Morte, política e Tom Morello
May 22, 2017 17:04Brutus Martini é o nome de um amigo que tenho.
Nunca vi um nome definir tanto a personalidade de uma pessoa. Quando está bruto, Brutus pode ser o mais amargo conhaque, mas quando está suave, é de uma doçura embriagante; igual um Martini.
Já perguntei se ele tinha algum parentesco com a marca da bebida, mas quase levei um soco no meio da cara. Azar! Fui questioná-lo num de seus dias mais “Brutus”.
De qualquer forma, conversei com meu amigo nesse último domingo. Marcamos de tomar uma cerveja e comer uma comida mexicana. Quando liguei convidando, disse que, na semana passada, lembrei bastante dele ao ver Tom Morello, guitarrista do Rage Against The Machine, Audioslave e Prophets of Rage, mandar um “Fora Temer” durante um dos shows dessa última banda que citei.
Brutus sempre foi fã do Tom. Perguntei se ele tinha ido ver o Prophets tocar no Brasil, dias atrás, mas ele negou. “Estou sem grana, cara”. Eu também, respondi.
No show, Tom aproveitou a oportunidade pra se posicionar politicamente contra o atual governo golpista brasileiro. Aliás, o Rage Against, banda mais “importante” da carreira do músico, na primeira vez que esteve no Brasil, prestou solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); assim como sempre foi solidário a causa Zapatista, no México.
Mas é como eu disse ontem ao Brutus, “o Prophets of Rage é um supergrupo que simplesmente une o poder sonoro e a força política mais brutal da história da música”. Obviamente concordamos e fizemos do nosso domingão um dia de reflexão.
Também percebi que o Brutus estava mais Martini do que nunca. Esperava o contrário, mas ele tinha seus motivos; todos ligados à morte. Enquanto bebíamos e falávamos da merda em que se encontra a política nacional, intercalamos nosso papo com as últimas notícias tristes da música; pelo menos pra nós.
Ele soltou essa: “são os Batista da Friboi, é Temer, é Aécio… mas quem vai embora é o Chris Cornell, é o Kid Vinil… porra cara, que merda”. Eu concordo. Até porque, mesmo que eu não deseje a morte de ninguém, pra mim, um grande artista faz mais falta ao mundo que um político.
Brutus confessou-me sua admiração por Kid Vinil, o considera um dos caras mais importantes do rock nacional. “Sem dúvidas ele foi um militante da arte. Porra, o cara ‘apresentou’ Ramones, Sex Pistols, The Clash e toda a cena punk, tanto inglesa quanto americana, para uma garotada que depois montou uma banda, isso é muito foda!”.
A verdade é que o cara “contrabandeava” música no início dos anos 80. Virou uma enciclopédia ambulante e uma espécie de guru musical do rock brasileiro. Fundou a banda Verminose e depois a Magazine. Pra quem não lembra, e muita gente não lembra, Kid Vinil cantou as famosas “Sou Boy” e “Tic Tic Nervoso”. Infelizmente, no dia 19 de maio, teve uma parada cardíaca, aos 62 anos.
Já com Chris Cornell, uma das vozes mais importantes do grunge, a coisa foi um pouco mais traumática. Ele decidiu seu destino de forma repentina e trágica – um suicídio, no dia 18 de maio. Ainda não há explicações concretas para o que de fato aconteceu, jamais haverá, o fato é que o encontraram enforcado no seu quarto de hotel enquanto viajava em turnê com o Soundgarden.
“Pois é meu amigo, esses são dias difíceis. A realidade não é para amadores. Se você me pedisse uma trilha sonora pra tocar enquanto o cotidiano segue, confesso que essa música não seria das mais alegres. Também não sei se seria algo bruto ou algo suave”, e tomamos a saideira.
No fim, nos perguntamos: o que resta, então?
A arte. Antes de tudo! – concluímos.
