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abril 3, 2011 21:00 , por Desconocido - | No one following this article yet.

O mundo encantado dos Ricardos

marzo 13, 2017 12:30, por Terra Sem Males

Os Mauricinhos Ricardos não estão apenas no governo do Paraná. No Brasil, as empresas têm dado calote na previdência.

A crise pela qual o Brasil passa é só para Josés e Marias. Para os mauricinhos e patricinhas, o rentismo e a boa vida seguem intocáveis. São gordas comissões acumuladas, salários e participação de lucro em empresas públicas, ou calotes, isenções e sonegação de tributos. Aqui, no Paraná, temos um bom exemplo dessa elite que está no poder para sacrificar o trabalhador enquanto mantém intacto seus brioches. É o caso de Maurício Ricardo, secretário de finanças. Ele é responsável pelo conjunto de austeridades impostas aos professores e servidores estaduais. Cortes na carne e na progressão desses trabalhadores. O ex-secretário de Gilberto Kassab e de ACM Neto tem uma especialidade: aumentar os rendimentos dos acionistas de empresas do governo.

Comissões gordas

A especialidade rende gordo solto para o secretário, que sequer fica constrangido com alto salário. Maurício Ricardo disse, na Assembleia Legislativa, que é conselheiro em seis empresas públicas. Para isso, recebe R$ 27 mil por mês. Apesar de a Lei de Responsabilidade Fiscal determinar a participação de apenas dois conselhos, Ricardo não quis abrir mão do jabá. Para ele, a lei foi mudada depois que ele integrava a Copel, Fomento Paraná, Paranacidade, Sanepar, Cohapar e Agência Paraná de Desenvolvimento. Logo, o banquete com dinheiro público é “um direito”.

Sobremesa

Do prato principal, Maurício Ricardo não contou que ainda tem uma sobremesa. De acordo com o deputado estadual Nereu Moura, o secretário da fazenda “é presidente do conselho de administração da Companhia Paranaense de Securitização, que vende créditos do governo do estado com descontos generosos na Bolsa de Valores”.

Sal de frutas

Curiosamente, essa empresa deu prejuízo ao Paraná de R$ 807 mil em razão de despesa com pessoal , referente à remuneração dos diretores e conselheiros. A solução foi aumentar o capital social para R$ 2 milhões. A medida foi criticada por Nereu: “Já existe prejuízo em se oferecer créditos com descontos na Bolsa, a estilo ‘Black Friday’, e Beto Richa banca salários altíssimos para conselheiros. Rogério Perna, por exemplo,  recebe mais de R$ 25 mil por mês”, argumenta o deputado.

Pago quando puder

Os Mauricinhos Ricardos não estão apenas no governo do Paraná. No Brasil, as empresas têm dado calote na previdência. Sim, essa mesma que querem reformar culpando o trabalhador. A dívida ativa da Previdência atingiu R$ 432,9 bilhões em janeiro de 2017. Para se comparar, em 2015, o Brasil pagou 436 bilhões com benefícios previdenciários. Logo, se o governo cobrasse as empresas, não precisaria transferir a conta para a população. Mas prefere fingir que não vê calote de bancos públicos e privados e empresas de transporte aéreo e terrestre que ocupam as 20 primeiras posições.

Indigesto

Quando o caixa 2 chegou aos tucanos, o ministro do STF disse que pode ser que não ocorra corrupção. “Temos o caixa 2 que é defeituoso do ponto de vista jurídico, mas não tem nada de corrupção e temos o caixa 2 propina”, argumentou depois que se fortalecem denuncias de ocultação de valores de Aécio Neves e cia.

Digestão

O ministro Luís Roberto Barroso pensa diferente. À Folha, disse: “caixa dois e corrupção podem, de fato, ser coisas diferentes”. “Mas ambos são crimes”, concluiu.

