a proibição das doações de empresas e haja interesse em fiscalizar as campanhas, o poder público não conseguiria acompanhar 25 mil candidaturas a deputados, senadores, governadores e presidentes, como houve em 2014; ou de 450 mil candidatos a prefeitos e vereadores, em 2016. É necessário ter outro modelo: com uma estrutura pública de campanha disponível para todos, em iguais condições; redução drástica dos limites de gastos; inscrição dos partidos por lista, com apenas um CNPJ, na qual as pessoas votariam na chapa e não nos candidatos individualmente. Assim, é possível haver alguma regulação e um debate político sério. Essas soluções não resolvem nem atenuam os problemas estruturais do Estado, mas apontam para um ambiente institucional mais favorável para fazer mudanças na dinâmica dos três poderes.

Particularmente, não acredito nessa história de que os políticos são “tudo farinha do mesmo saco”. Há muita diferença entre os partidos e governos. Mas penso que é hora de transformações mais efetivas, de reformas mais profundas, com uma ampla constituinte no nosso país. Por isso, acredito que é o hora de discutir o “saco da farinha”, para buscarmos caminhos políticos e narrativas que superem as manobras do senso comum.

Por André Machado
Contraponto, Terra Sem Males

Foto: Ricardo Penna/Fotos Públicas



Não é possível esconder as Diretas Já

May 29, 2017 11:57, by Terra Sem Males

O Grupo Marinho se converteu no maior lobista e partido político contemporâneo.                              

Em 1984, no grande comício pelas Diretas Já, eu tinha apenas dois anos. Não tinha noção sobre política (nem sei se faço até hoje) e sobre a cobertura que é feita pela imprensa sobre essas manifestações. Somente muito mais tarde, na faculdade de jornalismo, fui ter perspectiva mais ampla do grande movimento que envolveu o Brasil e de como a grande mídia deturpou os fatos. Era outra época, de calças boca de sino e televisores de tubo em preto em branco. A versão “oficial” era a dada pelo Jornal Nacional ou pelo departamento de jornalismo da Família Marinho.

Passados 23 anos, podemos observar que o modo “imparcial de continuar manipulando os fatos” é seguido pelo grupo empresarial de comunicação. Assim como em 1984, a Globo tomo lado do establishment e contra os interesses do povo. Defende abertamente a renúncia de Temer e um nome que possa continuar as reformas trabalhista e da previdência. Combate – no outro lado – as Diretas Já, que devolve ao povo brasileiro a decisão, pelo menos nas urnas, de qual agenda deve ser adotada no Brasil.

Nesse sentido, não surpreende que todo o Grupo Marinho, passando pelos canais de televisão como Globo e Globonews, jornal O Globo, portal G1 e seus blogueiros noticiem o grande ato no Rio de Janeiro como pela saída de Temer e contra as reformas. No atacado, a emissora não mente. Mas na essência do protesto, deturpa. As manifestações pelas Diretas Já envolvem a saída de Temer pela renúncia ou impeachment, o fim das reformas como está posta e a devolução do poder ao povo. Já a Globo quer aumentar sua plutocracia, defendendo, indiretamente, quem governa o país, aliado aos deputados comprados pela JBS e empresas afins, e estabelecer a agenda do Brasil. O Grupo Marinho se converteu no maior lobista e partido político contemporâneo.

Contudo, ao contrário de 1984, em 2017 a narrativa dos fatos está em constante debate, em incessante luta. As pessoas que participam dos atos também são canais de comunicação daquilo que exigem. Sendo assim, a versão do “noticiário oficial” não dura minutos. Imagina-se que a maioria dos brasileiros, mesmo aqueles que estão cegos, sabem que o ato foi pelas Diretas Já. Dessa maneira, a pauta, assim como a saída de Temer, está introduzida no dia a dia da população.

Medo das urnas

Os eleitores de Lula, Marina, Ciro Gomes, do Psol e até de Bolsonaro querem as Diretas. Quem tem medo das urnas? Os eleitores de Aécio, o PSDB e o PMDB, a Rede Globo, junto com o mercado financeiro.

Parar a Lava Jato

No calor das manifestações de domingo, o presidente golpista Michel Temer rifou Osmar Serraglio. A ideia é aumentar a “influência” sobre TSE e STJ. Traduzindo: parar a Lava Jato. Serraglio mudou de ministério e se manteve ministro. Logo, Rodrigo Rocha Loures segue deputado e com foro privilegiado.

Lava Jato seletiva

A fama do juiz Sérgio Moro despenca a cada dia. Depois de ficar a ver navios na ação de Janot que enquadrou Temer, ele agora absolve a esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz. Mesmo com provas dela tendo e gastando cifra milionária na Suíça com dinheiro vindo de corrupção. Moro foi “generoso” com Cláudia.

Então, tá combinado: se você receber depósito na sua conta ou encontrar uma mala com R$ 500 mil, pode gastar. Você é apenas um inocente útil.

Aécio CX2

O senador carioca por Minas Gerais enfim é primeiro em alguma coisa. Foi o protagonista ao identificar caixa 2 com a sigla CX2. Se bem que dizem CX2 ser Chitãozinho e Xororó 2 – ingressos. Em todo caso, a Polícia Federal agradece.
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Manoel Ramires
Pinga-fogo
Terra Sem Males
Foto: Rafael Vilela/ Mídia Ninja



Encontro formula estratégias para a permanência da juventude na agricultura familiar

May 27, 2017 17:15, by Terra Sem Males

O Encontro sobre a Juventude, que acontece em Irati neste sábado (27), reúne mais de 600 pessoas no campus da Unioeste, interessadas em debater e formular propostas para a sucessão na propriedade rural, a permanência da juventude na agricultura familiar e as estratégias de diversificação e geração de renda no meio rural.

