Ex-Candidatos a prefeito de Curitiba são contra Pacotaço de Greca
июня 14, 2017 11:25Políticos e partidos apontam outras soluções para enfrentar a crise.
O prefeito Rafael Greca (PMN) pode se achar o dono da cidade. Ele tenta impor, junto com a sua base, o pacote de maldades que congela salários dos servidores, plano de carreiras, saca R$ 600 milhões da previdência, além de limitar os investimentos em 70% da receita corrente líquida, o que achataria o serviço público e a prestação de serviços à população em curto prazo. De outro lado, o prefeito não torna transparente quem são os devedores da Prefeitura de Curitiba tampouco quais são as empresas que ele deseja pagar com os recursos retirados do IPMC.
O modelo neoliberal de Greca não encontra apoio nos candidatos a prefeito de Curitiba que disputaram a eleição com ele em 2016. Greca é classificado como “mentiroso”, pois “vendia” uma realidade a população que não seria aplicada. O famoso “vender terreno na lua”. Já é clássico uma propaganda dele dizendo que não ia mexer em nenhum direito dos servidores públicos, principalmente sua previdência. No entanto, essa é a política adotada pelo gestor.
A postura de Greca é criticada pelo ex-prefeito Gustavo Fruet, pelos deputados estaduais Tadeu Veneri e Requião Filho, além de Ney Leprevost, que disputou o segundo turno eleitoral. Gustavo Fruet é um dos principais criticos de Greca. Ele condena a deturpação dos números para justificar o pacotaço. Para Fruet, Greca empurra para frente os problemas da cidade, priorizando os patrocinadores de campanha.

“Pela primeira vez na história a Câmara de Curitiba é cercada para garantir aprovação de projetos do prefeito Rafael Greca. O que está em jogo neste caso é como se constrói uma mentira. Promessas de campanha X projetos na Câmara. Importante lembrar que projetos não mexem só com carreira de servidores, como afirma a atual gestão. Todos serão impactados por reajustes. Lembrando o maior aumento da história da tarifa de ônibus. Ao contrário do que foi prometido na eleição. Pacote não resolve situação. Objetivo é apenas garantir recursos imediatos para investimentos no curto prazo, gerando novo passivo. Mais uma vez, estão armando bomba-relógio para futuras gestões”, alerta.
O deputado estadual Tadeu Veneri é outro a condenar Greca. Ele foi vereador em 1999, quando presidiu uma investigação sobre o IPMC. Na época, alertou que o Instituto estava sendo mal gerido pelos prefeitos da época: Cássio Taniguchi e Greca. “O projeto retira direitos e aumenta valores de impostos e da taxa de lixo. O prefeito quer retirar R$ 600 milhões para pagar as suas promessas de campanha”, destaca. Veneri também cobrou a falta de diálogo neste momento tão delicado: “Vamos parar a degustação de vinhos em Buenos Aires e conversar com os servidores e discutir as medidas com a população”, disparou Veneri.
O PSD, partido de Ney Leprevost, também condena a forma como o pacotaço tem tramitado na Câmara de Vereadores. Na segunda-feira, dia que começou a greve, sua comissão executiva divulgou uma nota em que afirma ser um “estelionato eleitoral” as ações de Greca. O partido também destaca a elevação de impostos e que a sociedade “não suporta mais isso”.

“O PSD Curitiba é contra aumento de impostos, contra taxação de aposentados, contra suspensão de direitos adquiridos pelos servidores municipais e contra qualquer atitude que traga novos ônus à população”, defende a nota.
Já o Partido dos Trabalhadores, em nome do presidente municipal, André Machado, e estadual, Doutor Rosinha, defendeu a greve e a manifestação dos servidores públicos. “A maioria dos vereadores decidiu votar os projetos em regime de urgência, sem diálogo ou respeito aos servidores e à população. A única alternativa aos trabalhadores municipais foi a greve e a ocupação do prédio da Câmara Municipal. O PT e sua vereadora na Capital, Professora Josete, expressam sua solidariedade à luta dos servidores e seus sindicatos e exigem a retirada do pacotaço de tramitação. Não vamos aceitar retrocessos!”.
O deputado estadual Requião Filho também questionou o prefeito. Utilizando o material do Sismuc “Cadê o prefeito que não faz nada”, ele disse “desde que assumiu a prefeitura, ele não cumpriu suas promessas”. Requião disse que a maior obra de Greca não foi lavar as calçadas ou aumentar a tarifa do transporte público em 300% acima da inflação, além da Balada protegida, que atende os bairros ricos de Curitiba. Para o deputado, “promessas fáceis de campanha tornam uma administração séria bem difícil. A gestão Greca é apenas de propaganda”, concluiu.

Sem Fidelidade partidária
Embora partidos como PT, PMDB, PSD, PV e PDT, que disputam a última eleição, estejam contra o pacotaço, nem todos os vereadores seguem a fidelidade partidária. De acordo com mapeamento do Sismuc no site pacotesdogreca.sismuc.org.br, esses políticos estão na base governista e votando contra o direito dos trabalhadores.
O PSD tem Bruno Pessuti e Jairo Marcelino defendendo o pacotaço. Já Filipi Braga Cortes e Professor Euller são contra. Já a chapa de Fruet, do PDT, que tinha o PV como vice, também tem deserções. É o caso de Cristiano Santos (PV), Maria Letícia (PV), Zezinho do Sabará (PDT), Toninho da Farmácia (PDT) e Tito Zeglin (PDT). Todos esses assinaram o regime de urgência para a votação. Marcos Vieira (PDT), decidiu votar contra o pacotaço nessa semana.
