Dilma reduz jornada de trabalhadores com redução de vencimentos
7 de Julho de 2015, 16:01Medida provisória faz o trabalhador perder até 19% do salário durante a adesão ao programa.
Diante do cenário de crise econômica e desemprego com o ajuste fiscal, a presidente Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional uma Medida Provisória que reduz a jornada de trabalhadores com redução de vencimentos. O Programa de Proteção ao Emprego (PPE) é destinado a empresas que estão em dificuldades financeiras e tem a duração de seis meses a um ano. Com o programa, o Governo Federal pretende gastar R$ 100 milhões e manter o emprego de 50 mil trabalhadores.
A adesão ao PPE deve ser feita até 31 de dezembro de 2015. No programa, a redução de jornada pode chegar a 30%. O salário também é reduzido em 30%. Contudo, o Governo deve fazer uma complementação salarial por meio de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Com isso, o salário pode reduzir de 15% (em um exemplo, um trabalhador que ganhe R$ 2,5 mil teria salário rebaixado para R$ 2,125 mil) até 19% (de R$ 8 mil para R$ 6,501). Já para o empresário, a redução de jornada e os custos caem de forma igualitária em 30%.
Para o governo, que subsidia o empresário, a ideia é garantir o emprego: “Queremos estimular a manutenção do emprego”, disse o ministro Miguel Rossetto, da Secretaria Geral da Presidência da República. Posição seguida pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM). “Queremos continuar assegurando que a pauta da classe trabalhadora continue sendo atendida”, comemorou Paulo Cayres, presidente da CNM.
Contudo, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) contesta a Medida Provisória. Para a Central, punem-se os trabalhadores em seus salários e se preserva os ganhos das empresas. “A recente história das relações trabalhistas no país já tem manchas como a criação do banco de horas e do chamado sistema “lay-off”, cujo propósito temos visto na prática: aumentar o lucro das empresas, em detrimento de qualquer tipo de interesse social ou da manutenção de seus funcionários. A CTB e a Fitmetal entendem que a adoção do programa significa mais um retrocesso para a classe trabalhadora”, posicionou a entidade em nota.
Defensiva
O Programa de Proteção ao Emprego do governo Dilma coloca bandeiras históricas da classe trabalhadora na defensiva. Os sindicatos defendem redução de jornada sem redução de vencimentos como medida para estimular o emprego. É o que diz a campanha nacional da CUT “Reduz pra 40 que o Brasil aumenta”. Nela, a PEC 231/95 reivindica a redução de 44 para 40 horas semanais e o aumento das horas extras de 50% para 75%. Contudo, a Proposta ainda aguarda ser colocada na ordem do dia da Câmara dos Deputados, como pediu o deputado Alan Rick (PRB-AC) no último dia 30 de junho (clique aqui).
Contudo, a convenção que se estabelece agora é a redução de jornada com redução de vencimentos para se manter o emprego, como explica o advogado trabalhista Marcelo Veneri: “O governo busca manter o emprego do trabalhador em meio à crise. Só que mais uma vez o faz sem mexer no bolso do patrão, que poderá diminuir a jornada e consequentemente a sua remuneração, com parte da diferença sendo paga pelo próprio trabalhador”, lamenta.
FAT
O Fundo de Amparo ao Trabalhador é composto pelas contribuições para o Programa de Integração Social – PIS. Dentre as funções mais importantes do órgão, estão as de elaborar diretrizes para programas e para alocação de recursos, de acompanhar e avaliar seu impacto social e de propor o aperfeiçoamento da legislação referente às políticas.
Por Manoel Ramires
Terra Sem Males
Porto Velho recebe o IV Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra
7 de Julho de 2015, 14:25De 12 a 17 de julho será realizado na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), em Porto Velho (RO), o IV Congresso Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
O evento irá reunir cerca de mil pessoas de todas as regiões do país, entre agentes de Pastoral, trabalhadores e trabalhadoras rurais, comunidades tradicionais e militantes dos mais diversos movimentos sociais. Com o tema “Faz escuro, mas eu canto” e “Memória, Rebeldia e Esperança dos pobres do campo”, a CPT celebra, também, seus 40 anos nesse ano.
