Mulheres são de luta!
1 de Março de 2018, 15:55Começa hoje, 01 de março de 2018, no Instagram e Facebook do Terra Sem Males, um novo projeto do repórter fotográfico Joka Madruga: o “Mulheres são de luta!”. Uma série de fotografias de mulheres lutadoras das causas populares, direitos humanos e do movimento social e sindical.
No mês de março iremos publicar uma foto por dia, mas elas continuam durante o ano conforme Joka Madruga for fotografando as mulheres nos atos e eventos.
Acompanhe diariamente, curta, comente e compartilhe as mulheres que são de luta!
*Jornaldo – Relatos de superação: dor, dog, cerveja e cueca
28 de Fevereiro de 2018, 23:43
Quantas vezes já vi isso no futebol! Cortes de jogadores durante competições importantes! É difícil receber uma negativa quando se está na expectativa ‘daquela’ partida decisiva!
Foi o que aconteceu com a jogadora Camila Barbieri.
No mundo do futebol não se fala em outra coisa: será que a atleta do time ‘Boleragem’ jogará a Copa? Sua assessoria garante que ela estará na final do Sindijorzão. Agora é ver pra crer…
Camila sofreu uma torção no tornozelo, assim como Neymar. Camila teve que sair de quadra, assim como Neymar de campo. Mesmo assim, Camila sorriu e distribuiu autógrafos, diferente de Neymar, que chorou e se pronunciou via redes sociais. Camila joga a Copa raiz, campeonato de trabalhadores, Neymar joga torneios financiados por senhores das guerras.
Talvez por isso o mundo considere o Sindijorzão a Copa das Copas. Devido aos exemplos de superação. Como é o caso de Jordana, atleta do time ‘Larga Mão’, que machucou feio o joelho e, após atendimento do sempre atento serviço da ‘SOS Jucelia’, recebeu curativo e voltou para o jogo.
Vale lembrar que nos últimos dias o Sindijorzão tornou-se mais disputado, até perigoso, após o anúncio da nova premiação para os destaques das partidas. A tal da ‘Bendicta’ foi mais comentada que os gols da rodada. Principalmente após o mestre ‘Rogito Cervejeiro’ dizer que se trata de uma “cerveja dois maltes e quatro lúpulos”.
Legal, né? Tudo muito legal, tudo muito bonito… mas o que ninguém poderia imaginar é que, por trás de todo esse alvoroço cervejeiro, estava uma manobra extra campo com o objetivo puro malte de desestruturar uma das equipes do Sindijorzão.
A verdade é a seguinte: ‘Maltmann’, conhecido CEO do time ACE, responsável pela “cerveja dois maltes e quatro lúpulos”, teria, ao lado do seu time, uma difícil partida contra o Refugos, equipe que vem incomodando na Copa.
‘Maltmann’ achou que ao premiar com ‘Bendicta’ o melhor da partida, criaria um desentendimento interno no Refugos, time conhecido internacionalmente por apreciar maltes e lúpulos. Esta estratégia funcionou em todas as outras partidas do Sindijorzão, menos no jogo ACE x Refugos. O que ‘Maltmann’ não contava era com a sobriedade do craque ‘Thiago Bico Fino’, que tem como hábito refinado trocar cerveja por água. Resultado: Refugos 8 x 5 ACE.
E já que eu falei em sobriedade, nada mais ‘sóbrio’ do que a ausência do CEO do Sensacionalistas da segunda rodada da Copa. O tal do ‘Cavadinha’ não deve ter vida fácil nos próximos dias, principalmente porque ele está diretamente envolvido no corte de um dos principais jogadores do futebol brasileiro: ‘El Mago de Andirá’.
Em todos esses anos na crônica esportiva, confesso: achava que o mais injusto corte da história do futebol tinha acontecido com Romário, quando perdeu a disputa da Copa de 1998. Mas, pra minha surpresa, eis que chega a notícia de que, injustificavelmente, ‘El Mago de Andirá’ não jogará o Sindijorzão 2018.
