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Terra Sem Males

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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

O poder da reabilitação – Sobre a fala do Vilela e a nova fase do tricolor

March 22, 2018 18:17, by Terra Sem Males

Durante entrevista coletiva concedida no último dia 20, o volante Leandro Vilela, prata da casa e um dos destaques do time que garantiu o acesso em 2017, fez um comparativo entre o Paraná da última década e o Paraná de hoje. O garoto de 22 anos afirmou que chegou a ficar nove meses sem salário. Lembrou ainda que por muitas vezes as refeições no Clube eram sem carne por falta de recursos.

É óbvio que o Vilela exagera quando diz que “hoje estamos no paraíso”. Aliás, o Paraná não vai voltar a ter o respeito de outros tempos do dia pra noite ou em uma gestão da diretoria. Ainda temos muito a percorrer. Porém, não perder de vista essa evolução é fundamental. Não por acaso estamos na Série A. E não será por acaso que vamos nos manter nela.

Por falar em reabilitação, como é bonito ver o tricolor voltar a encantar. E não é só pelas cinco partidas de invencibilidade na Taça Caio Junior. O Richard já mostrou que continua sendo aquele paredão. A zaga, tão contestada, também começa a receber elogios da crítica. E o que falar do Carlos Eduardo? Já tem gente dizendo que ele é mais efetivo que o Renatinho!

Que a zica do início do ano tenha se mandado pra nunca mais voltar. É como disse um grande amigo meu, “daqui pra frente é só jogo grande”. Que assim seja. Que do jogo deste domingo, 25/3, contra o Londrina, até o último confronto da série A, nossa torcida possa encantar o país e o time volte a nos encher de orgulho!

Por Marcio Mittelbach
Guerreiro Valente, Terra Sem Males

Foto: Rodrigo Sanches/Paraná Clube



Movimentos ocupam Coca-Cola e alertam: “nossas águas não estão à venda!”

March 22, 2018 12:57, by Terra Sem Males

Na madrugada desta quinta-feira (22), cerca de 350 militantes organizados em movimentos populares ocuparam o parque industrial da Coca-Cola nos arredores de Brasília para denunciar a ação da multinacional na tentativa de espoliar os bens naturais do país, particularmente as águas. Esta semana acontece o 8º Fórum Mundial da Água, rodada de negociações promovida pela ONU para vender as águas para multinacionais.

Está na mira prioritária de Nestlé, Coca-Cola, Danone e outras empresas de capital internacional os maiores aquíferos do planeta, grandes reservas de água doce localizadas no Brasil. Nas semanas anteriores ao evento da ONU com as corporações, já houve menção no Congresso brasileiro de quantificar o preço do maior deles, o Aquífero Guarani.

Em janeiro, numa promíscua relação com as corporações do setor, o presidente ilegítimo, Michel Temer, participou de jantar durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, com o CEO da Nestlé, Paul Bulcke, e de outras empresas, como Ambev, Coca-Cola e Dow. Elas compõem o grupo 2030 Water Resources Group (2030WRG), consórcio que pretende privatizar cada metro cúbico disponível de água no planeta.

“Denunciamos as transnacionais Nestlé, Coca-Cola, Ambev, Suez, Brookfiled (BRK Ambiental), Dow AgroSciences, entre outras que expressam o caráter do ‘fórum das corporações’”, escreveram os movimentos em manifesto divulgado, remetendo-se ao evento organizado com a presença das multinacionais em Brasília. Para os movimentos, a intenção é privatizar este e outros aquíferos para produção de bebidas.

Além de palavras de ordem, os militantes deixaram seu recado em forma e pixações. Participam da ação militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Levante Popular da Juventude, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Comunicação Fórum Alternativo Mundial da Água
Foto: Via Campesina



PM pressiona sem terras para a desocupação da Fazenda Esmeralda

March 22, 2018 12:50, by Terra Sem Males

Após acordo de desocupação pacífica feito com o Capitão da PM Juliano Xavier na tarde de quarta-feira (21), desde o início da manhã desta quinta-feira (22) cerca de 30 viaturas e um efetivo aproximado de 150 policiais estão na portaria da ocupação.

A Tropa de Choque, a cavalaria e o canil da PM estão de prontidão para a entrada a qualquer momento, pressionando o MST para a desocupação da área.

