Propostas do governo Temer e do Congresso para a Flona do Jamanxim também vão beneficiar mineradoras
сентября 6, 2017 8:36Não é só na região da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), entre Pará e Amapá, que áreas protegidas estão sob ataque para beneficiar a mineração. A Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no sudoeste do Pará, também está na mira do governo Temer e do Congresso com o mesmo objetivo.
Após o Planalto apresentar ao Congresso, em caráter de urgência, o Projeto de Lei (PL) 8.107/2017 para reduzir a proteção no Jamanxim, deputados ruralistas propuseram 12 emendas, ampliando a área afetada e tornando a proposta ainda pior: cerca de um milhão de hectares de áreas protegidas pode ser perdido – quase duas vezes o território do Distrito Federal. Invasores de terras públicas, desmatadores, madeireiros ilegais, garimpeiros e mineradoras podem ser beneficiados. O texto original do PL pretendia reduzir a Flona do Jamanxim em 354 mil hectares, mas as emendas retalham mais três Unidades de Conservação (UC).
As informações constam de nota técnica assinada pelo ISA e mais 10 redes e organizações ambientalistas: Grupo de Trabalho pelo Desmatamento Zero, Coalizão Pró-UC, Greenpeace Brasil, Instituto Centro de Vida (ICV), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Rede Pró-UCs, The Nature Conservancy (TNC) Brasil e WWF-Brasil.
Na Flona do Jamanxim, dentro da área que se pretende transformar em Área de Proteção Ambiental (APA) há 125 processos minerários. A parte da Flona de Itaituba II a ser transformada na APA Trairão contém 27 processos minerários, abrangendo 137.516 hectares ou 90% de sua área. A parte do Parna do Jamanxim a ser transformada na APA Rio Branco (101.270 hectares) apresenta cobertura florestal extremamente preservada (99%), mas sofre com atividade garimpeira ilegal. Entre os minérios mais procurados, estão o ouro e diamante.
A APA é a categoria de UC com menor grau de proteção ambiental e que pode abrigar propriedades privadas, agricultura, pecuária e mineração, entre outros.
Mais desmatamento e grilagem
De acordo com as organizações, se o PL for aprovado, o desmatamento na região alcançaria aproximadamente 202 mil hectares de floresta até 2030. Isso representaria uma emissão de aproximadamente 70 milhões de toneladas de gás carbônico. O Brasil estaria, literalmente, queimando US$ 350 milhões, tomando-se o valor de US$ 5 por tonelada de carbono que o Fundo Amazônia adota.
A justificativa do governo de que a redução da área atenderia a pequenos produtores rurais tampouco se sustenta. Na Flona Jamanxim, o tamanho médio das áreas requeridas para a regularização é de 1.700 hectares, ou seja, quase 23 vezes o que seria um lote de 75 hectares que caracteriza uma propriedade da agricultura familiar na região. Conforme a nota, as emendas ao PL representariam, ainda, um subsídio de pelo menos R$ 1,4 bilhão a grileiros, que poderiam regularizar áreas ilegalmente ocupadas por valores até 90% menores que os praticados no mercado.
Medidas provisórias
Desde o final de 2016 Michel Temer vem tentando reduzir a Flona do Jamanxim, inicialmente por meio das Medidas Provisórias (MPs) 756 e 758, editadas em dezembro, e agora por projeto de lei. Na tramitação das MP’s no Congresso, área perdida para conservação proposta pelos parlamentares aumentou exponencialmente – como está ocorrendo agora com o PL. Afinal, Temer acabou vetando as medidas, mas enviou o PL à Câmara. Ontem à noite, o Congresso manteve os vetos.
“Este novo ataque contra as florestas de Jamanxim é ainda pior que o primeiro. E isso justamente na porção da Amazônia que mais devia ser protegida contra o desmatamento e o garimpo”, adverte Ciro Campos, assessor do ISA.