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Manoel Ramires
Pinga Fogo
Terra Sem Males
Foto: Joka Madruga/SISMUC
Mais de 100 mulheres presas sem julgamento são libertadas no Paraná
июня 13, 2017 16:12
Um mutirão do Tribunal de Justiça do Paraná na Penitenciária Feminina Piraquara (PFP), na região metropolitana de Curitiba, libertou, na semana passada, 109 presas que ainda não foram julgadas e não precisariam estar confinadas.
Durante o mutirão foram encontrados muitos casos de mulheres que estavam com prazos de custódia excedidos. Em um deles, por exemplo, uma mulher estava presa há mais de seis anos sem julgamento. Segundo o Departamento Penitenciário do Paraná, foi a primeira vez que a PFP recebeu um mutirão para analisar processos das presas provisórias. A unidade foi fundada em 1970.
Se os últimos acontecimentos políticos no país fazem muita gente acreditar que o Judiciário brasileiro está falido, para boa parte dos 622 mil presos do país essa conclusão é bem antiga.
Dados do Ministério da Justiça apontam que mais de 40% da massa carcerária brasileira ainda aguarda julgamento. Em muitos casos, há gente presa há mais tempo do que a sentença que lhe será proferida após uma eventual condenação.
O Brasil possui a quarta maior população carcerária do mundo, ficando atrás apenas dos EUA, China e Rússia. Um número que só cresce. Em 15 anos, subiu em 119%.
Quando observados os números apenas do encarceramento feminino, a situação se agrava. No mesmo período, o número de presas no país aumentou 567%, saindo de 5.601 em 2000 para 37.380 detentas em 2014. Cerca de 30% delas ainda aguardam julgamento, como as 109 que foram soltas na semana passada no Paraná.
As condições dos presídios brasileiros é ainda mais cruel com as mulheres, já que o sistema foi pensado e estruturado para homens. Em 2015, o próprio Conselho Nacional de Justiça admitiu a gravidade na falta de respeito às especificidades de gênero. “Os estabelecimentos penais, as estruturas internas desses espaços e as normas de convivência no cárcere quase nunca estão adaptadas às necessidades da mulher, já que são sempre desenhadas sob perspectiva masculina. O atendimento médico, por exemplo, não é específico. Se já faltam médicos, o que dirá de ginecologistas, como a saúde de uma mulher requer”, declarou o então coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do CNJ, Luís Manfredi, por ocasião da publicação do primeiro levantamento nacional sobre a realidade das mulheres no cárcere, realizado pelo Ministério da Justiça.
Após o mutirão, a Penitenciária Feminina de Piraquara ficou com 234 presas, das quais duas estão grávidas e uma tem um filho de um ano e meio que está com ela na unidade. Estão no mesmo lugar que já chegou a abrigar 20 mulheres com bebês no início do ano.
Por Waleiska Fernandes
Foto: Luiz Silveira/ Agência CNJ
Terra Sem Males
Beto Richa: devolva o que deve
июня 12, 2017 13:51Governador foi condenado por usar verbas públicas em viagem a Paris.
O governador Beto Richa (PSDB) foi obrigado a devolver recursos do pit stop que fez em Paris em 2015. Foram condenados o governador, sua esposa Fernanda Richa e toda a comitiva. O juiz Roger Vinicius Pires de Camargo Oliveira, do Tribunal de Justiça do Paraná, acatou ação popular movida pela “Advocacia Social Bentivenha”.
Na decisão divulgada no dia 8 de junho, o juiz decide que são nulo “os atos administrativos que autorizaram as despesas injustificadas despendidas pelos requeridos e comitiva, arcadas pelo erário público, isto nos dias 10/10/2015 e 11/10/2015 em Paris (França), concernente aos dias que antecederam a missão oficial em comento (China, Rússia e França), condenando os requeridos, pro rata, a restituir os valores irregularmente recebidos e pagos pelos cofres públicos”, ponderou.
Governador Beto Richa foi à China estabelecer contratos bilaterais. Antes fez um pit stop em Paris com recursos públicos.
O juiz Roger Pires ainda considerou imorais os gastos realizados pelo governador. “Conquanto houvesse lei dispondo sobre pagamento de diárias para o fim invocado pelos réus, e, aparentemente, as suas condutas estivessem intrinsecamente em conformidade com aquela norma, são manifestas as dissonâncias nos aspectos externos no que dizem respeito à moralidade administrativa, ou seja, dos ditames de justiça, dignidade, honestidade, lealdade, que deveriam respeitar nas atividades”, sentenciou.
De acordo com notícias da época, o governo do Estado teria gasto cerca de 160 mil reais durante toda a viagem, o que, dividido pelo número de dias (13), dá cerca de 12 mil reais por dia. Dessa forma, considerando que dois desses dias foram “gastos” em Paris, sem ter uma agenda oficial, é possível que se tenha despedido a quantia de 24 mil reais apenas por dessa “parada técnica”.
Para o advogado Ramon Bentivenha, um dos autores da ação, essa decisão é importante por dois aspectos. O primeiro é que poderá representar um divisor de águas no Paraná. Até então, o governador utilizava a máquina pública com finalidades privadas. Já o segundo aspecto “é que a condenação deixa clara a ilegalidade do ato. A partir dessa condenação pretendemos estudar medidas de responsabilização administrativa dos responsáveis pela liberação desses recursos públicos. Um dinheiro que deixou de ir para escolas, saúdes e outras áreas prioritárias. O que Beto Richa gastou em um único final de semana em Paris poderia pagar quase cinco anos de salários de um professor contratado em regime simplificado”, comparou.
