Aumenta o Tom, Zé!
septiembre 8, 2016 21:02por Regis Luís Cardoso
LP Crônicas Musicais, Terra Sem Males
Subjugam-me. Só por que vim com defeito de fabricação.
O contemporâneo está como a arte de Tom Zé: um quebra cabeça.
…
“A gente já mente no gene
A mente do gene da gente” – Tom Zé.
…
A manivela continua a rodar. E vai continuar. Já acenderam a “dinamite na cabeça do século”.
Não temos mais controle, já descentralizaram a informação, ainda bem! Agora ela tem um valor incalculável. Todos os olhos estão voltados ao que aparentemente parece ser sério. A gestão do nosso dinheiro!
Porém, os velhos barcos voltaram a ancorar naquele obscuro cais. Os coelhos voltaram a ser os guardiões das cenouras.
Só de raiva, saí por aí a caçar borboletas e montar esse quebra cabeça que acabei de me enfiar… e pelo jeito, enfia vocês também.
…
“A galope
De
Laptop” – Tom Zé.
…
Já somos o “pós humano”. Resultado de vários pedaços desconexos no espaço. Fragmentos da indústria da mídia, da indústria da justiça.
A verdade é que, ‘de fato’, não é mais possível se animar com o que, ‘de fato’, acontece ao nosso redor. Ninguém sabe mais se é verdade o que dizem ser verdade.
Se o filme vespertino é mais ou menos ficção que o Jornal Nacional. E apesar de todos enxergarem todos, ninguém mais pergunta: “agora eu quero saber, a quantas anda você?”.
…
Hoje, com a espetacularização de tudo, até Orwell ficaria paranoico. É a era do protagonismo do medo. PM nas ruas = medo. Manifestação nas ruas = medo.
Medo econômico, medo político e social. Medo da violência, do fogo nas ruas! Pânico, angústia, vômito, prisão, coleira, medo…
Tudo isso sendo vigiado. E se não é você que acaba mostrando o ouro pro bandido, o sistema tem ferramentas pra pegar o seu ouro.
…
Eu te dou um beijo esquerdista na ponta do pé
você se irrita e diz que essa servidão capitalista não lhe conquista
Eu te peço a boquinha molhada de saliva
minha diva, você diz que essa liberdade é excessiva
E diante dessa contradição ideológica
te ofereço a rosa comemorativa
Desta tua democracia relativa
…
Então aumenta o Tom, Zé… já não acredito naquela arte de Chico, pois ir ao Sendo, Buarque, é uma grande bosta. Foi o papagaio de pirata no dia do “adeus”.
Esses símbolos causam aflição. Ainda mais hoje, em que vivemos um momento em que nem o povo fala pelo povo.
Essas figuras de sempre… “heróis”… remetem a uma falsa esperança, pois eles também são culpados.
As pedras ainda são jogadas nas “Genis” todos os dias; e elas também jogam. Afinal: “quem nunca pecou que atire a primeira pedra!”.
…
“Não existe governo corrupto, numa nação ética. E não existe nação corrupta, com governo transparente e democrático” – Leandro Karnal.
…
Todos esses fragmentos que estão voando sob nossas cabeças, volto a dizer, tem um valor incalculável. Chegam até a representar o que, na verdade, não representam. São superestimados.
Por isso, carregados de tanto valor, dignos de celebridades, punem sem ter convicção e usam da injustiça para promover justiça. Cidadãos punidos, punindo. Vingança!
Quando se vê tudo acontecer dessa forma, deslocado do que é democrático, lembro dessa música do Tom Zé: Classe Operária.
Sobe no palco o cantor engajado Tom Zé,
que vai defender a classe operária,
salvar a classe operária
e cantar o que é bom para a classe operária.
Nenhum operário foi consultado
não há nenhum operário no palco
talvez nem mesmo na plateia,
mas Tom Zé sabe o que é bom para os operários.
Os operários que se calem,
que procurem seu lugar, com sua ignorância,
porque Tom Zé e seus amigos
estão falando do dia que virá
e na felicidade dos operários.
Se continuarem assim,
todos os operários vão ser demitidos,
talvez até presos,
porque ficam atrapalhando
Tom Zé e o seu público, que estão cuidando
do paraíso da classe operária.
Distante e bondoso, Deus cuida de suas ovelhas,
mesmo que elas não entendam seus desígnios.
E assim, depois de determinar
qual é a política conveniente para a classe operária,
Tom Zé e o seu público se sentem reconfortados e felizes
e com o sentimento de culpa aliviado.
…
Voltei da caça as borboletas e percebi que, para a realidade fragmentada, não existo.
