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April 3, 2011 21:00 , par Inconnu - | No one following this article yet.

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO PARANÁ DEBATE ISLAMOFOBIA

December 7, 2015 11:55, par Terra Sem Males

Na próxima quarta-feira, dia 9 de dezembro, às 17 horas, será realizado no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná um debate sobre o tema “Islamofobia: Realidade e Desdobramentos”.

Um dos assuntos abordados será a violência – psicológica e física – sofrida por muçulmanos e, especialmente, muçulmanas em nossa sociedade. Outro, a imagem construída do Islamismo e dos muçulmanos como intrinsecamente violentos e intolerantes.

Organizações e entidades da sociedade civil, como órgãos de classe, sindicatos e movimentos sociais, são aguardados para o evento. Ao final, será construído um documento, que será entregue às autoridades com o objetivo de alertar e propor ações de enfrentamento a esse novo preconceito.

Os proponentes da audiência pública são os deputados, Professor Lemos, Péricles de Melo, Tadeu Veneri e Chico Brasileiro.

Fonte: #chegadeislamofobia

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CELEBRAÇÃO ECUMÊNICA RELEMBRA VÍTIMAS DA LAMA DA SAMARCO/VALE/BHP-BILLITON EM MARIANA

December 5, 2015 19:35, par Terra Sem Males

Após 30 dias o rompimento da barragem de Fundão, várias denominações religiosas fizeram um ato ecumênico em Mariana (MG). O ato, em solidariedade aos atingidos teve orações e reflexões. Um momento de silêncio em homenagem às vítimas marcou a celebração.

A cada nome dos mortos, neste crime ambiental, o sino tocava. Ao final foram distribuídas rosas vermelhas para os parentes das vítimas. Abaixo segue um ensaio do repórter fotográfico Joka Madruga.

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

Fiéis católicos e protestantes relembram as vítimas da lama da Samarco/Vale/BHP-Billiton. Foto: Joka Madruga

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RODOPIANDO

December 4, 2015 16:23, par Terra Sem Males

Acordou no mesmo horário de toda quinta-feira, só que mais uma vez estava estranho.

Por Pedro Carrano
Crônicas de Sexta
Terra Sem Males

Organizou os textos pra aula, só que o café não deu tempo de esquentar um novo. Leu um trecho do livro, só que as mensagens do celular já estavam apitando. Não teve tempo pra muita coisa, só que às seis e meia já devia estar no ponto. A demora excessiva o forçou a ir a pé ao trabalho, só que na manhã de mais uma semana garoando. Lembrou da chefia que odiava, só que não pensou, por enquanto. O portão abandonado e ninguém na cabine trabalhando. Nenhum carro se movimentava no estacionamento, e a passarela por onde passou sozinho quase no assobio. As salas todas abertas e sem um único aluno. Socializou o incômodo em um dos grupos do celular, mas teve várias interrogações como retorno. Bateu o cartão ponto, passou de A a Z toda a extensa chamada, mas já não sabia se aplicava a falta. Tossiu e buscou na térmica o chá do dia anterior, mas só havia café no copo. Resolveu acreditar que tudo seria apenas mais um atraso, mas foi um pensamento momentâneo. Desconfiou dos alunos, dos diretores, se alguma piada, esperou e resolveu fugir da sala. Resolveu deixar a escola e tomou a rua larga, sem saber se em mão única, ou se seguia pela calçada. Deu voltas inteiras na quadra, como quem rodopiando. Passou por nova travessa, sem medo algum de ser atropelado, ou mesmo de atrapalhar o tráfego. Olhou o bairro de relance, do alto de um pequeno morro, e apenas a névoa sobre cada telhado. Escutou a notícia na rádio, como se um dia de golpe. Voltou à vida e saiu dessa tempestade solitária na marcha de um bando, aos berros e brandos. De camisas coloridas, atrapalhando o trânsito. Traziam uma pele de dor e um grito nada manso. Reviveu na contramão atrapalhando o tráfego. Caminhou com as duas pernas ao lado de um manco. Respirou, só que com o peito arfando. Voltou em frente ao portão da escola onde uma multidão de jovens na entrada. Ainda estava no horário. O relógio parado no bolso, como se o tempo não tivesse se passado. Ainda deu mais três voltas na quadra até conseguir finalmente se convencer e aceitar o próprio trabalho. E que não era sábado. E que não era sábado.