Fonte: Instituto Socioambiental
Foto: Vinícius Mendonça/Ibama
Companhia Paranaense de Energia ameaça despejar famílias em Curitiba
сентября 5, 2017 14:57Coletivo de Mulheres da Fisenge lança compêndio “Histórias da Engenheira Eugênia”
сентября 5, 2017 11:18O Coletivo de Mulheres da Fisenge lançará, no dia 6/9, durante o 11º Congresso Nacional de Sindicatos de Engenheiros (Consenge), o primeiro compêndio “Histórias da Engenheira Eugênia”, que reúne a trajetória da personagem protagonista das histórias em quadrinhos, publicadas desde 2013 pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge). O livro tem o objetivo de afirmar a importância da organização das trabalhadoras e dos trabalhadores e do empoderamento das mulheres.
“A iniciativa tem o caráter pedagógico de mostrar situações de assédio e violências, não apenas nas questões da engenharia, como em toda a sociedade. As histórias são pontes de diálogo entre as pautas identitárias e as pautas históricas como o combate à LGBTfobia, racismo, etarismo, machismo, e também sobre o combate às privatizações, o desmonte do Estado brasileiro e os ataques à engenharia nacional”, declarou a diretora da mulher da Fisenge e engenheira química, Simone Baía.
Em novembro de 2016, o projeto Engenheira Eugênia ganhou o 1º lugar, na categoria cidadã em comunicação sindical, do Prêmio de Direitos Humanos da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra). A Fisenge recebeu uma estatueta inspirada no “Cilindro de Ciro” e um prêmio de R$ 10 mil.
“A Federação investe na comunicação sindical como um dos pilares estratégicos de sua organização. Nós, mulheres, nos apropriamos das novas formas de comunicação para pautar questões de gênero e de toda a sociedade e, principalmente, promover empoderamento, pertencimento e visibilidade dos direitos das mulheres e o avanço da luta de todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores”, disse a diretora Simone Baía.
Acesse a programação completa em: www.consenge.org.br
Acompanhe a transmissão ao vivo pelo Facebook: www.facebook.com/federacaofisenge
Fonte: Fisenge
Greve nos Correios começa dia 19 de setembro
сентября 5, 2017 9:16Trabalhadores dos Correios aprovaram para o dia 19 o indicativo de greve nacional. A votação foi realizada nesta segunda (04), em Brasília, durante o XIX Conselho de Representantes Sindicais (Consin). Participaram do evento 31 sindicatos da categoria. A data-base deveria ter ocorrido no dia 1º de agosto.
Os trabalhadores querem a retomada imediata das negociações coletivas diretamente entre Comando Nacional de Mobilização e Negociação e a diretoria da empresa, sem interferências externas. Também reafirmaram que não abrem mão do direito constitucional de se manifestar por meio de greves. Por isso, pedem o início imediato das reuniões da data base dos ecetistas.
Em assembleias realizadas por todo o país, na semana passada, os trabalhadores da ECT rejeitaram a proposta de mediação do vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Emmanoel Pereira, de prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho até 31 de dezembro deste ano, porém, sob a proibição de qualquer manifestação grevista, mesmo com descumprimento por parte da ECT, e sem a garantia de retroativos.
Os funcionários dos Correios reivindicam 8% de reposição salarial, são contra a ameaça de demissão motivada, privatização, fechamento de agências, falta de segurança, falta de funcionários, alterações no plano de saúde, suspensão de férias e horas-extras, reformas trabalhista e previdenciária, entre outros temas.
O secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom), Marcos Rogério Inocêncio, explica que até o momento todas as tentativas de negociações com a empresa foram adiadas e, agora, interrompida.
“Queremos o início imediato das negociações com a diretoria da empresa, pois as novas regras da contrarreforma trabalhista começam a vigorar no dia 11 de novembro. Sabemos muito bem que a Lei agora está ao lado da exploração do trabalhador e do extermínio dos direitos adquiridos. A intenção de Temer e de seus comparsas, como Guilherme Campos, é clara: acabar com todos os benefícios conquistados pelos trabalhadores, sucatear os Correios e privatizar. Não há outra saída: ou fazemos a maior mobilização da categoria ou, no ano que vem, não teremos mais pelo que lutar!” disse Inocêncio.
A Federação formalizou carta à ECT para anunciar o posicionamento da categoria pela rejeição da proposta do TST e aprovação do início imediato das negociações do ACT 2017-18. Agora, resta aguardar resposta da empresa e uma nova data para as representações começarem a negociar.