Negociações não avançam e petroleiros mantêm a greve na Usina do Xisto
septiembre 6, 2016 15:48Por Davi Macedo
Sindipetro PR/SC
Em assembleia realizada no final da manhã desta terça-feira (06), na Sede Regional Sindical de São Mateus do Sul, os trabalhadores da Usina do Xisto (SIX) resolveram dar continuidade à greve por tempo indeterminado, iniciada no dia 1º de setembro.
O movimento completou seis dias e é causado pela imposição de uma nova tabela de turno pela Petrobras que reduz de oito para seis horas o período trabalhado no regime ininterrupto, mas que aumenta os dias laborados no mês e, consequentemente, diminui o número de folgas, causando prejuízos financeiros e para o convívio social e familiar dos trabalhadores.
A mesma carga horária mensal representa 18 dias de trabalho e 12 de folga no turno de oito horas; já na tabela de seis horas seriam 24 dias de trabalho para apenas 6 de folga.
Durante a assembleia, os petroleiros da SIX aprovaram uma tabela de turno de oito horas que geraria o menor impacto possível de horas extras em virtude do respeito ao interstício (intervalo) de onze horas. Esse modelo de tabela foi apresentado pela empresa durante as negociações com o Sindicato, mas posteriormente a Petrobrás recuou e impôs a jornada de turno de seis horas.
Negociações
Na segunda-feira (05) ocorreram tentativas de solucionar o impasse na sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, e no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Curitiba. Em ambas os representantes da Petrobrás não aceitaram a manutenção da tabela de oito horas. No entanto, as negociações seguem abertas.
Um grupo de quase vinte petroleiros da Usina do Xisto veio até Curitiba para acompanhar a audiência no MPT. Revoltados, os trabalhadores se queixam principalmente dos prejuízos sociais que a medida da empresa acarretaria. “A tabela de turno de seis horas prejudica o convívio familiar. O trabalhador teria um domingo de folga a cada 49 dias, aproximadamente. Um domingo apenas, não seria um final de semana inteiro, porque teria apenas um dia de folga entre as jornadas de trabalho”, reclamou o petroleiro Rafael Palenske. “Vai dificultar a vida social e a convivência familiar, inclusive irá repercutir contra os salários. Fizemos cálculos preliminares e vai dar uma redução de cerca de 20% nos salários, o que é um impacto muito forte para quem tem um orçamento limitado”, completou Claiton Paulo Ledur, que também trabalha na SIX.
Nova assembleia
Como as negociações estão em andamento, uma nova assembleia com os petroleiros do regime de turno da SIX está marcada para a próxima sexta-feira (09), às 10h00, na Sede Regional Sindical de São Mateus do Sul.
PINGA-FOGO || Uma lição de educação
septiembre 5, 2016 13:201 – A educação é um dos principais temas em todo debate eleitoral. Contudo, a falta de informação e conhecimento sobre a sua estrutura demonstra como ela é tratada de forma superficial. De um lado, os governistas empurram dados que só podem ser checados ou rebatidos por especialistas. O que vai muito além de trinta segundos de um comercial de TV. De outro lado, candidaturas ao cargo executivo propõe coisas inviáveis ou que já existem como escola integral. Nessa lição, ninguém de fato ensina muito.
2 – O atual prefeito de Curitiba-PR Gustavo Fruet, em sua apostila eleitoral, afirma que valorizou a educação como ninguém antes. Aborda que destinou 30% para a educação, fez o plano de carreira, zerou as filas para quatro anos e ainda construiu novos equipamentos. Essa lição está certa. No entanto, na escola de pensamento crítico, tem muita coisa que não entrou na prova.
3 – Fruet tirou de suas páginas eleitorais que os avanços vieram à base de muita pressão das educadoras em duas greves. Elas chegaram a se acorrentar para serem recebidas pelo “querido prefeito”.
4 – Em outra matéria, a conta não fecha. Se Fruet zerou vagas de quatro e cinco anos, foi porque fechou vagas em berçários municipais. Mães com bebês de três meses e seis meses perderam empregos porque não tinham onde deixar filhos. Bebês de meses muito diferentes foram colocados em mesma sala, sobrecarregando educadoras.
5 –Já no exercício de construir novos equipamentos, Fruet “esqueceu” de contabilizar novos profissionais. O concurso não atendeu a demanda, sem contar os diversos afastamentos para tratamento de saúde de uma equipe sobrecarregada. Tanto é que a Prefeitura de Curitiba não garante 20% de hora atividade. Quiçá 33%, como pedem as profissionais.