O clima está tenso no local e o Movimento segue negociando para que a polícia respeite o prazo acordado, que coloca o horário das 17h da quinta-feira para a saída das famílias.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupou a Fazenda Esmeralda no dia 7 de março, localizada no interior de São Paulo. Cerca de 350 trabalhadores sem-terra participam da ação, que reivindica que a área seja destinada à reforma agrária.

A propriedade da fazenda Esmeralda é atribuída ao presidente Michel Temer. A fazenda foi citada nas delações de Ricardo Saud e Joesley Batista, no âmbito do inquérito que investiga irregularidades na elaboração da Medida Provisória 595, conhecida como a MP dos Portos. Oficialmente, a fazenda pertence à empresa Argeplan, do amigo pessoal de Temer João Batista Lima Filho, o Coronel Lima.

Com informações do MST e da Rede Brasil Atual



Mate, café e letras | Histórias curtas, por Pedro Carrano

March 22, 2018 12:39, by Terra Sem Males

pro José “Gancho” Maschio

Ultimamente, ando arriscando a escrita de contos curtos, uma cultura que tem no escritor da Guatemala, Augusto Monterroso, um mestre (“Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá”).

Esse formato traz o desafio de impactar o leitor logo no primeiro round, mas sempre traz também o risco de cair na superficialidade e consumo rápido dos dias atuais. Até, por isso, é desafiador. Copio alguns textos recentes abaixo:

Caroço
As duas amigas foram visitar a aldeia Araçaí. Era um final de semana e, enquanto uma delas tinha apenas a curiosidade de estar naquela área de preservação e verde imenso, a outra amiga estudava na academia a cultura e o idioma guarani. Era ela mesma quem apresentava cada detalhe daquele ambiente conhecido e já pesquisado para a outra, até que sentiu de repente que falava sozinha. Olhou pro lado e a outra visitante, impactada, havia se transformado em flor, logo depois em fruto, até virar um caroço de fruto que penetrou a terra e de lá nunca mais, nunca mais, conseguiria se livrar ou cortar a raiz que crescia.

Medidas
João cego contava que sentia melhor o espaço da casa nos dias de tempestade colorindo os telhados. Mas preferia mesmo sair caminhando e se lançar na chuva, pra sentir melhor a dimensão do mundo.

Natal
Ramon velho. Velho e chato. Chato e solitário. Ramon dedicado à mecânica, na verdade ao Lava Car. Ficou chateado no dia 23. Percebeu que a véspera de Natal chegando. Não insistia pra seguir trabalhando. Ninguém nem deixava os carros nessa época. Ramon puto. Amigos longe. Alguns mortos, apesar de perto. Ao redor do bairro tudo vazio, fechado. Ramon sem parentes. Churrasco e cerveja só nas garagens pequenas, momento família dos donos de boteco, mas daí é foda aparecer no meio. Ramon de cara. Tenta algum contato. Mensagens nas listas de zap. Sem resposta. Ramon posta no facebook. Ramon tirando sarro. Nenhuma reação, poucos likes. Noite e virada pro 25 quase chegando, algumas luzes acesas no conjunto de Ramon, a televisão mais chata que nunca. O velho toma uma atitude. Entorna o vinho, coloca o capuz de Papai Noel, presente de amigo secreto. Ramon, com a sua barba, vai pra rua, atravessa a rápida do Portão, rumo ao bairro, desejando Feliz Natal pra todo mundo. Em pouco tempo, recebe atenção. Buzinaços. Alguns param. “Olha o Papai Noel de verdade!”. Brincam com Ramon. Xingam Ramon. Mandam Ramon praquele lugar. Jogam dinheiro. Alguns trocados. Um real no máximo. No próximo posto 24h vale algo. Passa pelo Pinheirinho. Passa por um samba na calçada de uma casa. Entra no rebolado. Outros param e oferecem um trago. Fazem uma selfie com o Papai Noel sem camisa. Ramon curte, aproveita, barba longa e branca, se diverte, Ramon existe, faz discurso empolado de Natal, entorna mais cerveja e a certa altura da avenida Ramon se desconcerta, é surpreendido por uma criança, numa das esquinas, sorriso sincero, o sorriso onde caberia o mundo das expectativas. Ramon puxado pelo bolso da bermuda: “E aí, Papal Noel, o senhor trouxe o meu pedido?”.