Autores da ação:
Ramon Bentivenha
Gisele Ricobom
Xênia Mello
Rodrigo Tomazini
Hugo Simões
Mandi Coelho
Felipe Alejandro
Bernardo Pilotto
Felipe Barreto
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Manoel Ramires
Pinga-fogo
Terra Sem Males
Fotos: Orlando Kissner/ANPr e Divulgação
Câmara Municipal de Curitiba amanhece sitiada e impedindo o acesso dos servidores em greve
июня 12, 2017 9:48BOLETIM DA GREVE | Os sindicatos e os vereadores se reuniram na Câmara Municipal de Curitiba com o vereador Serginho do Posto, presidente da casa, para tratar sobre o acesso ao plenário da Câmara. O Palácio Rio Branco amanheceu cercado por grades para impedir acesso dos servidores municipais contrários ao pacotaço do prefeito Rafael Greca.
Para impedir acesso, o presidente alega que o laudo do Corpo de Bombeiros limita a 80 pessoas. Além disso, os vereadores não querem nem um tipo de manifestação durante os debates da lei.

No entanto, a Câmara Municipal não tem alvará e nem laudo do Corpo dos Bombeiros que confirmem esses números. Além disso,os governistas querem destinar vagas a entidades patronais e associaçõesque não tem relação com a votação. Essa manobra dimuniu as vagas aos municipais.
“Podemos ser autoritários falando manso. Os projetos interessam aos servidores e eles estão sendo impedidos de assistir”, reclama a vereadora Josete.
O presidente Serginho do Posto teme um novo “29 de abril”, quando professores estaduais foram massacrados pelo governo Beto Richa na votação que retirava 2 bilhões de reais do ParanáPrevidência. A “medida preventiva” foi duramente criticada. “Vocês estão criminalizando os servidores. Isso é uma calúnia”, protestam as entidades.

PROJETOS
Os projetos a serem votados na terça-feira congelam salários, plano de carreiras, sacam R$ 600 milhões do IPMC e aumentam alíquota, além da criação da Lei de Responsabilidade Fiscal Municipal que achata os investimentos em serviço público.
Por Manoel Ramires
Foto: Joka Madruga
Terra Sem Males
LP Crônicas musicais | Banco do Brasil Vinho Blues Jazz
июня 9, 2017 18:11As vezes você só quer um gatilho. Não pra sair atirando por aí, mas apenas pra despertar. Sabe aquele lance da explosão, do susto, da adrenalina… é tipo uma mensagem: “fica ligado!”. E parece que foi isso que meu amigo Brutus Martini quis dizer, no sábado passado (03), num dia ensolarado e lindo, lá no Museu do Olho. Lugar, arquitetado por aquele comunista brasileiro, o tal do Oscar Niemeyer.
Lá estava eu, minha companheira Ana, meu amigo Brutus, além de muitas garrafas de vinho, uma multidão de gente espalhada pelo gramado, um monte de cachorros circulando, crianças brincando, fumaça no ar e muita música. Era um festival dedicado ao blues e ao jazz, patrocinado pelo Banco do Brasil.
Foi aí que meu amigo ironizou:
– É engraçado, estamos num lugar projetado por um comunista e umas semanas atrás tinha um monte de fascistas se “manifestando em apoio ao Brasil e ao Moro”; além, obviamente, da “ameaça comunista”….
– hahahahaha… quanta contradição!
– Pois é, meu amigo. Mas as contradições não param por aí. Hoje, por exemplo, é dia de blues e jazz, não é? E eu acho engraçado um banco, com seus lucros exorbitantes… transbordantes, às vezes promover um festival como esse.
– Então… pela lógica, ou pelos meus cálculos (sic), daria pra fazer um festival desses por dia… sem esforço…
– É verdade. Apesar disso, está tudo muito lindo – completou Martini, muito menos Brutus do que o esperado.
Aí enchi o copo da Ana com vinho e o do meu amigo também; além do meu, obviamente, pra brindarmos.
“Vamos brindar a indústria cultural, que promove um show de blues e jazz com o Zeca Baleiro como headliner”, ironizei. O vinho ajudou nas gargalhadas, que tomaram conta do momento.
Já era noite quando rolava o show do Baleiro, aí a Ana falou:
– Onde vamos agora?
Queríamos sair pra outro lugar, até porque as piadas sobre o Zeca ser ou não ser blues ou jazz já haviam se esgotado. A solução mais sensata foi a seguinte:
– Vamos de carro até o meu apartamento, deixamos o carro na garagem e chamamos um Uber – disse Brutus.
Topamos.
O “problema”, já no apartamento, é que minha companheira se confortou no meu colo e apagou. Como tinha mais vinho, os acordados decidiram manter as divagações por ali mesmo…
– O show do Joe Louis Walker foi sensacional… que show foda! Acho uma pena que tanto o blues quanto o jazz, assim como qualquer arte, hoje, não escape das desconstruções da nossa indústria enlatada. As organizações desses festivais sempre cagam no peidar com a eterna e implicante inserção da porra de algum nome mais popularesco. É a necessidade de colocar umas “músicas pra adestrar macaco”, como diria Marcelo Nova…
– É a indústria cultural, né? – completei. Meu amigo Brutus continuou:
– E é uma merda. Ela sorrateiramente deixa pequenas brechas para que o escravo escape da plantação de algodão. Mas são pequenas janelas que o próprio sistema sabe que não se tornarão caminhos da liberdade…
– Acho que é mais ou menos por aí mesmo. Nunca vai ser 100% blues ou jazz um festival como esse.
