FOTOS | Dia do Trabalhador em Curitiba reafirma vontade popular pela liberdade de Lula
мая 2, 2018 18:06Este 1º de maio, Dia do Trabalhador, teve início com uma marcha, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, com a adesão de caravanas que chegaram à cidade para o ato nacional unificado, mas que começaram o dia em direção à Vigília Lula Livre, na região da Sede da Polícia Federal, para o tradicional Bom Dia Lula, ecoado simbolicamente pela militância todas as manhãs desde 8 de abril.

Acesse aqui outras imagens da marcha
A partir das 14 horas, a militância se reuniu com outras 40 mil pessoas na Praça Santos Andrade, centro de Curitiba, para marcar presença no 1º de Maio Unificado 2018 – Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, convocado por seis centrais sindicais com o lema “Resistência Sempre”.

Acesse aqui outras imagens do início do ato
Permeado pelas diversas bandeiras de mobilização das representações sindicais dos trabalhadores, especialmente neste primeiro período pós reforma trabalhista, o ato contra o fim dos direitos sociais, pela valorização do salário mínimo e emprego para todos, em defesa das políticas públicas e da previdência social, o mar de gente vestiu a praça de vermelho, caracterizando mais uma vez que a defesa da democracia passa pela defesa do ex-presidente Lula.

Lula é um dos pré-candidatos à Presidência da República nas eleições de 2018 e o Partido dos Trabalhadores, desde o dia de sua prisão, transferiu seu diretório nacional para Curitiba e reafirmou que Lula terá sua candidatura registrada oficialmente dia 15 de agosto. Esse fato não impediu que os dois outros pré-candidatos de partidos de esquerda, Guilherme Boulos, pelo PSOL, e Manuela D´ávila, pelo PC do B, continuem subindo em palanques também defendendo o direito de Lula ser candidato e sua condição de preso político.


Ambos participaram, também em Curitiba, de ato suprapartidário, que reuniu 15 mil pessoas na Praça Santos Andrade, no dia marcado para encerramento da Caravana Lula pelo Brasil na região Sul, pouco antes da prisão de Lula ser decretada pela justiça. Boulos e Manuela também estiveram em Curitiba ainda na primeira semana de consolidação do Acampamento e Vigília Lula Livre, localizado a poucos metros da Polícia Federal. Neste Primeiro de Maio ambos marcaram presença, nesta mesma Curitiba, para fortalecer o Primeiro de Maio como um ato político.
Acesse aqui outras fotos da participação de Boulos e Manuela deste Primeiro de Maio em Curitiba.
A tarde de terça-feira teve também grandes shows musicais, com Flavio Renegado, Beth Carvalho e Ana Cañas, que dividiram o palco com lideranças sindicais das mais diversas categorias de trabalhadores, dos diversos estados do país.
Confira abaixo algumas imagens feitas pelo repórter fotográfico Joka Madruga neste Primeiro de Maio Dia do Trabalhador em Curitiba:






O Terra Sem Males publica as fotos de Joka Madruga sobre a Vigília Lula Livre na fanpage. Acesse aqui. As fotos são de uso jornalístico público, desde que mantido o crédito.
Para conferir todas as matérias do Terra Sem Males sobre o Acampamento e Vigília Lula Livre, acesse aqui.
Por Paula Zarth Padilha
Fotos: Joka Madruga/Agência PT
Terra Sem Males
FOTOS | Acompanhe imagens da Vigília Lula Livre pelo facebook
мая 1, 2018 20:28O Terra Sem Males disponibiliza em sua fanpage todas as fotos que repórter fotográfico Joka Madruga está registrando da Vigília Lula Livre, desde o dia 07 de abril, para a Agência PT. São atos políticos, culturais e mobilizações. As fotos podem ser utilizadas para fins jornalísticos com a manutenção do crédito.


Segunda-feira, 30/04/2018, na vigília #LulaLivre


Imagens de segunda-feira, 30/04/2018, na vigília #LulaLivre, em Curitiba-PR.