A CPT surgiu em 1975, fruto da indignação de pessoas ligadas à igreja, diante da violação dos direitos de povos indígenas e de comunidades de posseiros que tinham seus territórios invadidos por grandes empresas que se estabeleciam na Amazônia, com o apoio e estímulo dos governos militares, que concediam a elas fartos incentivos fiscais para ali se estabelecerem. E se estabeleciam com a exploração do trabalho de milhares de trabalhadores de outras regiões, que foram submetidos a condições semelhantes à de escravos.
Hoje a situação dos homens e mulheres do campo não é melhor do que naquele tempo. Vive-se um período em que poucas luzes se descortinam no horizonte. Mas, a determinação e a garra permanecem. Por isso foi escolhido como tema/lema do Congresso: “Faz escuro, mas eu canto” e “Memória, Rebeldia e Esperança dos pobres do campo”.
Os Congressos da CPT
A decisão de realizar Congressos foi tomada na assembleia geral da CPT em 1999, no bojo de um processo de avaliação da Pastoral. Nesta oportunidade estabeleceu-se que os Congressos deveriam definir os grandes eixos da ação da CPT e que a maior parte dos participantes deveria ser de trabalhadores e trabalhadoras. Os congressos se tornaram o espaço privilegiado para a CPT ouvir os trabalhadores, suas angústias, a pressão que sofrem e também suas conquistas. Ouvir deles também o que pensam da própria CPT, o que dela esperam. Já se realizaram três Congressos. O primeiro em Bom Jesus da Lapa, Bahia, em 2001; o segundo, em 2005, na Cidade de Goiás e o terceiro, em Montes Claros, Minas Gerais, em 2010.
Informações:
Cristiane Passos (assessoria Equipe de Comunicação do Congresso) – (69) 9368-1171
Acesse todas as informações do Congresso aqui
Fonte: Assessoria de Comunicação do IV Congresso da CPT
Sindicato dos Bancários realiza coletiva e debate sobre o HSBC
7 de Julho de 2015, 12:12O economista, professor e diplomata vem a Curitiba no dia 08 de julho. Coletiva será às 17h00.
No próximo dia 08 de julho, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região promove o debate “A federalização como caminho possível no HSBC”, com o economista, professor e diplomata Adriano Benayon. O evento acontece a partir das 18h30, no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários, e será aberto ao público.
Antes do debate, será realizada uma coletiva de imprensa, para que Benayon possa expor e responder eventuais dúvidas sobre as consequências da saída do HSBC do Brasil e as possibilidades de federalização do banco inglês. A conversa com jornalistas acontece às 17h00, no mesmo local.
Unioeste paga adicional irregular para antropólogo assessor de ruralistas
7 de Julho de 2015, 10:00Durante a reunião do COU (Conselho Universitário) da Unioeste, no dia 02 de julho, em Cascavel-PR, veio à tona um emaranhado de denúncias graves contra um professor e antropólogo do campi de Toledo.
Antonio Pimentel Pontes Filho foi acusado publicamente pelo conselheiro Laerson Vidal Matias, de receber adicional de dedicação exclusiva da universidade enquanto presta consultoria e recebe “por fora”, na empresa Pontes Consultoria e Pesquisa.
“Queremos eleições com participação de mulheres, de negros e jovens”
7 de Julho de 2015, 9:00Militante reconhecido entre o movimento sindical e Gustavo Erwin Kuss, o “Red” participou ativamente da experiência da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) no Paraná durante quase uma década. Agora, os desafios da luta política se ampliam: a luta por uma reforma política com participação popular, o que se expressa na Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, e a construção do Fórum 29 de abril, espaço dos movimentos sociais no Paraná depois do massacre realizado pelo governo Beto Richa.
Nacionalmente, como os movimentos sociais estão vendo o atual quadro da reforma política?
A partir do Plebiscito Popular temos um mandato para nossas organizações continuarem empunhando a bandeira da Constituinte Exclusiva e Soberana, para fazer a mudança do sistema político. Agora a gente se defronta com o avanço dos setores mais reacionários do Congresso Nacional, o Congresso mais conservador desde 1964, que tentam aprovar uma ‘contra-reforma’ que vai à contramão de tudo o que debatemos no processo riquíssimo do Plebiscito Popular. Mas mesmo o que foi aprovado no Congresso por conta das manobras do Eduardo Cunha ainda não está dado. Há problemas. Ele teve dificuldades para fazer os acordos, que acabaram resultando nesses pontos aprovados. Há chance de barrarmos isso. Nossa campanha, agora, é pelo Plebiscito Oficial.