ATINGIDOS PELA LAMA ELENCAM PRIORIDADES PARA RECONSTRUIR DISTRITO DE GESTEIRA

December 4, 2015 16:08, par Terra Sem Males

Na tarde desta quinta-feira (03), os moradores do distrito de Gesteira, no município de Barra Longa (MG), e que foram atingidos pelo crime ambiental do rompimento da barragem de Fundão, se reuniram com a Samarco, empresa responsável pela tragédia e que pertence à Vale e BHP-Billiton.

Por Joka Madruga
Terra Sem Males e Movimento dos Atingidos por Barragens

Os atingidos, que estão se organizando no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), fizeram vários pedidos de urgência para a reconstrução de parte do vilarejo, que fica nas margens do rio Gualaxo.

Assim como na reunião de Barra Longa, com a Mesa de Negociação do Estado de Minas Gerais, os moradores questionaram se há perigo da barragem de Germano romper. E da mesma forma a resposta não agradou os participantes. O representante da Samarco disse que os rejeitos de Germano são mais sólidos que a de Fundão. Um dos moradores questionou a possibilidade desta solidez ser somente por cima e por baixo estar liquido.

E foram elencados as seguintes prioridades para a comunidade: análise da água do poço artesiano para consumo humano; reconstrução das pontes da Onça e Gesteira; revitalização da estrada que dá acesso a Barra Longa; informações mais precisas sobre o risco da barragem de Germano romper; preparar a comunidade para uma eventual situação de emergência; e disponibilidade de um veículo de tração para transportar os moradores até Barra Longa, enquanto a estrada não é recuperada.

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) repassou as informações sobre o que tem sido reivindicado até o momento. Apesar do representante da Samarco não querer que fosse lido a pauta reivindicatória, um dos participantes defendeu a organização no MAB e pediu para que fosse lida, respeitando o acesso a informação.

Atingido Rafael Bretas. Foto: Joka Madruga.

Atingido Rafael Bretas. Foto: Joka Madruga.

Para o atingido Rafael Bretas, a situação na cidade está um caos. “A empresa não consegue atender as exigências da população”, desabafa o produtor de leite. Segundo Bretas, o alcoolismo tem aumentado, pois as pessoas buscam uma forma de escapar desta realidade.

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CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE APROVA METAS PARA OS PRÓXIMOS QUATRO ANOS

December 4, 2015 15:09, par Terra Sem Males

O caderno final tem como base debates realizados nos estados e municípios ao longo do ano.

 

Por Manoel Ramires, com com informações da Agência Saúde
Terra Sem Males

 

A 15ª Conferência Nacional de Saúde, em Brasília, traça os rumos da saúde pública para os próximos quatro anos. Iniciada no último dia primeiro, a conferência discute caderno final com objetivo de garantir financiamento e combater a privatização da saúde.

Em uma das mesas, o ministro da saúde Marcelo Castro defendeu a regionalização da saúde. Para ele, a regionalização organiza o atendimento e poderá resolver até 90% dos problemas de saúde na região onde as pessoas vivem. “Nós precisamos fazer um movimento de manter a descentralização do SUS com uma pactuação regional, em que a descentralização continue, mas que haja uma regionalização, distribuindo tarefas para que a cidade ‘A’ cumpra até determinado procedimento, a cidade ‘B’ faça além daqueles mais outros, e a cidade ‘C’ seja um polo regional onde será possível resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde dos usuários do SUS”, defendeu.

Outra definição da conferência é de que o povo do campo terá plano de ação integral à saúde. Uma portaria criando um grupo de trabalho composto por representantes do Ministério da Saúde e da sociedade civil organizada, incluindo movimentos sociais, foi assinada na quinta-feira. O Plano de Ação está inserido na Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas, de 2011, na qual o Ministério da Saúde descreve os determinantes relacionados a essa população, abordando aspectos como esgotamento sanitário e água tratada, intoxicação por agrotóxicos e metais pesados, câncer de pele, doenças endêmicas e violências, entre outros.

