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апреля 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

Sobre a necessidade do socialismo

апреля 4, 2016 16:41, by Terra Sem Males

Artigo de Venâncio de Oliveira, economista e doutorando na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), para o Terra Sem Males.

“a necessidade de uma sociedade racional, que planifica, que estimula o consumo coletivo, combate a noção absurda do ‘individualismo absoluto’, impregnado na máquina carro, é candente”.

A Cidade do México recentemente passou por uma crise de poluição muito tensa. A coisa pegou tanto que parques fecharam. O governo liberou o metrô de graça. Proibiu alguns carros de circular. Na próxima semana ele mantém a medida de “não circulação” dependendo do final da placa. Política tardia. Focada e desesperada.

Mas a questão é a necessidade: algo que se tornou insuportável fez atuar contra “a lógica irracional do carro”. Muita gente começa a ter um discurso que sempre a esquerda teve sobre estímulo ao transporte público e bicicleta. E a coisa aperta, a poluição continua, o transporte vai virar ainda mais caótico, pois o ônibus é uma merda e o metrô, mesmo com uma malha ferroviária boa, é velho e precisa de manutenção.

A questão é: é candente a necessidade de uma sociedade racional, que planifica, que estimula o consumo coletivo, combate a noção absurda do “individualismo absoluto”, impregnado na máquina carro.

Planificação da produção

Outro dia, numa discussão com um amigo, ele me falou que reforma agrária não era para o Brasil. Fiquei pensando, pode ser que haja dificuldades de assimilar subjetivamente, mas não quer dizer que não seja necessário ter uma política de alimentos racional, diversificada, ecologicamente inclusiva, com melhor manejo de água, etc sem a irracionalidade de gastos excessivos de água, de desmatamento como é a lógica do agronegócio.

Mas estas questões nunca serão resolvidas pela lógica do capitalismo atual. A noção de socialismo e da ideia mais radical do comunismo é uma noção aberta, uma lógica societal que se faz no hoje. Não é um delírio, é parte da luta histórica de muitos. E políticas específicas que são elaboradas por socialistas, capazes de existirem no capitalismo, mas tensionando ele, é a realidade necessária para desordem do mercado, violência e poluição.

O capitalismo é irracional, é uma lógica individualista irracional. Há diversas políticas do capital, como diversas políticas de natureza socialista.

O fascismo não é a mesma coisa que o liberalismo do Friedman, como não é o capitalismo norueguês, com grande abertura para ideias socialistas, mas limitado territorialmente.

A necessidade de cortar o mal pela raiz, de ir além da política governada pelo lucro e a noção de que é necessária uma planificação social, baseada na propriedade democrática e social dos meios de vida, dos serviços, de indústrias importantes, é só a matriz histórica socialista que pode oferecer.

Ainda que já tenha havido políticas socialistas claramente limitadas quanto à racionalidade da planificação da produção e consumo, é ainda na lógica de planejamento, de comunalismo, de preferência pelo cooperativo, salário igual para igual trabalho, que se incubam ideias inovadoras de como resolver crises concretas. A noção de revolução, também é a noção mais criativa, ora… é só neste momento que saímos do gelo da mesmice de considerar a injustiça como natural, e estamos dispostos a cortar nosso mal pela raiz.

O mundo gira, temos muitas dificuldades de elaborar novas revoluções nos dias atuais, mas não paramos, seguimos fazendo História, e ela não está morta, não há nada dado, a necessidade de algo, não quer dizer sua inexorabilidade, mas que temos realmente possibilidade de fazê-la. A política real aparece hoje apenas como pequena política, mas dentre socialistas reformistas, revolucionários, ainda se formulam programas e possibilidades humanas que nos dão alento. E seguimos, pensando, lutando e escrevendo nossa própria emancipação humana, contra poluições, bem como no combate aos Eduardo’s Cunha’s da vida.

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A delação vista pela turma do Porta dos Fundos (e por aqueles que não se deixam enganar)

апреля 2, 2016 21:37, by Terra Sem Males

Assista o vídeo abaixo:

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Deputados envolvidos com corrupção querem prender Guilherme Boulos do MTST

апреля 2, 2016 16:08, by Terra Sem Males

Por Fernando Marcelino
Terra Sem Males

Nesta semana o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM) entrou com uma representação na Procuradoria da República pedindo a prisão de Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O deputado o acusa de  “incitação ao crime” e “formação de milícia privada”. Logo depois, Antônio Imbassahy do PSDB também entrou com um pedido de prisão contra Boulos por incitação  ao crime, “por ter feito uma fala quarta no Palácio do Planalto (lançamento do Minha Casa Minha Vida 3) dizendo que haverá resistência”.

Afinal, quem são estes dois sujeitos?