Você poderia elencar quais são os itens de Reforma Política propostos pelos movimentos sociais?
Queremos eleições sem o financiamento empresarial de campanha. Porque quem paga a banda escolhe a música. Nesse modelo de democracia, já dizia o professor Fabio Konder Comparato, com financiamento privado, a soberania não é do povo, que não tem controle sobre o processo democrático. Nós precisamos fortalecer os partidos políticos, os programas e não os nomes, os indivíduos, as personalidades. Daí o voto em lista. Queremos eleições com participação de mulheres, de negros e jovens, que estão subrepresentados no parlamento. Precisamos, por exemplo, de uma nova Constituição que permita a gente destravar as reformas que não fizemos até hoje: as Reformas Agrária, Tributária, Urbana etc. Temos uma Constituição, chamada de “cidadã”, que trouxe avanços. Mas esses avanços da Constituição de 1988 a burguesia brasileira, com o passar do tempo, foi limando e suprimindo.
Você coordenou por anos a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS). Pode fazer um resgate dessa experiência?
Os movimentos sociais têm uma caminhada que remonta ao Fórum Nacional de Luta por Trabalho, Terra, Cidadania e Soberania. Esse Fórum articulou enfrentamentos duríssimos – no âmbito federal contra o governo FHC, e no estado contra o governo Lerner. A campanha contra a venda da Copel, contra as privatizações, etc. Esse fórum vai do final dos anos 1990 e se extingue em 2002. Nesta frente estava toda a esquerda praticamente. Com a eleição do Lula, esta articulação passa a ter outra configuração, alguns setores da esquerda já rompem de imediato com o governo. Não havia concordância com a leitura dos grupos que formam a CMS, que era: elegemos um governo de composição de classes, um governo que não é somente do Partido dos Trabalhadores, e era preciso disputar os rumos dele. Então, cria-se a CMS, com entidades que tinham essa unidade na leitura do que seria o governo Lula. Depois, o governo vai fazendo algumas opções que praticamente desatualizam a leitura sobre a disputa, principalmente na questão agrária, na qual a opção do agronegócio foi clara.
A partir das lutas e do momento político polarizado, novos espaços de organização podem ser criados?
Já em 2013, começa a se configurar uma nova articulação. Antes das jornadas de junho, os movimentos se organizam na plenária dos movimentos sociais, com reuniões em São Paulo. O debate era: chegamos a quase doze anos de governos encabeçados pelo PT, avançamos na melhoria das condições de vida da população, mas não enfrentamos o que precisamos enfrentar. Como saímos dessa sinuca e paramos de patinar? Como enfrentar os banqueiros, os setores da burguesia brasileira no campo e na cidade? No meio do caminho, estouram as manifestações de rua a partir de uma pauta justa do transporte coletivo, seguida de outras reivindicações importantes, no campo da Saúde, da Educação, enfim. Alguns setores da esquerda partidária, sobretudo no PT, não enxergam naquilo uma oportunidade de voltar a se organizar junto com o povo, não conseguem entender aquilo. Os movimentos sociais também não entendem muito bem. Nisso, Dilma faz a proposta da reforma política – imediatamente sabotada, dentro do próprio governo. Mas há uma nova articulação de movimentos e sindicatos.
E no Paraná? Pode falar sobre a criação do Fórum 29 de abril?
Já no Paraná, criamos o Fórum de Lutas 29 de Abril, numa plenária ocorrida depois da mobilização contra o ajuste fiscal, a terceirização e o governo Beto Richa, responsável pelo brutal ataque contra os trabalhadores em educação naquela data. As trabalhadoras e trabalhadores em educação mostraram que é possível resistir – mesmo em condições bastante adversas. A resistência e a unidade são o caminho. Precisamos entender que não há saída só em determinada categoria ou determinado segmento. É preciso que a gente tire as lições que precisamos tirar desse processo, reflita sobre o que aconteceu e saia com acúmulo político e organizativo.
Por Paula Zarth Padilha e Pedro Carrano
Terra Sem Males / Jornal do Sismuc
Campanha dos jornalistas não defende apenas salário
7 de Julho de 2015, 8:00Com início da campanha salarial, Sindijor defende avanço em questões sociais e de segurança
A primeira rodada de negociação da campanha salarial entre o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná e os representantes das empresas de comunicação acontece nesta terça-feira, dia 07 de julho.