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Manoel Ramires
Terra Sem Males
Pinga Fogo
Foto: Pedro Oliveira/Alep



Confira os locais dos atos no Dia Nacional de Paralisação desta quarta-feira, 15 de março

marzo 13, 2017 11:55, por Terra Sem Males

Na próxima quarta-feira, 15 de março, a classe trabalhadora estará nas ruas, em todo o país, para um Dia Nacional de Paralisação. A data, que marca o início da greve geral dos trabalhadores da educação, será encorpada por diversas categorias de trabalhadores, como servidores públicos municipais, estaduais e federais; do transporte coletivo; metroviários; metalúrgicos; bancários, entre outros, e, ainda pelas frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular, MST e MTST.

Greve Geral Nacional da Educação – 2017

Foi aprovada no 33º Congresso Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) educadores das escolas públicas estaduais (professores e funcionários de escola), com início na quarta-feira, 15 de março. Acompanhe informações no site da CNTE. A greve é contra a Reforma da Previdência e pelo cumprimento da lei do piso nacional.

Já confirmaram a adesão à greve em assembleias os educadores (professores e funcionários) das escolas públicas estaduais das cidades do Paraná, professores do magistério das escolas municipais de Curitiba, professores do magistério das escolas municipais de Lauro de Freitas (BA), trabalhadores em educação do Amazonas de 15 municípios, trabalhadores das escolas e creches da rede municipal de ensino de Vitória da Conquista (BA) – estarão com as atividades suspensas no dia 15; educadores das escolas estaduais da Paraíba; educadores e educadoras de Minas Gerais (saiba mais aqui); trabalhadores em educação de Natal/RN e de diversas cidades do Estado; rede estadual e municipais de Alagoas; professores e funcionários de escola do Rio Grande do Sul deflagraram Greve Nacional Unificada a partir do dia 15 de março por tempo indeterminado. Os trabalhadores em educação estaduais e os municipais de Porto Velho aprovaram a adesão da categoria à greve geral nacional. Os profissionais de educação de São Paulo decidiram que a categoria entrará em greve a partir do dia 15 de março, atendendo à convocação nacional da CNTE e da CUT.

Outras categorias

 

ATOS UNIFICADOS

Curitiba – Paraná

Concentração às 9 horas na Praça Santos Andrade e na Praça 19 de dezembro, com marcha rumo ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, e às 10h na Praça Tiradentes.

Manaus – Amazonas

Ato público na Praça do Congresso às 15 horas.

Vitória da Conquista – Bahia

Mobilização das 9h às 11h na Praça 9 de novembro.

São Paulo

Manifestação e assembleia geral dos educadores, no Viaduto do Chá, em frente à Prefeitura, às 15 horas.
Ato unificado às 16 horas na Avenida Paulista, no Masp

Belém – Pará

Ato unificado a partir das 8h, na praça da República
Acesse a programação completa 

Confira abaixo outros locais:

 

Por Paula Zarth Padilha



Jornaldo*: No futsal, tudo é possível 

marzo 11, 2017 19:43, por Terra Sem Males

Tive que ligar pro Luis Enrique. 

Parabenizá-lo pela virada histórica do Barcelona. 

Papo vai papo vem, questionei-o em relação ao futuro. O treinador espanhol comentou que vai deixar o Barcelona ao término da temporada. 

“Você se acha qualificado pro Sindijorzão?” – perguntei. 

Ele parabenizou Valkiller, que aniversariou ontem, e disse que acompanha de longe o Sindijorzão. Mesmo assim, combinei de mandar uns tapes dos jogos. 

Também fiz um pedido especial. Uma análise do jogo Sensacionalistas x Moscas Mortas. Pergunta: “num jogo de 25 x 02, dá pra virar?”.  

Depois de algumas horas ele retornou. Já atendi perguntando sobre a virada… 

“Tranquilo”. Luisin acredita que faltou vida para o Moscas Mortas. Para o treinador, eles não testaram o suficiente a qualidade do arqueiro roxo. “Tres patadas dos goles”, – completou.  

Tive que concordar. 