– Sou como o blues, nesse sentido, nada otimista.
– Por isso colocaram o Zeca. Pro pessoal cantar algo “brasileiro”…
– Mas e se fossem shows mais permanentes, ao invés de procurar alguém pra agradar, poderia revelar mais artistas! Tanto pro blues quanto pro jazz, por exemplo.
– Sim, isso é verdade – concordei e peguei mais vinho.
– Mas que é engraçado um festival financiado por um Banco num parque projetado por um comunista, isso é…
– É contraditório sim, Brutus, mas hoje o que não é? Veja o Blues Etílicos, um dos principais nomes do blues brasileiro, eles poderiam ser o headliner do festival, mas talvez a maior parte da “plateia” não os conheça.
Durante o show do Baleiro houve até uma tentativa de um grito generalizado de “Fora Temer”, infelizmente sem sucesso. O show continuou tranquilo e morno, sem ser blues e sem ser jazz.
– Hoje é assim, você não precisa ser blues ou ser jazz. Pra ser o que se é, é preciso que outro diga que é, mesmo que todos saibam que aquilo não é isso e isso não é aquilo. Entendeu?
– Não, Brutus.
– Ah… sei lá. Mas olha cara, nada contra o Zeca Baleiro.
– É, nada contra.
– Mas que o show foi fraco, isso foi…
– Sim, nem com tanto vinho na cabeça…
– Bem que na hora do show dele o Banco do Brasil poderia ter feito uma PLR surpresa pra república de Curitiba.
– Como assim?
– Uma participação popular de lucros, entende? – nesse momento ultrapassamos a barreira da sanidade. Mas achei engraçado e completei:
– hahahaha… uma redistribuição voluntária de impostos para o povo!
– hehehehe… mais ou menos isso. Sabe que seria mais uma ação afirmativa do sistema capitalista.
– Aé?
– Claro. Imagine você, num show de blues, o Banco do Brasil, representante do sistema e da agenda do mercado financeiro, resolve, de uma forma bizarra e espontânea, distribuir uma grana ao vivo pra nós, meros descendentes de escravos?
– É, mas no Brasil a trilha sonora teria que ser a capoeira.
– Verdade, meu amigo. Mas hoje o negócio é mais globalizado, então, como o blues também é uma música de liberdade, pode passar por trilha sonora da ocasião mencionada…
– hahaha… falou rebuscado agora, ein Brutus? Mas e o Banco do Brasil, como que fica nessa história?
– Boa pergunta.
– Pra mim, continua sendo representante da casa-grande.
– Pra mim também. Eles jogariam umas migalhas pra senzala, agradariam a galera com um pouco de dinheiro e as coisas continuariam como estão.
– Opa, mas a presença do Zeca não representa, de certa forma, exatamente uma maneira de deixar as coisas como estão? Nem blues e nem jazz?
– Será?
– Pode ser que sim.
– Viu, é preciso “ficar ligado” nas entrelinhas.
– É. E eu estou muito embriagado – disse Brutus com uma cara pálida.
– Eu também.
– Eu preciso vomitar.
– Eu não.
Aí meu amigo Brutus Martini foi ao banheiro tentar melhorar. Eu tinha certeza que iria piorar. Nesse intervalo em que conversávamos, a namorada dele havia chegado e ajudou-o.
Nesse tempo, também, após ruídos vindos do Brutus e provocados pelo excesso de suco de uva, a Ana acordou!
Ela me olhou com uma carinha de quem não estava mais com sono e disse:
– Vamos embora?
– Você está bem para dirigir? Eu não estou… – disse “consciente”.
– Sim, estou.
Eu concordei.
Quando saímos, Brutus já estava dormindo, sua namorada foi quem se despediu da gente. No outro dia, ele entrou em contato, pois disse que quando acordou foi fazer café para as visitas e elas (no caso, nós) não estavam mais lá.
E assim acabou mais um final de semana dessa vida que tanto nos exige, que tanto nos cobra e que tanto nos oferece. O blues e o jazz daquele dia me lembrou, com o clima lindo, “a liberdade”, nem que seja financiada por um banco.
Por Regis Luís Cardoso
LP – Crônicas musicais
A foto é oficial do evento
Terra Sem Males
Municipais de Curitiba deflagram greve no dia 12
июня 9, 2017 11:02Trabalhadores param contra congelamento de salários e saques na previdência.
CURITIBA | Os servidores municipais de Curitiba decidiram pela deflagração de greve a partir do dia 12 de junho por tempo indeterminado. A decisão foi colocada em votação na assembleia realizada pelo Sismuc na noite desta quinta-feira(8). Os trabalhadores também organizaram as tarefas do comando de greve, que deve se reunir em grupos e fazer visitas nas regionais da cidade para mobilizar a categoria.
Os projetos encaminhados pelo prefeito Rafael Greca para votação na Câmara dos Vereadores de Curitiba(CMC) – o pacotaço – atingem diretamente mais de 30 mil servidores. Com a justificativa de que é preciso reduzir custos e equilibrar as contas do município, as propostas desagradaram o funcionalismo público. Hoje, em assembleias simultâneas, os sindicatos deliberaram por greve para a mesma data.
