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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

Vereador pede fim da terceirização da merenda escolar em Curitiba

August 17, 2017 12:20, by Terra Sem Males

Prefeitura não destina 30% da alimentação provinda da agricultura familiar, como determina lei federal

CURITIBA | O vereador Goura (PDT) utilizou a tribuna para solicitar que a merenda escolar em Curitiba deixe de ser terceirizada. A proposta surge em meio ao debate feito por ele sobre instituir a “segunda sem carne” nas escolas e centros municipais de educação infantil de Curitiba. O fim da terceirização da merenda é pauta também do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba desde quando a Prefeitura de Curitiba colocou em extinção o cargo de merendeira. Para o Sismuc, o contrato é caro e a merenda é de qualidade questionável.

Goura justificou a sua proposta após se reunir com o Conselho Regional de Nutricionistas (CRN). A entidade informou que o município de Campinas abandonou a terceirização da merenda. “Eu sei que é uma discussão a longo prazo, tanto que Campinas demorou 10 anos para reinserir o papel educativo da alimentação nas escolas. Não é algo para ano que vem, mas tem que ser debatido”, incentivou.

A presidente do CRN-8, nutricionista e professora Dra Maria Emilia Daudt von der Heyde defendeu a necessidade de adotar ações políticas relacionadas à alimentação e à nutrição para que as leis sejam adequadas às necessidades da população. “Nossa missão é defender o direito humano à alimentação saudável, contribuindo para a promoção da saúde de todos e, no caso da alimentação escolar, estamos falando de crianças, pessoas em formação, logo merecem atenção especial”, destacou a presidente.

Em Campinas, a terceirização da merenda é alvo de investigações do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Civil. A Máfia da Merenda atuava dentro do governo de São Paulo e com 17 prefeitura do interior. Entre os envolvidos no esquema está o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o tucano Fernando Capez. De acordo com o site Carta Campinas, um colaborador da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), que é baseada em Bebedouro (SP) denunciou a fraude. Segundo ele, a cooperativa contratava “lobistas” que seriam responsáveis por pagar propina a agentes públicos para obter contratos.

Já em Curitiba, a empresa que terceiriza a alimentação é considerada a terceira credora da cidade. A qualidade do serviço prestado pela Risotolândia é questionada pelo Sismuc há bastante tempo. Em 2013, por exemplo, o sindicato questionou o contrato com a empresa que chegava a R$ 48 milhões, sendo que havia ocorrido 10 renovações de valores na modalidade dispensa de licitação.

Dória Jr corta merenda nas escolas | Professores da rede municipal de ensino de São Paulo denunciaram, em redes sociais e portais, que João Doria está limitando a merenda das crianças nas escolas. Segundo informação as crianças não poderiam repetir pequena merenda, mesmo pedindo, agravado pelo fato de que muitas passam necessidade em sua casa.
Nas redes sociais, prefeito Dória Jr (PSDB), alega que a decisão visa combater a obesidade infantil. “Recentemente, buscamos realizar uma readaptação na merenda fornecida aos alunos, de maneira a torná-la mais saudável e combater a obesidade infantil, problema grave que atinge muitas crianças em nossa cidade. O programa prevê racionamento apenas no consumo de alimentos que podem fazer mal a saúde se ingeridos em excesso, como doces ou lanches industrializados”. (Fonte CGN)
Foto: Marcos Corrêa/PR

Curitiba adota alimentação da agricultura familiar abaixo da lei
A Prefeitura de Curitiba tem servido nas escolas e cmeis 978 toneladas de alimentos provindos de pequenos produtores. De acordo com a Prefeitura de Curitiba, “treze cooperativas e associações de pequenos produtores da Região Metropolitana e do Litoral, que participaram de chamamento público, foram contratadas pela Secretaria Municipal da Educação” durante um ano. Os alimentos começaram a ser entregues em junho de 2017.

Os contratos totalizam R$ 4,1 milhões, o que equivale a 20% do valor correspondente ao repasse do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação). Porém, a Lei nº 11.947/2009 determina a utilização de, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo FNDE para alimentação escolar. “Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas”, define a lei.

A gestão de Rafael Greca (PMN) afirma que pretende atingir o índice mínimo, mas sem previr quando. “A meta é ampliar, cada vez mais, a participação dos produtos da agricultura familiar nas refeições fornecidas aos estudantes até chegar a 30% do repasse do FNDE”, afirmou a gerente de alimentação da Secretaria da Educação, Maria Rosi Marques Galvão.

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Manoel Ramires
Fessmuc
Foto: Chico Camargo/CMC

       



Eleitores pedem que Requião saia do PMDB

August 16, 2017 15:56, by Terra Sem Males

Senador deve se perguntar como deixar o partido sem ser acusado de traição.                          

O PMDB vem se convertendo rapidamente no partido mais odiado do Brasil. Motivos não faltam. O antigo MDB de guerra, sigla contra a ditadura e que protagonizou o movimento pela democratização, já é caracterizado como o partido que, ao lado do PSDB, deu o golpe. Mais do que isso. À imagem negativa de um partido corrupto – como outro qualquer -, que tem em suas fileiras mantidas Eduardo Cunha, Romero Juca, Renan Calheiros, Eunicio de Oliveira e Moreira Franco, se soma a de uma organização que atua para retirar direitos da classe trabalhadora. Uma tríade que vai retalhar muito voto em 2018.

Requião resiste como muitos petistas resistiram a sair do partido no auge do mensalão ou da Lava Jato. A permanência se justifica com o argumento de que é necessário “limpar o partido por dentro”. É um argumento legítimo, embora careça de força na medida em que Michel Temer toma cada vez mais de assalto a sigla. O PMDB, ao contrário do PT, não se sustenta em seus militantes e programa, embora tenha milhares de filiados. No PMDB, a militância gravita em torno do caciquismo.