Um fato interessante, extra campo, é que depois que eu passei as imagens das partidas, o espanhol entrou em contato com a atacante Kássio. Parece que o treinador convidou o atleta pra jogar o restante da Champions, mas o entrosamento com Daniel Cabelo e Renan Careca falou mais alto. O jogador disse não. 

Não contente, parece que Luis Enrique virá pessoalmente negociar com o atleta. Esse que se destacou após dar um chapéu, dentro da área, no goleiro do Che Garotos. Um golaço. 

Outra confirmação é que Luis Enrique irá se filiar a torcida organizada Raça Lilás. Por fim, solicitou um estágio com o treinador Léo Coelho. 

Antes de desligar, ele ainda elogiou a bela coreografia do atleta Marcinho Bolshoi. Que pela primeira vez, na historia do futsal, aplicou um pedaço do Lago dos Cisnes numa partida! 

Foi a criação de um símbolo que mistura popular e clássico.

Beleza? 

Outra coisa. Gostaria de dar um informe. Talvez não estarei presente amanhã. 

Tudo porque esses dias eu vi a Berenice. Eu só a conhecia pelos livros do Edgar A. Poe! Me apaixonei. Eu jurava que tinha aberto o túmulo dela e arrancado seus dentes, como prova de amor; e os colocado numa caixinha de madeira. 

O problema é que quando passou o efeito do Absinto, eu já havia destruído minha dentadura e jogado meus dentes na privada. Por isso, não tem como eu aparecer desse jeito na Stark. Não conseguiria nem xingar o ‘Fafá’, por exemplo. 

*Jornaldo: é jornalista esportivo renomado internacionalmente. Sempre disputado pelas mídias convencionais, optou por fazer a crônica do Sindijorzão, o torneio de Futsal do Sindicato dos Jornalistas do Paraná. Os valores nunca foram divulgados.

Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males



CRÔNICA | A greve de todas as mulheres

marzo 10, 2017 18:43, por Terra Sem Males

Por Melissa Andrade
Foto: Leandro Taques

Terra Sem Males

8 de março de 2017. Elas pararam! Elas foram pras ruas, elas disseram: hoje nos uniremos mundialmente! Várias cidades de todos os cantos do mundo, em uma só voz uníssona! Nem uma a menos!

Estavam lá nossas mães, nossas avó, as filhas que teremos. Irmãs, companheiras . Estavam todas que já foram agredidas, que ganham menos fazendo exatamente o mesmo trabalho que os homens, que tiveram relacionamentos abusivos, que foram estupradas e brutalmente assassinadas, que foram assediadas por seus chefes, padrastos, pais, irmãos, que vivem na margem ou no centro. Estavam aquelas que ainda estão desabrochando e já tão solidárias. Estavam lá eu, você e todas as mulheres que no passado lutaram e abriram novos caminhos para que aqui estivéssemos hoje, caminhando juntas, firmes, de mãos dadas!

Um 8 de março efetivamente internacional. Um histórico e memorável ato mundial de união feminina. Sua importância ecoará demonstrando mais que nunca que o brado é urgente, que mulheres do mundo todo tem o mesmo sentimento e lutam pela mesma causa: apenas não sofrer mais opressões simplesmente por ser mulher, por querer respeito e equidade, que ainda nos são tão negados, ou até mesmo confundidos, pois erroneamente pensam que o objetivo é igualar homens e mulheres como indivíduos, quando na verdade o que se busca é a igualdade como sujeitos sociais. O Feminismo não se trata de odiar homens ou buscar ser superior a eles. Se trata de política, de conscientização, de mulheres como protagonistas da busca da representação, respeito e equidade como sujeito social nos espaços públicos e privados. Se trata da luta para sair da opressão histórica, patriarcalmente construída e estruturalmente mantida.

As ruas do centro de Curitiba também estavam sintonizadas e unidas com as outras, era o centro de Curitiba, do ventre, do mundo, eram todas! As ruas estavam floridas, cantantes, gritos de indignação, pedidos, a força e a garra do feminino pulsante, belas recatadas e prontas para lutar, assim somos todas, nos vejam, nos ouçam!

