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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

Exposição “Lutas Populares” reúne trabalhos fotográficos durante 3º Curso de Comunicação Popular

August 12, 2015 14:50, by Terra Sem Males

Resistência Palestina. Foto: Leandro Taques.

Durante o 3º Curso de Comunicação Popular do Paraná, que será realizado entre os dias 14 e 16 de agosto na sede da APP Sindicato, em Curitiba, repórteres fotográficos parceiros dos movimentos sociais reúnem seus registros na exposição “Lutas Populares”.

De acordo com Leandro Taques, a ideia é mostrar a comunicação pela fotografia. “As imagens somam com a comunicação popular”, resume o fotógrafo.

Resistência Palestina. Foto: Leandro Taques.

A exposição terá trabalhos temáticos dos repórteres fotográficos convidados: Amanda Souza com a luta por moradia e indígenas; Dayana  Luiza vai mostrar fotos sobre maracatu; Isabella Lanave registra Lutas Populares no México e em Curitiba sobre os professores e moradia; Joka Madruga expõe suas fotos do Águas Para Vida (atingidos por barragens de usinas hidrelétricas), lutas de sindicatos, perseguição a sindicalistas na Guatemala, eleições na Venezuela, luta indígena; Leandro Taques sobre a Resistência Palestina e a greve dos professores; Pablo Vergara e Paulo Porto sobre Luta Agrária.

Resistência Palestina. Foto: Leandro Taques.

Exposição Lutas Populares
3º Curso de Comunicação Popular do Paraná

Data: de 14 a 16 de agosto de 2015
Local: APP Sindicato (Avenida Iguaçu, 880 – Curitiba/PR)
Horário: a partir das 8h30 de sexta até 12h de domingo
Acesse aqui a programação completa do curso

Saiba mais: Luta dos bancários é parte de exposição fotográfica em Curitiba

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



Legaliza já!

August 12, 2015 10:19, by Terra Sem Males

Capa do álbum “Usuário” lançado em 1995 pela banda Planet Hemp

Já disse que às vezes paro pra trocar umas ideias com meu camarada Enzo Lino, o famoso Diabolô.

- Ô Maradona… – repito três vezes até meu amigo me olhar e se ligar…

- Ô mano… foi mal… – e passou…

Diabolô foi me encontrar em casa. Após isso, partimos pra casa dele. Fui o convidado ilustre pra um churras com sua família.

Quando chegamos lá, ele me apresentou todo mundo… obviamente não lembro o nome da galera.

Na sala da casa dele encontramos seus irmãos ouvindo na vitrola o vinil “Usuário”, do Planet Hemp.

Em 2012 fui ao show do Planet em Floripa, num lugar chamado Stage.

Foi engraçado! Logo na entrada… o destaque da noite: “não pode entrar de boné” – disse um cara da organização. “Hã?” – não entendi nada. Estava num show do Planet Hemp e não podia entrar de boné? Que coisa, não?

Na verdade, como o show foi numa dessas casas de shows ´chiques´ de Floripa, uma galera já estava ligada nessa “norma”. Após eu insistir alguns minutos, percebi a postura irredutível do cara da organização; então fui ´mocar´ meu boné em algum lugar.

Rodei pelo estacionamento alguns minutos e encontrei um matinho perdido pelos cantos. “É aqui mesmo” – pensei; então joguei meu boné lá e fui pro show.

Década de 90, prisão do Planet em Brasília (1997). Depois do sucesso dos seus dois primeiros álbuns (“Usuário” e “Os cães ladram mas a caravana não para”), a banda passou a sofrer ataques de grupos conservadores, sendo até impedida de tocar em determinadas cidades.

O extremo disso tudo foi o enquadramento dos artistas na capital federal… que contradição!

Mas nada como a vida pra dar aquele velho ‘tapinha na pantera’. E adivinha ‘dotô’ quem apareceu dessa vez nas páginas policiais? Não amigo, não foi o D2 ou o BNegão ou o Black Alien, mas sim o “Juiz que prendeu o Planet Hemp” – o cara foi afastado por receber propina de traficantes.