O Sismuc esteve representado nos debates pela sua coordenadora geral Irene Rodrigues. À Brasília ela levou a pauta do financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), o fim das terceirizações. Irene destaca que os movimentos da saúde também se posicionam contrários a obrigatoriedade de plano de saúde privada para todos os trabalhadores. “A conferência entende que o melhor plano de saúde aos trabalhadores é um SUS forte, capaz de atuar em todo o território nacional. Negar o projeto é fundamental para discutir o financiamento da saúde pública. Afinal, planos de saúde privados permitem descontos aos patrões, tirando recursos do que é público”, aponta Irene.

Outra entidade que participa ativamente da Conferência é a Confetam – Confederação dos trabalhadores no serviço público municipal. Para a entidade, esse é um grande movimento em defesa da saúde pública.

Nota de repúdio

A 15ª Conferência Nacional da Saúde também aprovou repudio ao presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, que para se livrar do processo de cassação de seu mandato abriu processo de impedimento contra a presidente Dilma Roussef. Ocorreram manifestações de grupos negros, indígenas, mulheres, sindicatos e movimentos sociais.

CPMF e pré-sal

Ao tratar do financiamento da saúde, a plenária não se posiciona contrária ao retorno da CPMF. Contudo, cobra mais transparência na administração dos recursos gerados. O mesmo ocorre com os recursos oriundos do pré-sal. Para a plenária, esse dinheiro pode alavancar recursos para a saúde. Por isso, deve ser evitado qualquer projeto que desvincule receitas.

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SAMARCO DEIXA ATINGIDOS COM MAIS DÚVIDAS SOBRE NOVO ROMPIMENTO

December 4, 2015 15:05, par Terra Sem Males

O maior temor do povo na cidade de Barra Longa é a possibilidade do rompimento da barragem de Germano, que poderá causar um prejuízo maior que o da barragem de Fundão. Sobre isso, os representantes da Samarco (Vale/BHP Billiton) não responderam nem sim e, muito menos, não

Por Joka Madruga
Fonte: Movimento dos Atingidos por Barragens

A mesa de negociação de conflitos do Governo do Estado de Minas Gerais se reuniu nessa quarta-feira (02), em Barra Longa (MG), para ouvir a pauta de reivindicações elaborada pelos atingidos organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em parceria com a Arquidiocese de Mariana.

O maior temor do povo na cidade é a possibilidade do rompimento da barragem de Germano, que poderá causar um prejuízo maior que o da barragem de Fundão. Vários moradores fizeram perguntas diretas sobre esta possibilidade. Porém, os representantes da Samarco, empresa que pertence às mineradoras Vale e BHP-Billiton, não responderam nem sim e, muito menos, não.

Daniele, engenheira civil da Samarco há cinco anos e que atua na equipe de monitoramento das barragens, disse que foram instalados radares nas paredes das barragens para monitorar caso haja algum problema. “Estes radares indicam que as paredes estão estáveis”, afirma a engenheira.

Por outro lado, ela não convenceu a assembleia presente visto que a população barra-longuense desconfia da Samarco, pois a lama de Fundão levou 11 horas para chegar na cidade e a previsão era de ela não fosse causar estragos. E muitos ficaram sabendo do rompimento pela televisão.

“Diante das pergunta temos quatro opções: sim, não, talvez e o silêncio”, explica padre Geraldo Martins, Coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Mariana, se referindo aos representantes da Samarco que foram evasivos nas repostas. “Isto só aumenta a insegurança da população e a insatisfação”, afirmou o sacerdote.

“A Samarco perdeu a confiança da comunidade. Especialmente em Barra Longa havia tempo para evitar o que aconteceu aqui. Tinham técnicos, imagino eu, na barragem que teriam capacidade de avaliar qual seria o prejuízo abaixo. E tempo necessário para informar a população. Então não adianta falar que os estudos estão baseados em estudos técnicos, sendo que os técnicos erraram e o povo perdeu vida, levou lama e perdeu a comunidade”, diz Letícia Oliveira, da coordenação nacional do MAB.

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OBRA DE BETO RICHA UTILIZA TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO

December 3, 2015 16:26, par Terra Sem Males

No mês de novembro, o Ministério Público do Trabalho resgatou oito trabalhadores encontrados em situação análoga à de escravo no município São Sebastião da Amoreira (PR) contratados por uma obra do Projeto Caminho das Pedras, do Governo do Estado do Paraná, que prevê ações para recuperação e adequação de estradas rurais por meio de repasses às prefeituras, que terceirizam as obras a empreiteiras.