Esse é um dos dilemas de Requião: como deixar o PMDB sem ser acusado de traição ou de ter abandonado o barco? O senador, mais do que qualquer um, sabe que está dando murros em ponta de faca. E sabe também que mudar de partido vai muito além do próprio capital politico. Envolve entrar em uma nova estrutura com suas virtudes e defeitos.

O ex-governador, por outro lado, sabe que os votos petistas e progressistas podem não ser dele se continuar no PMDB. “Voto em você, apesar do seu partido” será cada vez mais raro. Marina, por exemplo, que flertou com a direita e apoiou Aécio e o impeachment, perdeu uma massa considerável de eleitores que não suportam traíras.

Já Requião, vendo as portas de seu partido se fechando e uma saída de peito aberto vislumbrando no horizonte, talvez não tenha uma escolha difícil. As próprias redes sociais do senador dão essa indicação a ele. Seus eleitores, no Twitter clamam por novos ares para um velho político que ainda tem fôlego para se rejuvenescer na vida pública.

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Manoel Ramires

Terra Sem Males

Pinga fogo



Juíza culpa servidores pelo Massacre de 29 de Abril

August 16, 2017 10:32, by Terra Sem Males

Decisão judicial arquiva denúncia do Ministério Público do Paraná contra Beto Richa e comandantes da repressão

 

Foram mais duas horas de bombardeio. Seguindo ordens, policiais militares se revezavam em linhas de ataque para que a ofensiva não cessasse. Bombas lançadas de helicópteros, cães, munição em excesso, jatos d’água, atiradores de elite no telhado do Tribunal de Justiça encurralaram os servidores. Mesmo com as pessoas sentando, o massacre não terminava. Foram lançadas 1100 bombas de gás e mais de 1500 balas de borracha. 213 feridos. 50 hospitalizados.

Relembrar o Massacre do dia 29 de abril de 2015 é necessário para compreender a decisão da juíza Patricia Bergonse, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba. Ela foi responsável por analisar a denúncia de improbidade administrava feita pelo Ministério Público do Paraná [MPPR], que responsabilizava o governador Beto Richa pelo excesso na repressão aos servidores. A magistrada optou por arquivar a ação civil pública. O MPPR anunciou que vai recorrer.

A publicação da decisão judicial hoje, após mais de dois anos, revoltou servidores de todas as categorias do Estado. A magistrada rompeu com a esperança dos trabalhadores de que a Justiça seria feita. A ferida não fechará. O massacre jamais será esquecido. Culpar os trabalhadores pelo “conflito” é digno de repúdio. Patricia aponta sua decisão contra servidores desarmados, que lutavam para que seus direitos fossem mantidos.

O FES rechaça a tentativa de responsabilizar os servidores e aponta inconsistência na decisão. A juíza cita fatos distorcidos. Na noite do dia 27, dois dias antes, quem ataca o caminhão de som é a Polícia Militar. O veículo já estava em frente à Assembleia Legislativa [Alep]. O Comando da PM ordena a retirada do caminhão e os servidores acabaram agressivamente arrastados pelo batalhão de choque. Na manhã do dia 28, a polícia reage com brutalidade à tentativa dos trabalhadores de recolocar o caminhão próximo da Alep.

Para a magistrada, a reação da Policia Militar foi equilibrada e necessária para conter a manifestação. Ela diz ainda que servidores “incitaram o confronto ao gritarem pela retirada do projeto”. “Apurados os fatos, as circunstâncias esclarecidas mostraram, em tese, a inexistência de excesso doloso ou culposo, pois a supra referida força policial militar agiu nos limites do estrito cumprimento do dever legal, bem como, em defesa própria e difusa da integridade pessoal e patrimonial”, diz trecho da decisão.

Em apoio ao MPPR, o FES refuta os argumentos da juíza, que apenas mantém a desvantagem do povo perante o governo, e reforça que a decisão não anula o fato político histórico, de que Beto Richa massacrou mais de 30 mil servidores e trabalhadores para por mão em recursos da Paranaprevidência.

Por fim, sentenças favoráveis estão sendo conquistadas por servidores em ações individuais. O massacre foi sim um exagero, reflexo da vingança contra servidores. Essas decisões, certamente serão confrontadas com o arquivamento da denúncia do Ministério Público, que apenas atende aos interesses do governo.

São decisões como esta que levam a Justiça a perder a credibilidade. Excesso se vê, também, em decisões forjadas, que desconsideram todos os fatos, gastos e feridos.

#ForaBetoRicha #ForaPatricia

Fórum das Entidades Sindicais



Petrobrás declara guerra à barba no Paraná

August 15, 2017 14:53, by Terra Sem Males

Gestores proíbem operadores de usarem barba e reafirmam seus atos discriminatórios. Por reiteradas vezes disseram que normas e procedimentos valem apenas para o “chão de fábrica”.

Se dependesse das atitudes dos atuais gestores da Repar (refinaria da Petrobrás no Paraná), o Código de Ética sofreria uma profunda reforma e é bem provável que a máxima contraditória do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço” passaria a constar no texto, talvez até em lugar de destaque.

Durante as greves contra a redução de postos de trabalho, foi bastante comum os operadores ouvirem dos gestores que eles não precisariam cumprir normas e rotinas, como o PDA (Personal Digital Assistant), porque são gerentes ou supervisores.

A insolente afirmação, típica de quem sofre da síndrome do pequeno poder, voltou à tona recentemente. Gerentes, inclusive alguns barbudos, exigem de suas equipes as barbas feitas, menos as deles. Normativas ultimamente só atingem o chão de fábrica na Repar. Ainda que contradiga o Código de Ética da Petrobrás, chefes andam com imunidade sobre normas, sistema de consequências, código de conduta, programa contra a corrupção e toda e qualquer obrigação, seja coletiva ou individual. “Devemos tratar os diferentes de forma diferente”, bradou um gerente setorial na refinaria.