Imagens de segunda-feira, 30/04/2018, na vigília #LulaLivre, em Curitiba
Confira outras fotos nos links abaixo:
“Luzes para Lula” na Vigília #LulaLivre em Curitiba-PR, na noite desta sexta-feira, 27/04/2018.
Vigília #LulaLivre em Curitiba-PR, na tarde desta sexta-feira, 27/04/2018.
Celebração pela Democracia, com Iris Boff na Vigília #LulaLivre em Curitiba-PR
Eduardo Suplicy participa da Vigília #LulaLivre em Curitiba-PR.
Imagens da Vigília #LulaLivre em Curitiba-PR. 26/04/2018.
“Nosso pacto de governabilidade será o da mobilização popular”, disse Boulos, em entrevista exclusiva
мая 1, 2018 18:35Em entrevista exclusiva para o Terra Sem Males, o pré-candidato do PSOL à presidência do Brasil, Guilherme Boulos, falou sobre sua recente visita à Palestina, sobre a resistência dos movimentos sociais e partidos de esquerda diante da atual conjuntura, o cenário eleitoral e propostas para governar. Confira:
Terra Sem Males – Gostaríamos de saber como foi sua viagem à Palestina e se ela faz parte da campanha eleitoral?
Guilherme Boulos: Eu estava nos territórios palestinos, para prestar solidariedade ao povo palestino, me reuni com várias organizações de movimentos sociais e de resistência palestina. Visitei lugares muito simbólicos e importantes. Envolve sim a pré-campanha, faz parte de um calendário de viagens internacionais e começamos pela Palestina, que é um lugar, para nós, bastante relevante no cenário internacional e na resistência popular e democrática.
A questão da moradia entrou no cronograma de conversas durante essa viagem?
Lá eu pude presenciar demolições de casas pelo exército de Israel de forma totalmente arbitrária, retirando os palestinos dos seus territórios, mesmo da Cisjordânia, território que que é reconhecido internacionalmente pela ONU como palestino. Estive então com representantes dessas comunidades.
Falando em moradia, hoje, infelizmente temos essa triste notícia do desabamento de um prédio ocupado por moradores do Movimento MLSM, em São Paulo.
No caso do acontecimento de hoje é um absurdo pois estão culpando os moradores pela tragédia. Então, nós estamos acompanhando o caso, vamos exigir apuração e auxilio às famílias. Ninguém que ocupa quer estar lá. Mas o que não pode acontecer é que os moradores, que são vítimas de uma falta de política de habitação, sejam criminalizados. Isso é um completo absurdo.
Como estão as famílias da Ocupação Povo Sem Medo, de São Bernardo do Campo, após o acordo de desocupação?
A ocupação de São Bernardo saiu do terreno há duas semanas, depois de sete meses, sendo a maior ocupação do Brasil, com oito mil famílias. A ocupação com tanta gente assim é simbólica do que estamos enfrentando no país, uma grande crise social. O que faz tanta gente se reunir em um terreno buscando casa, é o aumento do desemprego, a piora da renda dos trabalhadores e milhares de pessoas nas periferias urbanas todo fim de mês escolhendo se vão comer ou pagar o aluguel. Estes fatos movem ocupações, além da falta de alternativa habitacional. Programas habitacionais no país estão parados, como o Programa Minha Casa Minha Vida sofreu um desinvestimento com as políticas de ajuste fiscal. De qualquer forma quero reafirmar que a Ocupação de São Bernardo é uma mostra de que quando se tem luta, tem conquista.
Nas últimas campanhas muito se ouviu falar sobre pactos de governabilidade para poder governar, e a isso seguiam-se alianças com partidos de direita e com o mercado. Qual é a estratégia de governo do PSOL?
O que foi feito até agora foram políticas vindas de cima para baixo, sem o envolvimento e a mobilização popular. Acontece é que a democracia vai até as eleições. Tem o voto e as 17 horas do dia da eleição, isso acaba. O povo não participa mais. Então a estratégia eleitoral é democracia, é respeitar a Constituição fazendo os plebiscitos. Desde que a nossa constituição foi aprovada, que está lá a realização de plebiscitos. Sabe quantos aconteceram até hoje? Dois. Por exemplo, reformas, como a Reforma Política, que é uma urgência, precisam ser debatidas e decididas via plebiscitos. Sobre a aliança com o mercado, não vamos entrar numa disputa para ganhar e depois entregar o governo, as políticas sociais que devem ser definidas realmente com a população, (entregar) para o mercado. Daí não vale a pena.
De que forma isso vai se dar, de que forma os movimentos vão participar?
Nós não vamos participar deste processo para pensar na próxima eleição. O que vamos fazer é apresentar um projeto para a próxima geração. Por isso, a campanha que já está acontecendo é construída com mobilização calcada num trabalho porta a porta junto aos movimentos sociais. Nós não vamos ser daqueles que dizem em campanha que tem que ter reforma política, enfrentar os privilégios na mão de 1% da população, mas ter campanha financiada por grandes empresas e bancos. Nossa campanha é uma campanha de mobilização popular.
Qual sua opinião sobre essa conjuntura atípica e as eleições no Brasil?
Eu sou pré-candidato a presidente. Estamos pelo Brasil inteiro falando sobre o nosso projeto para o Brasil. Agora, veja bem, nenhuma candidatura se sustenta se não tivermos um ambiente verdadeiramente democrático. Nem eleições justas acontecerão. Portanto a atual conjuntura envolve a luta pela democracia e não invalida a apresentação de candidaturas. A prisão do Lula e a clara tentativa de tirá-lo das eleições é um atentado à democracia. Por isso, não é uma questão do PT ou de quem goste do Lula. Trata-se de uma questão daqueles que defendem a democracia no Brasil. Das pessoas que entendem que quando o judiciário resolve fazer política isso é muito grave para a sociedade brasileira. Porque é o judiciário escolhendo quem pode participar das eleições e ao mesmo tempo proteger um grupo. Não vimos até hoje nenhum grande político tucano ser preso pela Lava Jato.