TST prejudicou negociações até que comece vigorar a reforma trabalhista
No dia 22 de agosto, a representação da ECT anunciou o cancelamento das negociações, que começariam no mesmo dia em que foi realizada uma audiência no Tribunal Superior do Trabalho . Nesta data, o vice-presidente do TST, ministro Emmanoel Pereira, paralisou as negociações da campanha salarial até o dia 31 de dezembro, exigindo que os trabalhadores não realizem greve até o final do ano. A decisão aconteceu durante uma audiência de mediação que era exclusivamente para discutir a cobrança de mensalidade do plano de saúde dos trabalhadores da ECT.
No dia seguinte, o magistrado foi ao Palácio do Planalto se reunir com Michel Temer, ministros e presidente dos Correios para mostrar a proposta. O encontro não contou a presença de nenhum representante dos trabalhadores.
Por Cinthia Alves
Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males
Ação de sindicato consegue reintegrar trabalhadores no Bradesco
сентября 4, 2017 13:10Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região comemora a decisão judicial que estabelece reintegração e pagamento retroativo a trabalhador com 29 anos de banco.
Na manhã da última segunda-feira, 28 de agosto, o bancário Claudinei Vellozo enfrentou mais um “chá de cadeira”, enquanto aguardava atendimento do banco Bradesco, no Palácio Avenida, para ser reintegrado. Depois disso, ele ainda precisou passar por exame admissional, abertura de conta e envio de uma série de documentos para, finalmente, no dia 31 de agosto, recomeçar em seu novo local de trabalho, no Hauer.
Claudinei foi demitido pelo banco em 2004, quando tinha estabilidade. Ele trabalhava no setor de cobranças (call center) e foi dispensado pelo então HSBC após retorno de afastamento por doença ocupacional, enquanto ainda tinha estabilidade por ser diretor de Cooperativa dos Bancários. A dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região Vanderleia de Paula e a advogada Marina Funez, do escritório Declatra, acompanharam o trabalhador no dia 28. No dia 31, o bancário foi acompanhado também pelos dirigentes Clovis Meltior, Regina Célia da Silva de Macedo e Flávia Camargo Ribas.
No dia 31 de agosto, o Sindicato acompanhou também a reintegração de outra trabalhadora do Bradesco, Miriane Gonçalves, demitida pelo banco em junho de 2005. A bancária trabalhava desde 1985 na instituição e, quando desligada, exercia a função de gerente-geral da Agência Kennedy. “Uma determinação judicial transitada em julgado em junho de 2017, em um processo que se arrastou por 11 anos, determinou a reintegração. Por ser portadora de doença ocupacional (LER/Dort), reconhecida pelo INSS como acidente de trabalho, e consequentemente, detentora da estabilidade provisória prevista no artigo 118 da Lei 8.213/1991, a bancária não poderia ter sido demitida”, explica Carina Pescarolo, advogada que acompanhou o caso. Também acompanharam a reintegração as dirigentes sindicais Vanderleia de Paula, Cristiane Zacarias e Carlos Kanak.
Sindicato promove concurso de fotografia para bancários e financiários de Curitiba e região
сентября 4, 2017 11:05Concurso terá tema livre e premiação para duas categorias: sindicalizados e não sindicalizados.
Bancários e financiários sindicalizados, não sindicalizados e dependentes diretos.
De 21 de agosto a 11 de setembro de 2017.
Uma picape, dois motoristas e quatorze sonhadores
сентября 4, 2017 10:26Marcelo, Zizo, Maristela, Sônia, Glória, Lelo, Bel, Salete, Luiz, Gorete, Carlos, Zeca, Inária e Cesar. Acredito não ter esquecido ninguém. Ao todo, somava-se quatorze. Obviamente não estou a descrever membro de um time de futebol amador misto com direito à reservas. Eram jovens de origem intelectual e econômica diversificada: agricultores, professores, estudantes, comerciantes e funcionários públicos, os quais se reuniam para se formar enquanto cidadãos e cidadãs e ao mesmo tempo transmitir algo novo para os demais. Um grupo de jovens sonhadores que imaginavam poder construir um mundo novo, em que homens e mulheres pudessem conviver no mesmo espaço e com a mesma dignidade. Era uma equipe Missionaria da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição em Angelina/SC.
Como foi minha integração nesta equipe?