Pra quem não sabe, ‘El Mago’ é um ala armador daqueles que usam a canhotinha pra fazer estripulias contra os adversários. Ídolo em Andirá, sua cidade natal, no estado do Paraná, ele havia negociado sua participação na Copa por intermédio de ‘Cavadinha’.
Quando ‘El Mago’, de mala e cuia, chegou a capital paranaense pra jogar sua primeira Copa, foi cortado inexplicavelmente. Pra piorar sua situação, perdeu a janela de transferência e, a partir de agora, considero esse o corte mais injusto da história do futebol.
Mesmo assim, ‘El Mago’, seguindo a cartilha do jogador raiz, se superou. Longe de Andirá, ele resolveu atuar como repórter fotográfico do Sindijorzão. Agora todos o chamam de ‘Joka’… não me pergunte a razão…
Cheguei a comentar com ele que se fosse comigo eu faria um bar com todas as portas do banheiro com o ‘Cavadinha’ desenhado. Assim como sugeri pro Romário e ele fez com Zagalo e Zico.
Quando vejo ‘El Mago’ caminhando solitário pelas laterais das quadras do Sindijorzão, penso que ele poderia estar nos presenteando com sua qualidade futebolística, mas, graças ao ‘Cavadinha’, o sonho não se concretizou.
Mesmo assim, agora com o codinome ‘Joka’, desenvolve um papel fundamental na cobertura da Copa. Além disso, transmite a todos, através do seu olhar, calma e sobriedade. Não tanto quanto o ‘Vovô Dog’, mascote do Sindijorzão; mas com a mesma leveza no caminhar.
Por falar em ‘vovô’, tivemos mais uma polêmica durante a rodada dupla do último domingo. Os atletas da terceira idade moveram uma ação coletiva contra a organização da Copa. De acordo com o Sindicato dos Atletas, a jornada dupla é extremamente agressiva. Relatos de jogadores que tiveram câimbras e cansaço extremo foram levados ao TJD.
Parece que teremos desdobramentos nas próximas rodadas.
E antes de concluir, gostaria de deixar aqui um exemplo da dificuldade que é trabalhar no Sindijorzão, uma espécie de Libertadores da América do futebol raiz.
Nessa competição é preciso estar preparado pra tudo. Caso contrário você vai ficar chocado ao se deparar com depoimentos como esse, dito com total naturalidade: “cara, minha cueca rasgou durante o jogo! Mas não parei. Joguei com ela rasgada mesmo. Com minhas bolas balançando e a cueca entrando no cu”…
Você pode até achar estranho, mas eu também considero isso um exemplo de superação.
*Por Jornaldo.
**Conheça a page do Jornaldo no Face!
NPC lança Teia da Comunicação Popular durante o Fórum Social Mundial
28 de Fevereiro de 2018, 18:22O repórter fotográfico Joka Madruga, editor do Terra Sem Males, estará no Fórum Social Mundial integrando a Teia de Comunicação Popular lançada pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC)
Em Salvador (BA), será realizada, de 13 a 17 de março, mais uma edição do Fórum Social Mundial (FSM). O evento reúne militantes de diversos países, interessados em pensar alternativas que levem à transformação da sociedade, tornando-a justa, igualitária e com dignidade para os povos. Nós, do NPC, estivemos presente nos outros anos em que o encontro foi realizado. Neste ano, mais uma vez, estaremos lá, mas com uma novidade. Durante o FSM de 2018, lançaremos a Teia da Comunicação Popular do Brasil. Na verdade, é uma rede de solidariedade em comunicação, nesse momento de profundo avanço do grande capital. É uma resistência, em conjunto, ao ataque a conquistas históricas dos trabalhadores, da crescente violência contra periferias, camponeses, povos e comunidades tradicionais, direitos humanos e nossa frágil democracia.