Você está chegando em Curitiba, que hoje abriga o Acampamento Lula Livre. O MTST foi o primeiro movimento a chegar no Sindicato dos Metalúrgicos no dia da prisão do ex presidente Lula. Foi também o MTST que ocupou o tríplex mostrando a inexistência de reforma. Parcelas da militância tem pedido mais enfrentamento, mais ousadia neste movimento de resistência em relação a atual conjuntura, com golpe, prisão política…
Sem dúvida o que vivemos hoje é uma ditadura de um judiciário partidarizado, vivemos um pós golpe parlamentar e tudo isso fez com que os partidos e movimentos unificassem de forma emergencial a luta. Acredito que tudo o que vem acontecendo tem recebido forma de resistência. O acampamento é uma prova, as ações do MTST…o Ato do 1 de maio com as seis centrais unificadas, é o Dia Primeiro de Maio da Resistência. Agora, existe sim ainda a falta de envolvimento da população que não está organizada. Concordo que exista uma certa apatia também provocada por uma série de golpes nos direitos das pessoas. O que eu acredito que é preciso fazer é o que a mídia popular já vem fazendo, que é informar. É fazer novamente o trabalho de base, de porta a porta, na rua.
Por Ana Carolina Caldas
Fotos: Annelize Tozetto
Terra Sem Males
População do União Cajuru luta pelo reconhecimento de suas moradias
мая 1, 2018 0:10Mobiliza Curitiba e Coletivo Trena realizam oficina sobre lei de zoneamento com lideranças comunitárias
No último sábado, 28 de abril, arquitetos voluntários do Coletivo Trena, integrantes do Mobiliza Curitiba, promoveram uma oficina de formação com lideranças do bairro Cajuru, em Curitiba, para orientar as populações das ocupações sobre a lei de zoneamento e a regularização de moradias.
De acordo com Elisa Detzel, o Coletivo Trena explicou às lideranças a importância dessas moradias serem debatidas, dentro do Plano Diretor de Curitiba, já aprovado, como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), no âmbito da lei de zoneamento.
Ela relata que nos debates institucionais a participação popular não tem conseguido êxito em aprovar dessa forma e que a prefeitura considera as ZEIS como estimuladoras de “guetos” e quer que o andamento seja pelo Plano de Habitação da cidade. “O plano de habitação não tem a mesma força da lei de zoneamento, que é a lei de uso e ocupação do solo, que define o que pode ser construído em cada terreno da cidade. É o momento em que há mais disputas de interesses, porque alterações podem valorizar absurdamente terrenos, permitir que se construa mais, e pode também demarcar áreas ocupadas como ZEIS”, explica.
A orientação do Coletivo Trena junto às lideranças foi no sentido de informar esses aspectos e para que haja pressão junto aos vereadores que representam os moradores dos bairros na Câmara. A previsão é que a lei de zoneamento chegue dia 15 para debate em plenário com os vereadores. Na lei de zoneamento pautada, as ZEIS estão suprimidas.
Em março, o Coletivo Trena realizou outras duas oficinas de formação sobre a lei de zoneamento e as Zonas Especiais de Interesse Social, uma no Caximba e outra na Vila Sabará.
No próximo sábado, 05 de maio, uma nova oficina de formação voltada às lideranças será realizada pelo Coletivo Trena, que já está com 200 inscritos e será realizado na Sociedade Cultural Abranches (Rua Mateus Leme, 5932), às 9 horas.
Por Paula Zarth Padilha, para o Mobiliza Curitiba
Foto: Coletivo Trena
Organização de caravanas engrossa mobilização para Dia do Trabalhador unificado em Curitiba
апреля 30, 2018 19:01A movimentação na Vigília Lula Livre desta segunda-feira, 30 de abril, teve ares de final de semana. Centenas de pessoas circulando embaixo de sol escaldante pela Praça Olga Benário, instalada a alguns metros da Sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula é mantido preso desde o dia 07 de abril, acompanhavam extensa programação cultural e política.
O diferencial do dia foi a mobilização se encorpando durante a tarde, tal qual era perceptível nos dois finais de semana em que o Acampamento ainda não tinha sido transferido do local dos atos por medida judicial. As caravanas foram chegando, de diversas partes do país, e se faziam presentes com batucadas, cantorias, bandeiras – e cadeiras de praia.