Por isso, antecedendo a despedida, Martini pegou seu celular e leu pra mim o poema que Tom Morello fez pra Chris Cornell, seu ex-companheiro de Audioslave, que poderia ser uma homenagem para qualquer amigo ou amiga, após uma partida repentina:
Você é um príncipe, você é uma armadilha, você é uma sombra
Você é crepúsculo e o brilho de uma estrela e escuridão
Você é sábio, você é uma ferida compartilhada, você é camuflado
Você é uma coluna de fumaça, você é um coração de platina
Você é uma fogueira, você está enjaulado, você está livre
Sua visão perfura, você não vê
Você é pedaços espalhados na encosta
Você tem braços abertos, você está armado, você é verdadeiro
Você é um revelador de visões, você é o passageiro, você é uma cicatriz que nunca some
Você é crepúsculo e o brilho de uma estrela e escuridão
Você é o segredo velado, você é o segredo revelado, você não está mais cercado
Você não está lá, agora está sempre aqui
Você é um belo noivo, um pai adorável, uma escada assombrada
Você é o barulho do sino, as montanhas ecoam sua canção
Talvez ninguém tenha te conhecido
Você é crepúsculo e o brilho de uma estrela e escuridão
Tom Morello.
Cheguei em casa, a primeira coisa que fiz foi procurar especificamente um vinil; e lembrei do Kid. Coloquei-o na vitrola, era “Superunknown”, do Soundgarden, e lembrei do Chris.
Por Regis Luís Cardoso
LP – Crônicas Musicais, Terra Sem Males
Foto: Reinaldo Canato
Globo quer indiretas já
May 22, 2017 13:13
Acampados, servidores municipais de Curitiba resistem contra projeto que retira verba da previdência
May 20, 2017 19:45O acampamento dos servidores públicos municipais de Curitiba completou quatro dias neste sábado, 20 de maio, na Praça Eufrásio Correa, ao lado da Câmara de Vereadores. Em meio a ameaças da Prefeitura de removê-los administrativamente, a promessa dos manifestantes é de permanecerem acampados até que sejam retirados da pauta de tramitação doze projetos de lei que prejudicam o funcionalismo e a população.

Se aprovadas, as leis congelam salários e retiram R$ 600 milhões do fundo de previdência pública dos servidores, manobra semelhante feita pela Assembleia Legislativa do Paraná, a pedido de Beto Richa, que originou a greve dos educadores e demais servidores públicos estaduais em 2015, no fatídico massacre de 29 de abril.

De acordo com Soraya Zgoda, coordenadora de comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), que permanecia no local na tarde deste sábado, o acampamento é uma tentativa de chamar a atenção da população contra o que eles estão chamando de “Pacote de Maldades de Rafael Greca”.

Acampamento – Desde a última terça-feira, os servidores se revesam em duas estruturas ao lado da Câmara Municipal, uma é utilizada para dormitório, com barracas, e a outra para os debates de formação. O local está decorado com diversas camisetas de luta que o Sindicato organizou nos últimos anos. Do lado de fora, motes em bandeiras chamam a atenção para outras demandas e apoio, como uma crítica ao sistema financeiro com a chamada “bolsa banqueiro”.

De perto, os servidores acompanham a tramitação do “pacote de maldades de dentro da Câmara quando estão na pauta de debates pelos vereadores. A retomada dos projetos está prevista para a próxima segunda-feira (22).

O Sismuc foi notificado na última sexta (19) por fiscais da Secretaria Municipal de Urbanismo para retirar as barracas, sob a justificativa de falta de licença específica para permanecer no local, mas ainda não houve uma ação efetiva de despejo. Durante a noite, os servidores promoveram uma Roda de Debates sobre os projetos de lei.
Por Paula Zarth Padilha
Fotos: Joka Madruga
Terra Sem Males
Para PGR, Temer sabia que dono da JBS queria tratar da Lava Jato
May 19, 2017 14:28Fachin afirmou que áudios obtidos são legais.
A Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Michel Temer fosse investigado no dia 24 de abril de 2017. Para instaurar o inquérito, a Procuradoria anexou os relatos e gravações do empresário Joesley Batista com Temer de forma “clandestina” ocorrido em sete de março desse ano. Para a PGR, “alguns elementos de prova indicam a possível prática de crimes por parte do presidente Michel Temer”.