José Aleluia era membro do PFL, partido daqueles que apoiavam a ditadura militar. Aleluia já aparece nos relatórios da CPI dos anões do Orçamento de 1993, acusado por desviar recursos. Ele foi denunciado por José Carlos Alves dos Santos (funcionário do Congresso, e pivô do escândalo) como um dos deputados a desviar recursos do Orçamento[1]. Junto com Aleluia estava Sérgio Guerra (PSDB-PE), ex-presidente nacional do PSDB, acusado das mais diversas falcatruas possíveis, inclusive o recebimento de R$ 10 milhões para “abafar” a CPI da Petrobrás de 2009[2]. O senhor Aleluia é reincidente em escândalos deste tipo. Em 2006 foi acusado de envolvimento com a máfia das ambulâncias, recendo R$400 mil de propina da Planam, durante a Operação Sanguessuga[3]. Para completar, Aleluia também aparece na lista do caixa dois de Furnas[4].

Já o tucano Antônio Imbassahy tem uma ficha invejável. Ela aparece está entre os políticos de uma lista de políticos que recebiam propina da Odebrecht já na década de 1980. O tucano, apelidado de ”Almofadinha”, estaria relacionado à obra da barragem de Pedra do Cavalo, nos anos 80. À época, Imbassahy, que era filiado ao PFL[5].

Nos idos de 1999, quando era prefeito de Salvador, Imbassahy abriu licitação para a construção do Metrô da capital, uma das obras públicas mais polêmicas do estado – ganhou o noticiário nacional pelos desvios de dinheiro público e por ter demorado 14 anos para ser concluída. O TCU (Tribunal de Contas da União) detectou sobrepreço de ao menos R$ 166 milhões, em valores da época, e responsabilizou gestores indicados por Imbassahy, além das empresas envolvidas, as mesmas que agora serão investigadas pelo tucano na CPI[6].

Quando ainda era prefeito, a promotora Heliete Rodrigues Viana, da Promotoria de Cidadania do Ministério Público da Bahia, propôs uma ação civil pública por prática de improbidade administrativa contra Antônio Imbassahy sob a alegação de que a administração municipal favoreceu empresas da área de comunicação e de publicidade e, com isso, causou danos financeiros ao tesouro do município[7].

No mesmo ano de 2010, Imbassahy disputava uma vaga na Câmara dos Deputados pelo PSDB – já não era mais PFL. Conseguiu se eleger e, ao final da campanha, apresentou à Justiça Eleitoral a prestação de contas: R$ 583.982,88 foram gastos. Dois dos maiores doares foram as empresas Coesa Engenharia e Construtora Barbosa Mello – cada uma ofertou R$ 100 mil ao candidato. Os nomes das duas empresas aparecem na lista de investigadas na Operação Lava Jato. Em um dos desdobramentos da Operação Lava Jato, a Polícia Federal divulgou documentos obtidos na sede da empreiteira Camargo Correa, em São Paulo[8]. Uma das planilhas localizadas menciona o ex-deputado federal e atual prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) e o associa a dois valores em dólares de US$ 100 mil e US$ 300 mil, o que levanta uma suspeita sobre a participação dele no esquema[9].

Qualquer pesquisa sobre a trajetória destes sujeitos nos leva apenas a uma clara conclusão: são dois corruptos de carteirinha, enfim, moralistas em moral. Não é a toa que tem amplo espaço no cartel da mídia liderada pela Globo, Folha de São Paulo e Estadão bem como tratam o presidente da Câmara Eduardo Cunha com todo amor do mundo.

[1] http://www.istoe.com.br/reportagens/25780_MANTIDOS+OS+SEGREDOS+DOS+ANOES

[2] http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1533519-costa-diz-que-pagou-propina-ao-ex-presidente-do-psdb-sergio-guerra.shtml

[3] http://bahiadefato.blogspot.com.br/2006/08/documento-liga-jos-carlos-aleluia-mfia.html

[4] http://www.viomundo.com.br/denuncias/lista-de-firnas.html

[5] http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/03/26/esquema-de-propina-da-odebrecht-funcionava-desde-governo-sarney.htm

[6] http://www.revistaforum.com.br/2015/04/05/tcu-denuncia-desvios-no-metro-de-salvador-durante-gestao-tucana/

[7] http://acervohistorico.emilianojose.com.br/imprensa/at_06122004.htm

[8] http://www.revistaforum.com.br/2015/04/06/imbassahy-e-a-queda-dos-udenistas/

[9] http://www.brasil247.com/pt/247/bahia247/139176/Imbassahy-recebeu-doa%C3%A7%C3%A3o-de-empresa-investigada.htm

 

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TCU questiona transparência do Sistema S

апреля 2, 2016 15:57, by Terra Sem Males

Para Lula, FIESP utiliza Sistema S para dar o golpe

Por Manoel Ramires
Terra Sem Males

O Tribunal de Contas da União (TCU) tem cobrado mais transparência de entidades que recolhem impostos do Sistema S. Entre elas está a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), que defende abertamente o golpe contra a presidente Dilma Rousseff.  De acordo com o TCU, 141 entidades ligadas ao Sesi, Sesc, Senai, Senac e Senar não estão disponibilizando adequamente dados sobre contratos e convênios. A falta de transparência atinge 90% dos sites dessas entidades.

“Para o caso do Sistema S, que é financiado basicamente com recursos públicos, a transparência ultrapassa o simples ‘desejo de informar’, tornando-se um dever para com a população que financia indiretamente o funcionamento dessas entidades”, diz o relatório do tribunal.