O alojamento estava há dias sem fornecimento de água. Os trabalhadores tomavam banho no cemitério municipal. Os salários estavam atrasados há quase dois meses e não era fornecido alimento. Para saciar a fome, os trabalhadores pediram comida para a Polícia Militar.

De acordo com informações do Ministério Público do Trabalho, o prefeito de São Sebastião da Amoreira teria assegurado um crédito no supermercado para os trabalhadores, mas mais da metade do valor foi apropriado pelo dono da empreiteira. Os empregados não tinham registro em carteira e falaram terem sofrido ameaças do proprietário da empreiteira caso denunciassem a situação. O contrato para a obra é superior a R$1 milhão.

Em outubro, outros 26 trabalhadores foram resgatados em situações semelhantes no município de São Jerônimo da Serra, também contratadas por empresa para corte e assentamento de pedras em obras do Projeto Caminhos das Pedras.

Em julho, o governador Beto Richa anunciou a liberação de R$ 13,3 milhões para 55 municípios aplicarem em obras de pavimentação de estradas rurais com pedras irregulares.

Por Paula Zarth Padilha, com informações do Ministério Público do Trabalho
Terra Sem Males

 

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MIRIAN GONÇALVES DEIXA SECRETARIA DO TRABALHO

December 1, 2015 16:04, par Terra Sem Males

Decisão ocorreu após PT anunciar que terá candidatura própria em Curitiba

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

A vice-prefeita de Curitiba Mirian Gonçalves entregou o cargo na Secretaria de Trabalho nesta terça-feira, 01 de dezembro. Além da pasta, cargos de sua cota pessoal também não devem fazer mais parte dos quadros da Prefeitura de Curitiba. A saída ocorreu depois que o Partido dos Trabalhadores anunciou candidatura própria para 2016. No entanto, no encontro que tomou a decisão pela candidatura, o PT havia decidido manter os cargos até março de 2016.

De acordo com fontes do Terra Sem Males, a entrega da Secretaria do Trabalho e demais cargos ocorreu antes que o secretário de governo Ricardo Mac Donald fizesse o pedido. Mirian, no sábado (28), disse apoiar a candidatura própria: “Não é para fazer oposição ao Gustavo, mas expor nosso posicionamento. E como fui eleita, estarei na Prefeitura até o fim de 2016. Para mim, a candidatura própria é para mostrar que temos propostas para Curitiba e para o país”, havia dito no encontro do partido.

Mesmo entregando os cargos, Mirian Gonçalves segue como vice-prefeita.

PT de saída

A candidatura própria do PT foi aprovada em encontro municipal no último sábado (28). Embora houvesse clima para entrega de cargos, a direção municipal achou melhor esperar até março, quando o calendário do partido define candidatos. Mesmo assim, Roseli Isidoro (secretária de mulheres) já havia deixado o partido. O nome mais cotado pelo partido para concorrer à prefeitura é o deputado estadual Tadeu Veneri.

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JUSTIÇA DETERMINA QUE SAMARCO RECONSTRUA OS POVOADOS ATINGIDOS

December 1, 2015 14:13, par Terra Sem Males

A Samarco Mineração S/A terá que cumprir uma série de determinações da Justiça, estabelecidas em decisão proferida na última sexta-feira, 27 de novembro, pelo juiz Michel Curi e Silva, da 2ª Vara da Fazenda Púbica e Autarquias de Belo Horizonte.

Entre as diversas medidas, a empresa deverá depositar, em juízo, R$ 1 bilhão ou apresentar um bem que tenha liquidez, nesse valor, como caução para garantir a reparação dos danos. O juiz também determinou que sejam depositados, em juízo, R$ 50 milhões, tendo em vista as despesas emergenciais já feitas pelo Estado de Minas Gerais, pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) – autores da ação.

Os pedidos concedidos pelo juiz deverão ser cumpridos pela empresa, sob pena de multa diária no valor de R$ 1 milhão, limitada a R$ R$ 100 milhões.  O magistrado estabeleceu prazos variados, entre cinco e dez dias, para que a empresa apresente o comprovante de cumprimento das determinações ou o comprovante das medidas iniciais tomadas concretamente.