6 – Agora, se o prefeito mudou o nome da profissão, não colocou como disciplina pautas aprovadas por ele no “plano de ensino” para a educação. Tanto é que a consulta pública que definiria a direção de cmeis não progrediu. Muito menos a aposentadoria especial. Parece que o prefeito faltou nessa aula.
7 – Por outro lado, seu principal concorrente, dado a intelectual, mostra desconhecimento da educação pública. Para Rafael Greca, o importante é mudar o nome de cmei (centro municipal de educação infantil) para creche. Greca diz que o nome é marketing petista. No entanto, a tentativa de ser popular o reprova na lição como mestre. Cmei, diferente de creche, tem como pedagogia investir na valorização das professoras de educação infantil e entender o processo de aprendizagem e estimulo desde o berçário. Não à toa, as professoras dizem que o papel delas é “cuidar e educar”. Será que Greca decorou que seu padrinho político, Beto Richa, e o seu novo aliado, Luciano Ducci, também se referiam ao local como cmei?
8 – Greca, aliás, parece ser adepto da “Escola Sem Partido”. Em entrevista a um jornal de Curitiba, o candidato disse que as mulheres serão amadas e não precisa se falar em “empoderamento”. Greca, que afirma conhecer tão bem a cidade, desconhece que a maioria dos funcionários municipais são mulheres e que ganham menos do que homens? Desse jeito corre o risco de ser reprovado nas urnas também.
A síndrome do dois a zero continua no Paraná Clube. A luta também!
septiembre 5, 2016 13:01por Marcio Mittelbach
Terra Sem Males, coluna Guerreiro Valente
Para explicar o que ocorreu no jogo do último sábado – 3 a 3 diante do Oeste – vamos a 1999, final do campeonato paranaense contra o Coritiba. O tricolor chegava com a vantagem de fazer dois jogos em casa em um playoff de três partidas. Depois de uma derrota na primeira batalha no Couto Pereira, precisávamos de um empate e uma vitória para ganhar o sétimo título em dez anos de existência.
O segundo confronto foi na Vila Olímpica do Boqueirão, dia 7 de julho, uma quarta-feira à tarde. Até os 38 minutos do segundo tempo o tricolor vencia por dois a zero. Foi aí que surgiu a síndrome, e o coxa achou os dois gols que mantinham para eles a vantagem do empate no último jogo.
Na terceira partida da decisão, em um Pinheirão lotado, o Paraná chegou rapidamente aos 2 a 0 com gols de Reginaldo Vital e Washington, que recebeu assistência de Fernando Diniz, hoje técnico do Oeste. Viramos o intervalo vencendo por 2 a 1, mas aos 35 do segundo tempo, o raio caía pela segunda vez no mesmo lugar em questão de três dias, dando o título aos verdes depois de dez anos na fila.
Desde então aquela história do “dois a zero é um placar perigoso” ganhou proporções no coração paranista. Pra não ir muito longe, esse ano, em julho, contra o Criciúma, vencíamos por dois a zero e tomamos a virada em questão de vinte minutos. Contra o Oeste, quase tudo de novo, não fosse mais um gol do LF9 no apagar das luzes.
Perdemos a chance de diminuir de oito para seis pontos a distância do grupo que vai subir, mas não há tempo para lamentações. Neste sábado, 10/9, temos um acerto de contas para fazer com o segundo time de Londrina. Em 2016 já tivemos uma batalha no VGD e outra no Café. Uma derrota pelo estadual, que nos custou o fim de uma série invicta de cinco jogos, e um empate pelo primeiro turno da série B.
Chegou a hora de vencer mais uma vez do lado da Torcida, ganhar esses ‘seis’ pontos e a definitiva reabilitação. É bom lembrar que depois do confronto com o Tubarão teremos o Vila Nova pela frente, também em Casa.
Sábado todos os caminhos levam à Vila do Povo!
#euacredito #guerreirovalente
Entenda por que os bancários vão entrar em greve
septiembre 2, 2016 18:42por Renata Ortega
SEEB Curitiba
Ontem, 01 de setembro, bancários de todo o país se reuniram em assembleias para avaliar a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para a Campanha Nacional 2016. Após cinco longas reuniões, em que os trabalhadores apresentaram todas as suas reivindicações, os patrões se limitaram a propor reajuste de 6,5% nos salários e demais benefícios, mais um abono de R$ 3 mil, não incorporado à remuneração. A inflação do período (setembro) é de 9,57%.
Os bancários disseram ‘não’! A categoria não quis aceitar perda de 2,8% nos salários, sobretudo, após constatar que os bancos – Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa, juntos – lucraram quase R$ 30 bilhões no primeiro semestre de 2016. Estas mesmas instituições, de janeiro a julho, fecharam mais de 7.800 postos de trabalho. Com isso, bancários permanecem sobrecarregados de trabalho nas agências e departamentos, tendo que cumprir metas abusivas sob pressão e assédio moral. Clientes continuam tendo que pagar tarifas altas e juros extorsivos, além de contar com atendimento precário.