A Fundacentro, maior centro de pesquisa da America Latina na área de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), elaborou o estudo “Programa de Proteção Respiratória – Recomendações, seleções e uso de respiradores” no qual esclarece que “eventualmente, bigodes e costeletas podem ser compatíveis com um bom ajuste facial, desde que não interfiram na selagem e no funcionamento das válvulas do respirador”.

Fabricantes de máscaras não garantem a vedação completa, uma manobra para evitar possíveis ações jurídicas. Por isso, recomendam aos usuários que estejam sem pelos faciais que possam prejudicar a vedação. Também recomendam o uso da máscara adequada ao formato do rosto, ou seja, em alguns casos mesmo com a ausência de barba a vedação pode ficar comprometida por conta da máscara ser incompatível com o formato do rosto. Por isso a necessidade de realizar o teste de vedação, a fim de determinar qual máscara se encaixa melhor à face da pessoa. O teste de vedação deveria ser realizado com barba, bigode e costeleta. Apenas se identificada a não vedação, o trabalhador deveria ser orientado a remover seus pelos faciais de forma a selar a máscara.

Ocorre que na prática as máscaras de fuga espalhadas na área industrial da Repar são de formato padrão. O mesmo acontece nos caminhões da brigada de incêndio. Portanto, percebe-se que o real motivo de a empresa exigir a ausência da barba não é o zelo pela segurança dos trabalhadores. Está mais para uma nova forma que os gerentes encontraram para acirrar os ânimos dentro de uma ambiência já bastante ruim.

Diante de tal exigência, o mínimo que a empresa deveria fazer é fornecer o kit de barbear para todos e o ato ser realizado no início do turno, já que o estudo de proteção respiratória recomenda barba de 08 horas. O fornecimento de máscara individual compatível com o rosto de cada trabalhador e a realização do teste de vedação também são imprescindíveis.

Por ora, todos que se sentirem assediados com a determinação devem fazer denúncias aos canais próprios da empresa e procurar o Sindicato.

Texto e arte por Davi Macedo



Posse de Raquel Dodge será na Procuradoria Geral da República

August 15, 2017 11:36, by Terra Sem Males

Em nota do Ministério Público Federal, nova procuradora justifica encontro com Temer como “problema de agenda”.

A posse da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ocorrerá na Procuradoria Geral da República. É o que afirma o Ministério Público Federal em nota de esclarecimento. A informação visa sanar dúvidas de onde ocorreria o cerimonial, uma vez que a procuradora foi flagrada se encontrando com o presidente Michel Temer fora de horário de expediente.

Na nota, o MPF esclarece como ocorreu o encontro de Dodge com Temer, que é investigado pelo atual procurador da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva. “A Presidência da República confirmou a audiência para o fim da tarde de terça-feira (8), no Palácio do Planalto. No decorrer daquela tarde, o gabinete de Raquel Dodge foi contatado pela secretaria da Presidência, informando atraso no horário da audiência, porque o Presidente da República ainda estava em viagem a São Paulo”, esclarece a assessoria de comunicação.

No encontro, a nova procuradora teria reforçado ao presidente que nomeara há poucos dias que não poderia realizar o evento no Palácio do Planalto. Raquel indicara a sede da PGR. “A procuradora-geral da República nomeada Raquel Dodge fez ver ao Presidente as razões legais para manter a posse antes de sua viagem, como tratado no dia da nomeação. Também fez ver ao Presidente ser próprio e constitucionalmente adequado que a posse fosse dada na sede da Procuradoria Geral da República”, informa.

Para o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, a postura da nova procuradora foi adequada. “Conhecendo ela há mais de trinta anos, posso dizer que ela foi ao Palácio do Jaburu fazer mera cortesia. Se a presidência da República lhe chama de noite, não é de bom tom negar. Não acredito que ela vá se ajoelhar e fazer o que Temer quer”, destacou. Aragão destacou que essa informação circulava nos bastidores de Brasília. “Temer terá que ir ao auditório JK na procuradoria. Ou seja, isso não é do jeito que ele quer”, reforça Aragão.

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Manoel Ramires
Terra Sem Males
Marcelo Camargo/Agência Brasil



Descaso com trabalhadores descomissionados pautou reunião do Sindicato com Banco do Brasil

August 15, 2017 10:50, by Terra Sem Males

Sindicato cobra que Gepes fiscalize realocação de bancários do BB que recebiam verba provisória (VCP)

Simone era uma de sete gerentes que, antes da reestruturação iniciada há 8 meses pelo Banco do Brasil pós-golpe, liderava uma equipe na Agência BB Carlos Gomes, que foi fechada em Curitiba. Ela recebeu uma Verba de Caráter Provisório (VCP) por quatro meses, atua como escriturária e relatou que seu último salário líquido foi de R$ 500.

Na manhã da última segunda-feira, 14 de agosto, dirigentes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região se reuniram com Aparecida Rainha de Araújo, gerente geral da Gestão de Pessoas do banco (Gepes) do BB, para que ela ouvisse a saga de uma, entre milhares de funcionários que perderam quase tudo com a reestruturação unilateral promovida pelo governo Temer.

“Estamos com vários colegas sem salário, que possuem qualificação, que tinham cargos comissionados por mais de 10 anos, que estão desesperados. Está claro que é estratégia de sucateamento para privatizar o banco, com espaços que serão preenchidos por terceirizados, enquanto milhares de concursados ainda procuram uma vaga para se reestabelecer”, denuncia Ana Smolka, diretora do Sindicato.

A ex-gerente que trabalha como escriturária relatou a saga para tentar uma vaga de realocação, que ainda não veio. Os funcionários que estão em VCP têm prioridade na realocação, mas as denúncias que chegam ao Sindicato são da realização de entrevistas exaustivas e humilhantes, num processo seletivo interno que parece estar sendo utilizado para promover promoções em cadeia entre conhecidos que excluem as pessoas da lista de prioridades.