De acordo com o presidente do Sindijor-PR, Gustavo Henrique Vidal, já na primeira negociação o objetivo é definir o reajuste salarial, para que outros temas sejam aprofundados. “O foco não deve ser apenas financeiro. Existem outras reivindicações que nos garantem melhor qualidade de vida e que precisam ser defendidas por todos os jornalistas”, resume o dirigente.
Entre os pontos presentes na minuta de reivindicações encaminhada aos patrões, o Sindijor destaca que dará prioridade ao debate sobre manutenção de todos direitos previstos na CCT; vale-alimentação; liberdade sindical; combate ao assédio moral; equipamentos de segurança; licença paternidade de 180 dias; e auxílio-creche para crianças até 6 anos.
“Ter um bom salário é importante, mas poder trabalhar num local estruturado, arejado e de boa convivência é fundamental para manter a saúde em dia. Sabemos que nosso estado mental é importante para a nossa função e ter tranquilidade no trabalho é tão indispensável quanto receber aumento de salário”, defende Gustavo.
O presidente do Sindijor também destaca a importância de combater o assédio moral e de exigir os equipamentos de segurança para o exercício da profissão. “Focamos no fim do assédio moral. É um mal que todos enxergam na redação, mas poucas pessoas, por medo ou intimidação, têm coragem de denunciar. Vamos combater essa perseguição econômica, da ameaça ao emprego de jornalistas para que trabalhem como desejam chefes e empresários. Nossa luta não é por dinheiro. Exigimos respeito e valorização”.
A segunda manifestação contra perseguições aos jornalistas paranaenses acontecerá no próximo sábado (11) às 10h na Boca Maldita em Curitiba. Todos convidados, jornalistas ou não. Clique na imagem acima para confirmar presença ou ter outras informações sobre o ato.
Confira entrevista exclusiva com o presidente do Sindijor-PR.
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males
Executiva Nacional do PSDB é formada por apenas 25% de mulheres
6 de Julho de 2015, 18:27Diretório tem apenas um negro e dos sete vice-presidentes, apenas uma é mulher.
Manoel Ramires e Pedro Carrano, Terra Sem Males
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) elegeu no último fim de semana seu Diretório Nacional no 12º Congresso Nacional, em Brasília. Dos 32 cargos preenchidos (incluindo o presidente de honra Fernando Henrique Cardoso), apenas oito são ocupados por mulheres. Ou seja, 25% dos cargos. Destes números, os tucanos elegeram apenas uma mulher na vice-presidência. O partido é omisso com relação ao percentual mínimo de 30% de mulheres em postos de comando, como foi debatido recentemente no Congresso Nacional.
Os cargos ocupados na Executiva Nacional do PSDB tem “baixa influência” de mulheres. Apenas a deputada Mariana Carvalho de Moraes ocupa a vice-presidência. Os outros seis vice-presidentes são homens. Já a deputada Thelma de Oliveira aparece como tesoureira-adjunta, abaixo do tesoureiro, o deputado Rodrigo de Castro. As demais seis mulheres estão nas vogais do partido ou configuram como suplentes. Dessas dirigentes, apenas Luislinda Valois é negra (aliás, o único negro na direção do partido). Para se comparar, o Partido dos Trabalhadores têm 23 membros na Executiva Nacional, sendo nove mulheres, ou 34%.
O estatuto do PSDB é omisso na paridade de gênero e de percentagem de mulheres na direção do partido. A única menção em números trata dos recursos e patrimônio: “na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, observado o mínimo de 5% (cinco por cento) do total, devendo a aplicação obedecer a critérios definidos em resolução pela Comissão Executiva Nacional”, estabelece.
Baixa representação
O PSDB reproduz a baixa representação de mulheres na política. Para se ter uma ideia, no Congresso Nacional, das 513 cadeiras, apenas 51 são ocupadas por mulheres. Isso representa 9,94%. Já no Paraná, das 54 vagas, somente quatro são ocupadas por mulheres.
O PSDB Mulher foi alvo de polêmica recentemente. Isso porque a página destinada a elas traz receitas de comida. Para o partido, a polêmica é falsa, pois o partido também defende bandeiras femininas. “Nossa luta pelo fim da violência, discriminação e preconceito – como esse – é muito maior do que a simples e saudável troca de receita em nosso site”, justificou Thelma de Oliveira, que foi eleita secretária-adjunta.