O juiz Michel Curi e Silva também estabeleceu que a empresa deve garantir imediatamente o fornecimento de água à população dos municípios de Belo Oriente, Periquito, Alpercata, Governador Valadares, Tumiritinga, Galiléia, Resplendor, Ituetá e Aimorés. A Samarco Mineração S/A terá ainda que realizar o monitoramento da qualidade da água na porção mineira da Bacia do Rio Doce atingida pelo rompimento da barragem de rejeitos da mineradora.

Danos ambientais

Na mesma decisão, o magistrado estabeleceu que a empresa elabore e execute um projeto de limpeza e reconstrução dos povoados mineiros atingidos pelo rompimento da barragem, bem como elabore e execute o projeto de reconstrução de pontes, estradas, dutos e equipamentos de saneamento básico dos municípios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce. A Samarco também terá que apresentar aos órgãos ambientais estaduais, imediatamente, um plano emergencial de mitigação dos danos ambientais causados em Minas Gerais.

A decisão foi tomada, em caráter liminar, em ação civil pública ajuizada pelo Estado de Minas Gerais, pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam). Os autores afirmaram que vários danos patrimoniais e extrapatrimoniais ocorreram em Minas Gerais em razão do rompimento da barragem do Fundão, em Mariana.

No entendimento do juiz, a responsabilidade das atividades das mineradoras ocorre de forma objetiva, se configurando independentemente da presença de culpa ou dolo, pelo simples fato de as atividades desempenhadas por essas empresas implicarem risco ao meio ambiente e a terceiros. O magistrado, em sua decisão, citou diversos trechos do Código Civil e afirmou que não é necessário que se demonstre a culpa do agente/degradador ambiental para que exista o dever de reparar o dano ambiental.

Confira todas as determinações do juiz para a Samarco Mineração S/A:

• Acompanhamento do sistema de drenagem e dos diques de separação de selas para a barragem Germano;

• Apresentação de Auditoria Técnica de Segurança das barragens Fundão, Santarém e Germano – Anos-Base 2014 e 2015;

• Entrega do projeto de alteamento da barragem Fundão, do manual de operação, da carta de risco de estrutura, do Plano de Ação Emergencial (PAE) e da análise Dan Break;

• Realização de simulados com as comunidades e demais interventores, a fim de que o plano de alerta tenha efetividade, encaminhando à Diretoria de Prevenção e Emergência Ambiental o cronograma de instalação e implantação do Plano de Alerta, considerando o pior cenário possível de ocorrer no empreendimento. Estabelecido o plano, cada atividade desenvolvida e realizada junto às comunidades e todos os elementos envolvidos nesse processo devem ser previamente comunicados, inclusive para fins de teste de comunicação de acidentes, devendo ser encaminhados relatórios, com registro fotográfico das atividades desenvolvidas;

• Realizar comunicação à comunidade próxima à represa Candonga sobre as operações a serem realizadas, informando as ações principais e a duração das mesmas;

• Durante o processo de limpeza, relatar à Defesa Civil, no caso de presença de corpos humanos;

• Relatar ao Núcleo de Emergência Ambiental (NEA) ou à Polícia Militar de Meio Ambiente, caso haja animais mortos, durante o processo de tratamento emergencial, realizando quantificação e registro de quantidade, bem como dando a correta destinação aos mesmos;

• Realizar quantificação e registro de quantidade gerada de resíduos para cada tipo em separado;

• Realizar análise de caracterização de camada de lama depositada a ser retirada, com quantificação e destinação apropriada, de acordo com a classificação ambiental do resíduo;

• Relatar ao NEA, diariamente, o andamento dos trabalhos de tratamento emergencial realizados no local;

• Apresentar relatório do processo, com registro fotográfico, e comprovantes de quantidades de animais e peixes encontrados mortos, além da destinação correta de resíduos gerados;

• Realizar teste de redução da turbidez da água para possibilitar o retorno das operações das Estações de Tratamento de Água (ETAs) dos municípios atingidos, desde que os procedimentos sejam realizados dentro das instalações das ETAs, com acompanhamento de servidores dos órgãos ambientais estaduais e federal, e anuência da respectiva concessionária de abastecimento;