“Os responsáveis pelos departamentos estão promovendo promoções generalizadas desrespeitando o critério obrigatório de nomear quem está em VCP, que tem prioridade”, contextualiza a dirigente. “Cabe à Gepes, nas suas limitações, minimamente alertas sobre a existência de vagas, divulgar mapeamento diário e fiscalizar essas entrevistas para que pelo menos deixe o responsável por elas incomodado”, declara Alessandro Garcia, dirigente do Sindicato.

O representante da Superintendência Regional Marcio, que foi convidado para a reunião mas não compareceu, foi colocado em viva voz para ouvir os relatos de agências do BB que estão funcionando com somente um gerente geral e alguns escriturários. Nesses locais, o atendimento ao cliente está precarizado, num cantinho da agência, enquanto amplos espaços vazios e escuros compõem o cenário de sucateamento pró privatização. E nesse contexto, quando o gerente vai almoçar, ele trabalha com acesso remoto para conseguir dar conta de demandas que os escriturários não são autorizados a cumprir.

Esse excesso de trabalho com número reduzido de funcionário acaba gerando um efeito em cadeia, com esses bancários tendo que realizar horas extras para cumprir metas estabelecidas por um sistema que não previa o corte nas comissões e a redução do quadro. “O bancário fica sujeito a responder processo administrativo e pode ser punido”, explica Ana Busato, diretora do Sindicato.

A Gepes e a Superintendência pediram a listagem de agências em que isso ocorre para visitarem esses trabalhadores e dar uma resposta ao Sindicato em reunião que foi agendada para o dia 25 de agosto, às 15 horas, na Gepes. Nesta data, os representantes do banco também se comprometeram se posicionar oficialmente sobre as denúncias de humilhação e precarização dos trabalhadores em VCP.

Terceirização

Assim como nova normativa da Caixa, na sexta-feira passada o Sindicato soube que o BB criou a Diretoria de Terceirização. “Esses espaços escuros que criam o vazio e o clima de terror nas agências que foram reestruturadas serão utilizados para o trabalho de terceirizados”, declarou Ana Smolka.

A representante da Gepes afirmou que já foi orientada para promover contratações de menores aprendizes, que seria uma demanda para as agências de varejo, os locais que mais tiveram o atendimento precarizado com a extinção de funções e descomissionamentos da reestruturação.

Simone, por exemplo, que tem 13 anos de banco, declarou que no trabalho que exerce atualmente ela se apropriou das demandas e que até se sente motivada mas na hora que ela assina “escriturária” em algum documento, após mais de 10 anos atuando em diversas gerências, é chocante para ela.

O lucro do Banco do Brasil no 1º semestre de 2017 aumentou 67,3% se comparado ao mesmo período do ano passado. Com a diminuição drástica nas remunerações e o fechamento de 10 mil vagas com o programa de incentivo à aposentadoria, o reflexo foi a diminuição de 1,8% nas despesas de pessoal. Já as tarifas que o banco público cobra dos clientes impulsionou o lucro.

Por Paula Zarth Padilha
Foto: Joka Madruga

Para o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região



AGU tenta transformar exceção de demarcação em regra

August 14, 2017 14:59, by Terra Sem Males
Artigo de Juliana de Paula Batista, advogada do ISA, revela inconsistências do parecer da AGU que limita demarcação de Terras Indígenas. O texto foi publicado originalmente no site Consultor Jurídico (Conjur)

A argumentação que sustenta o Parecer nº 001/2017 da Advocacia Geral da União (AGU), aprovado em julho por Temer, é falha e inconsistente. Além disso, a medida, que tenta colocar entraves à demarcação das Terras Indígenas no país, tem o potencial de aumentar os conflitos no campo, em um contexto de repetidos casos de ataques e violências contra os povos indígenas, quilombolas e pequenos agricultores no país. Estas são algumas das conclusões de artigo produzido por Juliana de Paula Batista, advogada do ISA, sobre o parecer.

O objetivo da medida do governo é vincular toda a administração pública federal ao cumprimento das 19 condicionantes fixadas no julgamento da Petição nº 3.388, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 19 de março de 2009 e que decidiu sobre a demarcação da Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol. Entre os retrocessos da medida estão a adoção da tese do marco temporal – segundo a qual só tem direito à terra os povos que a estivessem ocupando em outubro de 1988, data de promulgação da Constituição – e a impossibilidade de ampliar terras já demarcadas.

Leia abaixo a íntegra do artigo

Foi publicado no Diário Oficial da União de 20 de julho de 2017 a aprovação do presidente Michel Temer ao Parecer nº 001/2017, elaborado pelo consultor-geral da União substituto, André Rufino do Vale, e adotado pela advogada geral da União, Grace Maria Fernandes Mendonça. O objetivo da medida é vincular toda a administração pública federal ao cumprimento das 19 (dezenove) condicionantes fixadas no julgamento da Petição (Pet.) nº 3.388, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 19 de março de 2009 e que decidiu sobre a demarcação da Terra Indígena (TI) Raposa Serra do Sol.

Segundo o Parecer, ao fixar as condicionantes ou “salvaguardas”, o STF teve a “deliberada intenção” de definir o regime jurídico para a interpretação dos artigos 231 e 232 da Constituição, que deveria ser aplicado “para todo e qualquer processo de demarcação de terras indígenas no Brasil”. Diz, ainda, que as condicionantes são “um parâmetro seguro para os processos demarcatórios das terras indígenas”, uma vez que a decisão do caso Raposa Serra do Sol “tem sido reafirmada em diversos outros julgamentos no próprio Supremo Tribunal Federal, tornando indubitável a consolidação e estabilização normativa das salvaguardas institucionais e dos demais parâmetros fixados pelo Tribunal para a demarcação de terras indígenas no país”. Com isso, o Parecer concluiu que o STF teria “um entendimento jurisprudencial solidificado, que de fato fornece as balizas gerais para a atuação dos órgãos da Administração Pública”.