“É importante que todas carreiras estejam unidas neste momento. Enquanto estávamos fazendo a nossa assembleia, recebemos a notícia de que servidores de outras categorias também deflagraram greve. Na próxima segunda-feira, todos esses trabalhadores estarão concentrados às 7h – em frente à Câmara dos Vereadores – em grande mobilização para barrar o pacotaço”, convocou Irene.
A categoria também vai lutar para que os projetos não sejam colocados em votação pelos vereadores. Por isso, a pressão sobre os parlamentares permanece. “O Legislativo deve fiscalizar as leis. No entanto, outros interesses têm pautados os vereadores. Não estamos fazendo uma greve por salários ou pautas corporativas, mas para garantir os direitos dos servidores e da população de Curitiba, pois os projetos precisam ser melhores debatidos com o funcionalismo público e com representantes da sociedade civil”, defendeu.
Comando de greve intensifica mobilizações
A greve e as mobilizações nas regionais, que também foram aprovadas nesta noite, têm por objetivo pressionar o prefeito Rafael Greca e os vereadores e impedir a votação dos projetos que fazem parte do pacotaço. Caso sejam aprovadas, as propostas – que já estão tramitando na CMC em regime de urgência – suspendem o pagamento do reajuste dos servidores, que passará a ocorrer apenas em outubro, impedem a efetivação dos planos de carreiras, propõem o aumento de impostos, como o ITBI e a criação da tarifa mensal de lixo desvinculada do IPTU, além de ampliar a alíquota do Instituto de Previdência do Município de Curitiba (IPMC), fundo que administra a aposentadoria dos servidores.
A coordenadora de comunicação do Sismuc, Soraya Zgoda, destacou a importância de mobilização e adesão dos servidores à greve. Ela explicou que a partir de segunda-feira a direção do Sismuc e o comando de greve vão às regionais para fortalecer a luta contra o pacotaço junto a suas categorias de base. “Aprovamos com a categoria que os diretores percorrerão os locais de trabalho para sensibilizar o funcionalismo público da importância desse greve. A nossa estratégia é impedir que nossos direitos – conquistados com muita luta – sejam retirados”, finalizou.
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Andréa Rosendo/Sismuc
Aposentado baleado durante manifestação em Brasília sai da UTI, mas ainda sofre com descaso
июня 8, 2017 16:10O drama do servidor aposentado, que foi vítima da violência policial durante protesto em Brasília
Depois passar 12 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base de Brasília, a maior parte desse tempo respirando com a ajuda de aparelhos, continua sob observação atenta da equipe de cirurgia da instituição o servidor aposentado de Minas Gerais, Carlos Geovani Cirilo, que foi baleado com arma de fogo, durante protesto contra as reformas do governo golpista de Michel Temer no dia 24 de maio.
O estado de saúde do servidor aposentado, de 61 anos, ainda inspira cuidados e embora ele tenha sido transferido na última segunda-feira (5) para uma enfermaria, segundo informações da ASTHEMG – Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais, entidade na qual Cirilo integra a direção do Núcleo dos aposentados, o mineiro encontra dificuldades de falar e sente falta de ar. Por causa da idade, também estão sendo administrados nele remédios para controle da hipertensão e diabetes.
O tratamento de Cirilo está sendo acompanhado de perto por dois filhos e por um enfermeiro da ASTHEMG. Desde que deu entrada no Hospital de Base de Brasília, o servidor aposentado de Minas Gerais passou por procedimentos cirúrgicos para reconstituição da face e da mandíbula inferior, com a fixação de pinos metálicos. Por conta da perda de sangue, hemorragia e dificuldade de alimentação, Cirilo esteve entubado até o último final de semana.
A bala que atingiu seu rosto provocou fratura no maxilar direito, com fragmentação no osso, e também lesionou toda a estrutura muscular dali até a base do crânio. Ela está alojada no assoalho da mandíbula inferior, próxima à coluna. Até o momento, a equipe médica que atende Cirilo em Brasília optou por não retirar o projétil.
A demora do transporte
De acordo com o coordenador da ASTHEMG, Carlos Augusto Martins, a maior dificuldade agora é conseguir transferir o servidor aposentado para Belo Horizonte. “A ideia é trazê-lo para o Hospital João XXIII para que continue os tratamentos perto da família e dos amigos”, disse o coordenador da associação. “Mas isso está dependendo da iniciativa do governo do Distrito Federal que, inclusive, assumiu esse compromisso conosco durante audiência no dia 2 de junho,disse que se responsabilizaria com a transferência assim que fosse possível ”, acrescentou.
A demora na transferência do paciente para Minas está angustiando a família e também os colegas da direção da Associação. “Os dois filhos do Geovani Cirilo que acompanham o tratamento em Brasília, por exemplo, estão longe do trabalho e da família, o que por si só dificulta sua permanência na capital federal”, comentou Martins.
Segundo a direção da ASTHEMG, num primeiro momento, a Associação se prontificou em assegurar o atendimento e os cuidados necessários para garantir a vinda e o acompanhamento da família. Depois, em manter um grupo de militantes em Brasília para fazer todo um levantamento dos aspectos jurídicos em torno da violência contra o dirigente da entidade e que se dedicasse a estudar o ingresso de um processo contra o Estado, para exigir a apuração rigorosa do caso.
Em audiência, a secretária adjunta da Secretaria de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal, Márcia de Alencar, teria manifestado à ASTHEMG as desculpas do governo distrital pelo que chamou de incidente e se colocado à disposição para o que fosse necessário. Entre os compromissos assumidos, o da garantia de que zelaria pela integridade física de Cirilo, disponibilizando a ele o mais adequado tratamento. Também prometeu apoio logístico para a transferência para Minas, logo que autorizada pela equipe médica.