Nesta segunda também chegaram mais doações de alimentos – verduras, ovos, temperos. Militantes com camisetas e bonés vermelhos – mas também com as cores características de outras frentes de mobilização social e popular – vão torneando os espaços para a preparação do Primeiro de Maio unificado em Curitiba. A convocação foi anunciada há alguns dias por representantes das centrais sindicais, ali mesmo na vigília, mas às vésperas desta data simbólica de uma luta de classes que se aviva, quem ocupava os espaços não empunhava bandeiras de sindicatos, mas de palavras de ordem.
De acordo com a organização da Vigília Lula Livre e do Acampamento Marisa Letícia – instalado a alguns quilômetros da PF – as caravanas chegam para um bate-e-volta e estão previstas 3 mil pessoas ainda a caminho. Na lista de credenciamento de quem já chegou, assinaturas da militância vêm de diversas cidades do Paraná, mas também de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco, Pará, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Bahia, Paraíba, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso. Mas também da Itália, Argentina, México, Colômbia. As pessoas que circulam pela Vigília se unem a cerca de 300 pessoas que se revesam acampadas.
Para esta terça-feira, 1º de maio, o Dia do Trabalhador unirá todas as resistências: em defesa da democracia, contra os retrocessos da reforma trabalhista, contra a perseguição a Lula, considerado preso político por todos os que se fazem presentes de forma militante ou simpatizante desde o bom dia até o boa noite, presidente Lula, que ocorrem diariamente há 23 dias.