Já em um evento realizado no Ceará, o ex-presidente Luís Inácio da Lula da Silva também questionou a utilização de recursos do Sistema S para outros fins. Para Lula, a Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) utiliza dinheiro de impostos para tentar o golpe. “Os deputados têm que pedir investigação, porque o dinheiro que eles (FIESP) estão gastando é do Sistema S, que é do povo trabalhador desse país. É dinheiro público. Os deputados têm que perguntar para o (presidente) Paulo Skaf quanto é do dinheiro do pobre que ele está gastando”, interrogou.

Lula também destacou que a FIESP, historicamente, é contra os interesses da classe trabalhadora. “Em 1946, na Constituição Federal, a FIESP pensava que férias de quinze dias para trabalhador era muito tempo porque gerava ociosidade”, recordou. Atualmente, a federação realiza campanha contra aumento de impostos para os ricos e defende abertamente a flexibilização da CLT. Em um  desses pontos deseja o negociado valha mais do que o está previsto em lei.

Sistema S

O Sistema S foi criado na década de 1940. Já de acordo com a Constituição Federal de 1988, são recolhidas um conjunto de onze contribuições que são repassadas a entidades, na maior parte de direito privado. O dinheiro recolhido vem do desconto em folha de salário dos trabalhadores nas empresas e deve ser revertido para melhorar o bem estar social dos trabalhadores. Em 2015, segundo o TCU, Sesi, Sesc, Senai, Senac e Senar recolheram R$ 27 bilhões, sendo 62,15% de impostos.

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Câmara aprova reajuste de 10,36% para servidores municipais em parcela única

марта 31, 2016 17:10, by Terra Sem Males

Índice está abaixo do reajuste da tarifa técnica concedida a empresários do transporte.

Por Manoel Ramires
Sismuc

Com informações da Câmara Municipal – A Câmara Municipal aprovou, em primeira votação, o reajuste de 10,36% do salário dos servidores municipais. Pelo menos 40 mil profissionais devem ter seus salários reajustados em abril. A segunda votação ocorre nesta sexta-feira e deve seguir para sanção do prefeito Gustavo Fruet. O reajuste ocorre em parcela única e corrigi os salários conforme o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA). O reajuste está abaixo do pedido pelos servidores municipais de 15% e abaixo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 12%, utilizado para corrigir, por exemplo, a tarifa técnica do transporte coletivo, subindo para R$ 3,66 retroativos a fevereiro.

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Vereadores de Curitiba derrubam emenda das greves

марта 31, 2016 17:07, by Terra Sem Males

Sismuc deve buscar outros caminhos para conquistar o abono das paralisações.

Por Manoel Ramires
Sismuc

Em uma votação apertada, com duas interrupções da sessão, os vereadores de Curitiba derrubaram emenda que abonava as greves da saúde, educação, magistério e guarda municipal. Após um ano, os parlamentares mudaram de lado, reafirmando a punição imposta por Gustavo Fruet contra os trabalhadores. Mesmo com a rejeição, o Sismuc vai seguir tentando por outras vias garantir o direito dos trabalhadores de se manifestarem e não serem punidos pela gestão municipal.

A emenda foi assinada pelos vereadores professora Josete, Noêmia Rocha, Chico do Uberaba, Dona Lourdes, Chicarelli, Jorge Bernardi, Galdino, Mauro Ignacio, Valdemir Soares e Manfron. Para justificar a emenda, Josete argumentou que o prefeito Gustavo Fruet havia vetado o mesmo texto prometendo abrir diálogo. “Nós apresentamos essa emenda porque em 2015 o prefeito vetou e os vereadores mantiveram prometendo um acordo que negociasse as faltas. Passado um ano, não houve essa negociação. Por esse motivo, eu represento essa emenda. Em outros momentos aprovamos emendas neste sentido sem que houvesse vício de iniciativa”, recordou Josete.

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Exibição gratuita do filme “Para minha amada morta” tem debate com Aly Muritiba

марта 31, 2016 15:37, by Terra Sem Males

Premiado em festivais nacionais e internacionais, o filme do diretor e roteirista Aly Muritiba será exibido gratuitamente na abertura da programação do Cineclube Sesi

Na próxima terça-feira, 05 de abril, o filme brasileiro “Para Minha Amada Morta” (2016) terá exibição gratuita segui de debate com o diretor e roteirista Aly Muritiba. O bate-papo sobre o longa metragem será mediado pelo jornalista e crítico de cinema Luiz Gustavo Vilela. A sessão será às 19h no teatro do Sesi de São José dos Pinhais.

“Para minha amada morta”
Após a perda de sua esposa Ana, Fernando se tornou um homem quieto e introspectivo que cuida de seu filho Daniel. Toda noite, enquanto o garoto dorme, ele relembra de sua esposa organizando seus pertences pessoais. Certo dia, Fernando descobre uma fita que mudará sua vida.