Por Pedro Carrano
Foto: Gibran Mendes
Terra Sem Males



Povos originários e tradicionais denunciam destruição de seus territórios

March 22, 2018 9:17, by Terra Sem Males

Mineração, barragem e agronegócio são os principais causadores da devastação dos rios e de suas comunidades

Nesta quarta-feira (21), no quinto dia do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), que acontece durante essa semana em Brasília (DF), ocorreu pela manhã a “Assembleia dos povos originários e tradicionais pela água”, que reuniu indígenas, quilombolas, pescadores, entre outros. Após a “mística”, que é uma atividade cultural de sensibilização, iniciou-se a apresentação de relatos sobre os distúrbios sociais causados pelos grandes projetos de grupos transnacionais nos seus territórios.

O integrante do Movimento pela Soberania Popular na Mineração, Mario, denunciou o crime da mineradora Hydro no Pará. “Queremos denunciar a contaminação dos rios de Barcarena pela mineradora Hydro, pois esse projeto de país não nos representa”, afirma.

Os pescadores também reclamaram da impossibilidade da prática pesqueira pelas secas, contaminação e pela expulsão de muitos que estão no caminho de projetos hidrelétricos. “Esse projeto desenvolvimentista de país não é para a gente que é povo pobre. Esse modelo favorece empresas que querem privatizar nossas águas”, reclama Manoel, pescador do Espírito Santo.

Outro problema relatado pelos componentes da mesa diz respeito ao assoreamento de matas ciliares, transposição de rios e captura de água de rios em grande quantidade pelo agronegócio.

Para a indígena Edna, essa é uma ofensiva secular do capital internacional contra os povos originários do Brasil. “O país está banhado de sangue indígena e isso começou desde quando o português chegou ao Brasil. Até hoje os indígenas continuam sendo massacrados. Qualquer projeto desenvolvimentista não é bom para os indígenas, quilombolas e ribeirinhos que devem ser consultados sobre o que se refere às suas terras e rios”.

Por Eduarda Souza, do MAM
Foto: Matheus Alves
Fonte: fama2018.org.br



*Jornaldo: Quando fantasmas matam

March 22, 2018 0:05, by Terra Sem Males

“Porra, Agnaldo. Escreva mais uma de suas músicas chatas e pare de encher o saco do sul do mundo”– “Pô, Jornaldo, desculpe. Você aceita minhas desculpas? Diga pro pessoal do Sindijorzão que eu amo o campeonato. Inclusive estou disposto a dar uma canja no Churrasco dos Jornalistas. O que você acha?” – “Acho que você enlouqueceu. Vá a merda e não venha pra Curitiba” – desliguei.

Hoje a relevância do Agnaldo Timóteo pra música brasileira é igual a do Refugos quando se trata de clássicos do torneio. Ou seja: nula. Clássico Re-Re? Que porra é essa? Agora o Sindijorzão virou oba oba? Qualquer time se auto intitula ‘grande’ sem nem chegar numa final? Saudade do tempo em que ‘clássico’ era Sensacionalistas x Confraria com sinalizador e torcida organizada.

Mas não vou me aprofundar nesta questão, vou deixar que o Refugos se resolva contra o bicampeão Sensacionalistas na semifinal. Caso o time antifa faça sua primeira final, ou contra o Relevo ou contra o Catadão, quem sabe eu não insira essa agremiação sem título de futsal entre os times ‘clássicos’ da competição.

Voltando ao Agnaldo Timóteo, esse artista ficou conhecido pela sua música brega enquanto o Brasil pegava fogo na ditadura militar, depois migrou pra política e agora quer cantar no Churras do Sindijor. Mas acredito que a organização não vai ‘timotear’, ainda mais nesse momento histórico complicado.

Infelizmente o recado foi dado da pior forma: “não queremos comissão da verdade, não queremos investigação”, disse um general. E assim voltamos aos porões mais sombrios da história desse país. Os fantasmas voltaram.

É como se eu entrasse numa bolha do tempo, lá da minha época de clandestinidade, quando costumava promover alguns trotes pra desestabilizar a Estado Maior. Quem não se lembra dos atentados telefônicos promovidos em todos os quartéis das capitais brasileiras? “Alô” – “É do exercito?”- “Sim, pois não?” – “O cabo tá aí?” – “Sim” – “Então pega ele enfia na sua bunda”.

Era isso. O trote aliviava a pressão. Marighella adorava!

E por falar em trote, será que o título de 2017 do Che foi um trote? Como explicar a campanha pífia deste ano? Pelo jeito a galera de Havana depende, e muito, de um certo tucano que desfalcou o elenco este ano. E a expulsão do Soroca Eterno, o que dizer? Até perguntei: Foi a primeira vez que você foi expulso no Sindijorzão? “Sim, não que eu não tenha merecido ser expulso em outras oportunidades, mas essa foi minha primeira”.