Ainda impactados com a animação promovida pelas missões populares e com grupos de jovens em todas as comunidades, Glória uma dos Membro da equipe estava se preparando para viver a experiência do projeto “Igrejas Irmãs”, a qual permaneceria por um ano no interior da Bahia. Neste processo é organizado um encontro de lideranças juvenis na comunidade de Barra Clara. Como na época ainda nenhum veículo motorizado e de bicicleta não valia a pena devido aos morros, então o jeito foi andar os onze quilômetros a pé. De repente, no meio do morro alguém para e me dá uma carona para o restante do trajeto. Este alguém era o Padre Italiano Paulo de Coppi do O Pontifício Instituto das Missões Exteriores – PIME que estava indo para animar a reunião.
Neste encontro animado por Paulo de Coppi, percebemos que seria necessário criar uma equipe que animasse os jovens das comunidades rurais da paróquia, a qual envolvia dois municípios: Angelina e Rancho Queimado. Assim, decidimos, além de criar a equipe, batiza-la de “Equipe Missão Jovem”, que aos sábados à tarde tinha a tarefa de visitar as comunidades num primeiro momento com os jovens e depois eram cursos de pais e padrinhos, organização da comunidade nas diversas áreas pastorais, além da organização dos agricultores como um todo.
Como material de apoio, estudo e reflexão tínhamos três subsídios: 1. Assinatura do Jornal Missão Jovem, produzido pela equipe do PIME; 2. Assinaturas do Jornal Mundo Jovem produzido pela PUC de Porto Alegre; e, 3. Coleção de material produzido pela Diocese de Passo Fundo/Pastoral da Juventude Rural “Jovem da Roça Também tem Valor”.
Frei Ceciliano Meurer, Pároco de Angelina, um franciscano gente boa que por sua obesidade não andava em carro de passeio, tinha uma picape para fazer as visitas pastorais, da qual negociamos que este seria o meio de transporte para a equipe. Conseguimos dois motoristas já habilitados (Zizo e Carlos), que tinham a tarefa de levar a equipe nos sábados para as comunidades.
A equipe era bem estruturada e com tarefas bem definidas de acordo com as características individuais de cada um. Bel e Glória, eram responsáveis pela mística e reflexão; Goretinha, Inária e Sônia pela animação, Zeca e Maristela com a organização, Zizo, Carlos e Marcelo com a estrutura. E assim íamos construindo as reflexões e os debates nas comunidades da Paróquia.
A cada trimestre era dedicado um final de semana para a formação da equipe e algumas vezes acompanhados pelo Frei Nereu Rampinelli, que entre uma reflexão e outra descansava as pálpebras, enquanto fazíamos o debate.
Alguns eventos marcaram aquela época tanto no município, como na paróquia. O Festival de Música da Juventude Franciscana – JUFRA (Grupo de Jovens da Sede do Município) que reunia os talentos do Município, lotava o salão paroquial e cada comunidade tinha seus cantores que apresentavam suas músicas interpretadas ou inéditas.
O Grupo de Teatro que apresentava a Paixão de Cristo todos os anos nas comunidades e em algumas delas mobilizava de forma ecumênica com integrantes de diversas comunidades.
Da vigília da quinta-feira santa com recepção de jovens de outras paróquias da região que caminhavam até o Santuário, firmando-se até os dias de hoje numa das noites mais movimentadas da sede do Município.
Da Romaria Ecumênica dos Agricultores e Agricultoras reunindo pela primeira vez o Arcebispo Arquidiocesano e o Pastor Luterano na mesma celebração.
Claro que nem tudo eram flores. Quando um grupo de jovens que se formava pastoralmente e politicamente mexia com todo mundo gerando muitos conflitos. Na vida das comunidades os mais conservadores não queriam mudanças, pois perderiam poder e espaço e da mesma forma nas instituições políticas e sociais do Município havia muita reserva, pois na medida em que avançávamos em nossa organização, também começávamos a questionar e a empreender novas ideias e projetos. Não era possível permitir que um grupo de jovens questionasse o jeito e a fórmula adotada até aquele momento nas estruturas municipais. Era necessário cortar o problema pela raiz. Mas aí já tarde, pois os meninos e meninas que começaram nos grupos de jovens das comunidades tinham se organizado, se formado e adquirido seu próprio protagonismo.