Cineclube SESI São José dos Pinhais
A programação anual do Cineclube SESI São José dos Pinhais conta com exibição gratuita de filmes, semanalmente, todas as terça-feiras, às 19h, entre os meses de abril e novembro. Estão previstos filmes variados. Desde “Rebecca, a mulher inesquecível”, de Alfred Hitchcock, e “O Garoto”, de Charlie Chaplin, a “O Mercado de Notícias”, de Jorge Furtado, e “Nervo Craniano Zero”, do Curitibano Paulo Biscaia Filho. A programação está disponível na página do Sesi Cultura Paraná no Facebook.

Exibição e debate “Para Minha Amada Morta”

Data: terça-feira, 05 de abril
Horário: a partir das 19h
Local: Teatro Sesi São José dos Pinhais (Rua XV de Novembro, 1800. São José dos Pinhais).
Entrada Franca. Sujeito a lotação do espaço.

Direção e Roteiro: Aly Muritiba
Classificação: 14 anos
País/Ano: Brasil – 2016
Duração: 1h45 min

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Incra quer transformar reservas legais de assentamentos em unidades de conservação

марта 31, 2016 15:24, by Terra Sem Males

A Superintendência Regional do Incra no Paraná e a Assembleia Legislativa do Estado promoveram audiência pública, dia 28 de março, para apresentar e debater a proposta de implantação do ICMS ecológico em áreas de reforma agrária no Paraná.

O ICMS ecológico é um instrumento de política pública que trata do repasse de recursos financeiros aos municípios que abrigam em seu território unidades de conservação, áreas protegidas ambientalmente ou mananciais.

O Incra pretende transformar as reservas legais dos projetos de assentamento em unidades de conservação e reservas particulares do patrimônio natural (RPPN). “O Instituto está em busca de novas fontes de recurso com o ICMS ecológico, visando uma arrecadação para os municípios que seja direcionada para o desenvolvimento dos assentamentos, principalmente na questão ambiental, fortalecendo as políticas de desenvolvimento sustentável nas áreas de reforma agrária”, explica Nilton Bezerra Guedes, superintendente regional da autarquia.

 

Do total do ICMS arrecadado pelo estado do Paraná, 5% é destinado aos municípios da seguinte forma: 50% para municípios que tenham em seu território mananciais de abastecimento, cuja água é destinada ao abastecimento da população de outro município; 50% para municípios que tenham integrado em seu território, unidades de conservação, terras indígenas, reservas particulares de patrimônio natural e reservas florestais legais.

Experiência

Os municípios de Peabiru e Santa Cruz do Monte Castelo já estão recebendo este ano os recursos do ICMS ecológico por meio de reserva particular de patrimônio natural (RPPN) em assentamentos da reforma agrária.

Um fator apontado pelo prefeito de Peabiru, Claudinei Antônio Minchio, é que o ICMS ecológico tem caráter qualitativo. “Quanto mais preservada a área, maior o índice que compõe o cálculo para a destinação do ICMS ao município, assim, prefeitura, assentados e todos os munícipes são estimulados a cuidar e proteger aquela área”.

O município de Peabiru conta com 90 famílias do projeto Santa Rita. A área de reserva do assentamento e agora RPPN soma 500 hectares de preservação ambiental, que foi recuperada após a criação do assentamento. Segundo cálculos da Secretaria da Fazenda do Estado do Paraná, o município poderá receber aproximadamente R$ 1,3 milhão anuais a mais no ICMS já destinado ao município somente com a criação da RPPN no assentamento.

Com informações do INCRA Paraná

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Deputados debateram solidariedade, turismo e investimento paranaense na Palestina

марта 31, 2016 14:30, by Terra Sem Males

Por Júlio Carignano
De Cascavel-PR

Nesta quarta-feira, dia 30 de março, foi lembrado o Dia da Terra Palestina. Como menção a data a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por meio do mandato do deputado Chico Brasileiro (PSD), realizou Audiência Pública que debateu a cooperação internacional, solidariedade e estímulo ao investimento e turismo paranaense na Palestina.

O evento contou com uma exposição fotográfica de uma missão brasileira e o ato simbólico do plantio da primeira Oliveira, árvore símbolo da Palestina, em um gesto de irmandade entre os povos e de cuidado com o planeta. A posição unânime entre os presentes, políticos e demais autoridades convidadas, é que a atual situação do território palestino é uma questão de interesse da humanidade, de dissolução de direitos humanos e tratados internacionais.

Chico Brasileiro afirmou que foram três importantes momentos: a celebração ao “Yom al-Ard”, o Dia da Terra Palestina, a exposição fotográfica; e em seguida demos voz aos membros desta importante comunidade no Brasil. “Essa audiência não é um gesto de confronto com o povo judeu, mas sim de solidariedade ao povo palestino. Neste momento de intolerância temos que mostrar nossa cooperação com um estado que tem sua história”, comentou Brasileiro.

Os vereadores Paulo Porto (Cascavel) e Nilton Bobato (Foz do Iguaçu), ambos do PCdoB, foram convidados a relatar a experiência da viagem de sete dias feita em novembro do ano passado. “Vivemos um momento de intolerância, de propagação do discurso de ódio. Diante disso é preciso nos posicionarmos. É um momento de profundo e fecundo aprendizado, não só no que está acontecendo na Palestina, mas também no Brasil com esse golpe que está em curso. Um golpe com elementos fascistas e o sionismo também rima com fascismo”, citou Paulo Porto.