Outro que levou cartão vermelho pela primeira vez foi o Gibanight, craque do Catadão. Além disso, ele deu uma de Romário, pulou o muro da concentração do seu time, no último fim de semana, e sumiu! Mesmo sem ele, Falafina e Cia desbancaram o Che, na reedição da final de 2017. Isso foi um clássico.

Só lembrando que o Falafina, que estava sumido das manchetes do Jornaldo, mostrou suas garras novamente. Mesmo com várias investigações referentes as armações idealizadas no vestiário da Stark ano passado, “com nudes… com tudo… num grande acordo nacional”, esse cidadão não parou de aprontar.

Dessa vez o CEO do Catadão ressurgiu das cinzas e foi grampeado num diálogo assediando um jogador do ¿Plata o Plomo? (grande time capitaneado por Fafá) no vestiário da Stark. Na conversa ele revelou que durante o jogo do Catadão contra o ¿Plata aplicou uma caneta no Fafá. Até aí tudo normal. Porém, como retaliação, um atleta da equipe ‘Klostermann Corporation’ meteu uma bola no meio das suas pernas e ele gostou: “esse cara é bom!”, disse.

A verdade é que, no melhor estilo “mantenha isso aí, viu?”, Falafina voltou a assombrar os vestiários da Stark. Enquanto sua equipe tomava banho, um jogador do ¿Plata o Plomo?, o mesmo que meteu uma bola no meio das suas pernas, entrou no recinto. E o que ele fez? Convidou o jovem e inocente pra fazer parte da sauna do Catadão, que funciona como uma espécie de sociedade secreta nos moldes da maçonaria.

Algo do tipo: “agora não posso falar nada porque sou maçom”.

Vale lembrar que em 2017 sofri sérias ameaças após receber uma foto do encontro, no vestiário, com nudes e tudo, entre Falafina e Manolo Ramires. Mas como já disse em outros tempos e reafirmo: JAMAIS ME CALARÃO.

É uma questão de família não me calar diante de tanta maracutaia. Lembro-me como se fosse hoje, ainda nos anos 90, quando minha filha, que vivia no noroeste do Paraná, perto da fronteira com o Paraguai, foi eleita a primeira mulher vereadora da cidade em que morava. Já empossada, ela passou a realizar seu sonho de legislar em benefício das minorias.

Ela tornou-se tão boa nesse negócio de fiscalizar os gastos públicos que acabou colaborando para que o prefeito daquela cidade fosse impugnado, perdesse seus direitos políticos e caísse na lei de responsabilidade fiscal. Depois disso, as ameaças ficaram claras e explícitas. O resultado: após muita perseguição política e difamação, ela não conseguiu sua reeleição e teve que sair do município.

Aí você pode estar se perguntando: mas qual a ligação disso tudo com o Sindijorzão?

É que após a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ), que investigativa abusos promovidos pelos milicos durante a intervenção militar carioca, e do seu motorista, Anderson Pedro, no dia 14 de março, as meninas dos times Galácticas e Nem Uma a Menos fizeram um minuto de silêncio antes do confronto. Um exemplo de solidariedade.

Em situações trágicas muitos pontos em comum se conectam e unem as lutas. No Sindijorzão, por exemplo, algumas pessoas já marcaram alguns golaços fora das quadras. Dessa vez, o maior exemplo é o atleta Rodrigue Marengo, que disse:

Nós temos um sindicato bom, honesto, que sempre esteve de portas abertas para todos. Temos eventos, como churrascos e nosso Sindijorzão. Acima de tudo, temos um sindicato que nos representa mesmo contra os truculentos patrões que dirigem o sindicato patronal. Acreditem não é fácil garantir nem mesmo a inflação como reajuste”.

Golaço!

Esse é o Sindijorzão! E não podemos esquecer dos jornalistas do norte do Paraná que continuam numa luta sem precedentes em busca de direitos. Eles se mantém, de forma heróica, na linha de frente da greve do jornal O Diário (Maringá). Também quero lembrar que os trabalhadores jornalistas da EBC enfrentam censura do atual governo federal. Algo seríssimo.

Sim, minhas amigas e meus amigos, estamos em 2018, mas não parece. Quem imaginaria que Agnaldo Timóteo seria protagonista de alguma coisa hoje em dia? E essa intervenção militar no Rio de Janeiro? Que porra é essa?