As afirmações não poderiam ser mais capciosas.

O Parecer da Advocacia Geral da União (AGU), a partir de uma análise seletiva da jurisprudência da Segunda Turma do STF, pinça argumentos de votos dos ministros que sequer foram objeto de análise pelo Pleno do Tribunal. Também ignora por completo os precedentes judiciais do STF que deixam claro que as condicionantes fixadas no caso Raposa Serra do Sol foram estabelecidas para orientar e operacionalizar a demarcação daquela Terra Indígena.

Sobre o assunto, no julgamento dos embargos de declaração da Pet. n° 3.388, o ministro Luís Roberto Barroso assinalou que: “A decisão proferida em ação popular é desprovida de força vinculante, em sentido técnico. Nesses termos, os fundamentos adotados pela Corte não se estendem, de forma automática, a outros processos em que se discuta matéria similar”.

Além das condicionantes fixadas no caso Raposa Serra do Sol serem desprovidas de qualquer efeito vinculante, o Parecer da AGU também deturpa e manipula a verdade dos fatos ao dizer que o STF “tem entendimento muito consolidado a respeito de dois tópicos fundamentais para a demarcação das terras indígenas”. Seriam eles “a data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988, como marco temporal de ocupação da terra pelos índios, para efeitos de reconhecimento como terra indígena” e “a vedação à ampliação de terras indígenas já demarcadas”.

Sobre o suposto “entendimento consolidado” acerca do marco temporal de ocupação, é necessário rememorar que, em 2010, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) propôs ao STF a edição da Súmula Vinculante nº 49, com o objetivo de “afirmar que as terras ocupadas por indígenas em passado remoto a que se refere a Súmula nº 650 são, especialmente, aquelas que, em 5 de outubro de 1988, não apresentam mais ocupação por índios e que o processo de demarcação deve atentar para a necessidade de comprovação da posse da área nesta data”. A Comissão de Jurisprudência do STF se manifestou pelo arquivamento da proposta porque “a deliberação sobre a edição de enunciado de súmula a respeito do assunto dependeria da existência de uma inequívoca consolidação jurisprudencial da matéria”. Assim, entenderam que “falta o requisito formal da existência de reiteradas decisões do Supremo ‘sobre essa complexa e delicada questão constitucional, que se encontra, felizmente, em franco processo de definição’”.

No que toca ao “entendimento consolidado” sobre a “vedação à ampliação de terras indígenas já demarcadas”, o STF já se manifestou expressamente sobre a não vinculação dessa condicionante (ou de qualquer outra) às demais demarcações de TIs. Como exemplo, mencione-se o julgamento da Reclamação nº 13.769, em maio de 2012. Ao decidir o caso, o ministro Ricardo Lewandowski reafirmou posicionamento segundo o qual a Pet. nº 3.388 refere-se apenas ao procedimento de demarcação da TI Raposa Serra do Sol e não poderia ser invocado contra atos e decisões que digam respeito a qualquer outra área indígena, “porque não houve no acórdão que se alega descumprido o expresso estabelecimento de enunciado vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, atributo próprio dos procedimentos de controle abstrato de constitucionalidade das normas, bem como súmulas vinculantes, do qual não são dotadas, ordinariamente, as ações populares”.

Em fevereiro de 2017, a Primeira Turma do STF reiterou esse posicionamento ao julgar a Reclamação nº 14.473. Na oportunidade, o ministro Marco Aurélio enfatizou que as condicionantes fixadas no caso Raposa Serra do Sol não permitem a conclusão de vinculação daquele processo “relativamente à demarcação de outras terras indígenas”.
Desta forma, o caso Raposa Serra do Sol se trata de um precedente judicial que não tem qualquer aptidão técnica para vincular o poder judiciário ou a administração pública. Sobre os precedentes judiciais, a atual presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, explica: “O precedente serve, no sistema brasileiro, apenas como elemento judicial orientador, inicialmente, para a solução dos casos postos a exame. É ponto de partida, não ponto de chegada” (Reclamação nº 4.708/GO).

No tocante ao marco temporal de ocupação, tese segundo a qual exige-se a presença dos índios na área objeto da demarcação no dia 5 de outubro de 1988 para que sejam reconhecidos seus direitos originários e se proceda à demarcação de suas terras, é importante explicar que a tese é juridicamente questionável sobre diversos aspectos e está a despertar debates entre renomados doutrinadores brasileiros. Sobre o assunto, o constitucionalista José Afonso da Silva, em recente Parecer[i], questionou: “Onde está isso na Constituição? Como pode ela ter trabalhado com essa data se ela nada diz a esse respeito, nem explícita, nem implicitamente? Nenhuma cláusula, nenhuma palavra do art. 231 sobre os direitos dos índios autoriza essa conclusão. Ao contrário se se ler com a devida atenção o caput do art. 231, ver-se-á que dele se extrai coisa muito diversa”. E completa: “Deslocar esse marco para ela [a Constituição de 1988] é fazer um corte na continuidade da proteção constitucional dos direitos indígenas, deixando ao desamparo milhares de índios e suas comunidades, o que, no fundo, é um desrespeito às próprias regras e princípios constitucionais que dão proteção aos direitos indígenas. Vale dizer: é contrariar o próprio sistema constitucional, que deu essa proteção continuadamente”. Destaque-se, por oportuno, que as constituições federais, desde 1934 até a de 1988, quando quiseram trabalhar com “data certa” o fizeram de forma expressa: jamais deixaram ao arbítrio do julgador estabelecer quais seriam os marcos temporais de sua aplicação.

No que concerne à intenção do constituinte originário ao dispor sobre os direitos dos índios na Constituição Federal de 1988, os deputados integrantes da Assembleia Nacional Constituinte José Carlos Saboia, Fábio Feldmann e Luís Carlos Sigmaringa Seixas, afirmaram[ii] que jamais houve qualquer intenção em incluir limite temporal para os direitos territoriais indígenas na Constituição.