Na denúncia se expõe que Temer ouviu de Joesley relatos de corrupção e pagamento de propina. Temer, ao invés de censurar o diálogo que tratava de pagamento ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, apoiou a iniciativa do empresário, como descreve a denúncia: “E ainda combinam de manter, quando houver necessidade, a prática de encontros noturnos no Palácio do Jaburu, sem registros oficiais”, revela a PGR. Temer, inclusive, teria ficado satisfeito com o modelo adotado: “Fazemos como hoje … funcionou super bem”, disse o presidente.
A Procuradoria enxerga elo entre Michel Temer e o senador Aécio Neves, também denunciado, para frear a Lava Jato. “Verifica-se que Aécio Neves, em articulação, dentre outros, com o presidente Michel Temer, tem buscado impedir que as investigações da Lava Jato avancem, seja por meio de medidas legislativas, seja por meio do controle de indicação de delegados de polícia que conduzirão inquéritos”, define a procuradoria.
Prova lícita
Ao negar a renúncia do cargo de presidente da República, Michel Temer alegou que a gravação tinha sido clandestina, sugerindo alguma ilegalidade na prova obtida. No entanto, ao autorizar a abertura de inquérito, o ministro Edson Fachin enfatiza que as provas obtidas pela Polícia Federal são válidas. “Convém registrar que a Corte Suprema deliberou que é lícita a prova consistente em gravação ambiental realizada por um dos interlocutores sem conhecimento do outro (Temer)”, avalia Fachin, que complementa afirmando que “não há ilegalidade na consideração das quatro gravações em áudios efetuadas por Joesley Batista”.
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Manoel Ramires
Pinga-fogo
Terra Sem Males
CRÔNICA | Os dias na verdade são assim
May 19, 2017 10:49Dias corridos. Dias intensos. Dias históricos. Dias ruins, mesmo assim. Dias de rimas pobres. Dias de insegurança. Dias sem poesia. Dias de falta de confiança. Dias de caneta vacilante e escrevendo pouco. Dias de poucos amigos. Dias de casa caindo aos pedaços. Dias de louça acumulando. Dias de pouco sono e madrugadas longas de carro. Dias de pouca bosta. Dias de comida não orgânica e barata. Dias de morte, sua ameaça. Dias de preocupação. Dias de que se foda. Dias de músicas de notas dispersas nalguma caixa de som do bairro. Dias de sentir todas as dores e todos os alívios possíveis que cabem no peito. Dias de respiração em atropelo. Dias de estender algum sentimento na direção de algum lugar. Dias de luta. Dias nas ruas. Dias sem trégua. Dias de anos 1980. Dias de anos 1990. Dias de anos 1960. Dias de mobilizações. Dias coletivos. Dias de tudo junto e misturado. Dias de ausências. Dias de crise. Dias de golpe. Dias de dias. Dias de angústia da geração que sonhou diferente o futuro e a política. Dias de conversas e rancor em lados inconciliáveis. Dias de separação de casais. Dias de solidão preenchida com trabalho morto. Dias não de paz, mas daquele trecho que fala sobre a espada. Dias de seriado progressista na Globo golpista. Dias de trabalho vivo na escassa manhã de domingo. Dias do que não se escreve nas redes sociais, lugar de fala do êxito, da alegria, da autoproclamação. Mas os dias na verdade também têm sido assim.
Por Pedro Carrano
Mate, café e letras, crônicas latinoamericanas
Terra Sem Males
Nem a chuva esfriou o clima de Fora Temer e Diretas Já em Curitiba
May 18, 2017 22:17Mais de mil pessoas enfrentaram o frio e a chuva de Curitiba na noite desta quinta-feira (18) para pedir a saída de Michel Temer (PMDB) da Presidência da República e a convocação de eleições diretas e gerais. O ato teve início na Praça Santos Andrade, no centro da cidade, e seguiu em passeata até a sede da FIEP, no Centro Cívico.