Com o passar do tempo, cada um foi caminhando por outros espaços. Padre Paulo de Coppi está em São Paulo formando novos Missionários. O Jornal Mundo Jovem fechou. Os Freis Ceciliano e Nereu já faleceram. O Carlos, o Lelo, a Maristela e o Marcelo, não sei por onde andam. Luiz continua agricultor e militando na comunidade. Zizo continua tocando os negócios da família e também militando na comunidade. Goretinha, Salete e Glória já se aposentaram e continuam militando. Inária acredito que também já se aposentou. Cesar virou servidor público e continua desenvolvendo seus projetos de arquitetura. Sônia virou Professora e continua militando na comunidade. Bel virou Servidora da Justiça e continua militando no movimento de adoção. E eu? Eu depois de andar o mundo continuo fazendo consultoria sobre Planejamento e Desenvolvimento Sustentável e militando onde sou chamado. Enfim, quase todos ainda militando cada um seu espaço que as lutas lhes oportunizaram ou que conseguiram resistir e superar as várias portas que lhes fecharam por medo do novo.
Ainda hoje, caminhando pelas comunidades deste país, encontramos jovens em todos os lugares e espaços tentando furar a bolha e construir algo novo. no entanto, são impedidos pelos “adultos” que se enclausuram nas direções seja em qual espaço for, não permitindo o protagonismo juvenil, mantendo as velhas práticas, velhos métodos, com medo de ser dirigido por alguém que aprendeu com ele próprio e que agora precisa ensinar.
José Claudenor Vermohlen (Zeca), consultor.
MST participa de feira da economia solidária no Paraná
сентября 1, 2017 14:30A feira abrange cerca de onze municípios da região. Serão mais de 200 variedades de produtos a serem comercializados e uma média de 300 variedades de sementes crioulas e mudas frutíferas para a troca.
Neste sábado (2), acontece no município de Laranjeiras do Sul, região centro do Paraná, a 5° edição da Feira Regional da Economia Solidária e Agroecologia (FESA). A atividade contará com a participação de 25 grupos de de assentamentos e acampamentos das áreas de Reforma Agrária, além de grupos de indígenas e quilombolas do estado.
A feira abrange cerca de onze municípios da região. Serão mais de 200 variedades de produtos a serem comercializados e uma média de 300 variedades de sementes crioulas e mudas frutíferas para a troca. Durante o evento também acontecerá oito oficinas temáticas realizadas por parceiros e agricultores, além de diversas apresentações culturais.
Para Leonardo Xavier um dos organizadores da FESA, o evento é muito importante para o desenvolvimento da agroecologia na região.
“A FESA é o principal evento sobre a temática da agroecologia e economia solidária organizado no território de Cantuquiriguaçu. Esse espaço existe para reforçar que a agricultura camponesa é capaz de produzir alimentos para o povo brasileiro e, ao mesmo, tempo cuidar da preservação dos recursos naturais, seja das águas, do solo, das sementes e da biodiversidade”, afirma.
Histórico
A primeira edição da feira aconteceu em maio de 2012, com a participação de cerca de cinco grupos de agroecologia, a segunda ocorreu em abril de 2014 e teve um aumento na participação dos grupos para mais de 10. A terceira edição, em maio de 2015, já contou com mais de 25 grupos e assim mantendo o mesmo número de grupos na quarta edição que ocorreu em maio de 2016.
A quinta edição que esta prestes a acontecer tem a expectativa de manter o mesmo numero de participantes, ou até aumentar este número, mas já com o intuito de continuar crescendo para as próximas edições.
O evento é realizado através de uma parceria do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Capacitação em Agroecologia (CEAGRO), a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e o Núcleo de Luta camponesa, que conta com um grande apoio dos movimentos sociais do campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), além do apoio da prefeitura de Laranjeiras do Sul, EMATER e ENGIE Brasil energia.
Por Jaine Amorin
Da Página do MST
Foto: Joka Madruga/Terra Sem Males
Intercom 2017: Terra Sem Males estará no Congresso Internacional de Comunicação, realizado em Curitiba
августа 31, 2017 10:19Na próxima terça-feira, 05 de setembro, o repórter fotográfico Joka Madruga irá representar o projeto Terra Sem Males no II Fórum de Comunicação e Trabalho, parte da programação do Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom 2017, que completa 40 anos) e será realizado em Curitiba entre os dias 3 e 9 de setembro.