Sem cota racial
Embora tenha criado o “Tucanafro”, que seria o setor do partido de organização do debate racial, o PSDB reserva apenas a última vaga da lista da Executiva Nacional para uma militante negra. De 31 dirigentes mais o presidente de honra, apenas a juíza Luislinda Valois é negra e tem atuação no debate de inclusão racial. Ela figura na lista de suplência da executiva do partido.
Mulheres no PSDB
Deputada Mariana Carvalho de Moraes
Thelma de Oliveira
Rita Camata
Yeda Crusius
Deputada Geovania de Sá
Terezinha Nunes
Nancy Thame
Luislinda Valois
Debate: A federalização como caminho possível no HSBC
6 de Julho de 2015, 17:14No próximo dia 08 de julho, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região promove o debate “A federalização como caminho possível no HSBC”, com o economista, professor e diplomata Adriano Benayon. O evento acontece a partir das 18h30, no Espaço Cultural e Esportivo dos Bancários.
Os donos da Prefeitura
6 de Julho de 2015, 15:48Ainda em 9 de fevereiro de 2015, por meio da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), o vereador Chicarelli fez um pedido de informações à Prefeitura. “Em uma tabela com data, nome da empresa, valores e contrato, solicito quais são os 100 maiores credores da Prefeitura Municipal de Curitiba até a presente data”, dizia o pedido. A resposta veio incompleta.
No dia 19 de março, o prefeito Gustavo Fruet respondeu, via Ofício nº 279-EM/GTL, enviando uma lista contendo apenas o nome dos 100 maiores credores/fornecedores do município e um valor total de R$ 927,7 milhões. Mesmo sem todas as informações solicitadas, é possível destacar algumas empresas listadas.
Jornalistas do Paraná têm primeira negociação da campanha salarial nesta terça (07)
6 de Julho de 2015, 13:07Sindijor-PR aposta na luta por mais conquistas e pela segurança dos profissionais
Gustavo Henrique Vidal, diretor-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná. Foto: Joka Madruga
As negociações da campanha salarial dos jornalistas do Paraná com as entidades patronais começam nesta terça-feira, 07 de julho, em Curitiba. O Terra Sem Males entrevistou, com exclusividade, o presidente da entidade, Gustavo Henrique Vidal.
De acordo com o dirigente, neste ano a prioridade será garantir o reajuste de salário e aprofundar as negociações pela garantia de equipamentos de segurança no exercício da profissão, combate ao assédio das chefias e à pressão nas redações, além de garantir o acesso e liberação de dirigentes sindicais para atuação junto à base.
Confira a entrevista completa:
Terra Sem Males – Qual a pauta da primeira mesa de negociação do dia 07 de julho?
Gustavo Henrique Vidal – Os sindicatos dos trabalhadores esperam que os representantes das empresas apresentem respostas ao conjunto de reivindicações dos jornalistas, todas que foram protocoladas no inicio de maio.
No entanto, é pauta indispensável garantir a data-base, já que não temos lei que nos dê o direito a receber a reposição da inflação, inclusive, com retroativos até 1º de maio. Normalmente este item não gera impasse na negociação. Será nossa primeira ação nesta reunião: garantir o reajuste salarial.
Além da pauta financeira, quais são os pontos mais importantes que serão negociados com os representantes patronais?
Historicamente defendemos a inclusão na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) a garantia, por parte das empresas, de materiais de segurança aos profissionais. No dia 29 de Abril, quando o governo do estado reprimiu violentamente os servidores públicos em greve, 10 profissionais da imprensa foram feridos por balas de borracha e bombas de gás de pimenta e lacrimogênio. Encontrei jornalistas utilizando materiais particulares durante a ação policial. Isso deveria ser obrigação da empresa em fornecer.
O SindijorPR também quer que as empresa apliquem políticas para combater o assédio moral e sexual nas redações e locais de trabalho. Não é de hoje o abuso cometido por chefes sobre jornalistas. Vários casos são investigados pelo Sindicato anualmente e essa prática precisa ter um fim. É prejudicial para a categoria e também à empresa, já que o jornalista, pressionado e humilhado, passa a produzir menos. A obrigação da empresa é impedir que o assédio aconteça. Por isso defendemos programas para inibir a prática.
