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TV Cidade Livre

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Portal da TV Cidade Livre, a TV Comunitária de Brasília, Capital Federal do Brasil


Lula defende democratização da mídia e aprofundamento das transformações sociais

17 de Maio de 2014, 21:21, por Souza - 0sem comentários ainda


Durante o diálogo entre Lula e os participantes do 4º Encontro de Blogueir@s Progressistas e Ativistas Digitais, que acontece em São Paulo entre esta sexta (16) e domingo, o ex-presidente falou sobre a necessidade da criação de um marco regulatório da comunicação no país, além de os desafios da esquerda brasileira para aprofundar as transformações por quais o país passa há 12 anos.

Logo de início, Lula disse que ficou “deprimido” com violência que a grande imprensa tratou os blogueiros depois que concedeu entrevista coletiva para blogueiros e jornalistas da mídia alternativa, em abril deste ano.“Eles não gostam, mas eu tenho o direito de dar entrevista para quem eu quero, quando eu quero, na hora que eu quero. Sou livre e o meu compromisso é fazer um país melhor para o meu povo”, afirmou o presidente.

Em sua intervenção, Lula listou os avanços da regulamentação da comunicação em diversas regiões do planeta – da Inglaterra de Elizabeth II e de países como Estados Unidos e França até a Argentina de Cristina Kirchner, o Equador de Rafael Correa e o Uruguai de Pepe Mujica.
De acordo com ele, a necessidade de fiscalizar a atuação dos meios de comunicação e construir mecanismos que promovam a pluralidade e a diversidade na mídia é um consenso em praticamente todas as sociedades democráticas e transcende a questão da polarização do espectro político entre esquerda e direita. O Brasil, destaca, está atrasado neste debate.

“Vejam, eu continuo o mesmo 'Lulinha paz e amor', não mudei, mas viajo o mundo inteiro e tenho notado um comportamento de certos meios de comunicação que ou repetem parte das coisas ditas pela grande imprensa daqui, fazendo uma verdadeira guerra quase que comercial com o Brasil, tentando mostrar que neste país está tudo desandado, que nada está dando certo, que o governo é estatista e que nada funciona. Então, eu gostaria de perguntar qual é a lógica de vocês [da grande mídia]”, falou Lula.

Fazendo comparação com a situação econômica nacional, ele questiona qual país do famigerado G-20 está melhor que o Brasil e localizou a crítica explicando que enquanto a Europa perdeu 64 milhões de postos de trabalho, o governo brasileiro criou, no mesmo período, mais de 10 milhões de novos empregos.
“É óbvio que precisamos aprofundar as transformações”, pondera. “O pobre da periferia que se formou na universidade não deve nos agradecer, o agradecimento deste estudante foi sua própria formação. Agora, formado, informado e instruído, ele tem de querer mais – e nós temos que discutir política, nunca negá-la. Sabemos muito bem ao que leva a negação da política: Hitler, Mussolini e as ditaduras na América Latina são alguns exemplos”.
Davi e Golias midiático
Lula se comprometeu com a pauta da regulação dos meios de comunicação e disse que em todas as entrevistas que der, “seja para grande, médio ou pequeno veículo de comunicação”, colocará o tema como prioridade.

“Estamos ganhando espaço para fazer o debate sobre o marco regulatório da comunicação. Há três meses a gente achava que não aprovaria o Marco Civil da Internet e nós conseguimos. Está na hora de fazermos um debate maduro sobre a regulação da mídia, porque no tempo em que foi feita a nossa lei, em 1962, nós tínhamos mais 'televizinhos' do que televisor”, defendeu, parafraseando o ex-ministro das Comunicações Franklin Martins.


O ex-dirigente metalúrgico disse ainda que é preciso entender melhor “esse meio” chamado Internet e que a realidade atual é que temos milhares de cidadãos jornalistas tentando interagir, informar e serem informados, e não somente ler ou ouvir. “Não somente o meu, mas todos os partidos de esquerda devem tentar entender melhor a relação da política com a Internet, pois ela é fundamental para o debate democrático”, afirma.

Por fim, Lula exaltou o movimento dos blogueiros, que trouxeram oxigenação para a “mesmice” da política e do monopólio midiático. “É uma luta ainda mais dura do que foi Davi contra Golias, porque vocês [blogueiros e ativistas digitais] não têm pedras na mão para atirar e derrubá-los. Mas mesmo assim constroem um movimento importantíssimo para a política e para a mídia brasileira”. Segundo Lula, com muita luta, a batalha poderá, sim, ser vencida pelos que defendem, de fato e não somente no discurso, a bandeira da liberdade de expressão.
Clique AQUI para assistir o evento ao vivo e AQUI para horários e programação.
do  Barão de Itararé 

BlogueDoSouza - Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.



