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Terra Sem Males

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Aprile 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

Governo Richa corta verba das Casas Familiares Rurais

Luglio 20, 2015 16:18, by Terra Sem Males

Nesta semana, por determinação da Secretaria do Estado da Fazenda (SEFA), uma notificação informou sobre o cancelamento do repasse para Casas Familiares Rurais (CFR) e o remanejamento dos professores que trabalham nas Casas. A decisão do governo acarretará o fechamento de algumas CFRs já neste mês de julho.

As 20 escolas que possuem Ensino Médio Técnico permanecem, mas já tem seu fim determinado para 2017, e  funcionam, a partir de agora, com uma estrutura precarizada: contarão com apenas dois profissionais trabalhando 20 horas semanais em cada unidade.

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Curitiba sedia Encontro Paranaense de Direitos Humanos

Luglio 20, 2015 15:28, by Terra Sem Males

Curitiba sediará nos próximos dias 31 de julho e 1 de agosto o Encontro Paranaense de Direitos Humanos, que pretende promover o diálogo sobre a rearticulação do campo popular dos direitos humanos no Paraná. O evento também propõe a retomada da construção de uma rede estadual propositiva e de monitoramento para o acompanhamento das políticas públicas.

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Terra de Direitos



14ª Jornada de Agroecologia inicia nesta quarta-feira, 22, em Irati

Luglio 20, 2015 12:30, by Terra Sem Males

Na próxima quarta-feira (22/07), o município de Irati, região sul do Paraná, sediará pela primeira vez a 14° edição da Jornada de Agroecologia, um dos maiores eventos sobre agroecologia do Brasil. A atividade que tem como lema “Terra Livre de Transgênicos e Sem Agrotóxicos, Cuidando da Terra, Cultivando Biodiversidade, Colhendo Soberania Alimentar”, acontecerá no Centro de Tradições Willy Laars, e reunirá aproximadamente 4 mil pessoas durante os quatro dias.

A Jornada, que é promovida por organizações e movimentos sociais do campo e da cidade e pela Prefeitura Municipal de Irati, reúne agricultores, estudantes, técnicos, pesquisadores, professores, tem como objetivo construir de forma coletiva um Projeto Popular e Soberano para a agricultura, contra as empresas transnacionais do agronegócio.

Está previsto para esse ano a vinda de 70 ônibus de diversas regiões do Brasil e de outros países, como: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, e do Paraguai. Além de representantes de países da América Latina, como: Argentina, Uruguai, Chile, Equador, Colômbia, Venezuela.

Na programação conferências com João Pedro Stédile- economista e membro da coordenação nacional do MST, com uma análise sobre o capital na agricultura, e Frei Betto- religioso, teólogo e escritor, trazendo elementos filosóficos para a construção de uma sociedade justa.

A programação conta também com cerca de 51 oficinas de trocas de experiência, quatro grandes seminários, depoimentos que expressam a construção de um projeto popular de sociedade, na dimensão da educação, produção, resgate e cultivo de sementes, entre outros.

Nas noites, apresentações artísticas com os grupos musicais, Encantados Trupe Agroecológica, Kundum Balê (Quilombola Paiol de Telha/PR), Fandango Caiçara (Grupo Mandicuera/ PR), Arte da Comédia, entre outros artistas populares que estarão presentes durante os dias do encontro.

Além disso, a Jornada terá a exposição do “Túnel do Tempo: 100 anos da Guerra do Contestado”, que estará aberto ao público em geral no Parque Aquático da cidade, e a “Feira de Sementes e Produtos da Reforma Agrária e da Agricultura Familiar e Camponesa”, no CT Willy Laars.

Histórico
No ano de 2002, na cidade de Ponta Grossa se estabeleceu uma ampla coalizão de Movimentos Sociais do Campo, Organizações da Agricultura Familiar e de assessoria dando início as Jornadas de Agroecologia, uma ação inédita e popular de caráter massivo, denúncia e contraponto ao agronegócio, estudo, socialização da prática e da experiência agroecológica e camponesa.