O Fórum é coordenado pelo Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) da ECA/USP e debate, a partir das 14 horas, Liberdade de expressão no trabalho e Trabalho jornalístico na mídia alternativa e independente. Joka Madruga, do Terra Sem Males, divide a bancada com Fernando Pachi (UNIP e CPCT-ECA/USP), Ana Flavia Marques (Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e CPCT – ECA/USP) e Claudia Nonato – (FIAM-FAAm e CPCT-ECA/USP). A mesa terá mediação de João Augusto Moliani (UTFPR e CPCT-ECA/USP).
O debate será na Sede Ecoville da Universidade Positivo (Sala 210, prédio da Pós-graduação).
Acesse aqui a programação completa do Intercom 2017
Oficina de Comunicação Popular
Durante o Intercom 2017, a jornalista Paula Zarth Padilha, do Terra Sem Males, irá ministrar a oficina sobre Comunicação Popular, que tem como enfoque a pesquisa de mestrado da jornalista Vanuza Santos Wistuba, “Tendências da Comunicação Popular no contexto das tecnologias da informação: um estudo de caso do site Terra Sem Males“. O estudo sobre o Terra Sem Males foi a primeira dissertação defendida no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), na linha de pesquisa Estéticas, Modernidade e Estudos Contemporâneos. A oficina será no sábado, 09 de setembro, das 9h às 12h.
Acesse a íntegra da pesquisa aqui
PERFIL | A história do trabalhador que se apaixonou pelo mountain bike
августа 30, 2017 19:08Rafael Vinícius de Andrade, 28 anos, Operador de Logística na Caterpillar, tinha uma vida sedentária, mas foi só comprar sua primeira bike que tudo mudou! E pra melhor…
Você sabe dizer o que Amsterdã e Campo Largo têm em comum? Talvez alguém tente explicar, mas, na verdade, há uma distância cultural quase que incalculável entre as duas cidades. Porém, pode-se fazer um recorte profundo entre um fenômeno que aconteceu na Holanda e um foco de mudança que acontece na cidade que fica na Região Metropolitana de Curitiba.
Explico…
Provavelmente poucos conhecem a história de um movimento contracultural holandês chamado Provos. Ele existiu na década de 1960 (fundado em 25 de maio de 1965 até 13 de maio de 1967). Esse manifesto revolucionário era abrangente e exigia mudanças estruturais em Amsterdã.
Das diversas facetas do Provos, retiro um fragmento que é importante para esta história. Falo do “Plano da Bicicleta Branca”. Um projeto que tinha como objetivo fechar o centro de Amsterdã ao tráfego motorizado. Para isso, era preciso aumentar a demanda de transportes públicos em aproximadamente 40%.
Como alternativa ao aumento da necessidade de transporte gratuito, a proposta do Provos era a aquisição, pelo município, de 20 mil bicicletas brancas. Elas seriam de propriedade pública e ficariam disponíveis para qualquer cidadão.
Na época, o projeto foi rejeitado pelas autoridades.
Não contentes, os militantes decidiram pintar 50 bicicletas de branco e as deixar nas ruas para uso público. A polícia apreendeu as bikes alegando que havia uma infração municipal na ação do Provos. Em Amsterdã, era proibido deixar bicicletas em espaços públicos sem prendê-las com cadeado.
No final das contas as bikes foram devolvidas aos militantes do Provos.
Foi então que eles se superaram.
Em nova ação, os militantes decidiram equipar as bicicletas com cadeados de combinação e colocar a senha pintada na própria bicicleta. A partir daí, qualquer cidadão poderia desprender a bike e usá-la como transporte público.
Bacana, né? Mas onde, afinal, entra Campo Largo nessa história?
Respondo. No amor pela bicicleta.
Rafael Vinícius de Andrade
Quando me lembro deste ‘causo europeu’, logo penso: “nossa, eu não sei o que é mais perigoso: um integrante do Provos enfrentar as autoridades holandesas na década de 60 ou um ciclista campolarguense andar de bike na Av. Padre Natal Pigatto, em Campo Largo!”.
“É preciso ter muito amor pela bike pra andar na Pigatto”, pensei comigo.