De mais a mais, condicionar as demarcações à presença dos índios nas terras em data certa nega a violenta relação que foi estabelecida entre o Estado e os povos indígenas durante todo o processo colonial, violência que atravessou séculos para trucidar direitos territoriais nas décadas de 1960 a 1980, durante a abertura das frentes de expansão amazônicas, e que foi potencializada e deliberadamente institucionalizada como política de governo pelo regime militar, conforme denunciou o relatório da Comissão Nacional da Verdade[iii]. Era esse o quadro fático dos direitos indígenas no dia 5 de outubro de 1988. Por isso, é urgente e necessário relembrar: não é possível banalizar o mal.

Afinal, a aceitar a teoria do marco temporal, é fundamental que se perquira: se não estavam os índios nas terras que hoje reivindicam, onde estariam em 5 de outubro de 1988? Por que não estavam a exercer seu direito territorial e a ocupar suas terras tradicionais? As decisões judiciais que consideram o marco temporal determinarão providências específicas ao Poder Executivo, tal como a abertura de novos processos de demarcação de terras, para que se possa aferir onde estavam os índios em 5 de outubro de 1988, e, assim, proceder à demarcação? Farão perícias para identificar estes lugares? Assegurarão que os indígenas continuem em suas terras até que se encontre uma alternativa ou solução para os graves conflitos fundiários que envolvem a demarcação? Ou continuarão apenas a condenar os indígenas ao degredo de sua condição étnica e à manutenção, ad eternum, de direitos válidos e jamais eficazes?

Caso seja sedimentada a teoria do marco temporal para todas as TIs, a desconsiderar que os índios constituem coletividades reais, vulneráveis, portadoras de identidade étnica minoritária e que dependem de segurança territorial para continuar existindo, estaria a se validar a assimilação forçada, paradigma que, esse sim, a Constituição Federal quis estancar.

O Parecer nº 001/2017 da AGU, sob o manto de uma fictícia “legalidade”, desconsidera todos esses pontos e ignora a jurisprudência do STF que reconhece a imprescindibilidade das terras para a sobrevivência física e cultural dos índios.

É fora de qualquer dúvida que, ao contrário de promover a “pacificação dos conflitos”, como se manifestou a AGU em nota datada de 19/07/2017, a medida é mais uma clara mensagem sobre a possibilidade de mitigação dos direitos constitucionalmente assegurados aos povos indígenas. Esse recado fomenta invasões ilegais de TIs, ato que muitas vezes vem acompanhado de violência física contra as comunidades e suas lideranças. Precisamos lembrar que o Brasil lidera o ranking de pessoas assassinadas em conflitos fundiários. Para saber quem promove esses conflitos, basta olhar para quem morre: morre o homem do campo, empobrecido e na luta por um pedaço de terra, morre a liderança comunitária que se insurge contra a barragem, morre o quilombola que busca reparação pelo território que lhe foi amputado no degredo forçado dos navios negreiros, morre o índio historicamente “pacificado” por políticas que lhe retiraram a terra e o poder de decidir sobre sua própria vida. Desproteger a parte mais vulnerável dos conflitos no campo é verdadeiro ato de irresponsabilidade, principalmente quando assistimos a uma escalada de violência nos últimos meses com as mortes em Cotriguaçu (MT), Pau D’arco (PA) e o ataque brutal aos índios Gamela no Maranhão.

Nessas horas não há como esquecer como o ministro Ayres Britto conceituou “etnocídio” no multicitado caso da demarcação da TI Raposa Serra do Sol: “A Constituição, em seus artigos 231 e 232, no fundo consubstancia o mais sonoro, o mais rotundo, o mais vigoroso ‘não’ ao etnocídio, que tem sido praticado desgraçadamente na história de nosso País. Porque, se o genocídio consiste em matar o corpo, destruir, dizimar fisicamente multidões, grupamentos humanos, o etnocídio destrói, dizima, destroça, extermina o espírito pela eliminação progressiva dos elementos de uma dada cultura. Então, destruir os modos de vida de um povo é exterminar a sua própria cultura e praticar o etnocídio”.

Os elementos de uma cultura são suprimidos e sufragados quando os índios continuam, há 517 anos, sem acesso adequado a suas terras, a se defrontar com leis e Constituições que não possuem força normativa para garantir sua dignidade existencial, seu status de pessoa humana, bem como os direitos coletivos às suas terras.

Se em 5 de outubro de 1988 todas as terras indígenas não estavam demarcadas, não foi por falta de lei ou de previsão legal. Foi por falta de vontade política, pelo poder do colonizador que, a partir de sua posição de poder universal e privilegiada, classifica quem é que quem não é pessoa, quem tem e quem não tem direito à terra. A institucionalização de um “marco temporal” apenas mantém inalterada essa correlação de força e de poder entre o índio e o não índio, que lança os povos autóctones desta terra para fora de qualquer normatividade real, de qualquer direito fundamental que traduza garantia efetiva e permanente.

Enquanto existirem subterfúgios argumentativos para deslegitimar os direitos territoriais dos povos indígenas, restará comprovado que aos índios ainda são impostas guerras justas, suplícios e martírios. As formas jurídicas estão há 517 anos mudando ao sabor dos ventos, dos argumentos, da ausência de efetividade e de limite.

Os índios não surgiram no país após 5 de outubro de 1988. São realidades vivas, históricas e que seguem resistindo com suas identidades específicas apesar de toda a miséria e a maldade da “civilização”. Para toda comunidade, povo ou indivíduo indígena vivo existe uma terra de ocupação tradicional que lhe é correspondente, afinal, desde sempre viveram eles na terra e da terra.