Para dar o pontapé inicial da Teia, realizaremos na quarta-feira, dia 14 de março (a confirmar pela organização do FSM), uma conversa sobre as possibilidades da comunicação dos trabalhadores. Seremos sindicalistas, jornalistas e comunicadores populares comprometidos com a comunicação contra-hegemônica.
Formato de nossa atividade
A ideia é fazermos uma atividade aberta, espontânea, horizontalizada, alegre e, obviamente, muito séria. Inicialmente será exibido o filme produzido pelo NPC, “Comunicação Popular: quem faz”. Em seguida, Claudia Santiago Giannotti apresentará o livro “Experiências em Comunicação Popular no Rio de Janeiro”. Os animadores da conversa terão cinco minutos cada para uma fala de incentivo ao debate. Serão servidos sucos e petiscos para manter o ambiente descontraído. Ao final, Josué Medeiros (História-UFRJ) apresentará o livro “Associações de Trabalhadores. Da organização de base à institucionalização”, escrito por Giuseppina de Grazia e editado pelo NPC.
Durante a atividade será distribuído um questionário sobre a atuação dos participantes na comunicação popular. Esse mesmo questionário circulará em outras atividades de comunicação que venham a acontecer no Fórum.
Sobre o questionário
O questionário já está disponível online. Ele deve ser preenchido pelos representantes das entidades, grupos e movimentos que tiverem interesse em participar da Teia. Também podem colaborar conosco aqueles que conhecem alguma iniciativa de comunicação popular que se encaixe em nossa proposta. Para acessar o questionário, basta clicar em https://goo.gl/forms/qqyzgEQR0PCSikXp1
Animadores da conversa:
.Ana Paula (SindJustiça-RJ) .Ana Palmira (Sinait) .Beto Almeida (Jornal Popular) .Brasil de Fato .Débora Silva Maria (Mães de Maio) .Emilio Azevedo (NPC-MA e Vias de Fato) .Eric Fenelon (NPC-RJ) .Eudes Xavier (NPC-CE) .Fábio Caffé (Fotógrafos Populares) .Fisenge .Gean Santana (ADUFS) .Giovandro Marques Ferreira (UFBA-Intercom) .Joka Madruga (Terra Sem Males) .Luisa Santiago (NPC) .Neto (Fetrace) .Reginaldo Moraes (Unicamp) .Rita Freire (Ciranda, a confirmar) .Rita Lima (Bancários-ES) .Fernando Lima (SINDSEP-PE). .Wolney Crush (SINTESPE).
Resultados esperados:
Reunir um grupo de pessoas comprometidas com a comunicação dos movimentos sindical e popular, ou seja, com a comunicação dos trabalhadores, para atuar conjuntamente e de forma solidária, construindo a Teia de Comunicação Popular do Brasil.
Essa atividade conta parcialmente com recursos da Fundação Rosa Luxemburgo.
Fonte: Núcleo Piratininga de Comunicação
Rede de Sementes do Vale do Ribeira apresenta sua primeira muvuca para restauração da Mata Atlântica
28 de Fevereiro de 2018, 10:32Demonstração da mistura de sementes na Feira Viva, em São Paulo, valorizou o conhecimento tradicional dos coletores quilombolas; rede começou a comercialização em 2017
A Rede de Sementes do Vale do Ribeira, composta por quilombolas da região, fez no último sábado (24/02) na Feira Viva, em São Paulo, a primeira muvuca de sementes produzida por comunidades com foco na restauração florestal da Mata Atlântica.
A muvuca é uma mistura de sementes de diferentes espécies para se plantar de uma só vez, direto na terra, para formar florestas produtivas, agroflorestas, sistemas agrosilvipastoris e para a recuperação de áreas degradadas. A técnica é internacionalmente conhecida como semeadura direta e já é utilizada pela Rede de Sementes do Xingu, que conta com 600 coletores e opera há 10 anos no Mato Grosso, e agora chega ao Vale do Ribeira, no sudeste de São Paulo. A região concentra 21% do que restou do bioma Mata Atlântica no país.