Porto, que também é historiador, fez uma menção a sua volta após a missão de solidariedade. “Quando me perguntam sobre meu retorno se eu continuo apoiando a causa palestina depois do que vi, cito o saudoso Leonel Brizola ao voltar do exílio em 1979, que ao ser perguntado se permanecia socialista após o exílio falou. “Quando fui eu tocava de ouvido, imagine agora que eu sei ler”. Voltei com mais clareza da justiça e de irmandade com este povo”, destacou.

Bobato parabenizou a Alep pela compreensão histórica da necessidade de fazer esse debate. Ele relembrou as dificuldades para transitar entre as cidades e ressaltou que a presença dos militares israelenses em todo o território palestino. “Além do conflito, além da disputa existe um povo. Existe uma nação que quer ser construída. O povo palestino resiste a um genocídio étnico permanente, a um apartheid permanente”, citou.

Para Ualid Rabah, secretário de relações internacionais da Federação Palestina no Brasil (Fepal), a iniciativa da audiência é uma amostra que a Assembleia é uma ‘casa de tolerância’. Ele falou que o cenário histórico é de dissolução de direitos humanos e de tratados internacionais. “A Palestina é um patrimônio histórico, temos Oliveiras de mais de 2 mil anos, Jerusalém tem 5 mil anos. Todas as nossas cidades bíblicas são palestinas, desafio a me provarem ao contrário”, disse Ualid ao falar do incentivo ao turismo religioso.

Para o historiador Fábio Basila Sahd, doutorando da Universidade de São Paulo (USP), a luta pela Palestina é uma luta da humanidade pela consolidação de direitos humanos e contra um projeto colonial. Ele fez um paralelo da luta do povo palestino com a luta dos povos indígenas no Brasil, expulsos das suas terras tradicionais. “O que existe é um racismo institucionalizado, mas não legalizado desde 1967, com prática de violações de direitos humanos, de desrespeito de tratados internacionais e de crimes de guerra”, destacou.

Exposição

Antes da audiência pública, Paulo Porto apresentou a exposição fotográfica “Um olhar sobre a Palestina”, no Espaço Cultural da Alep, como imagens de sua autoria. A exposição é uma narrativa pessoal, uma memória visual da viagem de sete dias à Palestina.

“Eu perguntava insistentemente para as autoridades palestinas como eu poderia retribuir a generosidade e a hospitalidade do povo árabe. Eles então responderam: volte ao Brasil e conte o que você viu. Então isso é uma maneira de contar o que eu vi e tentar de uma maneira singela contribuir para a luta desse bravo povo”, afirmou Porto.

Também participaram das solenidades o deputado Tadeu Veneri (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, o cônsul honorário da Síria no Paraná, Abdo Dib Abage, o professor Hermes Leão, presidente da APP-Sindicato, e representantes da Paraná Turismo, da Secretaria de Assuntos Estratégicos do Paraná e do Comitê Árabe-Brasileiro de Solidariedade de Curitiba.

40 anos

O Dia da Terra, que completa 40 anos em 2016, refere-se as ocupações israelenses e o confisco de milhares de hectares de terras, especialmente no Triângulo palestino e nas regiões da Galiléia onde viviam a maioria dos palestinos nos territórios  ocupados em 1948.

Em 30 de março de 1976 foi declarada uma greve geral, contra o confisco de terras em todo território da Palestina ocupado em 1948, desde a Galiléia, no norte, até Negev, no sul, e as manifestações se estenderam à Cisjordânia, Faixa de Gaza e aos campos de refugiados. Na oportunidade seis palestinos foram assassinados, centenas de feridos e milhares de presos.

Desde então os palestinos lembram o 30 de Março, o Dia da Terra que unificou os palestinos em defesa de seu território.

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Uma ponte para a Nova República Velha: sobre o programa Temer

марта 31, 2016 12:49, by Terra Sem Males

Por Fernando Marcelino
Militante do MTST-Paraná

Está em marcha no Brasil hoje um golpe de Estado parlamentário-judicial-midiático tocado a toque de caixa pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de receber mais de 5 milhões de dólares em propinas da Petrobrás.

A manobra golpista consiste em destituir Dilma por um impeachment, alçando ao poder o vice-presidente Michel Temer do PMDB sem qualquer tipo de consulta popular. Este golpe ganha corpo num contexto de fraqueza do governo Dilma, envolta de um ambiente internacional de baixo crescimento, forte rejeição das classes médias tradicionais, bombardeamento negativo diário da mídia monopolista sem qualquer política de comunicação popular, articulação de setores do Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal para destituir o PT e o governo, e muitas concessões aos oposicionistas, seja para acalmá-los ou porque não existe um projeto bem delineado de desenvolvimento no campo que governa o país desde 2003.