Confira a programação – 1º de Maio – Dia do Trabalhador
Marcha Rumo ao Bom Dia Lula
Vigília Lula Livre, bairro Santa Cândida
7h00 – Concentração das caravanas no terminal de ônibus Boa Vista
8h00 – Saída rumo à Praça Olga Benário, na Vigília Lula Livre
9h00 – Bom dia Lula
9h30 – Celebração religiosa
Ato Unificado das Centrais Sindicais
Praça Santos Andrade, Centro, a partir das 14 horas
Show com Beth Carvalho, Flávio Renegado e Ana Canãs
Por Paula Zarth Padilha
Fotos: Joka Madruga/Agência PT
Terra Sem Males
Brasileiros em Buenos Aires organizam há dois anos coletivo de resistência que denuncia o golpe
апреля 29, 2018 9:54Desde o processo que antecedeu o golpe no Brasil contra a Presidenta Dilma, em 2016, brasileiros e brasileiras que moram na Argentina começaram a se comunicar para de alguma forma debater o que acontecia em seu país. Atualmente organizam atos que reúnem centenas de brasileiros que sentem-se responsáveis em denunciar no país vizinho o estado exceção e a luta pela democracia aqui no Brasil.
O Site Terra Sem Males entrevistou o Coletivo Passarinho, formado por brasileiros em Buenos Aires, que responderam de forma coletiva. Confira:
Como o Coletivo se formou? A partir de que fato?
O Coletivo Passarinho foi formado em março de 2016, quando começavam as mobilizações brasileiras contra a iminência do golpe de Estado. Éramos um grupo de brasileiros e brasileiras desesperados com a situação no Brasil e com a ideia de não poder fazer nada estando longe. Nos conhecemos em frente à Embaixada, durante um ato autoconvocado no mesmo dia e horário das mobilizações no Brasil.
Aos poucos, fomos nos articulando interna e externamente. Foi criada uma Frente Argentina pela Democracia no Brasil com diversas organizações políticas e instituições argentinas que juntas fizeram atos massivos e eventos informativos sobre o que acontecia no país. E também criou-se a Rede de Brasileiros no Exterior Contra o Golpe, formada por outros coletivos como o nosso em dezenas de cidades no mundo.
De que forma vocês têm se organizado?
Os espaços de decisões e práticas do Coletivo são horizontais. Temos reuniões quinzenais e uma “assembleia permanente” virtual, digamos, no Whatsapp e no Facebook.
Qual é o objetivo do Coletivo e o que ele representa para vocês que estão longe do Brasil?
Desde o primeiro momento entendemos que nossa união seria não só política, como também afetiva. Conforme o coletivo se organizava, nos tornávamos também uma rede de amizade e apoio que tornou a residência no exterior muito mais fácil e prazerosa. Isso provavelmente ajudou e ajuda a sustentar a diversidade política dentro do coletivo e entendê-la como uma qualidade. Acreditamos que somos uma experiência micro de algo fundamental neste momento crítico para a América Latina: a união das correntes progressistas e das esquerdas para frear o avanço do ultraconservadorismo e do neoliberalismo, e lutar por igualdade de direitos e oportunidades, justiça social e democracia.
Por que o nome Passarinho?
O nome do Coletivo surge de uma associação entre o “Poeminho do Contra”, do Mário Quintana, com a máxima antifascista “Não passarão”. É um nome que reflete o contexto em que o Coletivo foi formado, em que uma nova ascensão do fascismo, favorecida por um golpe institucional, foi por outro lado capaz de conformar um “nós” contundente e diverso, disposto a lutar para reverter essa guinada à direita. Mas o nome também fala de nossa condição de imigrantes, do nosso desejo de liberdade e do trabalho que nos propusemos a fazer: levar sementes de revolução de um lado a outro, de um país ao outro.
Sobre a execução de Marielle, quais os eventos que foram organizados e de que forma estes assuntos chegam na Argentina?