Cirilo vai precisar de transporte apropriado (por terra ou mesmo transporte aéreo) e de uma equipe de profissionais que o acompanhe até Belo Horizonte para repassar as informações e orientações sobre o tratamento aos profissionais que o receberão.
Truculência
No dia seguinte ao massacre que vitimou o servidor aposentado de Minas Gerais (caso mais grave) e outros manifestantes, o secretário da Segurança Pública e Paz Social do Distrito Federal, Edval de Oliveira Novaes Junior, anunciou que os policiais que fizeram uso de arma com munição letal no protesto de Brasília já teriam sido identificados e que um inquérito sobre o caso teria sido aberto. Mas, até o momento, nenhuma outra informação oficial e concreta foi dada à Associação ou à família.
“Para nós, não existe nenhuma dúvida quanto à autoria do disparo que atingiu o servidor aposentado. Tudo confirma que o tiro foi dado por policial”, afirmou Carlos Augusto Martins. Para o coordenador da ASTHEMG, testemunhas próximas de Cirilo, que o viram cair e que o socorreram confirmam que havia um policial atirando no local.
“A tomografia também deixa evidente que o que está alojado no corpo de Geovani Cirilo é um projétil de metal e, portanto, um artefato letal”, disse o coordenador. Há algumas semanas, a sociedade brasileira já havia se indignado diante da truculência de um policial militar em Goiânia. O estudante Mateus Ferreira da Silva sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas depois que um PM deu uma forte pancada em sua cabeça com cassetete da corporação.
Crise institucional
Nos últimos dias, a imprensa internacional é quem tem dado maior atenção ao episódio da violência policial em Brasília, durante os protestos do dia 24 de maio, contra as reformas golpistas de Michel Temer, que retiram direitos sociais e conquistas trabalhistas e previdenciárias históricas do povo brasileiro.
Do final de semana para cá, o que tem repercutido lá fora é um documento assinado por 93 diplomatas brasileiros e 25 oficiais de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (MRE), com críticas ao governo do ilegítimo Michel Temer e em defesa da legitimação do voto popular para o “restabelecimento do pacto democrático no País”. Os diplomatas também se dizem preocupados com o “acirramento da crise social, política e institucional” no Brasil e condenam “qualquer restrição ao livre exercício do direito de manifestação pacífica e democrática” e o “uso da força para reprimir ou inibir manifestações”. O documento é ainda uma resposta à desastrosa nota do Itamaraty, justificando a violenta repressão e tentando se defender das críticas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e do Escritório sul-americano do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH).
A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a ação da PM do DF e também o uso “excessivo de força por parte da Polícia Militar para reprimir protestos e manifestações no Brasil”. Aproveitou para criticar, inclusive, a violência policial nas operações urbanas e nos conflitos agrários.
A crise institucional no Itamaraty denuncia a apropriação indevida da máquina pública pelo governo ilegítimo de Michel Temer, que expropria da diplomacia o papel de política de estado, zeladora dos interesses e soberania da Nação, e faze com que toda a dinâmica de funcionamento do MRE fique refém de pequenos interesses de um grupo político. Relega a diplomacia a uma oportunista e rasteira política de governo.
EM TEMPO
Segundo informações da ASTHEMG, Cirilo chegou esta madrugada em BH. Passa por avaliações dos médicos. Saiu às 14h30 de ontem (07-06 ) de Brasília para BH em ambulância alugada pela ASTHEMG. Ele ficará internado no hospital João XXIII.
Carlos Giovanni está consciente, conversando com dificuldade, se alimentando por sonda, mas já consegue deglutir líquido. A pressão arterial e a glicose estão controladas.
A decisão de trazê-lo foi tomada pela Asthemg e os familiares diante do descaso do governo do Distrito Federal, que havia prometido dar toda assistência necessária e não cumpriu.
Também diante da insegurança, uma vez que policiais à paisana que não se identificaram estavam frequentando o hospital e abordando o Carlos Giovani. Questionavam se ele saberia reconhecer o policial que atirou nele. Uma atitude suspeita, já que o correto seria eles comunicarem previamente para que o advogado acompanhasse. Apesar da ASTHEMG denunciar esta atitude ao Governo e à direção do hospital, nada foi feito.
Por Thea Tavares
Foto: Leonardo
Servidores do Paraná elegem representantes para conselhos da Paranaprevidência
июня 8, 2017 10:46Governo diz que não vai aceitar indicações da categoria. Lei garante que sindicatos apontem seus conselheiros
Por Gustavo Henrique Vidal
Em Plenária Estadual realizada ontem (06), em Curitiba, o FES definiu os nomes dos representantes dos servidores do Estado que serão indicados aos conselhos de Administração e Fiscal da Paranaprevidência (PRPrevi). Além da pauta da previdência, a plenária encaminhou mobilizações quanto a Data Base e a participação na Greve Geral do dia 30 de junho.
A eleição dos conselheiros é uma resposta à interferência do governo no processo de indicação ao conselho de administração. A gestão Beto Richa não quer nomear representantes dos servidores, de acordo com a Lei 18469, de 30 de Abril de 2015, alegando que não pode ter um conselho misto, com atuais e novos conselheiros.
O artigo 10 da Lei regra que: “O Conselho de Administração será integrado por dez Conselheiros efetivos e dez suplentes, todos escolhidos dentre agentes públicos estaduais portadores de diploma universitário”. Nos incisos, estão estabelecidos prazos e a maneira de eleger os conselheiros. Leia mais aqui.