Por tudo isso, os bancários vão entrar em greve. “Não é possível que o setor que mais lucra no país, continue explorando os trabalhadores, extorquindo clientes e usuários e embolsando os lucros sem nenhuma contrapartida social. Precisamos mudar este cenário. E para que a mudança aconteça, será necessário organização, mobilização e muita luta!”, resume Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.
Confira as reivindicações dos bancários para a Campanha Nacional 2016:
REMUNERAÇÃO
– Reajuste salarial de 14,78% (art. 1)
Correspondente à correção da inflação (projetada em 9,31% para setembro) mais aumento real de 5%;
– Piso salarial (art. 4)
Piso de ingresso equivalente ao salário mínimo necessário calculado pelo Dieese, com variação entre R$ 3.940,24 (portaria, contínuos, serventes e escritório) e R$ 8.865,54 (primeiro gerente e técnico de Tecnologia da Informação, com gratificação de função);
– Plano de Cargos e Salários (art. 5)
Reajuste anual de 1% em todas as verbas salariais, para todos os bancários; a partir do 5º ano, reajuste anual de 2%; movimentação de um nível na tabela salarial para cada 3 anos na mesma função;
– Isonomia de salário (art. 8)
Bancários querem salário igual para trabalho igual (Convenção 100 da OIT e artigo 2º da declaração de Direitos Humanos);
– Remuneração fixa indireta (benefícios) no valor de um salário mínimo (art. 17 a 23)
Auxílio refeição, alimentação, 13ª cesta alimentação, 13ª cesta refeição, auxílio creche, 13º auxílio creche e auxílio para filhos em período escolar (fundamental e médio) no valor de R$ 880 cada benefício, por mês;
– Auxílio educação (art. 25)
Custeio integral de ensino médio, graduação ou pós-graduação para bancários;
– Regulamentação da remuneração variável (art. 32)
Para combater as metas abusivas, bancários querem pagamento de 10% sobre venda de produtos a título de remuneração complementar e 5% sobre a prestação de serviços;
– Participação nos Lucros e Resultados (art. 34)
PLR de três salários mais R$ 8.317,90 fixos, sem compensação de programas próprios de remuneração.
EMPREGO
– Garantia no emprego (art. 39)
Os bancos devem garantir o emprego de todos os bancários;
– Garantia contra dispensa imotivada (art. 40)
Reconhecimento dos termos da Convenção 158 da OIT, em que a demissão só ocorre após a comprovação dos motivos;
– Fim da terceirização (art. 43)
Suspensão da implantação de projetos de terceirização para vedar qualquer forma de terceirização no ramo financeiro. A reivindicação é que os bancos revertam as áreas terceirizadas e enquadrem os trabalhadores à categoria bancária num prazo de 180 dias;
– Comissão sobre mudanças tecnológicas (art. 47)
Constituição de uma Comissão sobre mudanças tecnológicas no prazo de 45 dias após assinatura da CCT. A comissão deve ser informada com um ano de antecedência da existência de projetos com mudanças tecnológicas, organizacionais e reestruturações;
– Agências digitais (art. 48)
Serviços realizados exclusivamente por bancários, com adequação de jornada de trabalho sem redução salarial;
– Fim dos correspondentes bancários (art. 50)
Os bancos devem universalizar o atendimento bancário em todos os municípios do país, com serviços desempenhados por bancários e com cumprimento de legislação de segurança.
IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
– Mesa temática sobre Igualdade de Oportunidades (art. 66)
Manutenção da Comissão Bipartite com o objetivo de eliminar as desigualdades existentes no local de trabalho, dirimir conflitos e prevenir eventuais distorções, em busca da equidade em todos os segmentos;
– Promoção da igualdade de oportunidades para todos (art. 67)
Garantia de que mulheres, negras, negros, indígenas, homoafetivos e deficientes tenham igualdade de condições de contratação, independente de idade e condições sócio econômica;
– Isonomia de tratamento para homoafetivos (art. 69)
Fim da discriminação e os mesmos direitos aos parceiros de união civil de relacionamento homoafetivo, considerando-se para os efeitos legais a mesma condição de cônjuges;
– Contratação de trabalhadores com deficiência (art. 70)
Inclusão de trabalhadores com deficiências, combatendo a discriminação e proporcionando seu desenvolvimento, garantindo o trabalho decente e respeitando suas limitações.