Foram diversos atos durante todo o dia, em vários espaços públicos, culminando com um grande ato pelas ruas, onde juntaram-se não só mulheres, mas também homens, mãos dadas, filhas nos colos, unidos com elas, num bordado bonito, colorido e diverso na luta!
Neste dia, Curitiba foi delas e para elas, todas conectadas, Nem uma a menos!

 

Melissa Andrade é advogada e militante feminista. Formada na turma de 2016 das Promotoras Legais Populares de Curitiba e região.

 



Caos no sistema penitenciário do Paraná vitima mais uma agente; rebelião durou 22 horas

marzo 10, 2017 17:05, por Terra Sem Males

Além da violência psicológica, a trabalhadora saiu com ferimentos nas costas. SINDARSPEN vai convocar paralisação da categoria.

Depois de 22 horas, finalmente foi liberada a agente penitenciária Ana Paula, tomada como refém em rebelião na Penitenciária Feminina de Piraquara (PFP) iniciada no final da tarde desta quinta-feira. A superlotação e as precárias condições da unidade foi o que motivou a rebelião.

Um áudio gravado pela própria Ana Paula ainda sob o poder das rebeladas circula nas redes sociais, no qual ela expõe as vísceras do descaso do governo do estado com os agentes penitenciários do Paraná.

Assim como de várias outras unidades, a situação da PFP já vinha sendo questionada ao Departamento Penitenciário e à Secretaria de Segurança Pública pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários desde o ano passado, quando foi fechada a Penitenciária Central do Estado Feminina (PCEF) e transferidas 150 presas para a PFP. As mudanças foram feitas sem que houvesse uma reestruturação da unidade para receber a nova demanda. A PFP passou de 280 para 430 presas, sem o aumento do efetivo para fazer a movimentação dessas detentas.

Uma lista de necessidades foi preparada pelas próprias agentes da unidade e entregue ao DEPEN e a SESP pelo Sindicato. Clique aqui para ver os documentos.

O SINDARSPEN levou o caso também ao Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça do Paraná (GMF/TJPR), solicitando a realização de mutirão carcerário para rever os processos das presas da PFP que já estavam em condições de saírem da cadeia, como forma de reduzir a quantidade de presas.

Ainda nesta semana, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, a entidade divulgou uma matéria na qual agentes da PFP reclamaram das péssimas condições de trabalho na unidade. Ontem, quando começou a rebelião, havia apenas 13 agentes para dar conta de toda a unidade. De noite, a PFP fica com apenas 5 servidoras.

O ocorrido na PFP revoltou agentes penitenciários em todo o Estado e o SINDARSPEN vai convocar uma paralisação da categoria para pressionar o governo do estado a atender as demandas dos servidores.

Por Waleiska Fernandes
Sindarspen
Foto: Joka Madruga/Sindarspen



Vale a pena lutar pelo Paraná Clube!

marzo 10, 2017 14:41, por Terra Sem Males

Triunfo sobre o Bahia ressaltou a paixão da torcida

 Com todas as dificuldades que conhecemos, o Paraná enfrentou o Bahia de igual para igual. Na real a gente tinha uma vantagem e tanto: o jogo era na Vila! Quase dez mil pessoas. Provavelmente a menor diferença numérica entre homens e mulheres na história. A mulherada atendeu o chamado e marcou presença no dia mundial da luta contra o machismo e pelos direitos delas. Tem que ser assim sempre!

A Fúria estava gigante. Uma entre as dezenas de bandeiras remetia a outro personagem importante: Caio Júnior. E que presente ganhou o aniversariante! Desde a conquista da vaga pra Libertadores, em 2006, poucas vezes a Vila esteve tão eufórica. Time e torcida entraram em uma sinergia incrível. Como é bom ver reta, curva e social de pé, cantando e festejando!