Na lona estendida no Parque Villa-Lobos havia sementes de pororoca, pau-viola, juçara, aroeira-pimenteira, bacupari, caquera, conguinho, guacá, araçá, entre outras espécies pioneiras e de ciclo médio da região do Vale do Ribeira. A demonstração feita por Eduardo Malta contou com uma explicação sobre a variedade de sementes, suas finalidades e funções para a restauração da Mata Atlântica. Ao final, as sementes foram doadas para o público participante.
“A gente pode trocar ideias, viver uma nova experiência, que vou transmitir para a minha comunidade”, disse Tiago Franco de Lima, do quilombo Maria Rosa. “(A muvuca) pode gerar um bom futuro para a gente”, afirmou José de Almeida Silva, do quilombo Nhunguara.
Conhecimento tradicional e alternativa de renda
Os jovens quilombolas, como Tiago e José, fazem parte de uma rede de coletores – a Rede de Sementes do Vale do Ribeira – que está em formação desde 2017. Ela é composta por 12 pessoas, entre jovens e adultos, e comercializou em seu primeiro ano 40kg de sementes A demanda parte de universidades, viveiros e empresas de restauração.
“Foi um momento oportuno para os quilombolas se mostrarem coletores e protagonistas, valorizando o território e gerando renda”, afirmou Juliano Nascimento, técnico do ISA no programa Vale do Ribeira. “A Feira Viva congrega produtor e o consumidor. Trouxe a muvuca para um público que valoriza os produtos da sociobiodiversidade”, disse.
O conhecimento tradicional quilombola é a base da coleta das sementes para restauração florestal. Eles reconhecem as épocas de floração e frutificação das espécies, bem como as características do terreno e as movimentações da fauna local, além de terem um sistema agrícola – o Sistema Agrícola Tradicional Quilombola – prestes a ser reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural e imaterial brasileiro.
“O conhecimento dos antigos nessas comunidades ajuda os mais novos a coletar sementes. E a comercialização das sementes renova o interesse dos jovens pelo conhecimento tradicional e pelo seu território coberto de Mata Atlântica. É um ciclo virtuoso”, ressaltou Eduardo Malta, consultor do ISA em restauração florestal.
Clique aqui e faça o download do PDF do livro Inventário Cultural dos Quilombos do Vale do Ribeira.
Patrick Assumpção, produtor rural e idealizador da Feira Viva, lembrou do plantio realizado em Cachoeira Paulista (SP), no Vale do Paraíba, em janeiro deste ano. “Já fizemos uma muvuca, mas é muito pouco. Tem duas florestas grandes na Serra da Bocaina e na Serra da Mantiqueira. Queremos muito aprender com as experiências do Vale do Ribeira”, disse.
“Foi uma honra poder receber os quilombolas, de uma região que tem um potencial de floresta para fins específicos, econômicos, agroflorestal. É muito importante a gente conseguir mostrar trabalhos de qualidade que apresentem essa cadeia produtiva. Estamos falando da base, que são as sementes. Sem elas, não vamos conseguir restaurar nada, seja por muvuca, seja por mudas”, afirmou.
A atividade da muvuca na Feira Viva e a participação da Rede de Sementes do Vale do Ribeira receberam o apoio de Instituto Socioambiental, Baobá Florestal, Instituto Coruputuba, Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo, The Nature Conservancy, Associação Corredor Ecológico do Vale do Paraíba e a União Europeia.
A Rede de Sementes do Vale do Ribeira tem o potencial de comercialização de cerca de 1 tonelada de sementes de 50 espécies. Para comprar a muvuca de sementes para restauração de áreas de Mata Atlântica, entre em contato por email (juliano@socioambiental.org) ou pelos telefones (13) 3871 1545 e (13) 3871 1697.