SAÚDE E CONDIÇÕES DE TRABALHO
– Fim das metas abusivas (art. 74)
Bancários querem participar da estipulação de metas e que elas sejam coletivas, definidas por departamentos/agências e não individuais. Elas devem ser adequadas e reduzidas nos períodos de afastamentos. Bancários não querem comparações ou divulgação de rankings, nem a individualização de metas;
– Combate ao assédio sexual (art. 75)
Comprometimento em dar continuidade à campanha de prevenção e combate ao assédio sexual no local de trabalho, com apuração das denúncias em comissões bipartites. A vítima do assédio deverá ter estabilidade desde a denúncia e investigação e por até dois anos caso comprovado;
– Fim do assédio moral organizacional (art. 76)
As empresas coibirão situações constrangedoras, humilhantes, vexatórias e discriminatórias,promovidas por superior hierárquico ou qualquer outro empregado, nos termos negociados naMesa Temática de Saúde do Trabalhador. A vítima do assédio deverá ter estabilidade desde a denúncia e investigação e por até dois anos caso comprovado;
– Programa de Retorno ao Trabalho (art. 82)
Atualização do Programa de Reabilitação Profissional (art. 44 ) para que seja aplicado como Programa de Retorno ao Trabalho para assegurar condições de trabalho segurase saudáveis ao empregado que teve afastamento de suas atividades profissionais em função de patologia de origem ocupacional ou não, que tenha comprometido sua capacidade laborativa, de modo a promover a plena reinserção do empregado ao trabalho;
– PCMSO (art. 93)
Mais transparência no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com acesso pelos sindicatos às informações retidas pelos bancos.
SEGURANÇA BANCÁRIA
– Proibição de guarda de chaves pelos bancários (art. 104)
Chaves de acesso a bancos, cofres e acionadores de alarmes devem ser desvinculados de bancários e ficar sob responsabilidade de empresas de segurança especializadas;
– Proibição de transporte de numerário pelos bancários (art. 105)
Atualmente está previsto na CCT o cumprimento da Lei 7.102/1983 que, dependendo do montante, é permitido o transporte de numerário em veículo comum, com dois vigilantes, ou exclusivamente em veículo da instituição ou de empresa especializada. A reivindicação é que o transporte de numerário seja proibido a bancários e seja feito exclusivamente por vigilantes em carros-forte;
– Medidas de segurança contra assaltos e sequestros (art. 106)
São oito itens de segurança de necessária implantação, sempre que houver identificação visual do banco, como porta de segurança com realocação do autoatendimento; câmeras camufladas em áreas internas e externas; divisórias individuais; blindados e iluminação externa, biombos nas filas dos caixas, vidros nos guichês, vidros blindados nas fachadas, iluminação externa e instalação de malhas finas de aço nas janelas de acesso às ruas.
Confira também o que a Fenaban propôs:
– Reajuste de 6,5% (representa perda de 2,8% para os bancários em relação à inflação de 9,57%).
– Abono de R$ 3.000,00 (parcela única, não incorporado aos salários).
– Reajuste nos pisos (6,5%):
Piso portaria após 90 dias: R$ 1.467,17.
Piso escritório após 90 dias: R$ 2.104,55.
Piso caixa/tesouraria após 90 dias: R$ 2.842,96 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
– Participação nos Lucros e Resultados (PLR):
Regra básica: 90% do salário mais R$ 2.153,21, limitado a R$ 11.550,90. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 25.411,97.
Parcela adicional: 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 4.306,41.
Antecipação da PLR: Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da CCT 2016/2017. Pagamento final até 02/03/2017.
– Auxílio-refeição: R$ 31,57 por dia.
– Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta: R$ 523,48 mensais.
– Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses): R$ 420,36.
– Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses): R$ 359,61.
– Vale-cultura: R$ 50 (mantido até 31/12/2016, quando expira o benefício).
– Gratificação de compensador de cheques: R$ 163,35.
– Requalificação profissional: R$ 1.437,43.
– Auxílio-funeral: R$ 964,50.
– Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto: R$ 143.825,29.
– Ajuda deslocamento noturno: R$ 100,67.
Clique aqui para acessar a Convenção Coletiva de Trabalho 2015/2016.
Trabalhadores da Usina do Xisto decidem manter a greve no Paraná
septiembre 2, 2016 14:17Assembleia avaliou que não houve avanços e movimento vai prosseguir
por Davi Macedo
Sindipetro PR/SC
Os trabalhadores do regime de turno da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, na região Centro Sul do Paraná, se reuniram em assembleia na manhã desta sexta-feira (02) e resolveram dar prosseguimento ao movimento grevista iniciado à zero hora de quinta (01).