• Implantar sistema emergencial de dosagem de reagentes para clarificação da água no vertedouro de Santarém, sendo que o plano de ação emergencial será encaminhado ao Igam e à Feam, para avaliação e esclarecimento de alguns pontos, como a geração estimada de sedimentos e sua contenção, além do monitoramento de um rol maior de parâmetros físico-químicos;

• Garantir imediatamente o fornecimento de água à população dos municípios mineiros de Belo Oriente, Periquito, Alpercata, Governador Valadares, Tumiritinga, Galiléia, Resplendor, Ituetá e Aimorés, que estão com o abastecimento de água interrompido em função do rompimento da barragem de rejeitos da ré, sem prejuízo de posterior extensão da medida a outros municípios mineiros que venham a ter o abastecimento de água interrompido;

• Garantir imediatamente o fornecimento de água para dessedentação dos animais nas áreas dos municípios mineiros atingidas pelo rompimento da barragem de rejeitos da ré;

• Realizar o monitoramento da qualidade da água na porção mineira da Bacia do Rio Doce atingida pelo rompimento da barragem de rejeitos da ré;

• Elaborar e executar projeto de limpeza e reconstrução dos povoados mineiros atingidos pelo rompimento da barragem de rejeitos da ré;

• Elaborar e executar projeto de reconstrução das pontes, estradas, dutos e equipamentos de saneamento básico, localizados no território dos municípios de Mariana, Barra Longa e Rio Doce, e que tenham sido destruídos ou danificados pelo rompimento da barragem de rejeitos da ré, sem prejuízo de posterior extensão da medida a outros municípios que venham a ter equipamentos públicos destruídos ou danificados;

• Submeter imediatamente aos órgãos ambientais do Sistema Estadual de Meio Ambiente o plano emergencial de mitigação dos danos ambientais causados no território do Estado de Minas Gerais e na porção mineira da Bacia do Rio Doce, pelo rompimento da barragem de rejeitos da ré.

Processo PJe 6123882-60.2015.8.13.0024

 

Fonte: Tribunal de Justiça de Minas Gerais

 

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GRÁVIDA SOFRE ABORTO DURANTE AVALANCHE DE LAMA DA SAMARCO/VALE

November 30, 2015 9:31, par Terra Sem Males

Por Joka Madruga
Terra Sem Males

Ouvir o desabafo de uma mulher que perdeu o filho durante o crime ambiental da Samarco/Vale/BHP-Billiton, em Mariana (MG), num aborto involuntário, não é das tarefas mais fáceis. Difícil relatar em palavras tanta dor. Eu estava acompanhado de mais dois companheiros do MAB, Movimento dos Atingidos por Barragens. Apenas sentamos do lado dela para convidar sobre uma reunião de organização e ela começou a desabafar. “Já não tenho nem mais lágrimas, de tanto de chorar”, nos disse. Com o gravador ligado ela falou de uma só vez, sem precisar fazer muitas perguntas.

Segundo moradores, a pedra no alto da imagem ajudou a amenizar o impacto da enxurrada de lama e evitou uma "tregédia" maior. Foto: Joka Madruga

Segundo moradores, a pedra no alto da imagem ajudou a amenizar o impacto da enxurrada de lama e evitou uma “tragédia” maior. Foto: Joka Madruga

Em respeito a sua dor e sua família não fiz foto e nem citarei seu nome. Esta jovem mulher, mãe, que não deve ter nem 30 anos, com algumas marcas em seu corpo, ainda se recupera das lesões. Seu olhar longínquo e sua fala indignada emociona.

Durante seu relato, chegou o cunhado e disse que ela foi arrastada pela lama por mais de 1km. Ela consentiu com um aceno.

Vista geral de onde era Bento Rodrigues. Foto: Joka Madruga

Vista geral de onde era Bento Rodrigues. Foto: Joka Madruga

Segue o relato:

“Na hora que soube que a lama descia, segurei meu menino de dois anos pelo meio e fui para a casa da vizinha que era mais alta que a nossa. Acreditávamos que ela ficaria apenas a alguns centímetros. Eu pensei que o barro viria e depois a gente limparia. Foi o tempo de entrarmos (ela, o irmão, o filho e os 3 sobrinhos) e subirmos no sofá. Segurei meu sobrinho pelo braço direito e meu filho no braço esquerdo.