Uma breve história da muvuca
A muvuca começou a ser disseminada no Brasil pelo trabalho do grupo Mutirão Agroflorestal com Ernst Göstch na década de 1980 e 1990, focado até hoje no desenvolvimento e multiplicação de sistemas agroflorestais produtivos. A partir dessas experiências, o ISA e diversos parceiros da Campanha Y Ikatu Xingu começaram em 2006 a testar, aprimorar e desenvolver a técnica em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legais (RLs), especialmente em áreas de Cerrado e Amazônia em Mato Grosso.
Vale lembrar que toda propriedade rural deve ter, além das APPs (Área de Preservação Permanente), que protegem principalmente a água, uma Reserva Legal (RL) proporcional ao tamanho da propriedade. É nela que se pode manejar a floresta de forma sustentável para aproveitamento econômico.
Os testes deram bons resultados e a iniciativa se ampliou com a criação da Rede de Sementes do Xingu em 2007, que impulsionou a restauração ecológica na região e conta hoje com 600 coletores, incluindo indígenas (saiba mais em www.sementesdoxingu.org.br).
A muvuca começou a ser utilizada na restauração de áreas degradadas em beiras de rios e nascentes nas bacias dos rios Xingu, Teles Pires, Araguaia, Paraguai e Paraná, no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, totalizando mais de 5000 hectares de novas florestas. Já existem coletores comunitários na Bacia do Rio São Francisco, na Bahia e na região do Rio Doce, no Espírito Santo, mas ainda muito pouco no Estado de São Paulo, na região da Serra do Mar e da Mantiqueira.
A formação da Rede de Sementes do Vale do Ribeira pode proporcionar emprego e renda para comunidades que cuidam da floresta. Os resultados serão melhorias no clima, na água, na gama de polinizadores e predadores naturais de pragas agrícolas, formando paisagens rurais mais diversificadas e inteligentes, rumo a uma melhor sustentabilidade econômica.
por Roberto Almeida, Instituto Socioambiental
Foto: Tania Matsunaga/ISA
Conselho Nacional dos Direitos Humanos solicita informações sobre assassinatos de jornalistas
27 de Fevereiro de 2018, 10:53Conselho Nacional dos Direitos Humanos solicita informações sobre assassinatos de jornalistas
Documento com solicitação de informações foi encaminhado a ministros do Executivo, e a autoridades públicas de Rondônia e Goiás, estados onde dois jornalistas foram assassinados em janeiro deste ano
O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) encaminhou, no dia 21 de fevereiro, ofícios a diversas instituições públicas solicitando informações sobre as ações adotadas quanto à morte dos jornalistas Ueliton Bayer Brizon (Rondônia) e Jefferson Pureza Lopes (Goiás), assassinados brutalmente em janeiro deste ano. O documento também questiona as instituições sobre medidas para o enfrentamento da violência contra comunicadores de uma maneira geral.
Os ofícios, que devem ser respondido em até 30 dias, foram direcionados ao Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, ao Ministro Interino dos Direitos Humanos, Gustavo do Vale, ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, ao Governador de Rondônia, Confúcio Moura, ao Prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, ao Governador de Goiás, Marconi Perillo, e ao Prefeito de Goiânia, Iris Rezende.
O CNDH relata no documento que os assassinatos dos dois jornalistas foram amplamente denunciados nacional e internacionalmente por instituições ligadas à temática, e que todas elas afirmaram que os crimes, além de atentar contra a integridade física dos jornalistas, representam uma grave violação do direito à liberdade de expressão.
“Nota-se que a reação contrasta com o silêncio das autoridades públicas brasileiras, sobre ambos os casos, nas diferentes esferas de poder. Não houve posicionamentos ou manifestações oficiais para denunciar esses graves atentados, nem mesmo por parte das autoridades municipais e estaduais. Esse silêncio é sintomático do não reconhecimento por parte do Estado brasileiro do quadro sistêmico de violência contra jornalistas e comunicadores no país”, afirma o colegiado no documento.