O FES, em reunião com a Secretaria de Administração e Previdência (Seap), deixou claro que não concorda com essa posição do governo e que a indicação dos sindicatos segue o regulamento. O governo, inclusive, já nomeou, seguindo a lei, representantes do Ministério Público, Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa.
Elaine Rodella, representante do SindSaúde e coordenadora da Comissão de Previdência do FES, ressaltou que o processo eleitoral do Fórum é legitimo e cumpriu todos os requisitos para que as entidades indicassem representantes. Rodella reforçou, ainda, a importância do fórum no acompanhamento do trabalho dos conselheiros, durante o mandato, para fortalecer a representação da categoria na PRPrevi.
Após avaliação do histórico da PRPrevi, servidores iniciaram os debates sobre as indicações e aprovaram por unanimidade os 14 servidores. Os nomes foram discutidos nas assembleias dos mais de 20 sindicatos que compõe o FES e apresentados na plenária.
SERVIDORES INDICADOS
1. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
| Servidores ativos |
:: Titulares – José Maria de Oliveira Marques e Marlei Fernandes de Carvalho
:: Suplentes – Manoel Ronaldo Carvalho Paiva e Silvia Eugenia Albertini
| Servidores aposentados |
:: Titular – Vilma Terezinha de Souza Pinto
:: Suplente – Soraia Reda Gilber
2. CONSELHO FISCAL
| Servidores ativos |
:: Titulares – Cristiane Pereira Brito, Eder Adão Rossato e Gracy Kelly Bourscheid
:: Suplentes – Geraldo Carvalho de Oliveira, Paulo Carvalho da Silva e Silvia Regina de Lima Penerotti
| Servidores aposentados |
:: Titular – Ligia Aparecida Cardieri
:: Suplentes – Nelson Martins Garcia
O FES entende que os atuais conselheiros devem cumprir seus mandatos até o último dia. Na hipótese do governo não nomear todos os 14 nomes, o FES não assumirá e entrará com ação judicial para garantir o direito de indicação dos servidores. O mandato dos conselheiros fiscais encerra-se em 30 de julho de 2017. Já dos conselheiros de Administração em 11 de agosto de 2017.
“Não podemos ser contraditórios ao que diz a lei e às defesas históricas do FES. Além da ação judicial o FES convocará, se for necessário, as entidades para acompanhar todas as reuniões do Conselho Fiscal e Conselho de Administração, para fazer o enfrentamento”, garantiu uma das coordenadoras do FES, Marlei Fernandes.
LDO
A Lei de Diretrizes Orçamentárias já está na Assembleia Legislativa e o prazo para votação é até 30 de junho. O FES já propôs as emendas, incluindo, dentre outras coisas a Data Base de 2018. Quando iniciar tramitação em plenário, o Fórum convocará mobilizações de servidores e lotar as galerias no dia da votação. O FES, ainda, buscará que audiências públicas sejam realizadas para discutir o orçamento do Estado.
DATA BASE
A Plenária do FES decidiu que deve ser feita denúncia ao Ministério Público da inconformidade dos dados financeiros apresentados pelo Governo na audiência pública, do dia 31 de maio, quando os números da prestação de contas foram diferentes dos dados oficiais. O mesmo documento será enviado à Assembleia Legislativa e aos deputados estaduais.
GREVE GERAL
Os sindicatos também apontaram, durante a plenária, que os servidores devem aderir à Greve Geral do dia 30 de junho e inserir o debate da Data Base e do calote do governo Beto Richa. Cada entidade vai orientar as categorias para convocar a greve, somando-se a todas as demais trabalhadores.
Que se vá, Greca
июня 8, 2017 9:36O prefeito de Curitiba está tomando um vinho nacional enquanto servidores aprovam greve geral.
Rafael Greca se foi. Partiu para passear em Buenos Aires por quatro dias. Faceiro, deixou seu vice, Eduardo Pimentel, esquentando a cadeira. Formalidade cumprida apenas, uma vez que vice no Brasil é decorativo. Ou era até um tempo atrás.
A cerimônia foi concorrida. Familiares, comissionados, deputados estaduais e os vereadores que dias atrás aprovaram o regime de urgência do pacotaço a pedido de Greca. Digo, a pedido dos próprios vereadores.
Greca se vai no meio do expediente. Mesmo que na outra semana tenha um feriado. E deixa para trás crises como o temporal que alagou Curitiba, mas que ele, como prefeito, não tem nada a ver. Deixa para trás a crise na saúde com falta de medicamentos, filas enormes, aplicativo que não solucionou a demanda e a saída do secretário de Saúde, João Carlos Baracho. Mas ele, novo dono da cidade, como prefeito, não tem que resolver isso.
Greca partiu enquanto em Curitiba os sindicatos realizam assembleias para deflagrar greve contra as medidas de austeridades que só atingem os trabalhadores. Enquanto esses lutam, o prefeito estará tomando um vinho nacional e devorando um bifão de chorizo.
Mas é necessário dar um desconto ao prefeito. Grande exemplo, pediu para ser descontado nos dois dias que falta ao trabalho. Falta justificativa. Motivo: lazer. Enquanto isso, na Câmara Municipal, um dos projetos de lei desconta o vale-alimentação de um mês inteiro do servidor que tiver uma falta não justificativa. Motivo: tirania.