A avaliação é que não houve avanços. “Ninguém concorda com a implantação da tabela de turno com jornada de seis horas e como até agora não houve negociação, a greve continua”, disse o presidente do Sindipetro Paraná e Santa Catarina, Mário Dal Zot.
A adesão dos trabalhadores do turno é quase total, com exceção de alguns poucos supervisores que formam o contingente precário que mantém parte das operações da Usina, em detrimento e traição à luta da categoria.
A greve é motivada pela posição unilateral da empresa de reduzir a jornada do turno. A alegação é de que a medida se deve à decisão judicial que determina o interstício (intervalo) mínimo de 11 horas entre as jornadas. A ação do interstício foi movida pelo Sindicato no ano de 2006 em todas as unidades do Sistema Petrobrás no Paraná e Santa Catarina. Todas as bases tiveram decisões favoráveis aos trabalhadores e a Petrobras cumpriu em quase todas elas, à exceção da SIX.
Vale lembrar que em nenhum momento a sentença judicial discorre sobre diminuição da jornada e durante as negociações os representantes jurídicos da Petrobras colocaram empecilhos em todas as propostas apresentadas pelo Sindicato, inviabilizando a possibilidade de qualquer acordo.
Quando menos é mais
A primeira vista, uma redução de jornada de trabalho parece uma coisa boa, mas não no caso da SIX. A diminuição acontece apenas na jornada do turno e não na carga horária mensal de trabalho. Isso significa que os petroleiros terão mais dias de trabalho e menos folgas no mês, causando prejuízos ao convívio familiar e social.
Além disso, caso a jornada de 06 horas seja implantada, outro prejuízo imediato aos trabalhadores seria a redução do adicional de HRA (Horário de Repouso à Alimentação). Os impactos financeiros podem chegar a 20% do total de rendimentos.
O uso da força em manifestações
septiembre 2, 2016 10:24por Manoel Ramires
Terra Sem Males
O impedimento da presidenta Dilma Rousseff devolveu às ruas os jovens que iniciaram as jornadas de junho de 2013. O retorno ocorre em torno de uma pauta progressista, pela busca de direitos e, principalmente, contra o golpe. Esse retorno é acompanhado do confronto com as forças policiais que haviam atuado com parcimônia nos protestos “verde e amarelo”.
Essa postura, de conflito e confronto, é analisada pelo professor universitário da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Emerson Cervi. Ele comenta como as polícias se relacionam com as manifestações. Confira:
(1) a. A imensa maioria das democracias modernas desmilitarizou suas polícias ostensivas (muitosnunca tiveram polícia militar). b. A imensa maioria das polícias do mundo tem como opção tática usar munição não letal em manifestações de rua. Logo, não é a militarização da polícia ostensiva brasileira que explica a presença de munição não letal para reprimir as atuais manifestações.
(2) a. a imensa maioria das polícias, quando em situação de manifestações de rua, é treinada para usar munição não letal apenas quando há risco à integridade física dos manifestantes ou ao patrimônio e, sempre, depois que o primeiro cordão de isolamento policial é rompido pelos manifestantes. Além disso, nunca, jamais, em nenhum condição, usar munição não letal apontada do tórax para cima. O fabricante avisa que isso pode matar ou causar lesões graves.
E a imensa maioria das polícias do mundo existe para proteger os cidadãos, não para machucar.
b. na imensa maioria das manifestações de rua em diferentes cidades do Brasil a polícia usa de maneira indiscriminada munição não letal para “preservar” o cordão de isolamento e não depois que ele é rompido. Além disso, o cordão é posicionado em vias, interrompendo o fluxo dos manifestantes, ou seja, é feito para gerar o conflito.
Logo, o problema não é a munição não letal, mas a forma como os corpos policiais são treinados no Brasil e como usam as ferramentas de que dispõem – que por origem existem para constranger a violência, mas aqui são precursores da violência que a gente vê nas ruas.
Isso vai até ferirem gravemente ou matarem um estudante filho da classe média. Daí os comandos recuam. Infelizmente, a violência é a única língua que essa gente conhece.
Começa forte a greve dos trabalhadores da Usina do Xisto no Paraná
septiembre 1, 2016 17:06por Davi Macedo
Sindipetro PR/SC
Os trabalhadores do regime de turno ininterrupto de revezamento da Usina do Xisto, em São Mateus do Sul-PR (150km de Curitiba-PR), iniciaram à zero hora desta quinta-feira (01) a greve por tempo indeterminado. O movimento é motivado pela decisão unilateral da empresa de reduzir a jornada do turno de oito para seis horas.