Neste ano também propomos algumas demandas sindicais, como o direito dos diretores terem acesso às redações e a liberação de mais jornalistas para o sindicato. A maioria das empresas não nos impede de entrar, mas tivemos casos constrangedores de prática antissindical que vamos resolver garantindo na CCT. Também defendemos o aumento das horas de liberação para participação dos jornalistas nas atividades do SindijorPR, como assembleias, plenárias, seminários e congressos estadual e nacional.
Como foi o planejamento para a campanha salarial antes do início das negociações?
No final de 2014 antecipamos o planejamento da campanha salarial devido ao acumulo com outras ações do sindicato, como as eleições de abril. Foram realizadas algumas atividades na capital e interior para preparar as reivindicações.
Em fevereiro, um seminário reuniu os quatros sindicatos de jornalistas da Região Sul para unificar algumas lutas e preparar as pautas locais, de cada estado. Desta atividade, a Direção do SindijorPR convocou uma Plenária, em Curitiba, no mês de março, para discutir com os jornalistas quais seriam as nossas pautas.
Durante este debate coletivo foram apontadas as prioridades da campanha salarial de 2015, que foram protocoladas em maio e começam a ser discutidas agora com as empresas.
Acesse aqui a proposta dos jornalistas para a CCT que foi entregue aos patrões.
No interior, os jornalistas também se mobilizam. Na imagem os companheiros de Cascavel-PR. Foto: Madson de Oliveira
Quais suas expectativas para a primeira reunião?
Espero mudança na postura dos sindicatos patronais. Não cabe mais o ataque aos direitos dos jornalistas, rechaçado seguidamente pela categoria sempre que apresentado pelos empresários (como a proposta de diminuição e diferenciação dos pisos salariais, apresentado pelos sindicatos patronais em anos anteriores e recusados pela categoria). Caso contrário, não vejo outra forma de iniciar as negociações senão enfrentando a intransigência patronal.
Desta vez, no entanto, não levaremos retirada de direitos para assembleia. Não faremos o debate sobre redução do piso salarial ou congelamento do anuênio, caso eles insistam. Essas discussões estão vencidas. Só apresentaremos aos jornalistas propostas concretas de renovação da CCT.
Todos os anos os empresários lamentam a situação financeira, tanto do estado como de rádios, televisões e jornais. No dia 07 não será diferente. Certamente justificarão que o estado aumentou impostos, o que gerou mais custos para eles. Engraçado que eles alegam isso todos os anos, como se o custo de vida não fosse repassado aos jornalistas, que nesse caso são os mais prejudicados, já que recebem pouco mais de três salários mínimos.
O que os jornalistas paranaenses podem esperar dessa campanha salarial?
Da parte do SindijorPR podem ter a certeza de que não perderão direito algum. Não aceitaremos retrocesso, isso eu garanto.
Quais são as estratégias de mobilização em caso de negativa das reivindicações?
As ações são definidas conforme caminham as negociações. Um equívoco que sempre é cometido no meu entendimento, enquanto diretor de um sindicato, são as mobilizações defensivas: nos unimos contra a redução do piso e não pelo aumento real. Basta verificar os últimos anos: nos defendemos para manter o que já temos. É uma forma errada de utilizar a nossa força.
Nossas mobilizações, vamos propor isso, precisam ser ofensivas, para avançar. Temos que nos mobilizar conta o assédio moral, contra a precarização das relações trabalhistas ou mesmo pelo reajuste. Que jornalista não quer vale alimentação?
Já passou o tempo dos jornalistas se identificarem como trabalhadores e saberem o tamanho da sua força enquanto classe, que briga e conquista. Mas só juntos avançarão. A consciência de classe é que nos fortalece e quanto mais isso for compreendido, mais força o SindijorPR terá nas negociações.
A luta é por mais direitos e não somente para manter o que já temos.
Com a data-base vencida, até quando os jornalistas podem esperar pelo reajuste e demais melhorias?
Não há prazo definido. Em 2010, por exemplo, foram 9 meses de negociação que culminaram no ganho real de salário depois de 14 anos. No ano passado, em quatro meses conquistamos a regulamentação do estágio na CCT.
A segunda manifestação contra perseguições aos jornalistas paranaenses acontecerá no próximo sábado (11) às 10h na Boca Maldita em Curitiba. Todos convidados, jornalistas ou não. Clique na imagem acima para confirmar presença ou ter outras informações sobre o ato.
Por Paula Zarth Padilha
Terra Sem Males