Hipocrisia? Não! “Quase nada”.

LEGALIZE JÁ! – tá aí uma bandeira pacífica. Ela era e é muito influente na música, tô mentindo? É ou não é Peter Tosh?

E após décadas, as coisas não mudaram muito. Dois meses atrás o vocalista do Cone Crew Diretoria foi preso, o motivo: apologia às drogas.

Porém, mesmo em tempos estranhos como os de hoje – em que vozes “bolsonarianas” ecoam por aí; o STF vai discutir a descriminalização do porte de maconha para consumo próprio na próxima quinta-feira feira (13/08). Será essa uma fumaça no fim do túnel?

Temos que aproveitar esse pequeno momento uruguaio no Brasil… bem pequeno… praticamente uma ponta, uma perninha de grilo.

Ai ai… parece tão óbvio: Uruguai: após regulação da maconha, mortes por tráfico chegam a zero.

E não fica só na questão de segurança ou saúde pública. A questão econômica tem lá seus benefícios. O estado do Colorado, nos EUA, que o diga: Após grande arrecadação, Estado americano do Colorado pode ter de devolver dinheiro do imposto da maconha à população.

E o show do Planet foi ‘do caralho’.

Na saída ainda fui buscar meu boné. Em frente ao matinho que eu havia deixado o dito cujo estava estacionada uma Van; ao seu lado três pessoas conversavam. Foi aí que tive que pedir licença e interromper o triálogo. Passei entre eles e adentrei o mato. Em poucos segundos, com a ajuda da lanterna do meu celular, saí feliz da vida com meu boné e o barulho do rap-rock’n'roll-psicodelia-hardcore-e-ragga do Planet na cabeça.

- Ô meu! – escutei uma voz rouca e alta, também um tranco no meu ombro. Quase caí da cadeira. Despertei com Diabolô falando mais rápido e puto que o D2 e o BNegão juntos. “Porra… eu to aqui falando… falando… falando… e você nada? Faz uns cinco minutos que tô te explicando sobre o Planet… a legalização… e você não está nem prestando atenção no que eu digo. Seu lesado”.

E caímos na gargalhada.

- É… depois eu que sou o Maradona, né? – continuou Diabolô.

- Ah cara… nada a ver… uma coisa é uma coisa outra coisa é outra coisa. Você é o Maradona porque é fominha… não passa…

- Aé? E você, é o quê?

- Eu? Sei lá…

Foi aí que um dos irmãos do meu amigo interrompeu nossa conversa e ágil como um “sagaz homem fumaça”, perguntou:

Quem tem seda?”. 

Por Regis Luís Cardoso
LP – Crônicas musicais
Terra Sem Males



Ativistas temem que rótulos sem ‘alerta T’ incentivem uso de transgênicos

August 11, 2015 15:23, by Terra Sem Males

Aprovada na Câmara e em tramitação no Senado, proposta de lei que desobriga indústria de alimentos a informar na embalagem presença de componentes geneticamente modificados preocupa ambientalistas e consumidores.

Quando percebeu que as embalagens de amido de milho trazem um T preto dentro de um triângulo amarelo – símbolo dos transgênicos usados no Brasil –, a professora de tecelagem Célia Regina de Macedo, 63 anos, da capital paulista, não pensou duas vezes. Substituiu o produto por polvilho, derivado da mandioca, em muitas receitas, como de sequilhos. E segue experimentando novas opções. Tofu, um queijo à base de soja, assim como o fubá, só se for orgânico. “Não sei direito o que são esses transgênicos. Dizem que são plantas alteradas para resistir a pragas. Mas se foram modificadas, será que têm os nutrientes de que preciso? Minha certeza é que não quero consumir”, afirma a artesã, que há mais de 20 anos optou por alimentos livres de produtos químicos.