Ao som de palavras de ordem como “Democracia, eu quero mais. Fora Temer e eleições gerais” os manifestantes fizeram uma espécie de “esquenta” para a manifestação de domingo (21), às 14h, em frente à Universidade Federal do Paraná.
Entre as pessoas que resolveram enfrentar o frio e a chuva estava a professora da rede pública estadual Danila Castro, 27 anos. “Vim para pedir eleições gerais e diretas já. É a única solução para o Brasil no momento”, resumiu. Ela, que carregava um cartaz escrito “Eu não me engano, o Moro sempre foi tucano”, ironizou o fato do magistrado paranaense não ter participado das investigações que resultaram na nova crise brasileira. “O Cunha está preso no Paraná recebendo dinheiro na cadeia e não se fala nada. Eles gostam de questionar se o Lula sabia ou não sabia o que acontecia no seu governo. Será que o Moro não sabia o que acontecia aqui no Paraná com um réu que está sob responsabilidade dele?”, questionou a professora.
Além do cartaz, Danila carregava a filha Daniela, de 7 anos, a tira colo. “Ela sempre participa das nossas conversas e dos nossos debates. Evito levar ela nos atos por conta da violência da Polícia Militar, mas hoje resolvi trazer. É um momento histórico que ela precisa participar, precisa lembrar desse dia”, projetou.
Enquanto a professora buscava abrigo da chuva, embaixo da marquise da Universidade Federal do Paraná, Paulo Sérgio Guedes, de 47 anos, aproveitou a situação para ganhar dinheiro. Ele vendia guarda-chuvas durante a manifestação. Questionado sobre sua posição a respeito da situação do Brasil, ele foi enfático. “Novas eleições? Somente se for para tudo, eleições gerais. Para deputados, senador e tudo mais. Só o Temer não adianta, pois assume o Rodrigo Maia que é do mesmo bando e continua tudo como está. Um escondendo as coisas do outro. Ou é geral ou deixa ele (Temer) lá sangrando”, analisou.
Questionado se considerava benéfica pausa no andamento das reformas em virtude da crise, Guedes foi enfático. “Essas reformas todas são uma palhaçada. Quem deve para a previdência são os bancos, grandes empresários, multinacionais e clubes de futebol. Então, na verdade, a previdência não está falida. Ela está sendo ‘caloteada’”, completou.
Bernardo Lopez, de 27 anos, não vê saída para a crise sem que passe pelas eleições gerais. “Se você quer votar para o Tiririca como Presidente da República, que seja. Mas não podemos admitir que alguém como Michel Temer fique lá. Ele não está onde está pelo voto popular. Quem votou na Dilma votou nele? Sim. Mas é golpe porque ele foi conta todo o plano de governo que a Dilma fez. Quer manter o Temer no poder? Que seja. Mas a decisão deve ocorrer pelas urnas”, enfatizou.
Em meio aos manifestantes estava a figura de Florisvaldo Fier, o Dr. Rosinha. Ex-deputado federal e com grande atuação no Mercosul, exerceu nos últimos anos o cargo de Alto Representante do Brasil no bloco. Para ele a situação do Brasil é refletida em toda a América do Sul.
“O Brasil se colocou como um país líder na integração e na construção da soberania na região. No momento em que há o golpe o País se tornou um anexo das ações dos Estados Unidos e do grande capital internacional. Hoje, o que estamos sofrendo aqui, afeta com muita profundidade a América do Sul. Tanto é que há um retrocesso no processo de integração. Não é uma estagnação, houve um retrocesso”, enfatizou.
O ex-parlamentar, que acredita que a solução para o País passa pela convocação de eleições gerais para o nível federal e estadual, vê com preocupação o futuro do Brasil a curto prazo. “Quem acredita no poder executivo? Quem acredita no poder legislativo ou no poder judiciário? Ninguém acredita. Quer dizer, essa instabilidade institucional está acompanhada de uma crise ética, crise moral e crise humana. Dá insegurança. Não se sabe o rumo que o Brasil tomar. Por isso é importante as manifestações de rua, porque quem está na rua sabe o que deseja e quem está na rua hoje quer a volta da democracia”, concluiu.