Mais que os R$ 680 mil recebidos pela classificação na Copa do Brasil, o 2 x 0 sobre os baianos trouxe respeito e confiança. É certo que a história do ano passado não nos deixa criar ilusões, mas a sorte parece que quer voltar a sorrir pra nós. É hora de abraçar o Paraná. Temos um calendário com grandes decisões e é nossa obrigação continuar sendo a camisa 12 tão decisiva.

O começo empolgante pode até nos tirar alguns jogadores por conta do assédio dos outros clubes. O Renatinho – R10 – é o mais cobiçado. Agora, a Vila, as guerreiras e os guerreiros valentes da arquibancada ninguém vai levar. Assim como nada pode apagar das nossas mentes os dois gols, a Vila em pé cantando o hino e ‘chamando a atenção’ da CBF. 

Momentos assim nos fazem seguir na luta para colocar o Paraná Clube no seu devido lugar: entre os grandes do futebol brasileiro!

Por Marcio Mittelbach
Terra Sem Males
Foto: Joka Madruga



Pelo direito à aposentadoria, greve geral promete parar o Brasil no dia 15 de março

marzo 10, 2017 8:59, por Terra Sem Males

Por Marcio Mittelbach
Terra Sem Males
Foto: Adonis Guerra / SAMBC

Centrais sindicais preparam dia de manifestações para barrar a PEC 287

Trabalhadoras e trabalhadores de todo o país vão participar de um dia nacional de paralisação no dia 15 de março. A pauta principal da mobilização é a luta contra a Proposta de Emenda Constitucional – PEC – 287-, a PEC da Morte, que promove uma série de ataques contra os direitos à aposentadoria previstos na Constituição Federal – CF –de 1988. Em Curitiba a concentração será às 9h, na Praça Santos Andrade.

A gravidade do momento fez com que as centrais sindicais colocassem as diferenças de lado para unir forças contra a PEC 287 e defender os direitos relacionados à aposentadoria. A mobilização envolve os mais diversos segmentos da sociedade: educação, segurança, saúde, abastecimento e demais áreas dos setores públicos e privados.

No Paraná, os professores da rede pública estadual vão iniciar no dia 15/3 uma greve por tempo indeterminado. Motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e Região decidiram aderir à paralisação. Outros sindicatos como o SindSaúde, que representa os servidores estaduais da Saúde, e o Sismuc, que representa as/os servidoras/es municipais de Curitiba, também confirmaram adesão ao movimento nacional.

A primeira votação da PEC 287 no Congresso está prevista para o dia 6 de abril.

KAÔ – O governo Temer investiu nada menos que R$ 55 milhões em publicidade para tentar convencer a população de que a PEC -287- é necessária. Ainda assim, de acordo com estudo realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, 63,7% das brasileiras e dos brasileiros são contra as mudanças.

Argumentos – É unanimidade entre as federações, sindicatos e centrais sindicais que a PEC 287 não serve para melhorar a previdência. O que ela faz é cortar direitos e tornar a aposentadoria praticamente impossível para a população. A história do déficit, isto é, de que o sistema tem mais despesas do que arrecada, não é real.

De acordo com a Anfip – Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil -, se todas as receitas previstas pelo Artigo 195 da CF fossem respeitadas, em 2015 o saldo entre receitas e despesas seria de R$11 bilhões. No entanto, em suas propagandas, o governo esconde que não faz os repasses devidos e anuncia que em 2015 houve déficit de R$ 85 bilhões.

CPI – Não é só a maquiagem nas contas que geram problemas na previdência. Há, sim, um descontrole. Mas é na fiscalização. Entre dívidas, que nunca são pagas e sonegação de grandes empresas, estima-se que existam R$ 1 trilhão a menos nas contas da Previdência. Para apurar essa situação, o senador pelo Rio Grande do Sul, Paulo Paim, reuniu as assinaturas necessárias para instaurar uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – no Senado. Após sua instituição, a comissão terá 120 dias para investigar a fundo o INSS.

Ataques – Confira a seguir os principais ataque colocados pela PEC 287:

– Homens e Mulheres só vão poder se aposentar após os 65 anos.