Como ela, muitos brasileiros desconfiam desses organismos geneticamente modificados (OGM) – nome técnico dos transgênicos –, que no caso das plantas prometem maior produtividade e resistência a pragas. E fogem deles sempre que podem. No entanto, seu direito de escolha, assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor, está ameaçado pelo Projeto de Lei 4.148/2008, do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS). Ex-prefeito de São Borja e produtor de arroz no estado, Heinze ficou mais famoso em 2013, durante audiência pública sobre a demarcação de terras indígenas, ao recomendar aos agricultores a contratação de milícias para se defender de índios. Ele também se referiu a índios, quilombolas e homossexuais como “tudo que não presta”.

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Por Cida de Oliveira
Da Revista Brasil, via MST



Sem Terra acreditam que incêndio ao redor de acampamento no PR tem origem criminosa

August 11, 2015 11:11, by Terra Sem Males

A suspeita é que a própria empresa Araupel tenha causado o incêndio. Centenas de famílias se somam ao corpo de bombeiros para conter o incêndio.

Foto: MST

Desde ontem (10), centenas de famílias Sem Terra do Acampamento Herdeiros da Terra de 1° Maio tentam, junto ao corpo de bombeiros e a Polícia Militar, apagar um incêndio ao redor do acampamento, entre os municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu, na região centro-sul do estado do Paraná.

Os trabalhadores rurais acreditam que se trata de um incêndio criminoso nas reservas florestais nativas. Os Sem Terra já registraram boletim de ocorrência e estão colaborando para descobrir a causa do incêndio.

Uma das suspeitas seria a própria empresa Araupel, que se reivindica proprietária das terras onde as famílias estão acampadas.

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MST



Paranaenses se articulam em defesa da Petrobrás

August 11, 2015 10:00, by Terra Sem Males

Foto: MAB

Na última quinta-feira (06/08), em encontro de lideranças do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, em Curitiba, dirigentes do Sindicato dos Petroleiros PR/SC, da APP Sindicato e Líder da oposição na Assembléia Legislativa debatem conjuntura e apontam defesa da Petrobrás como principal tarefa.

O deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos do Paraná, Tadeu Veneri ressalta que “desde que o Petróleo passou a ser uma fonte de energia de grande valor para o capitalismo, as guerras e as disputas se intensificaram. Nós enquanto representantes da população, temos a obrigação de defender a riqueza brasileira. É a Petrobras quem dará garantia de crescimento e desenvolvimento para o Brasil”.

A Diretora da FUP e do Sindipetro-PR/SC, Anacélie Azevedo, além de trazer elementos mais técnicos sobre o petróleo, também salientou as disputas que existem dos setores conservadores para privatizar a Petrobras principalmente para controlar o Pré-Sal. Também falou da importância de manter a Petrobrás como operadora única na área do pré-sal, rejeitando o entreguismo do projeto de lei PLS131-215 do Senador José Serra (PSDB-SP).

O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, enfatizou a importância dos movimentos e as centrais sindicais estarem juntos na luta contra a ofensiva da direita, seja para defender a Petrobras, seja para na luta de resistência e garantia de direitos. Professor Hermes também trouxe elementos sobre o massacre dos professores no dia 29 de abril em Curitiba. Comparou o ocorrido com os bombardeamentos atômicos das cidades deHiroshima e Nagasaki. “Tudo é baseado em escolhas, no Paraná, o governador Beto Richa, mostrou sua escolha e a que interesses ele serve”.

Segundo Nivea Diogenes (da coordenação do MAB), os projetos de barragens também representam uma grande ameaça no estado.

“Temos o desafio de consolidar o movimento no estado, pois são centenas de usinas projetas no Paraná. Este modelo energético não promove desenvolvimento, ele é uma fábrica de injustiças, sociais, ambientais e econômicas. No Paraná a tarifa de energia aumentou mais de 100% nos últimos anos”.

Acompanharam a reunião de lideranças o prefeito de Formosa do Oeste José Roberto Coco, o Coquinho, além da vice-prefeita de Quarto Centenário Cida Bugno e o assessor do Deputado Professor Lemos, Lucas Geffer.

Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens



Deputado tucano agride trabalhador da Petrobrás em Santa Catarina

August 10, 2015 18:25, by Terra Sem Males

Deputado estadual Marcos Vieira (PSDB/SC) ficou irritado com protesto contra o PLS 131 e partiu para cima do sindicalista

Dirigentes do Sindipetro foram até a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em Florianópolis, nesta segunda-feira (10) para protestar contra o Projeto de Lei do Senado 131/2015, de autoria de José Serra (PSDB/SP), que retira o direito da Petrobrás ser a operadora exclusiva na área do pré-sal. Serra estava na Alesc para participar da reunião da Executiva Estadual do PSDB.

O protesto, que era para ser pacífico, acabou em violência. O deputado estadual Marcos Vieira, líder da bancada tucana na Assembleia, em um ato antidemocrático e de extrema truculência, partiu para cima de um dos dirigentes do Sindipetro e desferiu golpes contra ele.

O sindicalista agredido foi até a delegacia para registrar boletim de ocorrência e apresentou queixa crime por lesão corporal contra o deputado. Em seguida, se dirigiu até o Instituto Geral de Perícia de Florianópolis para realizar o exame de corpo delito.

O Sindipetro Paraná e Santa Catarina externa seu repúdio ao ato violento do parlamentar e se solidariza com o companheiro agredido. “Isso mostra que estamos incomodando os entreguistas do patrimônio nacional. Quando não se tem argumentos, a violência torna-se a opção dos imbecis. Isso não nos intimida; muito pelo contrário, nos motiva e mostra que estamos no caminho certo”, declarou o presidente do Sindicato, Mário Alberto Dal Zot.

A violência é o último refúgio do incompetente
Isaac Asimov, escritor russo

Davi Macedo
Sindipetro Paraná e Santa Catarina



Economistas criticam ajuste fiscal durante Ciclo de Debates

August 10, 2015 11:48, by Terra Sem Males

Na última sexta-feira, 07 de agosto, o Instituto Democracia Popular (IDP) promoveu no Senge PR mais uma etapa do Ciclo de Debates sobre Economia do Trabalho e Sindicalismo. Os professores de Economia da Unicamp Amilton Moretto e Eduardo Pagnani falaram sobre os temas políticas sociais e proteção à renda do trabalho no contexto do atual cenário brasileiro.

Os dois economistas engrossam as críticas ao recente ajuste fiscal promovido pelo governo federal. “O corte de gastos sociais e dos investimentos em infraestrutura para pagar juros da dívida pública impacta na camada mais pobre. Gastos importantes sendo cortados atingem grande parte da população”, afirma Moretto. A consequência imediata do ajuste fiscal é a piora do mercado de trabalho com o crescimento do desemprego.

Para Eduardo Pagnani, até o ano de 2014 o Brasil não tinha crise econômica, se comparado ao resto do mundo, que permanece em crise desde 2008. “O governo errou. Nós não estávamos em crise, agora estamos. A continuidade do ajuste fiscal vai fortalecer composições de grupos conservadores”.

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Por Paula Zarth Padilha
SEEB Curitiba



Curso de comunicação popular para militantes terá palestras e oficinas práticas

August 7, 2015 17:38, by Terra Sem Males

Camilla Hoshino. Foto: Joka Madruga

Acontecerá nos dias 14 a 16 de agosto o 3º Curso de Comunicação Popular do Paraná, na sede da APP-Sindicato em Curitiba. Terá a participação de estudantes, sindicalistas e militantes dos movimentos sociais. Segundo Camilla Hoshino, que faz parte da coordenação, uma das ideias deste curso é mostrar o campo da comunicação voltado para os trabalhadores.

As inscrições vão até o dia 10 de agosto e os interessados devem acessar o site do curso e após preencher o formulário devem depositar R$15,00 na conta:  Banco do Brasil, Agência 3275-1, Conta Corrente 9592-3 em nome de Tiéli Lima e enviar o comprovante de depósito para compopularpr@gmail.com. Feito isto a inscrição está garantida.

“Será um momento importante para conhecer as novas alternativas de comunicação que surgem pelo Brasil e se colocam como um contra ponto à mídia tradicional”, afirma Hoshino.