Por Gibran Mendes
Foto: Leandro Taques
Temer cai e reformas balançam
May 18, 2017 11:06O país – novamente – tem um vácuo de poder.
O meteoro que caiu sobre Michel Temer e o senador Aécio Neves são de danos irreparáveis. Por mais que eles tentem se segurar no cargo, vão ser derrubados pela pressão vinda de todos os lados. Nesse sentido, já é hora de pensar no dia seguinte. Momento de definir estratégias sobre quais serão as pautas prioritárias do Brasil e quem irá conduzi-las de forma legítima ou ilegítima mesmo. O país – novamente – tem um vácuo de poder.
Temer não se segura
A bombástica revelação dada pelo jornalista Lauro Jardim e vinda do ministro Edson Fachin – não do juiz Sérgio Moro, reparem – acabou com o governo Temer. No mesmo dia, o deputado Alessandro Molon pediu o impeachment do presidente. Além dele, outros pedidos devem ser feitos nas próximas horas. Um deles da Ordem dos Advogados do Brasil. Pedidos à parte, Temer caíra porque vem de seus ex-aliados o pedido de renúncia. Ronaldo Caiado já pediu sua saída. O mesmo será feito por outros parlamentares. Mais do que todos eles, o Mercado percebeu ontem mesmo que Temer não conseguirá conduzir as reformas. Com isso, ele, que seria dispensável mais tarde, tornou-se cadáver fétido na sala. Ou seja, houve um abalo na rota e o destino está em disputa.
Reformas balançam
Por horas, as reformas da previdência e trabalhistas estão derrotadas. A agenda do Brasil mudou completamente. A ordem do dia é a saída de Temer e quem vai substituí-lo de forma indireta ou direta. O Mercado, evidentemente, vai querer um nome que possa dar sequência a essas reformas. Contudo, não será fácil combinar com os russos. Ou seja, as ruas. E as ruas vão fervilhar para escolher um nome nas urnas. Somente uma presidência votada pode diminuir o conflito no Brasil. Pelo menos, construir um consenso mais palatável. Mesmo assim, lá se vão dias. Talvez meses e os direitos seguem mantidos, por hora.
Aécio foi comido
Dificilmente Aécio Neves se livra dessa. De personagem mais citado nas delações e eternamente blindado pela imprensa e judiciário, inclusive da República de Curitiba. O advogado dele, Alberto Toron, tentou dizer que os dois milhões de reais pedidos à JBS era um empréstimo. Contudo, não explicou porque esse dinheiro foi pedido às escondidas e pagos em dinheiro vivo, em malas de dinheiro, tendo como destino empresas dos Perrelas, donos do helicóptero apreendido com 500 quilos de cocaína. O PSDB já pediu a cabeça de Aécio. Mário Covas Neto pediu sua renúncia da presidência do partido. A Procuradoria Geral da República pediu a prisão de Aécio Neves. Fachin aceitou apenas seu afastamento e jogou para o Senado decidir sobre o xilindró. Enquanto isso, a irmã de Aécio, Andrea Neves, foi presa e a imprensa mineira comemora 18 de maio como Dia Estadual da Liberdade de Imprensa.

Feriado nacional
Com a queda do Flamengo e Aécio Neves, 17 de Maio é decretado oficialmente como o Dia do cheirinho .
Moro traído
Desde que a bomba explodiu, muita gente “100% Moro” saiu em defesa do seu herói e da operação dizendo que “agora os petistas comemoram”. Isso não muda em nada o argumento que vinha sendo utilizado, de que a “Lava Jato de Moro é seletiva”. É importante destacar que a ação da Polícia Federal ocorreu em seu braço de Brasília, sob o comando de Janot e Fachin, e não como uma ação de Moro e Dallagnol. Esses, inclusive, devem ter sido os últimos a saber da operação cala boca. Moro, pelo contrário, não viu Eduardo Cunha recebendo mesada de R$ 500 mil da JBS debaixo do seu nariz. Foi além, não deixou que Cunha fizesse perguntas a Temer, comprovando – agora – que o deputado não queria deletar, mas manter a corrupção. Pobre Moro, que se deixa fotografar aos risos com Temer e Aécio Neves. Tá namorando os corruptos.