Realizadas ao longo de mais de uma década, as jornadas anuais passaram a representar a síntese do processo de construção da agroecologia e embate ao agronegócio, consolidando-se como uma escola popular e camponesa permanente, renovada ao longo de cada ano, atingindo seu auge nos quatro dias de encontro.

As Jornadas configuram-se como um espaço de estudo, mobilização e troca de experiências, de distribuição de sementes e alimentos, pautando o debate da importância do alimento saudável, da reforma agrária, da proteção do meio ambiente, da valorização da cultura camponesa, da viabilidade da produção familiar e ecológica.

Ainda que as Jornadas de Agroecologia tenham nascido e se mantenham realizadas em municípios do Paraná, elas atingem uma abrangência internacional em seus aspectos de participação e alcance político.

Veja aqui a programação completa

Fonte: Comunicação Jornada de Agroecologia



IV Congresso da Comissão Pastoral da Terra em imagens

Luglio 19, 2015 12:29, by Terra Sem Males

O IV Congresso da Comissão Pastoral da Terra (CPT) reuniu mais de mil participantes na Universidade Federal de Rondônia, em Porto Velho, entre os dias 13 e 17 de julho de 2015. O encontro contou com a presença de diversos povos que lutam pela terra. O Terra Sem Males participou da cobertura do evento. Fotos de Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

Celebração dos mártires. IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

Mística de abertura. IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

Celebração dos mártires. IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

Celebração dos mártires. IV Congresso da CPT. Foto: Joka Madruga.

Saiba mais: Jornal Terra Sem Males é distribuído em Porto Velho (RO)

Confira as fotos do IV Congresso da Comissão Pastoral da Terra

Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



Alimentando a luta

Luglio 19, 2015 11:36, by Terra Sem Males

O Terra Sem Males se manteve presente de forma especial no IV Congresso da Comissão Pastoral da Terra, realizado em Porto Velho (RO), de 13 a 17 de julho de 2015. O repórter fotográfico Joka Madruga participou da cobertura do evento e retratou os voluntários responsáveis pela alimentação dos mais de mil participantes do encontro. Uma bonita homenagem do Terra Sem Males e de toda a equipe de comunicação do evento. Confira a exposição de fotos:

 



Aposentadoria: uma corrida contra a expectativa de vida

Luglio 17, 2015 16:50, by Terra Sem Males

Uso de uma média para cálculo da expectativa de vida para fins previdenciários prejudica trabalhadores brasileiros.

José Altair, dirigente sindical bancário, defende diferenciação regional da expectativa de vida para fins previdenciários. Foto: Joka Madruga/SEEB Curitiba.

A recente medida provisória 676, em vigor desde 18 de junho, ampliou as possibilidades de aposentadoria por tempo de contribuição, livrando, em alguns casos, o uso do fator previdenciário para determinar o valor da aposentadoria.

Pela nova fórmula progressiva 85/95, quando a soma da idade do homem com o tempo mínimo de contribuição de 35 anos for 95 pontos, e da mulher 85 pontos para 30 anos de contribuição, não há incidência do fator previdenciário.

“Essa lei, que ainda está sob medida provisória, abre mais uma alternativa para que você tenha um benefício muito melhor”, destacou o bancário José Altair Monteiro Sampaio, secretário de Administração e Finanças da Fetec-CUT-PR e membro titular do Conselho Nacional de Previdência Complementar em entrevista ao jornal Folha Bancária, elaborado pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e região.

Acesse aqui a Folha Bancária

Em entrevista exclusiva ao Terra Sem Males, José Altair destacou um outro aspecto que interfere no cálculo de aposentadoria: a forma como é feita a média da expectativa de vida para fins previdenciários. São dois aspectos que não são considerados para estabelecer esta média: a questão do gênero homem/mulher e da regionalização da população.

A relação da tábua de expectativa de vida é definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e muda o fator previdenciário, interferindo nas aposentadorias concedidas por tempo de contribuição e que fogem à regra 85/95.

No caso da expectativa de vida utilizada nos cálculos da previdência social, é feito uma média para homens e mulheres juntos. Mas atualmente as mulheres vivem cerca de quatro anos a mais que os homens.

“Quando juntamos a expectativa de vida calculada pelo IBGE, numa média para homens e mulheres, nós também talvez amenizamos o fator social. E concedemos uma expectativa de sobrevida para as mulheres para efeito do cálculo previdenciário quando elas vivem mais”, explica.