E como sei que há um trabalhador da Caterpillar (CAT) na disputa do Campeonato Metropolitano de Mountain Bike (CMMTB), resolvi conversar com Rafael Vinícius de Andrade, de 28 anos, Operador de Logística, sobre o assunto: bike.
A história dele inicia dois anos atrás, em 2015, quando comprou sua primeira bicicleta. O objetivo era usar a bike pra ir trabalhar. “Fui pegando o gosto pelo negócio. No começo peguei uma ‘aro 26’. Depois vi que precisava de uma melhor. Então vendi a primeira e comprei outra. E assim fui melhorando”, explica Rafael.
O trabalhador é natural de Guarapuava, chegou em Campo Largo ainda criança, com toda sua família. Trabalha faz mais de quatro anos na CAT. Sua história se assemelha a diversas biografias. Ele fazia faculdade de Tecnólogo em Logística, na Universidade Tuiuti e teve que trancar os estudos pra continuar a construção da sua casa própria: “a minha intenção é voltar a estudar. Gosto do meu trabalho. Pretendo crescer o máximo possível dentro da fábrica”.
Ei, vamos falar de bike?
Rafael mudou! Passou de uma vida sedentária a fiel competidor de mountain bike. Hoje, fala com naturalidade sobre as melhores opções de aro para uma bike. Mostra, de verdade, paixão sobre assunto: “para mountain bike, o aro 29 ganha em velocidade, rende mais a pedalada e tem buraco que você nem sente; porque o aro é maior e passa mais fácil. Na decida e nas retas também rende mais que o aro 26; já esse, é melhor na subida, é mais leve”. Ele acrescenta ainda que para competir no mountain bike há opções de aros no tamanho 26, 27,5 e 29.
Esse conhecimento sobre bike muito se deve a revolução que Rafael passou nos últimos anos. Não é a toa que hoje participa do Campeonato Metropolitano de Mountain Bike (CMMTB), competição de alto rendimento disputada por atletas de todo Paraná.
Mas tudo começou quando ele adquiriu sua primeira bicicleta. Nessa época, Rafael estava fora de forma. “Eu cheguei a pesar 98 kg. Foi quando comecei a levar a sério a bike. Hoje estou entre 87 e 88 Kg, em pouco menos de dois anos”, explica.
O legal é notar que em pouco tempo o trabalhador passou a participar de outras competições. “No desafio Braves, participei na categoria Open e fiquei em segundo lugar, a frente de outros 12 competidores”, fala orgulhoso. O ‘atleta das pedaladas’ também competiu no Desafio da Cevada, em Bateias – Campo Largo, um desafio de 90 km que ele fez em 6 horas, no meio de muita subida, estrada de chão e pedra solta.
Bike como estilo de vida
Mas usar uma bike é algo que vai além das competições. “Às vezes vou ao trabalho de bike, às vezes não. Eu tento ir, mas falta uma ciclovia, que ajudaria bastante, porque em Campo Largo não tem”, conta o trabalhador. Para ele, outra questão fundamental para aumentar ainda mais o uso de bicicletas como meio de locomoção na cidade é a conscientização: “tem bastante motorista que não respeita. Mesmo sendo lei a obrigatoriedade de andar no mínimo 1,5m do ciclista, tem bastante ônibus que passa “lambendo” você. Tem que ficar esperto”.
Rafael chama atenção para a importância da prevenção: “nunca aconteceu acidente comigo na cidade, mas já vi gente se desequilibrando da bike quando um carro passa muito perto”. Na CAT, onde Rafael trabalha, tem uma ciclovia e um bicicletário, mas ao sair para as vias municipais é preciso tomar cuidado. “Na frente da Caterpillar, por exemplo, tem bastante gente que anda de bike, ali seria bacana uma ciclovia”, sugere.
Até porque, o número de usuários de bike aumentou bastante: “às vezes a gente até brinca que bicicleta virou meio que modinha. Muita gente quer comprar. Na verdade, isso é bom, ajuda muito na saúde. Uma pena que a cidade não acompanhou. Cresceu o número de ciclistas, mas não têm lugares seguros pra andar”, aponta o trabalhador.
Um exemplo é a Av. Padre Natal Pigatto. “A rua é bem apertada. Tem que ter atenção total. A gente anda na cidade, mas é mais seguro pedalar na estrada de chão. Aqui (Campo Largo) é meio ‘complicadão’ pra andar”, completa.