A coordenadora da Comissão Permanente Direito à Comunicação e à Liberdade de Expressão do CNDH, Iara Moura, destaca que os dois assassinatos não são casos isolados e que o Brasil é um pais extremamente perigoso para a atuação de comunicadores e jornalistas. “Essa situação é muito preocupante porque sabemos que cada atentado desse é, além de um atentado à vida, um crime contra a liberdade de imprensa e contra a democracia”, declara a conselheira.
A Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat e à Procuradora-geral da República e Presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Raquel Dodge, foram informadas sobre o envio dos documentos e a preocupação manifestada pelo CNDH em relação ao tema.
O Relator Especial das Nações Unidas de Proteção e Promoção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão, David Kaye, e o Relator Especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), Edison Lanza, também foram informados pelo CNDH sobre os assassinatos e sobre o envio das solicitações de informação por parte do colegiado aos órgãos brasileiros.
Intensificação no quadro de violência contra comunicadores
De acordo com o CNDH, nos últimos cinco anos, mais de 20 jornalistas foram assassinados no país. “Se considerarmos apenas esse período, o Brasil se tornou o segundo país da América Latina com o maior número de assassinatos de comunicadores, atrás apenas do México”, ressalta o colegiado.
O colegiado também destaca o aumento dos casos de ameaças, agressões e processos judiciais abusivos, entre outras formas de intimidações físicas e verbais contra comunicadores, especialmente no contexto da cobertura de protestos em que, entre junho de 2013 e dezembro de 2016, mais de 300 jornalistas sofreram agressões.
“Os homicídios são a ponta extrema da violência contra comunicadores mas não são os únicos fatores desse cenário. A gente vem acompanhando várias tentativas de censura, judicialização, ameaças e outras diversas formas de violência. A violência policial contra comunicadores nas manifestações, por exemplo, tornou-se banalidade no Brasil”, completa Iara Moura.
Grupo de Trabalho “Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil”
Também foram enviadas às instituições, junto com os ofícios, informações detalhadas sobre os assassinatos ocorridos em janeiro e a versão final do relatório do Grupo de Trabalho “Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil”, criado em outubro de 2012 pelo então Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), substituído pelo CNDH em 2014, com a aprovação da Lei n° 12.986/2014.
O relatório do GT, que trabalhou o tema do enfrentamento à violência contra comunicadores, foi aprovado e publicado em abril de 2014, e ressalta a gravidade e extensão do problema. O GT fez uma série de recomendações no Relatório, com destaque para a criação de um Observatório da Violência contra Comunicadores em parceria com o sistema ONU. Porém, nenhuma das recomendações apresentadas foram levadas adiante.
Audiência pública
O tema será aprofundado pelo CNDH na audiência pública “Estratégias de enfrentamento à violência contra comunicadores/as no Brasil”, que será realizada em Brasília no dia 8 de maio. A atividade marca as celebrações alusivas ao dia 3 de maio, Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, e contará com a participação de comunicadores ameaçados e familiares de vítimas assassinados em decorrência de sua atuação na imprensa.
Fonte: CNDH
É ouro: o novo técnico do Paraná é uma injeção de ânimo!
26 de Fevereiro de 2018, 11:19Quando a diretoria do Paraná sentou pra discutir o nome do técnico de 2018 certamente o Rogério Micale estava entre os cotados. Um nome com apelo de Série A, promissor, que sabe trabalhar com a base. Mas caro. Em paralelo havia o nome do Wagner Lopes. Uma receita que já havia dado certo e mais barata. Não deu outra: o WL voltou. Mas o time não encaixou.
Claro que a culpa desse início decepcionante não é só do treinador. As mais de vinte apostas de contratação de maneira geral não foram bem. Talvez nem o Guardiola desse jeito. Mas o WL pecou em um ponto fundamental: transpareceu pessimismo ao torcedor. Nitidamente o clima do vestiário estava ruim. E sem harmonia, meus amigos, a vitória não vem.