Outro aspecto criticado pelo dirigente é a não regionalização e sim uma média geral da população brasileira. “Eu tenho uma crítica profunda em relação a não considerar os aspectos regionais da população brasileira. Não resta dúvida que a expectativa de vida de um irmão nosso do norte, do nordeste brasileiro, é muito menor do que nós que vivemos aqui no sul do Brasil, no sudeste. O IBGE quando faz suas análises populacionais, ele olha para esses nichos em separado. Talvez a expectativa de vida no Brasil, para fins de cálculo do fator previdenciário, devesse ser considerada  por unidade de federação ou até mesmo por tipo de profissão”, defende José Altair.

Tábua de expectativa de vida

Em 01 de dezembro de 2014, a Previdência Social divulgou oficialmente a mais recente mudança de tábua de expectativa de vida calculada pelo IBGE, informando a alteração no fator previdenciário.

A Previdência Social considera uma expectativa de vida média ao nascer de 74,9 anos de idade para todos os brasileiros. Mas de acordo com projeções do IBGE, as médias regionais de esperança de vida ao nascer segundo projeção populacional, para homens e mulheres, são:

Região Norte: 73,24 anos
Região Nordeste: 71,77 anos
Região Sudeste: 75,65 anos
Região Sul: 76,20 anos
Região Centro-Oeste: 75,26 anos

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



Jornal Terra Sem Males é distribuído em Porto Velho (RO)

Luglio 17, 2015 14:53, by Terra Sem Males

Participantes do IV Congresso da CPT recebem o jornal Terra Sem Males. Foto: Joka Madruga.

O Jornal Terra Sem Males, com o tema “Energia Para Quem?”, foi distribuído nesta sexta-feira, 17 de julho, durante o encerramento do IV Congresso da Comissão Pastoral da Terra, realizado nesta semana em Porto Velho (RO).

Participantes do IV Congresso da CPT recebem o jornal Terra Sem Males. Foto: Joka Madruga.

O evento reuniu diversos povos e culturas (população local urbana e rural, ribeirinhos, indígenas, quilombolas) que lutam pelo direito à terra.

Participantes do IV Congresso da CPT recebem o jornal Terra Sem Males. Foto: Joka Madruga.

A primeira edição impressa do Terra Sem Males começou a ser distribuída no último sábado, 11 de julho, em Curitiba. O jornal sobre a questão energética trouxe textos e fotos inéditas do projeto Águas Para Vida, do repórter fotográfico Joka Madruga, que esteve em Altamira no ano de 2013 e em março de 2015 para contar as histórias dos atingidos pelas barragens da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Acesse aqui a versão online do jornal Terra Sem Males.

Participantes do IV Congresso da CPT recebem o jornal Terra Sem Males. Foto: Joka Madruga.

Joka Madruga acompanhou em Porto Velho o IV Congresso da CPT e segue no estado de Rondônia até o final do mês de julho para continuar o projeto Águas Para Vida. Serão retratadas as histórias dos atingidos pelas barragens das usinas de Jirau e Santo Antônio, às margens do Rio Madeira.

As informações sobre o Águas para Vida serão publicadas pelo Terra Sem Males. Acesse terrasemmales.com.br/aguas.

Participantes do IV Congresso da CPT recebem o jornal Terra Sem Males. Foto: Joka Madruga.

Participantes do IV Congresso da CPT recebem o jornal Terra Sem Males. Foto: Joka Madruga.

Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males



As barricadas de Oaxaca

Luglio 17, 2015 13:53, by Terra Sem Males

Esta experiência durou seis meses, com o povo controlando ruas, rádios e o destino de uma capital com mais de um milhão de habitantes.

Foto: Pedro Carrano.

Há nove anos, na noite de 14 de julho de 2006, explodia uma revolta popular em um dos estados mais pobres ao sul do México. Uma revolta e experiência de poder popular pouco conhecida e publicada no Brasil.

Os professores, os indígenas, os jovens do estado de Oaxaca reagiram contra a repressão do governador Ulises Ruiz Ortiz, que despejou com violência naquela noite um acampamento grevista de professores.