No dia seguinte ao assassinato da Marielle, ainda em estado de choque organizamos um ato no Obelisco, no centro da cidade de Buenos Aires. Mais de cem pessoas compareceram. Ali se falou sobre a violência policial e das milícias do Rio de Janeiro, mas principalmente discutiu-se o racismo. Essa é uma pauta muito secundarizada na Argentina. E ali foi a chance de falar sobre o que significa ser uma pessoa negra no Brasil e na Argentina. Falou-se também sobre a “política com afeto” que a Marielle fazia e defendia, e sua importância como símbolo da tão necessária interseccionalidade de lutas.
No dia 24 de março, foram feitas em Buenos Aires as tradicionais marchas multitudinárias pelo Dia Nacional da Verdade, Memória e Justiça. Por desavenças políticas, as organizações convocantes se dividem em dois grupos e fazem duas marchas diferentes. Dessa vez, um pouco mais unidas pela luta contra o macrismo, as marchas culminaram juntas na Praça de Maio. Lá cada grupo leu suas pautas, mas todas aderiram ao pedido de justiça por Marielle.
Isso nos inspirou a fazer um novo ato quando se completou um mês da execução da vereadora. Mais de 50 organismos de direitos humanos, movimentos afro, LGBTQIA+ e villero (de moradores de favelas) participaram da convocatória e outros 100 aderiram à “Declaração de Buenos Aires”, um documento em que se exigia justiça por Marielle e se reivindicava suas lutas. O ato foi feito no Parque de la Memoria, e isso é muito significativo.
Sobre fazer política nos dias de hoje, por vocês que não moram no Brasil, mas que militam a favor do país, qual o sentimento que os une e o que desejam para o Brasil?
O Coletivo Passarinho tem um proposta que vem a endossar diversos movimentos que estão surgindo nas últimas lutas da esquerda latino-americana e mundial. Uma tentativa de fazer algo diferente das tradicionais organizações partidárias sem deixar de reivindicar sua importância. Temos como tarefa não nos distanciar da nossa horizontalidade, de abrir caminhos e incentivar as divergências e o debate, tendo sempre como pensamento básico que nossa atuação quer uma transformação real e profunda da sociedade e desse modelo de sociedade. Nosso Coletivo precisa não somente apontar uma saída popular, inclusiva, participativa (o que invariavelmente nos leva ao campo da esquerda) como também defender nossa condição de combate permanente ao capitalismo. O que muitas vezes parece velho e desgastado precisa recobrar força para denunciar que esse sistema não somente não é nossa escolha, ou preferência, como também é o responsável pelas desigualdades, violências, fome, injustiça, crimes de ódio, etc, que existem nesse mundo independentemente dos países.
Por isso, acreditamos que o Coletivo pode ser a base também para a articulação, junto a outros movimentos e Coletivos similares, para a criação de um projeto político novo para o Brasil e para a América Latina. Um projeto político que entenda e assuma os desafios de construir uma nova cultura política, entendendo que essa etapa é fundamental para a transformação que queremos. Sendo formado por imigrantes, o Coletivo tem a seu favor a sua diversidade de ideias, de lugares, de trajetórias.
Quantos integravam no início o Coletivo e quantos são hoje?
Começamos com cerca de 30 pessoas. Logo depois do golpe de 2016, o desânimo nos desarticulou e chegamos a sustentar o Coletivo com um núcleo de 10 pessoas. Aos poucos, muitos voltaram para o Brasil e novos membros chegaram. Hoje somos 27 membros ativos e outros 13 que participam em ações pontuais ou mantêm uma relação afetiva à distância com o grupo. Esta nova etapa do golpe, marcada pela prisão do ex-presidente Lula, fez com que outras pessoas se interessassem pela mobilização. Na semana que vem faremos uma reunião para receber novos membros.
Por Ana Carolina Caldas
Fotos: Coletivo Passarinho
Terra Sem Males