A greve começou com bastante intensidade. A adesão dos petroleiros do turno é total e a Petrobras mantém na unidade os petroleiros que entraram no revezamento das 15h30 de ontem (31). Já são quase 24 horas de atividade ininterrupta. A empresa ainda não chamou o Sindicato para negociar uma rendição de turno.
Nesta sexta-feira (02), o Sindipetro PR e SC realiza uma assembleia para avaliar o movimento e socializar informações. Será às 10h00, na Sede Regional Sindical de São Mateus do Sul. Confira o Edital no link dos anexos abaixo.
O impasse
A greve é causada pela posição unilateral da empresa de reduzir a jornada do turno. A alegação é de que a medida se deve à decisão judicial que determina o interstício (intervalo) mínimo de 11 horas entre as jornadas.
A ação do interstício foi movida pelo Sindicato no ano de 2006 em todas as unidades do Sistema Petrobrás no Paraná e Santa Catarina. Todas as bases tiveram decisões favoráveis aos trabalhadores e a Petrobras cumpriu em quase todas elas, à exceção da SIX.
Cabe ressaltar que em nenhum momento a sentença judicial discorre sobre diminuição da jornada e durante as negociações os representantes jurídicos da Petrobras colocaram empecilhos em todas as propostas apresentadas pelo Sindicato, inviabilizando a possibilidade de qualquer acordo.
Retaliação
Para o presidente do Sindipetro PR e SC, Mário Dal Zot, a empresa usa a pressão sobre a categoria como estratégia jurídica. “Querem que os trabalhadores abram mão do passivo trabalhista gerado pelo não-cumprimento do interstício. Isso foi uma condicionante colocada pela Petrobrás para a manutenção da tabela de oito horas que jamais aceitaremos, pois fomos nós que vencemos a ação. Trata-se de uma represália mediante uma derrota jurídica”.
Justiça suspende licença de operação de Belo Monte por descumprimento das condições do licenciamento
septiembre 1, 2016 14:19Decisão atende pedido do MPF/PA. Condição de viabilidade da usina, implantação de saneamento em Altamira até hoje não foi concluída
Texto da Assessoria de Comunicação do Ministério Público Federal no Pará
A Justiça Federal concedeu liminar pedida pelo Ministério Público Federal no Pará (MPF/PA) e ordenou ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) que suspenda os efeitos da licença de operação da usina de Belo Monte por desobediência da Norte Energia S.A às condições do licenciamento. A empresa deveria ter concluído a implantação de 100% do esgotamento sanitário e abastecimento de água de Altamira ainda em julho de 2014, mas até hoje não terminou as obras.
Para a juíza Maria Carolina Valente do Carmo, o que se verificou durante o processo judicial é que “ empreendedor, com o aval do Ibama, interpretou sua obrigação de implantar o projeto de saneamento básico da forma que lhe foi mais favorável, eximindo-se de repassá-lo à administração municipal em condições de imediato funcionamento”. A empresa alega que as ligações do sistema de esgotamento sanitário com as residências da cidade deveria ser responsabilidade da prefeitura de Altamira.
Entretanto, para a justiça federal “se a implantação de 100% do sistema de esgotamento sanitário do município de Altamira é de responsabilidade do empreendedor, cabendo-lhe cumprir o cronograma de obras estabelecido, e se os ramais de ligação domiciliar de esgoto são parte integrante e fundamental para que o sistema de esgotamento sanitário projetado alcance seu objetivo, fica claro que o cumprimento da condicionante 2.10 da licença de instalação estava a cargo do empreendedor e deveria ter sido efetivado até julho de 2014”, diz a decisão judicial.
A condicionante do saneamento básico, considerada uma das mais importantes de Belo Monte, estava prevista desde a licença prévia do empreendimento, concedida em 2010. Pelos prazos do licenciamento, a usina deveria ter entregado sistemas de fornecimento de água potável e esgotamento sanitário no dia 25 de julho de 2014. Mesmo sabendo disso, o Ibama liberou a operação da usina e o barramento do rio Xingu no final do ano passado. Na licença de operação, emitida em novembro de 2015, o Ibama deu prazo até setembro de 2016 para que o saneamento de Altamira fosse concluído. Não foi.
Para o procurador da República Higor Rezende Pessoa, “até o momento, a Norte Energia e o Poder Público ficaram inertes quanto a situação caótica do saneamento básico em Altamira, deixando de adotar as medidas apropriadas para o devido cumprimento da condicionante ambiental”. A ação do MPF mostra que até mesmo em frente ao escritório do Ibama na cidade corre esgoto a céu aberto.