Roubavam até ontem
Realmente é incrível que mesmo todo mundo sendo investigado Temer e Aécio “roubavam” até ontem. A revelação da JBS são de março e abril de 2017.
JN dos gagos
Pra quem vê uma grande conspiração se desenrolando como se tivesse tudo gravado, a gagueira de Bonner e da Renata estava ensaiada? Na Globo News, os olhares também estavam assustados. Saiu tudo do roteiro.
Mataram meu pai
É bom lembrar de Francisco Pehn Zavaski. Ainda mais quando na acusação contra Aécio Neves é mencionado que o receptador dos R$ 500 mil poderia ser assassinado. À época da morte de Teori Zavaski, Francisco desabafou: “Derrubaram Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar o silêncio alheio (antecipando o caso Cunha. Grifo meu)? Ou será que derrubar avião tá valendo?”
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Manoel Ramires
Pinga fogo
Terra Sem Males
Foto: Roberto Parizotti/CUT e Lula Marques/AGPT
Globo articula novo golpe. Nós queremos Diretas Já!
May 17, 2017 21:49O país inteiro paralisa diante do Jornal Nacional, da Rede Globo, por conta das denúncias contra o ilegítimo presidente Michel Temer. Um dos maiores empresários do país, o dono da JBS, mostrará gravações que evidenciam a podridão da cúpula deste golpe, inclusive de Aécio Neves, e que inviabiliza a continuidade deste governo.
O que está claro com a divulgação desta denuncia pela Rede Globo, com até mesmo um “plantão” impactante, é que Temer não serve nem mesmo àqueles que patrocinaram o impeachment da Dilma há um ano. Diante a uma popularidade de 4%, parlamentares da base aliada iniciaram um processo de distanciamento do governo e as reformas esperadas pelo empresariado estão ameaçadas de não passar no Congresso.
Com isso, os empresários começam a organizar uma terceira etapa do golpe, diante da crise institucional, para realizar uma eleição indireta e aprovar as reformas, intensificando o ajuste contra o povo, mais uma vez com o aval do judiciário.
Vale lembrar que, na semana passada, a presidenta Carmem Lucia, do STF, esteve reunida com um grupo seleto de 13 megaempresários brasileiros, como o presidente da Gol, do Itaú e outras das maiores empresas que atuam no país. Nesse grupo estava Carlos Schroder, executivo da rede Globo.
O espetáculo de hoje da Globo golpista faz parte de uma estratégia de classe, como foi a mobilização do pato da FIESP e o impeachment da Dilma.
Por esse motivo, mais do que nunca, todas as forças democráticas do país devem reunir forças para exigir, nas ruas, o Fora Temer, Eleições Diretas Já! e a retirada imediata de todas essas reformas que atacam os direitos dos trabalhadores!
André Machado é presidente municipal do PT de Curitiba
Ele publica a coluna Contraponto no Terra Sem Males
Receita do Paraná cresce 9,3%. Nem assim governo pretende repor a inflação dos servidores
May 17, 2017 21:31Números revelam que investimentos com pessoal tendem a cair de 45 para 42% no primeiro quadrimestre
Por Gustavo Henrique Vidal
FES – Fórum dos Servidores
Sem negociar com os servidores há mais de seis meses, o governo Beto Richa dá sinais de que não pretende discutir as questões da categoria. Na primeira mesa de negociação de 2017, na tarde de hoje (17), em Curitiba, a Secretaria de Estado da Administração e Previdência (Seap) negou avanço da pauta de reivindicações. Para a Seap não há espaço no governo para debater a reposição da inflação, que já acumula 8,53%, somando 2016 e 2017. “A discussão passa pela Comissão de Política Salarial onde não está pautado o assunto”, limitou-se a responder representantes da Secretaria.