Este é o primeiro encontro da juventude da agricultura familiar dos municípios da região Centro Sul do Paraná. Entre seus objetivos estão ainda a troca de experiências, a divulgação das iniciativas dos grupos e coletivos de juventude da região, além da motivação para o trabalho comunitário e o desenvolvimento de ações de melhoria da realidade local.

Durante os trabalhos da manhã, diversas lideranças, representantes de institu​​ições parceiras do projeto ATER Diversidade, compuseram a mesa de abertura e manifestaram defesas ao protagonismo da juventude da agricultura familiar. O coordenador geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf Brasil), Marcos Rochinski, falou da importância da organização da juventude para a ocupação de espaços de participação e no aproveitamento de oportunidades. Ele foi presidente do sindicato de trabalhadores rurais (STR) do município de Palmeira aos 19 anos.

“Temos de ter a consciência de que esses espaços e oportunidades não vêm na vida da gente de forma individual. A gente não conquista nada sozinho. Sem a perspectiva coletiva de organização, não se avança”, disse. O coordenador da Contraf também destacou o protagonismo de gerações anteriores, hoje pais e avós dos jovens que participam do encontro, tanto na luta de resistência democrática, quanto na conquista de direitos, políticas públicas e na valorização da agricultura familiar como categoria profissional. “A juventude atual tem diante de si um desafio, que é discutir e construir alternativas para o País e para o acesso da população pobre a políticas inclusivas. Não deve aceitar retrocessos e nem a retiradas de direitos arduamente conquistados”, concluiu Rochinski.

A jovem Kauane Pionoski, do Coletivo de Juventude de São João do Triunfo, criticou o senso comum que atribui à juventude apenas a responsabilidade com o futuro da sociedade. “Não somos o futuro. Estamos aqui, vivemos o tempo presente. Acreditem no poder da juventude”, argumentou. “Somos aquele broto que resiste à geada”, disse Kauane, citando a frase de outro integrante do coletivo, que virou símbolo de auto estima. O coletivo de jovens de São João do Triunfo está organizados há apenas três anos.

Permanência

Em torno de 25% da população dos municípios da região Centro Sul do Paraná é formada por jovens. Para o coordenador técnico do Departamento de Estudos Sócioeconomicos Rurais (Deser), Amadeu Bonato, esse indicador é positivo, diante da realidade em outras regiões do país e motiva a realização de encontros que incentivem a permanência da juventude na agricultura familiar. “Mostra que os jovens querem continuar vivendo no interior e querem participar ativamente da tomada de decisões para melhoria da comunidade”, comentou Bonato.

“Mas se temos como foco apoiar essa permanência, é preciso que, além dos grandes temas apontados neste seminário, agreguem-se outros, como o da valorização da juventude e da autonomia. Políticas públicas nas áreas da educação e da assistência técnica são igualmente necessárias para valorizar a juventude da agricultura familiar e desenvolver alternativas viáveis”, completou.

Anderson Ruviski, de Guamirim, é um exemplo de jovem que migrou para a cidade grande a fim de estudar e voltou recentemente, decepcionado com as dificuldades, o ritmo e os valores do modo de vida urbano. “Saí e voltei, confiante de que quero viver e continuar trabalhando no campo”. A garantia de renda, de assistência técnica para diversificação das lavouras e a geração de oportunidades para que os jovens se mantenham no meio rural em condições dignas são alguns dos desafios que ele aponta para evitar o êxodo da população do campo.

A iniciativa das Casas Familiares Rurais também foi apontada como uma das estratégias, na área da educação, para fixar os jovens no interior, mais preparados e estimulados a continuar vivendo e trabalhando na agricultura familiar. Em Cruz Machado, município do Sul do Estado, em torno de 75% dos jovens que se formaram na Casa Familiar Rural, pela pedagogia da alternância, continuam na agricultura familiar.

Durante a tarde, os trabalhos continuam em 20 oficinas com experiências de alternativas de produção, desenvolvidas por instituições e coletivos nos seus municípios: ovos coloniais em transição agroecológica (Guamiranga), processamento da erva mate orgânica e sombreada (São João do Triunfo), fruta, associativismo, cooperativismo e trabalho em feira (União da Vitória), ranicultura (Teixeira Soares), produção de carneiro a pasto (Palmeira), corte e costura (Rio Azul), produção de feijão com baixo custo e uso de práticas agroecológicas (Ivaí) e plantas medicinais e bioenergia (Irati).

As oficinais também apresentam iniciativas de agroindustrialização de sucos e geleias de uva orgânicos (São Mateus do Sul), atividade não agrícola, como salão de beleza (Rio Azul), o conhecimento das benzedeiras (Unicentro), a produção e beneficiamento do mel (Irati), feira agroecológica (Unicentro), produção de ovinos e olerícolas para entrega governamental (Rio Azul), estufa de bambu para diversificação (Rebouças), produção de leite a pasto (Prudentópolis), certificação agroecológica (Ecovida) e educação do campo e agroecologia (Unicentro).

Após os grupos, será formulado um documento com os resultados do encontro. “A expectativa nossa é de que este seja um documento de animação com alguns indicativos e apontamentos para a solução de questões internas dos sindicatos, associações, escolas e universidades. No sentido de dar forças para que a juventude queira ficar na agricultura familiar e queira participar das transformações nas suas comunidades”, finalizou o coordenador técnico do Deser, Amadeu Bonato.

Por Thea Tavares, texto e foto