Casa da Democracia inaugura programa e a primeira entrevistada é Carmen Foro, da CUT Nacional
апреля 28, 2018 22:15Funcionando desde quinta-feira, dia 26 de abril, o espaço “A Casa da Democracia” organizada em uma casa a 100mts do Acampamento Lula Livre, tem o objetivo de oferecer estrutura e reunir as mídias independentes e coletivos de comunicação. Além disso, terá uma programação especial sobre comunicação, conjuntura e cultural. Neste sábado, teve início o programa de entrevistas “Democracia em Rede”, trazendo como primeira entrevistada, Carmen Foro, mulher, negra, trabalhadora rural e vice-presidente da CUT Nacional. Todas as segundas feiras, às 14h, o programa acontecerá sempre com convidados (as) especiais entrevistados pelos jornalistas.
Sob o impacto da noite anterior, em que o Acampamento Lula Livre foi atacado a tiros, vitimando dois acampados, os jornalistas do “Democracia em Rede” de hoje, pautaram suas perguntas iniciais sobre a violência e também a respeito das organizações para o dia 1º de maio, que acontecerá em um grande ato, na cidade de Curitiba, hoje reconhecida como a Capital da Resistência.
Carmen disse que a violência cometida contra o Acampamento Lula Livre não é caso isolado e junta-se aos tiros contra a Caravana de Lula e ao caso Marielle, por exemplo, que levou à morte a vereadora do PSOL, caso ainda não solucionado pela polícia. “Temos uma polícia partidarizada, o poder público, neste caso aqui, do Acampamento, totalmente omisso. Portanto, o que nos resta é divulgar para além das mídias que tem lado. É muito simbólico no que se refere a hostilidade à defesa da liberdade e direitos, este atentando ter acontecido três dias antes de uma grande mobilização com pessoas de todo o país, em virtude do 1º. de maio. ”
Sobre a importância do acampamento e da cidade de Curitiba ser hoje a Capital da Resistência, a vice-presidente da CUT, relatou que a emoção toma conta dela toda vez que retorna à cidade e vê o Acampamento como uma nova forma de organização sendo exemplo e inspirando todos os movimentos do Brasil inteiro. “ Chegar aqui e ver toda esta organização, moradores com espaços cedidos, o afeto entre todos, consciência profunda, doação e principalmente a solidariedade, é de emocionar. Você tem contato com a ideia socialista que nos move. Tenho certeza que esta forma e todo processo organizativo já está nos inspirando nacionalmente a rever nossas formas de fazer política. ”
Quando perguntada sobre uma certa ingenuidade de acreditar na justiça brasileira do ponto de vista dos movimentos sociais, disse que apesar de não acreditar individualmente mais na justiça, é preciso ter um horizonte de luta pela frente: “Temos um judiciário partidarizado, que não respeita a Constituição, um Congresso que nos envergonha, mas eu penso que depois disso tudo e como planejamento nosso, precisamos fazer várias reformas. Reforma Política, reforma no judiciário, um novo projeto de país.”
“Congresso do Povo é uma das estratégias para chegarmos a população que não está nos movimentos”
Questionada sobre como a mensagem dos movimentos, organizações e partidos de esquerda tem chegado à população em geral, Carmen afirmou que esta é a grande questão colocada sempre e o desafio permanente. Citou formas de organização coletiva, como por exemplo, o Congresso do Povo, como uma das estratégias em andamento.
“Esta questão é o nosso desafio de sempre, parte do nosso pensar: chegar até as pessoas que não estão organizadas. Por isso, coletivamente, temos feito a discussão do Congresso do Povo, que é fazer debate ali na comunidade, na igreja, nos lugares em que as pessoas estão nos seus cotidianos, para fazer a disputa, conquistar corações e mentes. ”
Carmen ainda destaca a unificação das esquerdas, lembrando que a Frente Brasil Popular surge neste contexto e para este objetivo. “Sem dúvida alguma esta é a nossa meta principal, chegar em lugares, que muitas vezes a única fonte de informação e comunicação é a Rede Globo, que faz um desserviço à sociedade. ”
Por último, falou sobre a importância da organização do dia 1º de maio, em Curitiba, que já vem sendo realizada pelas 6 Centrais dos Trabalhadores. “ UM primeiro de maio histórico. Podemos ter nossas divergências, mas temos muito em comum, que é a luta pela democracia e a luta pelos nossos direitos.”
Foto: Eduardo MatysiakEduardo Matysiak
Por Ana Carolina Caldas
Projeto de lei de Greca prevê privatização do Estar
апреля 28, 2018 13:56Prefeito de Curitiba pretende transferir administração do estacionamento regulamentado para a URBS, que poderá delegar a terceiros as atividades do Estar
Tramita na Câmara Municipal de Curitiba o Projeto de Lei 005.00053.2018, enviado pelo prefeito Rafael Greca que, sob a justificativa de “atualizar a legislação” e implantação de “sistemas modernos”, transfere do município à empresa URBS (Urbanização de Curitiba S.A.) a administração das vagas de estacionamento de rua, o “Estar”.
O projeto de lei cita “assegura-se a possibilidade de delegação a terceiros de atividades correlatas ao EstaR” e que os “sistemas modernos de operação de estacionamento rotativo podem ser desenvolvidos com o concurso de particulares”, caracterizando a intenção privatista do prefeito.
De acordo com notícia oficial da Câmara Municipal de Curitiba, a proposta do prefeito está sendo analisada pela Procuradoria Jurídica da casa e após instrução técnica será encaminhada para comissões temáticas. Quando chegar a plenário, se aprovado, segue diretamente para sanção do prefeito e entra em vigor na data de publicação.
O projeto de lei prevê, ainda, a desvinculação de receitas do Estar do Fundo de Urbanização de Curitiba e, a partir da aprovação, com os recursos sendo disponibilizados diretamente para o município, que será o responsável pela redistribuição à URBS. Atualmente, sob administração do município, quem fiscaliza os estacionamentos rotativos são agentes da Secretaria Municipal de Trânsito, com a venda dos cartões e da regularização de multas nas lotéricas.
Os locais de estacionamento de veículos nos bens públicos de uso comum atualmente também estão a cargo da Prefeitura e esse Projeto de Lei Ordinária delega essa competência, inclusive da exploração dos locais, para a URBS, “direta ou indiretamente”.
Por Paula Zarth Padilha, para o Mobiliza Curitiba
Foto (arquivo): Joka Madruga
Terra Sem Males
Acampamento em Curitiba sofre ataque a tiros na madrugada
апреля 28, 2018 9:21Na madrugada deste sábado, 28 de abril, um ataque a tiros no Acampamento Marisa Letícia, que abriga a população em vigília nos arredores da Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula está preso, deixou duas pessoas feridas, uma delas atingida no pescoço foi encaminhada para internamento no Hospital do Trabalhador. De acordo com a organização do acampamento, os tiros foram disparados por volta das 4h.
A comunicação do acampamento divulgou que informações de testemunhas são de que havia movimentação de carros passando em frente ao local, rua Padre João Wislinski, 260, no bairro Santa Cândida, desde às duas da madrugada, gritando palavras de ordem a Jair Bolsonaro.