É preciso lembrar sempre: o atentado do Riocentro, em 1981, aconteceu em plena ditadura militar e foi articulado pelos próprios. A cidade era a mesma, o Agnaldo Timóteo era o mesmo e os crimes políticos ficavam impunes.

Ainda não conseguimos eliminar esses fantasmas.

 

*FOTO: Leonardo Lima.



Embaixadas ameaçam participantes estrangeiros do FAMA

March 21, 2018 16:26, by Terra Sem Males

Ao longo desta semana, embaixadas de diversos países do mundo realizaram ligações aos participantes estrangeiros do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA). De acordo com os relatos, as embaixadas tentaram coagi-los a não participarem da marcha que ocorrerá nesta quinta-feira (22), Dia Mundial da Água, sob o risco de serem presos e deportados.

Para a coordenação do FAMA, esta é uma evidente tentativa de intimidação e de negação à liberdade de expressão, um direito fundamental a todo seres humanos. As embaixadas, neste caso, estão agindo de maneira contrária ao seu suposto papel, que seria resguardar os cidadãos estrangeiros que estão no Brasil.

Também gostaríamos de questionar uma suposta interferência por parte do Itamaraty, comandado pelo ministro de relações exteriores, Aloysio Nunes, que não tem respeitado no âmbito internacional os governos de caráter popular e progressista. Ou seja, ignorada a autodeterminação dos povos, justamente no momento em que vivemos um golpe que retirou a presidenta democraticamente eleita por mais de 54 milhões de votos, Dilma Rousseff (PT), para colocar a força o ilegítimo presidente Michel Temer (MDB).

Questionamos também o Estado brasileiro a responder pelo tratamento desigual dado aos estrangeiros que participam dos dois fóruns na capital federal brasileira. No Fórum Alternativo Mundial da Água, os integrantes de grandes corporações internacionais, que pretendem se apropriar dos nossos recursos naturais para gerar lucro, são recebidos com patrocínio do Estado brasileiro. Do outro lado da cidade, no FAMA, evento no qual já circularam por volta de 7 mil pessoas de 37 organizações e 35 países,  há a tentativa de criminalização e coação.

Estão aqui, no FAMA, mais de 170 internacionalistas que acreditam que as fronteiras são criadas justamente por esse sistema defendido pelo Fórum Mundial da Água, que cerca os territórios para privatizarem seus recursos naturais, com o único objetivo de gerar lucro.

A coordenação do FAMA rechaça qualquer tentativa de intimidação, criminalização e cerceamento da liberdade de expressão. Amanhã, Dia Mundial da Água, povos dos cinco continentes se colocarão em marcha em defesa dessa riqueza natural que não pode ser tratada como mercadoria, mas como direito da humanidade.

Fonte: Site do FAMA

Foto: Joka Madruga



MARIELLE VIVE!

March 21, 2018 12:14, by Terra Sem Males

Marielle é gigante. Assim, no presente – mesmo tendo sido executada na noite de 14 de março de 2018. Gigante porque é mulher negra que move estruturas – mesmo não estando mais presente fisicamente entre nós. Ontem, 20 de março, quando completou uma semana de sua morte e da morte de Anderson Pedro, milhares de pessoas foram às ruas: no Rio, em São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, João Pessoa, Salvador, entre muitas outras.

Em Curitiba, nos reunimos novamente na Praça Santos Andrade, palco tradicional de muitas manifestações. Um pouco antes das 19h, horário marcado para o ato “Marielle Vive” começar, uma chuva torrencial caiu sob a cidade. Era como se o céu desse um sinal dizendo que também lamentava a perda dessa voz negra, feminista, favelada, bissexual, socialista, filiada ao PSOL, que lutava pelos direitos humanos, que era contra a intervenção militar.

Mesmo tendo início dentro do hall da Universidade Federal do Paraná já que estávamos em um número reduzido de pessoas, a manifestação logo foi para frente das escadarias da UFPR. “Se é na rua que nos matam, é na rua que vão ouvir nossa dor, a nossa voz”, disse o movimento negro.

As falas aconteceram então sob uma garoa fina. Nas falas, a dor de quem compartilhava partido, de movimento, de quem é LGBT – a companheira de Marielle foi invisibilizada durante muitos dias na narrativa midiática. Nas falas, a dores de quem é negra e negro e que está faz muito tendo seu direito à segurança violado. Vivemos em um país onde as mulheres negras são as que mais sofrem, as que mais morrem e perdem os seus, as que ganham pior. Uma companheira com a voz entrecortada pela emoção e com lágrimas nos olhos gritou : “Vidas Negras Importam”. Foi amparada depois.