– Só terá direito a receber toda a aposentadoria quem trabalhar com carteira assinada por 49 anos sem intervalos. Isso obrigará as pessoas a trabalhar até os 70 anos ou mais.

– O tempo mínimo de contribuição sobe de 15 para 25 anos

– Acaba com a pensão por morte de 100%, passará a ser de 50% mais 10% para cada dependente.

– A aposentadoria rural seguirá as mesmas regras do trabalhador da cidade, o que é um absurdo se levarmos em consideração as condições de trabalho no campo.



Marcha das mulheres reúne mais de cinco mil e entra para a história de Curitiba

marzo 9, 2017 19:33, por Terra Sem Males

Por Mariana Franco Ramos
Terra Sem Males

 

Histórico. Mais de cinco mil pessoas se reuniram ontem na marcha mundial do 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, em Curitiba, para dizer não à violência, ao machismo e ao retrocesso na garantia de direitos. O ato unificado começou por volta das 17 horas, na Praça Santos Andrade, no centro, de onde as participantes seguiram até a Boca Maldita, fazendo sete paradas. Em cada uma delas, representantes de movimentos feministas diversos, como negras, LBTIs e secundaristas, pegaram os microfones e se posicionaram sobre assuntos que vão desde a baixa representatividade em espaços políticos, até o racismo, passando pela negligência institucional.

A mobilização fez parte de uma greve mundial e militante, que tomou corpo após ativistas norte-americanas como Angela Davis e Nancy Fraser publicarem um manifesto no jornal “The Guardian” denunciando a violência masculina e pedindo respeito aos direitos sexuais e reprodutivos. Com dizeres como “Se nosso trabalho não vale, produzam sem nós”, o texto defendia que a marcha contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada em 21 de janeiro, em Washington, reunindo mais de 500 mil, fosse apenas o início de uma nova onda pela igualdade de gênero.

No Brasil, o momento atual, pós-impeachment, ou golpe, da primeira presidenta eleita, Dilma Rousseff (PT), e de crise econômica, acabou conferindo um contorno político às ações. Questões como as reformas da previdência e do ensino médio e a extinção da secretaria extraordinária da mulher de Curitiba, pelo prefeito Rafael Greca (PMN), foram lembradas. Do alto do caminhão de som, era possível ouvir os gritos de “fora Temer”, “fora Greca” e “fora Richa”, além de outros tradicionais dos movimentos de mulheres, como “se cuida seu machista, a América Latina vai ser toda feminista” e “companheira me ajuda, que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor’.

 

Depoimentos: a marcha pelas mulheres

“As mulheres e o movimento feminista têm sido a linha de frente na resistência contra o avanço das políticas conservadoras. No Brasil, emergiu a Primavera Feminista em 2015 contra o PL 5069 e o Cunha. Na Argentina, as mulheres se levantaram por #NiUnaMenos. Na Polônia, uma greve de mulheres parou o país contra a lei que bane o aborto. Na terra do Tio Sam, as mulheres realizaram uma grande marcha contra Trump e suas políticas misóginas e xenofóbicas. E, na ‘República de Curitiba’, mostramos a força das mulheres que lutam e sonham com um outro mundo, livre do machismo e do patriarcado. Um ato unificado, composto por diversas mulheres, trabalhadoras, jovens, secundaristas, estudantes, trans, lésbicas, bissexuais, negras, cis, todas juntas numa só voz: não aceitaremos nem uma a menos! Aposentadoria fica, Temer sai!”