Este curso é inspirado em outras experiências que acontecem país afora, principalmente do Núcleo Piratininga de Comunicação, do Rio de Janeiro. Serão apresentados relatos de experiências do Paraná e de outros estados. Palestras e oficinas também fazem parte da programação.

Clique na imagem abaixo e confira a programação.

Joka Madruga
Terra Sem Males



Dentes abertos ao sol

August 7, 2015 9:30, by Terra Sem Males

Imagem no rio Xingu que inspirou o conto de Pedro Carrano. Foto: Joka Madruga

A velha não saía nunca daquele rio.

Ali se sentia segura.

Aos poucos percebemos que seus pés viviam imersos na água: aquelas plantas cuja raiz, caule e frutos não estão fincados na terra, mas nas águas do rio.

Enquanto limpava os peixes, a senhora proseava e quando víamos já estávamos nós também com a água pela cintura, sendo puxados cada vez mais para dentro daquele volume gigantesco a se perder de vista.

O desfile de dentes abertos das piranhas estendidas ao sol não chamava a atenção de ninguém, apenas a nossa.

Depois a velha confidenciou que as piranhas eram pescadas ali, na mesma água barrenta que trazíamos na altura do peito. Houve medo, mas não conseguíamos sair dali, apesar do desespero e das tentativas e dos braços batendo na água.

De alguma forma aquela índia dava risada porque sabia. Ela controlava o fluxo das águas, dos peixes, do rio. E o nosso. As piranhas simplesmente nadavam aos nossos pés, e estavam muito menos assustadoras do que aqueles dentes abertos secando à beira do rio.

Por Pedro Carrano
Crônicas de Sexta

Conto inspirado em fotografia de Joka Madruga.
Publicado na primeira edição impressa do Terra Sem Males



Ato nacional pede mais trabalhadores para a Caixa Econômica

August 6, 2015 17:52, by Terra Sem Males

Ato por mais empregados na Caixa. Foto: Joka Madruga

A Caixa Econômica Federal é o banco com o maior número de correntistas no país, responsável e atuante como braço direito do Governo Federal dando suporte financeiro a programas sociais e de infraestrutura. Mas está com déficit de funcionários, enquanto aprovados do último concurso aguardam convocação.

Para chamar a atenção da população sobre a falta de condições de trabalho no banco, causada pelo número reduzido de funcionários, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região integrou, nesta quinta-feira, 06 de agosto, o Dia Nacional de Luta por Contratações Urgentes na Caixa. O ato teve sua concentração na agência Carlos Gomes, uma das sedes administrativas da Caixa em Curitiba.

Concursados coletaram assinaturas para enviar à Dilma Rousseff. Foto: Joka Madruga

“Eu, assim como todos os aprovados, fiz um planejamento de vida em cima desse sonho, desse concurso. Mesmo sendo cadastro de reserva, nós temos por base os concursos anteriores e planejamos a nossa vida em cima disso, e como sempre teve um histórico de muitas convocações, não tem como não criar expectativas, é inevitável isso. Então é frustrante. Mais de um ano o concurso homologado, pessoas que passaram em posições excelentes e menos de 10% do cadastro de reserva, apenas em alguns polos, começaram a trabalhar. É revoltante isso, pra nós é muito frustrante”, desabafa Cintia Vaz. Ela foi aprovada no último concurso, que tem prazo de dois anos e está prestes a vencer.

Cintia Vaz. Foto: Joka Madruga

Cintia lidera um grupo de concursados do Paraná, especialmente em Curitiba e região metropolitana. Eles estão mobilizados diariamente na agência Carlos Gomes, no centro de Curitiba, recolhendo assinaturas em um abaixo-assinado em prol das contratações. De acordo com Genesio Cardoso, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e representante dos empregados da Caixa do Paraná nas negociações com o banco, o abaixo-assinado conta com 10 mil assinaturas e a intenção é chegar a 50 mi para levá-lo à presidente Dilma e para a presidente da Caixa, Mirian Belchior, para sensibilizá-las com a situação dos aprovados.