A decisão judicial registra que as medidas de prevenção ao dano ambiental deveriam ter sido exigidas pelo Ibama antes da emissão da licença de operação. “O fato é que a autarquia ambiental, com base no princípio da prevenção, não deveria ter admitido a concessão da licença de operação”, diz a liminar. A licença agora fica suspensa até que seja integralmente concluída a implantação do saneamento básico, incluindo a limpeza e desativação das fossas rudimentares e poços de água, com fornecimento de água potável encanada para todo perímetro urbano da cidade de Altamira.
A Norte Energia tem vários prazos para cumprir. Em 20 dias, precisa apresentar o plano emergencial de abastecimento de água potável e o plano técnico operacional com cronograma das obras do sistema de esgoto, sob pena de multa de R$ 20 mil por dia de atraso na apresentação. Até o próximo dia 30 de setembro, a empresa tem que efetivamente instalar todos os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, contemplando todos os domicílios do perímetro urbano de Altamira. A empresa e a prefeitura também terão que pagar multas se não iniciarem, em 40 dias, campanha de educação ambiental com abrangência em toda a cidade, custeada pela Norte Energia.
Processo nº 269-43.2016.4.01.01.3903
Curitiba resiste contra Temer
septiembre 1, 2016 11:28Por Davi Macedo
Terra Sem Males
Na República de Curitiba a resistência contra o golpe parlamentar também tem vez e vai à luta. Logo no dia do impeachment, centenas de pessoas, a maioria jovens, tomaram ruas da capital paranaense para protestar contra o golpista Michel Temer.
A concentração aconteceu por volta das 18 horas, na Praça 19 de dezembro. No início, o clima de tristeza pelo golpe sacramentado e as roupas pretas dos participantes lembravam uma espécie de funeral da democracia, tanto que no momento de decidir o trajeto da manifestação surgiu a sugestão de ir ao Cemitério Municipal. A tristeza foi momentânea e, quanto mais chegavam pessoas, a atmosfera ganhava em animação, ativismo e pluralidade.
O protesto foi convocado pelas redes sociais a partir da iniciativa do Coletivo CWB Contra Temer. “Temos aqui uma juventude que chegou a participar da Primavera de 2013 e não foi cooptada por grupos de direita como o MBL. A luta por democracia é um debate muito vivo nas universidades e deve ir para as ruas. Antigos grupos políticos tomaram o poder para ter o controle da sociedade de volta, mas ninguém aguenta mais. Todo mundo quer mais liberdade”, disse o estudante de direito Thiago Régis, um dos organizadores da manifestação.
Sem carro de som, tampouco megafone, a coordenação era feita na base da garganta. Ao lado de Thiago, o estudante de artes visuais Rafael Alves também soltava a voz no meio da multidão. Para ele, o futuro do país será difícil. “Se os golpistas mantiverem o poder teremos nossa liberdade tolhida. Levaremos de 10 a 15 anos para reerguer politicamente, economicamente e estruturalmente o Brasil. Vamos nos ferrar muito”.

Foto: Leandro Taques/Jornalistas Livres
O movimento também atraiu trabalhadores preocupados com os efeitos do golpe. “É um dia que ficará marcado na história como infame, é o início do retrocesso. O golpe ainda não chegou no fim e não acerta só a Dilma e o PT. Mira os direitos da população, atingindo principalmente as camadas mais pobres e os trabalhadores”, alertou a bancária Marisa Stédile. “Espero que nossa resistência e luta faça brotar a consciência coletiva sobre a importância da democracia”, completou.
A esperança da bancária estava refletida nas palavras do jovem estudante do ensino médio Eduardo Costa. “Não se trata de defender a Dilma ou um partido. Vim aqui para lutar pela democracia e por nossos direitos. Passaram por cima da Constituição. O país vai virar um caos. Está difícil arrumar emprego e só vai piorar para os trabalhadores e os estudantes”.
Já com a Praça tomada, os manifestantes decidiram bloquear a Avenida Barão do Serro Azul durante protesto em frente à Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), entidade apoiadora do golpe. A passeata seguiu até Praça Santos Andrade, local da Faculdade de Direito da UFPR e onde leciona Sérgio Moro, herói togado da direita. Foi o momento mais tenso da manifestação. Um grupo que também se organizou pelas redes sociais, porém bem menor, saiu do Centro Cívico em cima de um caminhão de som. Eram menos de dez pessoas que foram provocar. Felizmente só houve troca de xingamentos antes da Polícia Militar retirá-los do local.
Três horas depois do início, por volta das 21 horas, a manifestação terminava com ato na Boca Maldita, tradicional local de protestos da capital. O grupo CWB contra Temer convocou novo protesto para esta quinta-feira (02), a partir das 18h00, novamente na Praça 19 de Dezembro. O golpista não tem arrego até na terra do Moro.