Larissa Rahmeier do Movimento RUA – Juventude Anticapitalista

“O ato foi um dos maiores e mais bonitos já registrados na capital paranaense. Foi lindo encontrar companheiras militantes, colegas de profissão, e ver estudantes, integrantes de partidos políticos diversos e participantes dos diferentes movimentos unidas em torno de uma só causa. Apesar de não conseguir parar por completo na data, dei um jeito de sair mais cedo do trabalho para acompanhar a movimentação.As redações dos veículos de comunicação, sejam eles da mídia hegemônica ou independente, reproduzem muito do machismo que vivenciamos todos os dias nas ruas. Somos maioria nas rádios, televisões e jornais, mas ainda vemos mais homens exercendo cargos de chefia, ocupando espaços nos conselhos editoriais, dando opinião em colunas ou blogs de destaque ou sendo ouvidos como fonte de informação. Como resultado, percebemos uma série de reportagens que culpabilizam as vítimas, que romantizam a violência, chamando feminicídio de crime passional, por exemplo, e que alimentam a cultura do estupro. Acreditamos, no Nísia e no SindijorPR, que a comunicação é sim um direito humano e que, juntas e juntos, podemos mudar essa realidade”.

Mariana Franco Ramos, jornalista, membro do Coletivo de Jornalistas Feministas Nísia Floresta e diretora do Sindicado dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR)

“Podia ser somente uma coisa de feminista, mas foi muito mais. Podia ser somente coisa de jovem empolgada, mas foi além. Podia ser somente coisa de militante de esquerda, mas foi ainda maior. A pluralidade marcou a Marcha. Além das já lutadoras cotidianas da pauta das mulheres, era possível ver famílias inteiras, grupos de estudantes, grupos de idosas, mulheres que chegavam sozinhas, mulheres que quebravam seus próprios preconceitos. Vendo a multidão que crescia, eu por vezes duvidava estar em Curitiba, uma capital tão conservadora, parando o trânsito em horário de rush pra gritar “Chega!”. Todas tão diferentes, mas tão iguais no desejo de que não aceitamos mais o silêncio e as agressões, que não aceitaremos nenhum direito a menos, de que não aceitamos mais morrer pelas mãos do patriarcado. Foi lindo, emocionante, histórico e, sobretudo, inspirador. Vamos pra cima, mulherada!”

Waleiska Fernandes, jornalista e militante da #partidA Curitiba

 

“O 8 de março em Curitiba deste ano foi extremamente lindo, representativo, com diversas vozes. Era uma emoção diferente a cada ato (foram 7). É impressionante como quando temos a unidade na esquerda conseguimos fazer algo fantástico. Foram várias mulheres de várias organizações. Tivemos cerca de 15 encontros para organizar o evento.
Na data conseguimos cumprir o objetivo de ocupar as ruas de uma das cidades mais fascistas do Brasil em milhares e dar visibilidade à nossa luta. Assim como ocupamos o INSS durante a tarde contra a reforma previdenciária que nos atinge muito mais do que os homens.
No 08 deixamos claro para o mundo que não queremos mais viver em uma sociedade que nos mata, espanca e estupra todos os dias. Uma sociedade patriarcal, machista, racista e lbtifóbica. Queremos respeito e direitos. Queremos o mínimo: termos o poder sobre nossos corpos. Essa luta é internacional. Que no próximo ano tenhamos ainda mais cidades do país com atividades. Só iremos parar quando tivermos nem uma a menos.”

Ana Spreizner, do movimento CWB Resiste
“A construção desse 8 de março foi histórica e só poderia dar neste resultado, cinco mil mulheres nas ruas. O oito de março mais bonito que Curitiba já viu, foram mais de 40 movimentos de mulheres e feministas em uma unidade que só as mulheres são capazes de fazer. Desde o período pré golpe, as manifestações de rua têm sido lideradas pelas mulheres, contra o PL5069, contra os retrocessos da bancada evangélica, assim como as agendas contra o golpe. Na primavera do ano passado as secundaristas foram as lideranças nas ocupações estudantis. O sentimento de ontem foi de orgulho dessas guerreiras todas, dos movimentos mais antigos a coletivos universitários e secundaristas, principalmente da nossa capacidade de deixar as diferenças de lado e construir a marcha mais bonita que Curitiba já viu. Se cuida seu machista a América Latina vai ser toda feminista!”