Em tempos quando também no Paraná ocorre um grave desrespeito contra a luta do magistério por parte do governo, é interessante extrair os ensinamentos dessa luta do povo mexicano. Indignados com a atitude do governador, trabalhadores saíram às ruas, montaram inúmeras barricadas e ocuparam meios de comunicação, em busca de uma voz que retratasse o que de fato ocorria no estado.

Esta rica experiência durou seis meses, com o povo controlando ruas, rádios e o destino de uma capital com mais de um milhão de habitantes. Depois da repressão do dia 14 de julho, já não era mais a luta do sindicato de professores e passou a ser a Assembleia Popular dos Povos de Oaxaca, a APPO.

Foto: Pedro Carrano.

O trecho selecionado abaixo, escrito no acampamento appista na capital mexicana, revela o momento quando acompanhei o conflito, a partir de novembro de 2006, enviado como repórter do jornal Brasil de Fato. Com as barricadas já desmobilizadas, na repressão autorizada logo depois das eleições do país, o povo resistia à perseguição, lutava pela liberdade dos presos políticos, promovia marchas massivas em Oaxaca e no restante do México.

Todos os textos, matérias, apontamentos e crônicas de viagem estão organizados no livro “As barricadas de Oaxaca e outras histórias dos Andes ao sudeste mexicano”, que inclui capítulos sobre a América Central, vivência em comunidades indígenas de Chiapas, ascensão e queda do governo Lugo no Paraguai. Infelizmente, o trabalho ainda aguarda o interesse de alguma editora, na certeza da importância de registrar as lutas que abalaram o continente latinoamericano no começo dos anos 2000.

Foto: Pedro Carrano.

“O cerco à Comuna de Oaxaca”

“Caça às bruxas? Estado de sítio? Estado de exceção, nas palavras da lei mexicana? Estado democrático de direito? Nenhum desses termos faz sentido neste exato momento em Oaxaca. Sem um mecanismo legal, o presidente Vicente Fox encerrou qualquer direito individual no estado ao exigir que a polícia federal preventiva (PFP) desmantele a resistência da Assembleia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) e persiga qualquer pessoa minimamente envolvida nas megamarchas de protesto feitas ao longo de novembro. Certamente um novembro histórico para a assembleia popular e para a luta dos mexicanos.

Neste momento, mesmo os jornalistas de meios de comunicação empresariais não se arriscam a sair dos hotéis. Na rua está a polícia, que tem usado lança-granadas e disparado gases lacrimogêneos na direção dos corpos dos manifestantes. Nas ruas estão os paramilitares do Partido Revolucionário Institucional (PRI), estão os chamados porros, os infiltrados do partido no meio universitário para arrumar confusão e, finalmente, gente armada e mercenária. Tudo isto acontece às vésperas da entrega do mandato de Vicente Fox para Felipe Calderón, os dois do Partido de Ação Nacional (PAN), que passa a repartir o poder com o PRI, que sempre controlou o poder no país.

Na voz das pessoas refugiadas para a capital, o governo do PAN passou como num pulo da alcunha de liberal para a de extrema-direitista. Ativistas, membros ou simpatizantes da APPO estão encurralados. Os membros das comunidades do entorno e das montanhas de Oaxaca não descem para a capital. Se alguém suspeito sai às ruas, logo é preso. Neste momento, no Distrito Federal, membros dos meios de comunicação independentes se articulam, por meio de mensagens no celular, para saber a situação dos ativistas que seguem no estado, buscando ajudar na sua fuga e monitorar os desaparecidos. No miolo da cidade está a polícia preventiva, na serra o exército mexicano. Ontem a polícia saiu pelas ruas da capital com uma lista de apreensão de cem internacionalistas, como já havia feito com oaxaquenhos membros do movimento. E isto implica entrar nas casas das famílias sem autorização, bastando apenas uma denúncia dos priístas.

Foto: Pedro Carrano.