E o que nos garante que com o Micale será diferente? Ele terá paciência para esperar os reforços? São perguntas que só o tempo vai responder. O que já da pra fazer é analisar a iniciativa da diretoria. Demitir o WL por si só não resolve. Mas, de imediato, era a única atitude possível.
É positivo o esforço financeiro para trazer um nome padrão Série A. Micale pode ter pouca experiência no Nacional, mas é um profissional respeitado e que ganhou credibilidade com a conquista do ouro olímpico. Sua bagagem na formação de atletas vai ajudar com que a gente use melhor os nossos garotos. Esse conhecimento também pode colaborar na contratação de peças decisivas para o elenco.
Que seja o primeiro passo para um ano de ouro!
Por Marcio Mittelbach
Guerreiro Valente, Terra Sem Males
Foto: Lucas Figueiredo/CBF
CONTO | Se eu conduzi o velho animal à morte
23 de Fevereiro de 2018, 9:01Você sabe que ele já estava velho e incômodo.
E eu que já carregava essa espécie de touro nos ombros, os cascos arrastando em plena areia, aquele peso e ansiedade sobre o cotidiano e sobre o mundo.
Vontade de todos nós de dar fim aquilo tudo. Aquelas páginas dele preenchidas com tudo o que de pior fode a nossa vida. A gente sempre estampado em nossas misérias na página de capa dele, com nossas paredes repletas de jornais velhos, e sem qualquer chance de seguir suportando a situação. Mas, pelo contrário, às vezes até o agradecíamos, na súplica de um afago!
Nós, que ficamos anos com aquela pelagem cobrindo o espaço da sala, tomando o conforto dos sofás e comprimindo nossos navios, nossos mastros e velas. Cachalote espaçoso, rinoceronte quase extinto, nós o queríamos no fundo bem longe, mas o aceitávamos em nossas telas e também nos livros das crianças.
Você sabe disso, não sei por que me repreende. Se eu sacrifiquei esse bicho sem nome, de tantos nomes? Com um tiro seco, encoberto pelo som das ondas e do vento que não parava? Agora você me vem com a cadência da cobrança. Da expectativa e da avaliação – moral – se eu de fato tive alguma forma de coragem. Não espere muito de um covarde no meio da vida, com algumas fichas ainda nos bolsos, mas já sabendo da plena consciência da própria morte.
Carreguei o bicho, o peso real menor que o peso de décadas nas costas. O bicho tinha uma história, pediu respeito por ela. Eu sabia da sua fragilidade e de que havia chegado o momento de assassiná-lo, dar cabo dele e enfim recomeçar a vida. Mas ele se humilhou, pediu clemência, ciente também de nossa síndrome de dependência.
Recomeçar a vida e acabar com aquele velhaco que nos ferrava e deixava nossos cobertores sempre mais curtos? Os pés gelados na noite de sonho quase nenhum. Eu sei bem da expectativa que foi depositada em mim, eu sei bem o que você esperava, o que nós, o que eu.
Tive a chance, talvez feito um frigorífico, com a faca afiada de ferrugem para fincá-la na nuca do bovino.
Eu tive a chance de finalmente levar o velho animal à morte. Eu tive a chance. Eu tive a chance.
por Pedro Carrano
Mate, café e letras – crônicas latinoamericanas
Terra Sem Males
78 % dos trabalhadores da Metalsa aprovam contribuição sindical
22 de Fevereiro de 2018, 19:04Metalúrgicas e metalúrgicos de Campo Largo-PR estão em CAMPANHA SALARIAL. A primeira Assembleia aconteceu nesta tarde (21), em frente à fábrica da Metalsa, multinacional mexicana. O destaque foi a autorização individual dos trabalhadores para a contribuição sindical
O Sindimovec conquistou uma importante vitória hoje (21) em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. 78% dos trabalhadores da Metalsa aprovaram, através de uma autorização individual, o desconto do imposto sindical. A entidade dos trabalhadores metalúrgicos está em Campanha Salarial e cumpriu cronograma de Assembleias em frente a multinacional mexicana. “O assunto contribuição sindical é frequentemente distorcido. Por isso, através desse documento, os trabalhadores da Metalsa concordaram em contribuir com o sindicato através dessa autorização prévia e expressa de caráter individual”, explica Adriano Carlesso, presidente do Sindimovec.