Temer viaja
A propósito, Temer que viaja em jatinho sem dono conhecido, costuma falar com estranhos como Joesley Batista?
Dória deita o cabelo
No popular, significa ir rápido de um lugar ao outro. Caso do prefeito de São Paulo que teve habilitação cassada por multas. Motivo: excesso de velocidade.
Viajou
A movimentação total de passageiros nos aeroportos brasileiros apresentou crescimento de 3,85% em março de 2017. No entanto, no acumulado dos últimos 12 meses (abr./16 – mar./17) a movimentação ainda se encontra 6,68% inferior ao acumulado dos 12 meses anteriores (abr./15 – mar./16). É o que informa relatório da Secretaria Nacional de Aviação Civil.
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Manoel Ramires
Terra Sem Males
Pinga Fogo
Foto: Pedro Ribas/CMC
Vereadores de Curitiba negociam o futuro dos servidores
июня 7, 2017 12:02É tolice achar que os vereadores são inocentes úteis. O que os movia na última gestão e na atual pode ser a sanha por cargos.
Os vereadores de Curitiba estão decidindo o futuro dos servidores municipais no escuro. É difícil acreditar que os 28 parlamentares aprovaram o regime de urgência após três meses de tramitação plenamente convictos de alguma coisa. Isso mais cheira a convencimento fisiológico.

Boa parte dos vereadores que aprovaram a correria na tramitação até ontem – ano passado – eram da bancada governista ou apoiaram o ex-prefeito Gustavo Fruet na eleição. Inclusive o líder do governo, Pier Petruziello, que andava de mãos dadas com o pedetista. E Fruet, semana passada, alertou que o Plano de Recuperação de Greca, também conhecido como Pacote de Maldades, só empurra os problemas para frente, não resolve a crise econômica e ainda piora o atendimento à população. “Adiar o reajuste dos servidores e implementar uma reforma da Previdência liberal não parece ser o caminho adequado”, avaliou. Mesmo assim, os atuais vereadores parecem estar dispostos a dar um tiro no escuro para atender as vontades de Greca. Ou tem certeza de que até o final do ano as contas estarão ajustadas? No plano nacional foi vendida ideia semelhante e o povo brasileiro percebeu que não era bem assim.
Bobo na política
Aprovando o pacotaço, fica a dúvida: foram enganados por Fruet ou estão sendo enganados por Greca, uma vez que os números dos dois não batem? Talvez, o correto seja dizer que se deixaram ser enganados nos dois casos. E quem paga o pato são os servidores e a população.

Toma lá…
É tolice achar que os vereadores são inocentes úteis. O que os movia na última gestão e na atual pode ser a sanha por cargos. Dois belos soldos comissionados dentro da Prefeitura de Curitiba e emendas parlamentares criam a convicção em muito vereador e vereadora de que é necessário “colocar a venda o futuro dos servidores públicos”.
Ninguém mais esconde isso. Ontem (06), o vereador Goura, que não assinou o regime de urgência, colocou o dedo na ferida. “Nós não podemos votar com troca de favores e cargos políticos. A vida do servidor não pode ser trocado por um ou dois cargos no bairro”, revelou.
Da cá.
Outra vereadora que expôs o modelo de convencimento foi Noemia Rocha. Segundo a oposicionista, a Prefeitura de Curitiba não revela, após pedido de informações, quais são os comissionados e se são indicações dos vereadores. O certo é que na prestação de contas do secretário de finanças Vitor Puppi as galerias da Casa estavam repletas de cargos comissionados das regionais e indicados por vereadores.

Mais um bocadinho
Um vereador que vota contra o pacotaço, inclusive, afirmou que seria repreendido perdendo suas duas indicações, mas que honraria a palavra com os servidores públicos. Já outras vereadoras ou mudaram de lado ou saíram do muro a favor do prefeito. Se ganharam cargos, ainda não dá pra afirmar.
Por outro lado, esse pinga fogo recebeu um áudio em que se explica os bastidores do convencimento dos nobres governistas. “Um vereador me disse que a Câmara e os vereadores estão votando o pacotaço porque o prefeito tem dois ou três cargos comissionados na Prefeitura para cada vereador. São pessoas que vocês estão tropeçando por aí. Não ajudam em nada e são C2 (nomenclatura para cargo comissionado)”, expõe o áudio.
Que diferença faz?
Temer dá jantares e distribui ministérios. Greca janta com empresários do transporte e dá cargos comissionados. É assim que se faz política do Brasil. Seja lá em cima, seja aqui por baixo.

Rainha da Inglaterra
Era visível o constragimento do presidente Serginho do Posto durante a sessão que aprovou o regime de urgência. Ele havia empenhado sua palavra que isso não ocorreria, mas foi tratorado pela base governista. A oposição foi solidária. Já o governista Bruno Pessuti destacou que a maioria da Casa define os destinos, não o presidente.
Segue o baile
Se ouvia a todo momento do líder do governo, Pier Petruziello, toda vez que o conflito se acirrava e os servidores condenavam o pacotaço: “segue o baile, segue o baile”. Ele valsou sobre todos, conseguindo aprovar os quatro pedidos com média de 26 votos.
Dom Greca
Autoritário, rei, monarquista. São os adjetivos negativos que passam a colar no prefeito de Curitiba e foram exaustivamente pronunciados por servidores e oposicionistas. Após seis meses de mandato, o prefeito não recebeu os sindicatos, nem com pedido do presidente da casa.
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Manoel Ramires
Pinga-fogo
Terra Sem Males
Fotos: Chico Camargo/CMC