O FES reforçou que já são 16 meses sem reajuste e com a inflação mensal diminuindo, ainda mais, o poder de compra dos salários da categoria. Para o Fórum, o governo deve garantir o tratamento igualitário entre servidores, já que categorias de outros poderes terão a reposição em 2017.
Mesmo diante do crescimento da arrecadação do Estado, o 1º quadrimestre fechou com 9,3% de evolução, o governo Beto Richa insiste em contrariar a própria decisão, quando efetivou o calote no final do ano passado. Em 2016, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, garantiu que “havendo crescimento da receita, o compromisso com os servidores seria honrado”.
Para o FES, os indicadores econômicos divulgados em maio, e que serão apresentados pelo governo no dia 31, na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), revelam desempenho excelente. O resultado, em parte, impacta com a arrecadação extra de ICMS em janeiro, totalizando R$ 1,7 bilhão. Desconsiderando essa arrecadação, a variação se mantém acima da inflação, com 5,80% de crescimento em relação a 2016. O FES, no entanto, calcula essa receita distribuída em 12 meses, chegando a um aumento da receita no quadrimestre foi de 9%.
Com esses resultados, fica cada vez mais distante a previsão realizada pelo governo, para a Lei Orçamentária Anual de 2017, estimando receita de R$ 50,8 bilhões, com crescimento de 3,67% em relação a 2016. O resultado também mostra que haverá queda da Receita Corrente Líquida com Pessoal. Em 2016 o comprometimento da folha ficou em 45,39%, abaixo do limite prudencial. O FES estima que no quadrimestre esse comprometimento não ultrapasse 42,8%.
Assim, o Fórum acredita que a alegação do governo, para suspender as reposições de janeiro e maio, era que a receita não cresceria no patamar necessário para financiar o pagamento das promoções e progressões, no valor de R$ 1,4 bilhão. Os resultados do primeiro quadrimestre demonstram que há condições tanto financeiras como fiscais para o Governo cumprir seu compromisso com a categoria e respeitar a Lei que foi aprovada na Alep. A estimativa da reposição salarial é de R$ 1,9 bilhão.
Conexão Independente: Um webdocumentário sobre a atuação independente de jornalistas como novo segmento profissional
May 17, 2017 13:34Em sociedade, a notícia padronizada e rotineira ganha espaço. Adquire um caráter de produto, sendo feita por interesse econômico, perdendo de certa forma a essência jornalística. Os meios de comunicação, ocasionalmente, tendem a deixar de lado um dos seus principais interlocutores e pauteiros: o público. A confiança e audiência dependem de uma imprensa pautada em opinião pública, assim abrindo espaço para um jornalismo alternativo que, ao valorizar os efeitos da reportagem e apuração rompendo barreiras de monotonia, se torna relevante.
Por este motivo, surgem portais questionadores da mídia hegemônica na busca de uma produção de conteúdo segmentada, defendendo a prática jornalística e a investigação de diferentes temas. Produzido por quatro alunos de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, o webdocumentário Conexão Independente tem um simples objetivo: mostrar o mundo do jornalismo independente. Através de entrevistas e pesquisas o grupo chegou há quatro temas principais: produção de conteúdo, liberdade de expressão e redes sociais, mercado de trabalho e o futuro do jornalismo.
A plataforma contará com vídeos, fotos e textos relacionados. Houve a participação de diversos profissionais: Alejandro Mercado, Alexsandro Ribeiro, Annelize Tozetto, Daniel Giovanaz, Ednubia Ghisi, Felipe Pontes, Flavio St Jayme, Joka Madruga, Ricardo Prestes Pazello, entre outros.
O Terra Sem Males participa deste documentário.
O lançamento ocorrerá no início de Junho deste ano e é possível acompanhar a produção pela página no Facebook: Conexão Independente.
Por Leticia Zan