O Poder Judiciário está sendo conclamado em suas próximas decisões a estabelecer o fim das violências, dos descumprimentos reiterados das Constituições, dos vilipêndios escancarados dos poderes da República com os povos indígenas. O importante, agora, é localizar o território de ocupação tradicional de cada povo indígena e proceder a sua demarcação. Só assim quitaremos nossa dívida histórica e finalmente serão garantidos aos povos indígenas paz, dignidade e JUSTIÇA.

Notas

[i] Disponível em: .

[ii] RICARDO, Beto. RICARDO, Fany. Povos Indígenas no Brasil: 2011-2016. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2017. p. 73-75. A entrevista também está disponível em: .

[iii] KEHL, Maria Rita. Violações de Direitos Humanos dos Povos Indígenas. Disponível em: . Acesso em 27.07.2016.

Por Juliana de Paula Batista, advogada do Instituto Socioambiental

Foto: Victor Pires/ISA



Pai feliz é pai tricolor!

August 12, 2017 19:58, by Terra Sem Males

A vitória magra do Paraná Clube sobre o ABC neste sábado,12/8, foi o presente que todo pai paranista esperava para passar o dia dos pais feliz da vida. Com gol de pênalti de Renatinho, o tricolor faturou mais uma vitória em casa, ficou a quatro pontos do G4 e provou que está na briga. O Paraná ocupa agora a sexta posição.

E como a Vila fica linda com a família toda presente! De todas as atitudes da diretoria tricolor esse ano, a de atrair mulheres e crianças para os jogos foi a mais acertada. Ver tantas crianças no Estádio é uma injeção de esperança pra nossa torcida. É a certeza que a luta de tantos pais e mães tricolores não será em vão. O vermelho azul e branco do nosso manto vai seguir encantando gerações!

Agora restam 18 batalhas para o acesso. A próxima é só sábado que vem, 19/8, contra o Paysandú em Belém do Pará. Temos tempo e muita coisa para acertar!

Um feliz dia dos pais a todos os papais paranistas!

Por Marcio Mittelbach
Guerreiro Valente, Terra Sem Males

Foto: Joka Madruga



Adepol consegue na justiça reposição não cumprida pelo Governo do Paraná

August 11, 2017 17:42, by Terra Sem Males

 

O Departamento Jurídico da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná – ADEPOL vem conquistando sucessivas vitórias judiciais para que o Governo do Estado realize a reposição de perdas inflacionárias aos delegados de Polícia. Os servidores, representados pela Associação, receberão a reposição de 8,53% referente ao IPCA acumulado no período da data-base, mais correção e juros pelos meses de atraso no pagamento.

O direito à reposição salarial foi reconhecido pelos Juizados Especiais da Fazenda Pública de Curitiba, Apucarana e Francisco Beltrão. A Associação já ingressou com mais de 250 ações individuais que ainda aguardam decisão e, das sentenças já proferidas, todas são favoráveis aos servidores.

A correção da data-base deveria ter sido feita no dia 1° de janeiro deste ano. No entanto, o Governo do Estado aprovou e sancionou a Lei Estadual 18.493/2015, desrespeitando a Lei da Data-base, no episódio que ficou conhecido como o “calote do Governo do Estado no funcionalismo público estadual”.  

“A Adepol foi a primeira entidade classista a alertar o Governo do Estado a respeito da inconstitucionalidade desse calote aplicado no funcionalismo paranaense, com base no julgamento do STF que declarou a inconstitucionalidade de uma lei do Estado de Tocantins no mesmo sentido. Agora, estamos vendo mais uma vez o Poder Judiciário reconhecendo essa afronta a Constituição Federal, no que tange ao princípio da irredutibilidade de subsídios (art. 37, XV)”, lembrou o presidente da Associação, João Ricardo Képes Noronha.

Cinco dias úteis para reajuste e multa diária por descumprimento

O Juizado Especial da Fazenda Pública de Francisco Beltrão concedeu decisão liminar ao delegado representado pela Adepol, obrigando o Estado do Paraná a implementar o reajuste da data-base na folha de pagamento, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, sob pena de multa diária.

“O reajuste é entendido pelas Cortes Superiores como mera recomposição, e não acréscimo/ganho. Além de a Justiça reconhecer a inconstitucionalidade da Lei estadual que congela o salário dos servidores públicos estaduais do Paraná, os juízes têm mostrado claramente que os reajustes da data-base servem somente para repor as perdas inflacionárias já ocorridas no ano anterior”, destacou o diretor jurídico da Adepol, delegado Pedro Filipe de Andrade.

Delegados aposentados não deverão mais ser descontados do Paraná Previdência

Mais uma importante conquista da ADEPOL é em relação ao desconto previdenciário dos Delegados aposentados e viúvas pensionistas. A Associação ingressou com recurso junto ao Ministério Público Federal que deu parecer favorável a um grupo de associados da entidade.

Apesar de o Supremo Tribunal Federal já ter reconhecido o direito do Estado de cobrar a contribuição previdenciária dos aposentados, segundo o parecer do MPF, no caso do Paraná, ocorreu um flagrante desrespeito ao ordenamento jurídico, ou seja, o Governo do Estado realizou um “tratoraço” para conseguir aprovar o pacote de medidas na Assembleia Legislativa.  

O MPF entendeu que ocorreu desrespeito da função das comissões parlamentares, onde se observa abreviação do processo legislativo em prol de uma chamada “comissão geral” que impossibilita a real discussão do projeto, com efetivo direito da minoria se fazer ouvir, através de votação de emendas e compressão de três sessões legislativas no pequeno intervalo de horas, que antecederam a aprovação do pacotaço.

        No parecer,  o Subprocurador Geral da República, Odim Brandão Ferreira , afirma que “se mostra essencial que a atuação  legislativa não seja apenas um simulacro”, opinando assim pelo provimento do Recurso Extraordinário de iniciativa da ADEPOL.