Em nota, a vigília Lula Livre e as diversas organizações que a integram, repudiaram o ataque a tiros e denunciam o caráter de tentativa de homicídio “motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba”.

No início da manhã, os acampados trancaram uma das ruas do bairro Santa Cândida, por onde circulavam os carros que partiram os tiros, para denunciar à população o atentado.

Após a queima de pneus, as lideranças do Acampamento Marisa Letícia se reuniram com os militantes acampados para buscar encaminhamentos e cobrar investigação das autoridades sobre o ataque.

O militante ferido é Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, que foi atingido à bala no momento em que formava a equipe de segurança do acampamento, que é feita por sistema de revesamento pelos próprios militantes acampados.


Confira Nota Oficial da Vigília Lula Livre:
A vigília Lula Livre e as diversas organizações que a integram repudiam de forma veemente o ataque a tiros contra o acampamento Marisa Letícia, ocorrido na madrugada de hoje (28) e que resultou em duas pessoas feridas, uma delas de forma grave, com um tiro no pescoço.
A sorte de não ter havido vítimas fatais não diminui o fato da tentativa de homicídio, motivada pelo ódio e provocação de quem não aceita que a vigília é pacífica, alcança três semanas e vai receber um Primeiro de Maio com presença massiva em Curitiba. Não nos intimidarão!
No fundo, é uma crônica anunciada. Desde o dia quando houve a mudança de local de acampamento (17), cumprindo demanda judicial, integrantes do movimento social haviam sido atacados na região. Desde aquele momento, a coordenação da vigília já exigia policiamento e apoio de viaturas, como foi inclusive sinalizado nos acordos para mudança no local do acampamento.
“Nós desmanchamos o acampamento cumprindo ordem oficial. Fizemos a opção de ir para um terreno e seria garantida a segurança. Agora o que cobramos da Secretaria de Segurança Pública é investigação, que identifique o atirador”, enfatiza Dr Rosinha, presidente do PT estadual e integrante da coordenação da vigília.
Seguiremos com nossas atividades, lutas, programação e debates da vigília. A cada dia vai se tornando cada vez mais impressionante como, mesmo preso, a figura do ex-presidente Lula, a força moral que ganha, as denúncias contra a injustiça de sua prisão, tudo isso causa desespero nos seus algozes.
Por isso, estamos no caminho certo e venceremos! Em repúdio contra a violência, realizamos o trancamento da rua na região e seguiremos lutando.
Convocamos a sociedade e as pessoas que prezam pela democracia, pelo livre direito à expressão, pela diversidade de vozes na política, que somem-se a nós na vigília. Não aceitaremos tentativas de retrocesso que já nos custaram muitas lutas e vidas.
Vigília Lula Livre, 28 de abril de 2018.
Por Paula Zarth Padilha
Foto/destaque: Barack Fernandes/Contag
Terra Sem Males
Aperte o play e diga ‘Richa nunca mais’
апреля 28, 2018 1:09TV do SindSaúde Paraná preparou um vídeo especial sobre o dia 29 de abril
Os governos passam, mas as cicatrizes das más administrações ficam. Principalmente quando a cicatriz é de verdade, quando além de todos os ataques, existe também a violência física. É o caso do governo Richa. Um dos piores da história e desaprovado por mais de 75% da/os servidoras/es da Saúde. Ou de todo o funcionalismo?
No próximo domingo faz três anos que o ex-governador gastou R$ 1 milhão de reais e designou 2.500 policiais para que as/os deputadas/os autorizassem tranquilamente o roubo do dinheiro das/os servidoras/es. O resultado disso foram mais de 400 pessoas feridas.
Para não deixar essa história se perder, para que nunca mais aconteça, a TV do SindSaúde Paraná preparou um vídeo especial. Confira e compartilhe.
Texto : Marcio Mittelbach/SindSaúde PR
Foto: Joka Madruga
Vídeo: Gustavo Castro e equipe de comunicação do SindSaúde PR