“Eu comecei brincando. Mas aí vai pegando o gosto pelo negócio… No Metropolitano, que é uma competição bem puxada, eu ainda não consegui chegar entre os primeiros. Mas estou em busca. É gostoso quando você completa uma prova. É muito gratificante você saber que no meio de diversas pessoas você consegue completar”
Rafael Vinícius de Andrade.
Assessor para assuntos específicos
Além de melhorar a qualidade de vida, ser um adepto das pedaladas elevou Rafael ao status de “conselheiro para assuntos específicos”. O ciclista da CAT já foi procurado pra assessorar um colega de trabalho na compra do equipamento ideal. Rafael dá o recado: “primeiro de tudo a bike tem que ser do tamanho certo pra pessoa. Pra mim, por exemplo, que tenho 1m84, o quadro tem que ser do tamanho 19 ou 20 (pra não ficar pequeno). Tem a altura certa do quadro pra cada pessoa”.
Na verdade, quem não manja do assunto se complica na hora de fazer uma “boa configuração” na bike. “Tem que pegar um freio bom. Tem o freio mecânico e o hidráulico. O mecânico é aquele com o cabo, o hidráulico é só com o óleo; esse é um freio melhor”, analisa Rafael. Ele também não esconde a preocupação com as questões de segurança: “o capacete é o principal, não pode andar sem. Eu já vi muito acidente na minha frente que se não fosse o capacete ia ser mais grave. Ele é importante na competição e fora dela”.
Mensagem de incentivo
Hoje o atleta das duas rodas conseguiu melhorar sua saúde: “sem pedalar eu era sedentário, às vezes ia jogar uma bola, só que era só aquilo, depois não fazia mais nada”. E nessa mudança de vida, nem tudo foi alegria, houve muito tombo também:
“Em Morretes eu caí. Furou um pneu. Eu estava disputando uma posição. Quando estava passando um adversário, acho que o pneu dianteiro pegou numa pedra um pouco antes da ultrapassagem. Quando vi, o pneu deu uma murchada e quando cheguei numa curva fechada, meu pneu descolou do aro e aí fui pro chão”
Rafael Vinícius de Andrade.
De acordo com Rafael, no ciclismo tem o seguinte ditado: “tem os que já caíram e os que vão cair”. Ele explica que a bike mudou sua vida: “eu tenho mais ânimo hoje em dia. Não fico tão preguiçoso. Fico menos estressado”. O trabalhador também vê na bicicleta uma maneira de melhorar o meio ambiente. “Quanto mais gente deixar o carro em casa e andar de bicicleta, até o meio ambiente agradece. Há tanta poluição! E com a bike, fica uma coisa mais sustentável”.
Foi aí que perguntei: e como ciclista, aonde você quer chegar? – “Quero chegar a ser campeão geral da minha categoria (no Campeonato Metropolitano de Mountain Bike – CMMTB) e fazer um brasileiro de mountain bike”, respondeu. Segundo Rafael, para participar de um campeonato brasileiro, por exemplo, o investimento é alto e foi nessa adversidade financeira que surgiu a ideia de procurar o Sindimovec:
“Eu ia participar do Desafio da Cevada, indo pra Bateias (Campo Largo), aí eu lembrei que o Sindicato tinha patrocinado um torneio de futebol. Então pensei: será que eles ajudam na bike? Vou tentar! O não é garantido. Liguei no Sindicato, mostrei que é um jeito de ajudar o trabalhador fora da empresa, aí, no outro dia, já ligaram dizendo que iam me ajudar”.
Recado: “Quem tiver condição de comprar uma bicicleta, compre. Só de passear, sair de casa e dar uma volta no parque, já é gratificante”.
Além das palavras de incentivo para que as pessoas pratiquem atividade física, fica a dica da viabilização de uma ciclovia em Campo Largo. “Acho que daria pra investir numa ciclovia. Ajudaria toda a população. Um pai passear com o filho e com a família, além de tirar um pouco dos carros das ruas, ajuda no bem estar da cidade”, finaliza Rafael Vinícius de Andrade.
Por Regis Luís Cardoso
Sindimovec
Acesse aqui o perfil do trabalhador Bruno Martins