Genesio, durante o ato, explicou que alguns dos aprovados encontram-se numa situação chamada de “geladeira”, que é quando o aprovado no concurso é chamado para levar documentos, fazer exames médicos, e nada mais. Alguns estão há um ano na geladeira e não são convocados pela Caixa.

“Minha esposa passou no concurso, nos testes e até agora nada. Eu quero mostrar minha indignação como cidadão, como brasileiro, pelo seguinte: quando você tem um compromisso com o governo, você tem que cumprir esse compromisso. Quando o governo tem um compromisso com você, ele não cumpre nunca”, expressou-se durante o ato Erickson, marido de uma das aprovadas que aguardam convocação.

Erickson. Foto: Joka Madruga

Ato pede contratações urgentes

Em 2014, a Caixa assinou com o movimento sindical bancário um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) estabelecendo o compromisso de contratar mais 2 mil empregados até dezembro de 2015. Naquele momento, o banco já havia atingindo a marca de 101 mil empregados. O movimento sindical está mobilizado para que as contratações cheguem a 103 mil bancários no final deste ano, mas a Caixa conta atualmente com 97.975 empregados em todo o país após passar pelo Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA).

“O objetivo do ato é sensibilizar a direção da caixa econômica federal para que contrate os aprovados. Por que a gente quer que a Caixa contrate os aprovados? Por três motivos: O direitos dos trabalhadores aprovados; a sobrecarga causada pela demanda; e o compromisso social da Caixa Econômica com o povo brasileiro”, resume Genesio Cardoso.

Genesio Cardoso. Foto: Joka Madruga

O movimento sindical bancário atua, também, na defesa dos concursados. “São pessoas que se dedicaram, estudaram passaram num concurso com mais de um milhão de inscritos. A Caixa aprovou 30 mil, por critérios adotados pela própria Caixa, para futuras contratações, cadastro de reserva por dois anos. Essas pessoas se esforçaram, passaram no concurso e estão aguardando a contratação. Após 1 ano e meio de concurso, a Caixa contratou dois mil concursados, sendo que tem 28 mil concursados preparados e qualificados para trabalhar na Caixa”, expõe o dirigente.

Atuação da Caixa em programas sociais

A Caixa é responsável por diversos serviços do governo federal fomentadores da economia e pelos programas sociais subsidiados, como o Bolsa Família, o PIS, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o seguro desemprego, o financiamento estudantil (FIES), financiamento para infraestrutura básica nas cidades como encanamento, esgoto, asfalto, além dos programas de moradia. “A Caixa é o grande braço do governo para as tarefas sociais que tanto o Brasil precisa”, justifica Genesio.

Para Herman Felix, funcionário da Caixa e dirigente sindical, o banco deveria ter o dobro de funcionários no país. “Basicamente todos os programas sociais do governo são feitos e executados pela Caixa Econômica. De moradia popular principalmente. Na realidade se a gente fosse colocar na ponta do lápis, não teria que ter 100 mil funcionários, teria que ter 200 mil. Para ampliar de verdade os serviços que a Caixa faz, que começou de verdade no primeiro mandato do Lula, quando estava sendo desmontada, ela veio crescendo. Agora com o governo da Dilma, principalmente no segundo mandato, ela está dando muito mais atenção para a parte econômica que para o social. Então 200 mil funcionários para a Caixa. Seria uma campanha linda”, defende Herman.

Herman Félix. Foto: Joka Madruga

Alessandro Garcia, o Vovô, que é funcionário do Banco do Brasil, defende que a Caixa é estratégica para o governo federal porque todos os programas sociais, que os outros bancos se negam a fazer, são executados exclusivamente pela Caixa.  ”Você vê as agências da Caixa hoje entupidas de clientes. O atendimento é precário, está adoecendo os trabalhadores da Caixa, cada vez mais as pessoas estão se afastando do trabalho e você vê os funcionários da Caixa se aposentando sem ter nenhum tipo de reposição”, conclui.

Alessandro Garcia. Foto: Joka Madruga

Confira mais fotos deste evento aqui.

Reportagem e fotos: Joka Madruga
Edição de texto: Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males