Frente à forte crise política no Brasil e o pedido de impeachment encaminhado por Eduardo Cunha na Câmara, o vice-presidente Michel Temer pulou do barco do governo após a reeleição de Dilma e desde então vem organizando junto com setores políticos e econômicos da elite conservadora um projeto para o seu governo no caso de impeachment da presidente Dilma. Governo Temer então tutelado por Serra, Eliseu Padilha, Armínio Fraga, Nelson Jobim, Sarney, Caiado, Gilmar Mendes, Eduardo Cunha (se der) com apoio dos Marinhos, Frias, Mesquistas, Cunhas Pereiras, entre outros. A direita política, federações empresariais (FIEP, FIESP, FIRJAN), Associações Comerciais reacionárias, entidades como OAB, com setores do STF, Judiciários Estaduais, Ministério Público, Polícia Federal e ONG’s liberal-fascistas estão dentro deste balaio golpista. As Forças Armadas parecem ser contra uma “solução militar”, mas podem dar apoio se o golpe institucional for bem sucedido.

Michel Temer assumirá de forma interina a Presidência da República caso Dilma seja afastada do cargo durante o julgamento do impeachment. Para isso ocorrer, são necessários 342 votos na Câmara, equivalente a dois terços dos deputados, o que deve ser decidido em abril, e o apoio de 41 dos 81 senadores, em votação prevista para maio. O Senado teria então mais 180 dias para julgar se a presidente cometeu crime de responsabilidade. Caso o resultado do julgamento no Senado seja negativo para a petista, Temer assumiria definitivamente a Presidência. Se Dilma for inocentada na última votação do Senado, ela reassume o governo ao final do processo e o peemedebista retorna à condição de vice. O que é certo é que este golpe parlamentar for bem sucedido, os golpistas organizam um novo governo de coalizão com os partidos neoliberais – o PSDB, o DEM, o PPS, o SED e demais consortes de oportunismo político.

No dia 29 de outubro de 2015 foi lançado o programa “Uma Ponte para o Futuro”, uma peça inicial do “programa pós-impeachment” do governo Temer[1]. O documento apresenta-se propondo “a buscar a união dos brasileiros de boa vontade” porque “o país clama por pacificação, pois o aprofundamento das divisões e a disseminação do ódio e dos ressentimentos estão inviabilizando os consensos políticos sem os quais nossas crises se tornarão cada vez maiores”.

Conforme o programa, todas suas propostas constituem uma “necessidade”, “um quase consenso no país”. Quanto ao retrato da realidade atual, o documento expõe o seguinte:

“O Brasil encontra-se em uma situação de grave risco. Após alguns anos de queda da taxa de crescimento, chegamos à profunda recessão que se iniciou em 2014 e deve continuar em 2016. Dadas as condições em que estamos vivendo, tudo parece se encaminhar para um longo período de estagnação, ou mesmo queda da renda per capita. O Estado brasileiro vive uma severa crise fiscal, com déficits nominais de 6% do PIB em 2014 e de inéditos 9% em 2015, e uma despesa pública que cresce acima da renda nacional, resultando em uma trajetória de crescimento insustentável da dívida pública que se aproxima de 70% do PIB, e deve continuar a se elevar, a menos que reformas estruturais sejam feitas para conter o crescimento da despesa”.

Diante deste cenário descrito, o programa “Uma Ponte para o Futuro” faz diversas sugestões em diferentes áreas. Em primeiro lugar, o programa Temer propõe a construção de uma trajetória de equilíbrio fiscal duradouro, com superávit e redução progressiva do endividamento público. Para isso é preciso construir um equilíbrio fiscal por meio de corte dos gastos públicos.

“Nos últimos anos é possível dizer que o Governo Federal cometeu excessos, seja criando novos programas, seja ampliando os antigos, ou mesmo admitindo novos servidores ou assumindo investimentos acima da capacidade fiscal do Estado. A situação hoje poderia certamente estar menos crítica”.

Isso é, gastou-se muito com o povo. Essa é a origem da crise para o PMDB. E ainda dizem que isso não é apenas culpa dos governos do PT, mas da própria Constituição de 1988.

Conforme o documento, o atual “problema fiscal” decorre das despesas públicas que “têm crescido sistematicamente acima do crescimento do PIB, a partir da Constituição de 1988. Em parte estes aumentos se devem a novos encargos atribuídos ao Estado pela Constituição, muitos deles positivos e virtuosos, na área da saúde, da educação e na assistência social. Nestes casos, o aumento das despesas públicas foi uma escolha política correta e que melhorou nossa sociedade. Mas esta mesma Constituição e legislações posteriores criaram dispositivos que tornaram muito difícil a administração do orçamento e isto contribuiu para a desastrosa situação em que hoje vivemos. Foram criadas despesas obrigatórias que têm que ser feitas mesmo nas situações de grande desequilíbrio entre receitas e despesas, e, ao mesmo tempo, indexaram-se rendas e benefícios de vários segmentos, o que tornou impossíveis ações de ajuste, quando necessários”.