Por Cinthia Alves



Do Palmeirinhas ao Ajax

August 11, 2017 16:23, by Terra Sem Males

Genésio; Luizinho, Zeca, Ademir e Gilberto; Valdir, Antônio e Isidoro; Mário, Adilson e Jair. Este foi o time do Palmeirinhas, que pela primeira vez entrou em campo para disputar uma partida de futebol. O resultado pouco importa, haja vista, estar se concretizando um sonho na vida da comunidade.

Uma das questões centrais na vida de uma comunidade, está relacionada com a autoestima de seus integrantes. Para isso, suas lideranças tem que ter a criatividade de criar espaços e instrumentos, de modo que envolva todos os seus integrantes. De forma que motive sua participação e transforme a agenda da comunidade em programação permanente de todos os seus membros.

Grupos de teatro, grupo de Jovens, time de futebol, além das equipes de catequese, de liturgia, grupos de orações, sindicato, associação de produtores, são atores fundamentais de aglutinação, participação e mobilização dos integrantes de uma comunidade.

Cada comunidade do município tinha sua equipe de futebol. Apenas a nossa não tinha e isso ampliava nosso isolamento em relação às demais comunidades. A grande maioria das comunidades, além da equipe de futebol tinha seu próprio campo, o que não acontecia com a nossa. Naquela época, eram dezoito campos de futebol espalhados pelo município. Atualmente, já não existem mais nenhum campo com medidas oficiais. Apenas alguns campos privados do chamado futebol de sete, dois campos para ser mais preciso e alguns outros de futebol de cinco.

Formar a equipe de futebol da comunidade foi o primeiro passo. No entanto, seria necessário iniciar a luta para ter o campo, pois treinar na vala (grota atrás de onde mora o Zequinha hoje) não dava, pois além de ser um espaço físico pequeno, quando chovia formava um lamaçal, de tal forma que impossibilitava sequer andar, imagina jogar futebol, era impossível. Neste processo de luta pela construção do campo de futebol da comunidade, participei do meu primeiro ato de protesto político. Numa festa do padroeiro da comunidade (Santo Antônio), aproveitando que o prefeito do município estava presente, largamos a festa e fomos jogar bola na vala. Nos sujamos todos de lama e voltamos para a festa enlameados e com a bola na mão reivindicando ao prefeito a construção do campo. O constrangimento dos líderes mais antigos da comunidade foi geral, mas no final daquele ano o trator da prefeitura finalmente veio fazer o tão esperado campo. Assim, nossa primeira luta foi vitoriosa e nos dava ânimo para construir outras.

Na época, a prefeitura não organizava os campeonatos municipais de futebol. A organização era apenas para os campeonatos de futebol de salão, com as equipes mais próxima da sede do município. Embora tivesse uma comissão municipal de esportes – CME, a cada final de semana uma comunidade diferente organizava um festival/torneio, com a participação das equipes das demais comunidades. Nunca vou esquecer do primeiro festival organizado pela nossa comunidade, quando por motivos climáticos não foi possível realizar no nosso campo e fizemos no campo da comunidade vizinha. Foi uma lamentação geral, pois foi a primeira vez em que o nosso Palmeirinha disputou uma partida de honra, perdemos. Pois, disputamos com o Brasil do Distrito do Garcia, que era a melhor equipe do município.

Aos sábados à tarde, tinha treinamento e nos domingos jogos em comunidades diferentes, que quase sempre começava pela manhã e à tarde uma domingueira que era uma oportunidade de ampliar ou consolidar os namoricos.

Passadas décadas, este ano tive a oportunidade novamente de participar da festa do padroeiro da minha comunidade. De poder conversar com todos os conhecidos e amigos atuais e antigos, inclusive com a domingueira tradicional, mas acima de tudo, tive a oportunidade de sentar no banco ao lado do campo de futebol de sete, pois o antigo campo conquistado com muita luta já não existe mais. Mas, que para a minha sorte este campo é ao lado da igreja da comunidade gerando um incremento de participação na festa do padroeiro.

Como o campo de futebol o Palmeirinha também não existe mais, agora é o Ajax, a equipe de futebol da comunidade e para a minha alegria tem também a equipe feminina e veterana da comunidade. O Ajax defendia o título de campeão municipal conquistado no ano de 2016. Pelas informações, neste ano acabou ficando em terceiro lugar. Mas, o mais importante foi ficar a tarde sentado à beira do campo conversando e comentando os jogos que iam acontecendo. Para quem já teve oportunidade de assistir ao vivo em grandes estádios mundo afora, nada é melhor do que assistir e torcer pela equipe da nossa comunidade. Nada é mais bacana do que torcer, reclamar e comemorar com os nossos.

Até agora não consigo concordar com a grande maioria dos gestores públicos, que não priorizam o esporte de base, enquanto política pública que integra as comunidades. Além de organizar campeonato e mobilizar as categorias, também é necessário investir nas estruturas de base, pois elas permitem aglutinar os demais setores das comunidades, bem como, oportunizam novos valores para ingressar no esporte de rendimento.

Lamentável também, que num País que tem características de muitas pessoas com obesidade e com necessidade de atividade física, o Congresso Nacional queira retirar a cadeira de educação física da grade curricular do sistema educacional, tornando-o de forma alternativa.

Tenho muito orgulho de ter acompanhado a implementação do programa Primeiro Tempo, implantado pelo Governo Federal nas comunidades mais empobrecidas do País. Bem como, do programa de patrocínio estatal que sustentava milhares de projetos sociais de incentivo ao esporte de base, que além de garantir complemento escolar também garantia uma atividade esportiva. Exemplo de resultado destes projetos foi a medalha de ouro conquistado pelo Brasil na canoagem nas últimas olimpíadas.

Enfim, reivindicar espaços públicos para a prática do esporte em nossas comunidades é fundamental para motivar nossa juventude, bem como, integrar o conjunto das comunidades.

Viva a História do Palmeirinha.
Viva o Ajax masculino, Feminino e Veterano.

Por José Claudenor Vermohlen (Zeca), consultor