Eu ia correr, mas não consegui subir o morro. Minhas pernas travaram. Olhei para trás e vi meu irmão com meus três sobrinhos em apuros e voltei para ajudá-lo. Ele com o filho de 4 anos no colo e o outro atrás dele. Quando percebemos a lama dentro da casa, já estava na altura do joelho. A residência dela era grande e quando vi o fundo caindo, como se fosse um papelão se amassando, com a lama engolindo tudo, segurei os meninos com a força que eu tinha.

Quando afundei e voltei, a primeira coisa foi olhar para meus braços se certificar se as crianças ainda estavam comigo, mas eu os perdi. Rezei na hora a Deus para proteger meus filhos, meu irmão e meus sobrinhos desta porcaria toda. E quando eu pensava que estava livre, vinha outra onda e me mandava mais longe. Ai eu me levantava para reconhecer onde estava e não via ninguém. Pensei em me agarrar em alguma coisa, mas tudo que eu segurava afundava. E as ondas me arrastavam.

Barragem do Germano ao fundo do vale, que corre risco de rompimento. Foto: Joka Madruga

Barragem do Germano ao fundo, que corre risco de rompimento. Foto: Joka Madruga

Eu pedi a Deus que se fosse da vontade Dele, deixasse meu filho sobreviver, mas se fosse para ele morrer, eu entenderia. Foi quando senti meu filho sair da minha barriga, caindo pelas minhas pernas. Pode ter sido melhor assim, pois engoli tanta lama que ele poderia nascer sem saúde.

Vi um caule de bananeira e debrucei em cima, peguei uma folha de palmeira e fiquei acenando. Pedi ajuda para um homem que vi de longe, mas tudo que eu agarrava para chegar mais perto dele afundava. Ele jogou um galho de árvore e me puxou. Eu já estava fraca e quase sem voz. Depois ele conseguiu resgatar meu sobrinho também.

Pensei que iria morrer e que naquelas alturas os meninos já estavam mortos. A gente não imagina que uma criança de dois anos (seu filho), meninos de quatro, cinco e de oito (seus sobrinhos) iriam sobreviver (seu irmão foi encontrado e hospitalizado na sequencia). Pensei que também iria morrer. Até hoje sinto dores no corpo. Perdi meu filho de 3 meses e minha sobrinha, que 40 minutos antes foi em casa e ao sair me pediu benção. Vou lutar por meus direitos até o fim. Dinheiro nenhum vai trazê-los de volta. Mas não vou desistir.

Se fosse durante a noite, ninguém teria se salvado. E até hoje não acredito no que aconteceu. Ainda quero ir lá em Bento Rodrigues para ver o que aconteceu. Eu sei que lá está tudo destruído. Vejo reportagens, vejo fotos e jornal. Mas quero ir lá. Minha ficha ainda não caiu. Prefiro ficar lá em cima (no quarto do hotel), quietinha. Pensando. Só desço quando é necessário.

Nunca mais vou ter meu cantinho. Meu cantinho. Foi difícil construir ele. Me entregaram esta casa no dia 11 de abril do ano passado. E hoje olho para trás e vejo que nunca mais vou ter uma casinha igual. Mesmo se fizerem o mesmo projeto não será a mesma coisa. Não vai ter a rua que meu filho e meus sobrinhos brincavam. Minha casa e do meu irmão era colada uma na outra. No domingo passado, estava todo mundo na casa da minha mãe. Meus tios, meus irmãos. Molecada brincando de bola. Minha mãe fez broa. Estava todo mundo feliz.

E não tenho mais cabeça para reunião (da Samarco). A gente não pode nem falar direito porque não dá tempo. Eles terminam a reunião e vão embora. Entra cada um no seu carrinho e ó, dá o fora. A psicóloga perguntou se quero fazer tratamento. Quero não. Quem bate esquece, quem apanha não. Depois que tudo isto regularizar. Eles voltarão a ganhar o dinheiro deles. Milhões às nossas custas. Nunca vamos esquecer.”

A temporada de chuva começou na região, o que agrava ainda mais a situação. Foto: Joka Madruga

A temporada de chuva começou na região, o que agrava ainda mais a situação. Foto: Joka Madruga

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