Desde a sétima megamarcha no sábado, dia 25 de novembro, a polícia resolveu partir para cima da população, com o pretexto de resposta ao incêndio de prédios públicos. Porém, a APPO declara que os atos violentos partiram justamente dos infiltrados na marcha. Assim como o assassinato do cinegrafista estadunidense Brad Will, no dia 27 de outubro de 2006, justificou a entrada da polícia federal na cidade, agora novamente logrou-se um segundo pretexto, quando houve a queima de prédios públicos e a polícia passou a confrontar os manifestantes. A postura da APPO segue sendo pelos atos pacíficos, o que até já foi motivo de discordâncias internas entre o Conselho Estadual do movimento e os que seguiam nas barricadas. A última barricada, a de Cinco Señores, nas imediações da universidade de Oaxaca, teve de ser abandonada ainda nesta semana. Os estudantes e as poucas cem pessoas que ainda aguentavam o tranco corriam risco sério de vida.

A resistência precisa se reinventar. Ontem, o último espaço ocupado pela APPO, a Rádio Universidad, considerada o coração da resistência, foi devolvida para a reitoria da universidade Benito Juárez, que a abrigava. A instituição está cercada pela polícia federal, mas ainda está imune à sua ação devido à autonomia deste espaço de ensino. Os militantes sentem muito, pois a rádio Universidad dava voz a uma população que, neste momento, está incomunicável. Restou a rádio Ciudadana, a serviço dos priístas, fazendo denúncias e incitando a queima de casas de membros do conselho estadual da APPO – entre eles Flávio Sosa.

Números não dizem tudo, mas são reveladores. Na verdade, eles não dão conta dos relatos de torturas sobre os presos transferidos para a prisão em outro estado, chamada Nayarit, uma prisão de alta segurança, 1300 quilômetros longe de Oaxaca. Até o momento, estamos falando de mais ou menos 400 detidos nos seis meses da Comuna – 179 deles transferidos para o norte – 100 feridos, 50 desaparecidos e 20 mortos nos seis meses de duração da também chamada Comuna de Oaxaca.

Os números ganham carne e desespero quando amigos contam a historia de Eliuth Amni Martinez Sanchez, de 21 anos. No dia 20 de novembro, quando simplesmente caminhava com a família por uma rua perto do centro da capital, foi detido pelos policiais que o golpearam em várias partes do corpo, causando hematomas e derrame nos olhos, perda de sensibilidade nos dedos. Ou então quando se ouve histórias de que os prisioneiros transferidos são ameaçados de ser jogados do alto dos helicópteros no mar.

“- A onda de terror vai a arrastar a todos nós“, exclama o conselheiro estadual da APPO, German Mendonza Nube, um dos 262 constituídos ainda neste mês, primeiro preso político oaxaquenho.

Pelo acampamento da APPO instalado em frente ao senado da República, no Distrito Federal, acompanhado por Izabel, professora responsável pelo contato com a imprensa, num certo momento ouso perguntar qual a possibilidade de acompanhar os acontecimentos em Oaxaca.

- “Se arrisca a tua vida“, é a sua resposta, quase distraída.”

Foto: Pedro Carrano.

 “Soledad”

 “O acampamento da APPO foi erguido ao lado do senado mexicano depois da chegada da marcha desde Oaxaca até a capital. Hoje, afora os refugiados do estado e militantes que chegam para manifestar-se contra a posse de Felipe Calderón, estão por ali pessoas de outras regiões para se solidarizar com a assembleia popular. Uma delas é Soledad, olhos e cabelos escuros, quem passaria despercebida nos metrôs lotados da capital. Descendente do povo nautleca, Soledad veio de Guerrero, dos estados mais pobres e reprimidos do México, vizinho a Oaxaca e semelhante na sua conjuntura. Um possível palco de nova rebeldia no México. A organização do povo em assembleias é um ponto em comum. A experiência da chamada polícia comunitária já completa mais de dez anos. Forma de defesa e aplicação da lei entre os povos originários, a polícia comunitária de Guerrero dá outro tipo de punição aos infratores e também oferece uma defesa das comunidades contra a repressão do exército. Pois as tropas oficiais entram nas casas das famílias associando-as à plantação de papoulas para o narcotráfico. Soledad é professora de história, filiada ao sindicato nacional dos trabalhadores da educação, de uma outra seção. Ela explica que a APPO foi um divisor de águas porque “a luta estava dispersa“. A história não começa aí. Lembramos juntos da guerrilha formada no fim dos anos 1960 pelo professor rural Lucio Cabañas, uma revolta que se alimentava de tortilhas. Uma revolta não reconhecida por um setor da esquerda, para quem faltava a presença da classe operária no conflito. Cabañas respondia que aos pesquisadores faltava saber andar nas montanhas e ser picado pelos mosquitos. “Ele dizia que a fome não era um conceito“, lembra a professora. “Guerra no Paraíso”, é o nome de livro do escritor mexicano Carlos Montemayor sobre a guerrilha. Sejam os povos indígenas ou rurais, eles tomam suas decisões por assembleias, cujos delegados reivindicam os direitos junto ao município. Os anciãos são os primeiros a ser consultados nas decisões, o que para ela vai contra a lógica do neoliberalismo. “São os mais velhos quem elegem o representante que vai levar adiante as propostas da comunidade”.