O documento critica também o ajuste fiscal do segundo governo Dilma, pois “acaba se concentrando numa parcela mínima do orçamento, o que torna o ajuste mais difícil e menos efetivo. Esta é uma das razões principais porque as despesas públicas tem crescido sistematicamente acima do PIB. Enquanto as receitas também cresciam neste ritmo, a situação parecia controlada”. Sintomaticamente os verdadeiros “problemas fiscais” não merecem nem uma linha do programa Temer. Nada sobre os gastos com pagamentos de juros da dívida da ordem de R$ 311,5 bi, desonerações tributárias excessivas que alcançaram R$ 104 bi e a baixa arrecadação devido à “greve de investimentos” de diversos setores do empresariado pelo menos desde 2012. Estes problemas fiscais se agravaram em 2015 com a política monetária e fiscal do plano de austeridade do governo.

Apesar disso, o programa Temer uma série de medidas para combater o “descontrole fiscal” pelos “excessivos gastos públicos”. As principais são:

  • A implantação do orçamento inteiramente impositivo, o que faria com que o governo funcionasse na prática como um semi-parlamentarismo. Trata-se do “Orçamento com base zero”, que significa que a “cada ano todos os programas estatais serão avaliados por um comitê independente, que poderá sugerir a continuação ou o fim do programa, de acordo com os seus custos e benefícios. Hoje os programas e projetos tendem a se eternizar, mesmo quando há uma mudança completa das condições”. O documento afirma que “o Brasil gasta muito com políticas”. A conseqüência desta medida será minguar ou acabar com os programa sociais que custam ao governo, como o Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, Mais Médicos, Fies, Pontos de Cultura, Seguro-desemprego, Pronatec, Ciência sem Fronteiras, etc. Concentrar os programas sociais apenas nos mais miseráveis, os 10% mais pobres, que vivem com menos de 1 dólar por dia.
  • Novo regime orçamentário, com o fim de todas as vinculações de receitas, o que seria o fim de todo o modelo de financiamento da Educação e da Saúde Pública brasileiras. Segundo o documento, “quando a indexação é pelo salário mínimo, como é o caso dos benefícios sociais, a distorção se torna mais grave, pois assegura a ele um aumento real, com prejuízo para todos os demais itens do orçamento público, que terão necessariamente que ceder espaço para este aumento. Com o fim dos reajustes automáticos, o Parlamento arbitrará, em nome da sociedade, os diversos reajustes conforme as condições gerais da economia e das finanças públicas. Em contrapartida a este novo regime, novas legislações procurarão exterminar de vez os resíduos de indexação de contratos no mundo privado e no setor financeiro”. O objetivo desta proposta é reduzir os gastos sociais em assistência, saúde e educação.
  • Fim da política de valorização do salário mínimo. Segundo o documento, “é indispensável que se elimine a indexação de qualquer benefício ao valor do salário mínimo. O salário mínimo não é um indexador de rendas, mas um instrumento próprio do mercado de trabalho. Os benefícios previdenciários dependem das finanças públicas e não devem ter ganhos reais atrelados ao crescimento do PIB, apenas a proteção do seu poder de compra”. O objetivo claro desta proposta é diminuir os salários, quebrando a regra atual de reajuste do salário mínimo. O salário mínimo, que se valorizou em termos reais mais que 70% nos últimos anos, voltará a comprar cada vez menos. O objetivo desta medida é a revisão dos ajustes do salário mínimo para baixo, visto que parte da grande burguesia acredita que esta medida vem levando à deterioração dos lucros. Não gostam de investir em tecnologia, gostam de mão-de-obra quanto mais precarizada melhor. Mais uma medida atrasada, de profunda insensibilidade social, pois afronta os 90% dos assalariados brasileiros ganham até três salários mínimos e foram beneficiados com a sua valorização. Além do salário mínimo, o programa Temer propõe que se elimine a indexação de qualquer benefício, inclusive aposentadorias e auxílios a pessoas deficientes, ao valor do salário mínimo.
  • Ataque aos direitos trabalhista. Na visão do programa de Temer, todos os direitos trabalhistas são custos empresariais que devem ser reduzidos para que sobrem recursos para serem acumulados. Pretende-se aprovar legislação que permita que o que for acordado entre patrões e empregados se sobreponha aos direitos trabalhistas estabelecidos. É evidente que diante da ameaça de demissão os trabalhadores e as trabalhadoras farão acordos aceitando perdas de direitos. É o fim da CLT ao permitir que o acordado prevaleça sobre o legislado, configurando retirada de direitos de milhões de trabalhadores.
  • Reforma na Previdência Social. O programa acentua que a crise fiscal está profundamente relacionada a previdência social. “Diferentemente de quase todos os demais países do mundo, nós tornamos norma constitucional a maioria das regras de acesso e gozo dos benefícios previdenciários, tornando muito difícil a sua adaptação às mudanças demográficas. Nós deixamos de fazer as reformas necessárias decorrentes do envelhecimento da população nos anos 1990 e 2000, ao contrário de muitos países, e hoje pagamos o preço de uma grave crise fiscal. O resultado é um desequilíbrio crônico e crescente. Em 2015 a diferença ou déficit entre as receitas e as despesas no regime geral do INSS está em 82 bilhões de reais. No orçamento para o ano que vem esta diferença salta para 125 bilhões. As projeções para o futuro são cada vez piores”. A solução apontada é a adoção da idade mínima para aposentadorias, que não seja inferior a 65 anos para os homens e a 60 anos para as mulheres, com previsão da idade mínima aumentar dependendo dos dados demográficos. E o fim da indexação de qualquer benefício previdenciário ao valor do salário mínimo. O objetivo do programa é elucidar a visão da burguesia rentista que considera que a Previdência Social gasta demais. Assim eles querem economizar recursos do governo para que sobre dinheiro para que possam transferir para empresários oferecendo-lhes desonerações, subsídios ou pagando montantes estratosféricos de juros aos rentistas detentores de títulos da dívida do governo.
  • Não usar mais o FGTS como fonte de recursos a “fundo perdido” para subsidiar e financiar o programaMinha Casa, Minha Vida, o que levaria a um desemprego em massa na indústria da construção civil e menor acesso popular à casa própria
  • “Intervenção no SUS” com redução dos repasses orçamentários para o Ministério da Saúde.
  • Reforma Tributária. O programa Temer propõe realizar um vasto esforço de simplificação, reduzindo o número de impostos e unificando a legislação do ICMS, com a transferência da cobrança para o Estado de destino; desoneração das exportações e dos investimentos. Isso é: em nada mudar o caráter regressivo da tributação, um dos fatores de reprodução das profundas desigualdades sociais no país. A reforma tributária sugerida pelo documento não ataca o problema da regressividade do sistema e suas injustiças. Querem continuar poupando os ricos, milionários, banqueiros e multinacionais. O documento também propõe a “racionalização dos procedimentos burocráticos” com ênfase nos licenciamentos ambientais que podem ser efetivos sem ser necessariamente complexos e demorados.
  • Privatizações. O programa defende que o desenvolvimento deve ser centrado na iniciativa privada, por meio de “transferências de ativos que se fizerem necessárias, concessões amplas em todas as áreas de logística e infraestrutura, parcerias para complementar a oferta de serviços públicos”. Entenda-se: Fim do Regime de Partilha e o controle da Petrobras do Pré-Sal. Venda de ativos da Caixa Econômica e Banco do Brasil. Aprovação do “Estatuto das estatais” para limitar a capacidade do governo usar as estatais para fazer políticas de interesse público e forçá-las à privatização.
  • Política e Comércio Internacional. Nesta área, o programa Temer defende uma maior abertura comercial e busca de acordos regionais de comércio com ou sem a companhia do Mercosul. Em demonstração de subserviência, insinua sustar o projeto do BRICS, submetendo o país às parcerias transatlânticas e transpacíficas lideradas pelos EUA, as quais dão privilégio aos investidores estrangeiros, agredindo a soberania, a proteção socioambiental brasileira. Isso é, regredir nos acordos do Mercosul em benefício de acordos que os EUA estão propondo na Ásia e no Atlântico Norte. Na entrevista de Moreira Franco, levanta-se também a proposta de restrição aos subsídios da política industrial e de comércio exterior brasileira com o objetivo de acabar com as políticas que visam desenvolver e impedir maior desindustrialização do Brasil.