Anaterra Viana, jornalista, membro do Fórum Popular de Mulheres  e dá Secretaria Geral do Conselho dos Direitos da Mulher de Curitiba

 

Foto: Leandro Taques

Edição: Paula Zarth Padilha

 



Reforma ou extinção da previdência?

marzo 9, 2017 13:38, por Terra Sem Males

As duplas ou triplas jornadas de trabalho das mulheres acarretam exaustão precoce e deterioração da saúde física e mental.         

A previdência social exerce o papel de dar segurança e condições de existência às pessoas impossibilitadas de trabalhar. Contribuímos ao longo do período ativo de trabalho e, ao envelhecer ou em caso de perda da capacidade de trabalhar, temos o direito de receber benefícios sociais a fim de continuar vivendo de forma digna. O projeto de reforma da previdência (PEC nº 286/2016), proposta por Michel Temer, vai acabar com o direito de envelhecer com dignidade e são as mulheres que mais sofrerão com a “reforma”.

A PEC nº 286/2016 estabelece como idade mínima de aposentadoria os 65 anos, com obrigatoriedade de, pelo menos, 25 anos de contribuição, além disso, a proposta elimina a aposentadoria por tempo de contribuição. Ao aposentar-se com 65 anos de idade e 25 anos de contribuição, a média do benefício seria de 76% da arrecadação individual, com aumento de 1%por ano de contribuição a mais dos 25 anos mínimos. Para chegar ao valor de 100%, deve-se contribuir por 49 anos.

Só que no Brasil as mulheres ganham, em média, 25%menos que os homens, têm mais rotatividade nos empregos (a média de permanência no emprego entre as mulheres é de 37 meses, enquanto a média entre os homens é de 41,7 meses),apresentam maiores índices de desemprego (são 56,5%dos desocupados) e ocupam a maior parte dos trabalhos informais(35,5% das mulheres são empregadas registradas, contra 43,9% dos homens). O que torna menor a soma da contribuição e implica benefícios menores.

As duplas ou triplas jornadas de trabalho das mulheres acarretam exaustão precoce e deterioração da saúde física e mental. A elevação da idade de aposentadoria prolonga o ciclo de desgaste e torna inviável a reprodução da vida familiar com qualidade, uma vez que o valor médio do benefício é rebaixado brutalmente em relação ao salário recebido, o que aumenta a necessidade de continuidade no mercado de trabalho, obrigando as mulheres idosas a continuarem trabalhando. Assim, corremos o sério risco de viver em um país com uma legião de idosas e idosos esgotados e miseráveis.

A justificativa para aprovação da equiparação é de que há praticamente igualdade de gênero no mercado de trabalho e que alcançaremos a equiparação em breve. Não é o que mostramos dados citados. Além disso, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), se seguirmos o mesmo ritmo dos últimos tempos, somente em 75 anos haveria equiparação salarial entre os sexos na América Latina.

A medida não é isolada, o governo soma a reforma previdenciária com a reforma trabalhista (que representa uma tentativa de dar fim aos direitos trabalhistas) e o congelamento dos gastos com políticas sociais. E, ainda, acaba com as parcas iniciativas de políticas públicas para as mulheres, extinguindo a Secretaria de Política para as Mulheres.

Apesar dos avanços conquistados nos anos recentes pelas lutas feministas, ainda há muita desigualdade, que só vai ser transformada com mobilização social e resistência para barrar possíveis retrocessos. Barrar esta reforma é uma tarefa de todas e todos nós!

______________

Por Naiara Bittencourt
Texto escrito com Paula Cozero, militante da Marcha Mundial de Mulheres, advogada e mestre pela UFPR. Artigo para a Revista Ágora, do Sismuc.



FOTOS | Dia Internacional da Mulher em Curitiba

marzo 8, 2017 23:29, por Terra Sem Males

O repórter fotográfico Leandro Taques cobriu o ato do Dia Internacional da Mulher em Curitiba-PR. Confira abaixo as imagens:

Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques Foto: Leandro Taques