Por que a morte de Marielle comove?

A morte brutal de Marielle Franco comoveu a milhares de pessoas no Brasil e no Mundo. Vereadora eleita pelo PSOL e a quinta mais votada da cidade do Rio de Janeiro, Marielle recebeu homenagens de movimento feminista “Por todas nós” em Portugal, de Katy Perry no show pelo Brasil, de Viola Davis. Foi notícia também no New York Times.

A repercussão internacional da morte da Mari, me lembrou muito quando Malala, a menina paquistanesa que lutava pela educação das mulheres em seu país, recebeu três tiros de um homem quando voltava da escola. Uma execução, assim como Marielle. Malala, contudo, sobreviveu.

Marielle não. Marielle sequer teve chance. Quiseram que ela se calasse. E por um momento realmente todos nós ficamos calados, sem reação, sem ar, sem saber para onde ir. Mas mesmo na dor, entre lágrimas, é preciso dizer que os tiros não foram capazes de calar a voz e o sonho de Marielle. Porque Marielle é semente. Como disse o pastor Henrique Viera no ato do Rio de Janeiro, “os negros não vão mais voltar para a senzala, as LGBTs não vai mais voltar para o armário, as mulheres não vão mais voltar para a submissão.” Queremos um mundo em que acabará o genocídio da população negra e pobre, um mundo que as mulheres vencerão o machismo e um mundo onde é justo e bom toda a forma de amor.

A morte de Marielle emociona porque de muitas formas e maneiras nos reconhecemos em Marielle, no projeto político que ela acreditava e nas causas ela defendia. Nos sentimos próximas mesmo morando a muitos quilômetros de distância porque aquele sorriso era imenso – até mesmo nas dificuldades. Marielle sabia endurecer sem que perder a ternura. Sabia acolher e impulsionar.

Precisamos falar de Marielle

Cria da Maré, Marielle fez curso preparatório pré-vestibular popular e passou em Ciências Sociais na PUC-RJ, universidade que cursou com bolsa integral. Depois, se tornou mestre em Administração Pública, pela Universidade Federal Fluminense, com a dissertação “UPP: a redução da favela a três letras”.

O cursinho e a morte de uma amiga, vítima bala perdida em um troca de tiros com polícia e traficantes no Complexo da Maré, fez com que ela começasse a militar na pauta de Direitos Humanos. Durante sua trajetória, trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (CEASM). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), ao lado de Marcelo Freixo (PSOL/RJ).

Foi mãe aos 19 anos de uma menina – fato que se em um primeiro momento a colocou nas estatísticas de mãe jovem e solteira, ajudou a se construir ao longo do tempo como lutadora pelos direitos das mulheres e debater esse tema nas favelas.

Marielle acreditava que era preciso ocupar a política para que as desigualdades que nos rodeiam diminuísse. E Marielle acreditava porque sabia que quando ocupamos os espaços movemos as estruturas da sociedade. Claro que sabemos que, como ela mesma dizia, “a vida é dura bebê. A vida é dura”. Sabemos que nem sempre vai ser fácil, que muitas vezes vão querer roubar a nossa voz e nosso protagonismo na história. Entretanto luto também é verbo e continuaremos por Marielle porque Nós que somos porque ela é.

Texto e fotos por Annelize Tozetto, fotojornalista e especialista em jornalismo literário. Faz parte do Coletivo de Jornalistas Nísia Floresta, colabora com a Revista Vírus e é integrante do Terra Sem Males.



FAMA protesta contra a privatização da Eletrobrás em Brasília

March 21, 2018 11:24, by Terra Sem Males

Participantes do Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA) protestaram em frente à Eletrobras em Brasília (DF) contra a privatização da estatal da energia, na manhã desta quarta-feira (21). Confira abaixo algumas imagens do ato.

Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Ato em frente a sede da Eletrobrás durante o Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta quarta-feira (21). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA



Imagens do Fórum Alternativo Mundial da Água nesta terça-feira (20)

March 20, 2018 20:01, by Terra Sem Males

Hoje (20) é o quarto dia de FAMA e a luta não pára. Confira alguma fotos captadas pelo repórter fotográfico Joka Madruga das lutadoras e lutadores do povo que defendem que a água deve ser um bem de todas e todos.

Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA Fórum Alternativo Mundial da Água, que acontece em Brasília-DF, nesta terça-feira (20). Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males/FAMA