Durante a Assembleia, os trabalhadores aprovaram, por maioria menos um, o Rol de Reivindicações da Metalsa. Os itens apontados pela base do Sindimovec serão levados à mesa de negociação entre empresa e trabalhadores, com o objetivo de assinar o Acordo Coletivo de Trabalho de 2018. “Durante uma negociação, o trabalhador precisa de um escudo legal, que é o Sindicato. É a entidade sindical que vai defender os interesses da categoria, lutar contra as forças contrárias aos interesses da classe trabalhadora”, completou Carlesso.
O que a grande mídia não mostra?
Quando o assunto é contribuição sindical, os jornalões, como o Jornal Nacional ou alguns articulistas do “O Globo” e do “Estadão”, fazem questão de não mostrar o lado do trabalhador. Porém, as entidades sindicais, ao lado da constituição federal, defendem os interesses da classe trabalhadora contra o abuso de poder econômico dos rentistas do mercado financeiro. Para os dirigentes do Sindimovec, a postura dos trabalhadores da Metalsa reforça a importância da atuação do Sindicato.
Prova de que a grande mídia não está ao lado do trabalhador é que não está nas capas dos grandes jornais ou na televisão em horário nobre, por exemplo, a recente decisão da Justiça do Trabalho de Santa Catarina de parecer favorável à manutenção da obrigatoriedade da contribuição sindical. Para a Justiça catarinense, a contribuição é constitucional e “possui natureza jurídica de tributo, consequentemente, aplica-se o disposto nos artigos 146 e 149 da Constituição Federal”.
Além disso, de acordo com a redação da Justiça do Trabalho catarinense, explica-se que: “qualquer alteração que fosse feita no instituto da contribuição sindical deveria ter sido feita por Lei Complementar e não por Lei Ordinária”, ou seja, “existe vício constitucional formal, de origem, impondo-se a declaração da inconstitucionalidade de todas as alterações promovidas pela Lei Ordinária nº 13.467/2017 no instituto da contribuição sindical” (leia mais aqui).
Outra questão que a grande mídia não mostra é que há 14 Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) contra a Lei 13.467/2017 (conhecida como Reforma Trabalhista). A Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB teve publicado, no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) do Supremo Tribunal Federal (STF), o despacho que derruba dispositivos da reforma trabalhista que tornam facultativa a contribuição sindical e fixam regras sobre seu recolhimento (leia mais aqui).
Por Regis Luís Cardoso, texto e foto
FOTOS | Ato contra o fim da aposentadoria, em Curitiba
19 de Fevereiro de 2018, 17:15Trabalhadoras e trabalhdores realizaram em Curitiba um ato contra o fim da aposentadoria em frente ao prédio do INSS e depois seguiram em caminhada até a Boca Maldita, onde participaram de uma aula pública sobre a Reforma da Previdência. Confira abaixo as imagens do jornalista e repórter fotográfico Gibran Mendes.







FOTOS | Aula pública contra a reforma da previdência em Curitiba
19 de Fevereiro de 2018, 13:42Trabalhadoreas e trabalhadores participam de uma aula pública na Boca Maldita, em Curitiba-PR, sobre a Reforma da Previdência, na manhã desta segunda-feira (19). Confira abaixo algumas imagens feitas pelo repórter fotográfico Joka Madruga.













Clique aqui para ver mais fotos desta ato.