O programa “pós-impeachment” do governo Temer tem objetivos claros e alinhados aos setores mais atrasados da sociedade brasileira. Trata-se de um programa voltado para o setor privado, o que atinge direta e imediatamente aqueles e aquelas que mais necessitam do Estado, de políticas públicas e programas sociais.

O documento ataca frontalmente a capacidade do Estado de intervir na atividade econômica e seus inerentes ciclos, e no compromisso constitucional de combate a ainda enorme desigualdade social. Acredita-se nos dogmas econômicos mais infantis, aqueles mesmos que criaram fortes crises econômicas, políticas e sociais nos Estados Unidos e na Europa.

Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao jornal Valor Econômico de 20/11/2016 considerou o programa Temer “excessivamente liberal do ponto de vista econômico”. Seu liberalismo rasteiro lembra as ideias de ONG’s de direita como Vem para Rua, Endireita Brasil, Movimento Brasil Livre, e outros liberais fundamentalistas e imbecilizados. O programa reflete a forma negativa com que os programas sociais são vistos por expressiva parte da classe média e mídias conservadoras. Não seria exagero dizer que jamais foi tentado no Brasil um programa tão liberal, nem pelos militares e nem por nenhum presidente eleito, nem mesmo Collor ou FHC.

A Ponte para o Futuro na verdade é uma Ponte para o Passado. Retrocede não apenas nas conquistas dos governos liderados pelo PT desde 2003, mas nos direitos da Constituição de 1988 e conquistas da “Era Vargas”, que nem FHC conseguiu destruir completamente. A Ponte para o Futuro, proposta do governo Temer, é o fim da Nova República. Com ele vamos voltar aos tempos da República Velha (1889-1930), uma Nova República Velha. O pior de tudo é que realmente para os setores sociais golpistas estas medidas constituem um “um quase consenso”, porém não no país, mas para as classes altas e médias.

[1] Em 27 de março de 2016, o jornal O Estado de São Paulo publicou novas propostas complementares ao documento Uma Ponte para o Futuro, na entrevista de Moreira Franco.

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