A classe política não representa os interesses do povo, nem da esquerda“, diz. Soledad concorda que uma pista da luta dos povos originários do México está em 2001, quando os três partidos todos juntos não reconheceram a autonomia e as propostas de leis indígenas. Ela não aparenta desânimo. Estávamos sentados debaixo de monumento onde amarram as tendas dos acampamentos. Soledad crê que Oaxaca abriu uma porta que não se vai a fechar. “Como que se abriram as brechas, como que Oaxaca é um baluarte da luta, não se vai a acabar, ao contrário do passado, quando nos reprimiam e nós dávamos um passo atrás. Ainda que com todos os mortos, eles demonstraram a fortaleza. É como a ponta de lança“, pensa.

Fica a foto do seu rosto, que não pode ser tirada.

A repressão nunca é normal, estamos na mesma posição de Oaxaca“, diz Soledad.”

Por Pedro Carrano
Terra Sem Males



UFPR abre chamada pública para compra de alimentos da agricultura familiar

Luglio 17, 2015 13:05, by Terra Sem Males

Agricultores familiares, comunidades tradicionais, quilombolas ou indígenas, assentamentos da reforma agrária, grupos de mulheres e produtores agroecológicos ou orgânicos têm prioridade.

UFPR vai comprar alimentos da agricultura familiar para restaurantes universitários. Foto: Joka Madruga.

Está aberta até a próxima terça-feira, dia 21 de julho, a chamada pública da Universidade Federal do Paraná para adquirir alimentos da agricultura familiar para abastecimento dos quatro restaurantes universitários da instituição.

O edital é para a aquisição de 87 toneladas de alimentos por meio da modalidade Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), pelo período de um ano.

De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento Social, para participar do edital, os agricultores familiares devem estar organizados em cooperativas ou associações que tenham a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional Fortalecimento de Agricultura Familiar (DAP) especial de pessoa jurídica. Cada família poderá vender até R$ 20 mil para a universidade, independentemente se já participar de outra modalidade do PAA ou do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Agricultores familiares, comunidades tradicionais, quilombolas ou indígenas, assentamentos da reforma agrária, grupos de mulheres e produtores agroecológicos ou orgânicos têm prioridade na apresentação de propostas. As organizações interessadas devem solicitar o edital pelo e-mail licita@ufpr.br

Desde 2012 a UFPR adquire alimentos da agricultura familiar pelo programa do MDS. Mas a novidade também chega em 2015 para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), que até o ano passado comprava produtos de grandes atacadistas via licitação.

Por Paula Zarth Padilha
Com informações do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

Terra Sem Males

 

 

 

 



Confira as fotos do IV Congresso da Comissão Pastoral da Terra

Luglio 17, 2015 10:41, by Terra Sem Males

O IV Congresso da CPT está sendo realizado em Porto Velho (RO), desde segunda-feira, 13 de julho, e será encerrado nesta sexta-feira, 17. O Congresso da Pastoral reúne diversos povos de todo o país. O Terra Sem Males está na cobertura do evento.

Confira nos links as fotos de Joka Madruga e Douglas Mansur:

IV Congresso da CPT – 1º dia

IV Congresso da CPT – 2º dia

IV Congresso da CPT – 3º dia