Lula confirma presença no IV BlogProg

14 de Maio de 2014, 12:15, por Bertoni - 0sem comentários ainda

 Por Altamiro Borges

O ex-presidente Lula estará presente no IV Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, que ocorrerá nos dias 16, 17 e 18 de maio em São Paulo. Sua participação foi confirmada pela assessoria do Instituto Lula nesta quinta-feira. Logo na manhã de sexta-feira (16), o ex-presidente deverá tratar de vários temas, como o papel da mídia tradicional, as eleições de 2014 e a importância do ativismo digital. A decisão de convidá-lo foi tomada pela comissão nacional do movimento dos "blogueiros progressistas" - nascido em agosto de 2010 e também batizado de "BlogProg".

Diante das manipulações da mídia monopolizada, o ex-presidente tem dado grande importância aos que atuam na internet. Ainda no exercício do cargo e em pleno Palácio do Planalto, ele concedeu a primeira entrevista coletiva na história do Brasil a um grupo de blogueiros, em novembro de 2010, o que gerou raivosa reação dos barões da mídia. Em junho de 2011, Lula participou do II Encontro Nacional dos Blogueiros, em Brasília. Em abril passado, o ex-presidente voltou a falar com os blogueiros, numa segunda entrevista coletiva que também gerou violenta reação da velha mídia.

Maiores informações sobre o IV BlogProg no site do Encontro http://blogprog.com.br



Democratização da Comunicação: Lula analisa as manchetes e desmascara manipulação da mídia

14 de Maio de 2014, 10:59, por Souza - 0sem comentários ainda


DISCURSO DE LULA NO 2º CONGRESSO DOS DIÁRIOS DO INTERIOR
via Nina Santos, do Instituto Lula

É sempre um prazer dialogar com os jornalistas e empresários da imprensa regional brasileira. Por isso agradeço o convite da Associação dos Diários do Interior do Brasil para participar desse Congresso.
Vocês acompanharam as transformações que ocorreram no Brasil nesses 11 anos e que beneficiaram o conjunto do país, não apenas os privilegiados de sempre ou as grandes capitais.
Sabem exatamente como essa mudança chegou às cidades médias e aos mais distantes municípios.
O Brasil antigo, até 2002, era um país governado para apenas um terço dos brasileiros, que viviam principalmente nas capitais. A grande maioria da população estava condenada a ficar com as migalhas; excluída do processo econômico e dos serviços públicos, sofrendo com o desemprego, a pobreza e a fome.
Os que governavam antes de nós diziam que era preciso esperar o país crescer, para só depois distribuir a riqueza. Mas nem o país crescia o necessário nem se distribuía a riqueza.
Nós invertemos essa lógica perversa, adotando um modelo de desenvolvimento com inclusão social. Criamos o Fome Zero e o Bolsa Família, que hoje é um exemplo de combate à pobreza em muito países.
Adotamos uma política de valorização permanente do salário e de expansão do crédito, que despertaram a força do mercado interno, e ao mesmo tempo garantimos a estabilidade, controlando a inflação e reduzindo a dívida pública.
O resultado vocês conhecem: 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, 42 milhões alcançaram a classe média e mais de 20 milhões de empregos foram criados.
O Brasil não é mais um país acanhado e vulnerável. Não é mais o país que seguia como um cordeirinho a política externa ditada de fora. Não é só o país do futebol e do carnaval, embora tenhamos orgulho da alegria e do talento do nosso povo.
O Brasil tornou-se um competidor global – e isso incomoda muita gente, contraria interesses poderosos.
A imprensa cumpre o importante papel de traduzir essa nova realidade para a população. E isso não se faz sem uma imprensa regional fortalecida, voltada para aquela grande parcela do país que não aparece nas redes de TV.
Todo governo democrático tem a obrigação de prestar contas de seus atos à sociedade. E tem obrigação de divulgar os serviços públicos à disposição da população.
A publicidade oficial é o instrumento dessa divulgação, que se faz em parceria com os veículos de imprensa – desde a maior rede nacional até os jornais do interior profundo do país.
Uma das mudanças mais importantes que fizemos nestes 11 anos foi democratizar o critério de programação da publicidade oficial.
Quero recordar que esta medida encontrou muito mais resistências do que poderíamos imaginar, embora ela tenha sido muito importante para aumentar a eficiência da comunicação de governo.
Essa medida foi também uma questão de justiça, para reconhecer a importância do interior no desenvolvimento do Brasil.
Quando o companheiro Luiz Gushiken, que era o ministro da Secom em meu primeiro mandato, começou a democratizar a publicidade oficial, muita gente foi contra.
As agências de publicidade, os programadores de mídia e os representantes dos grandes veículos achavam que era uma mudança desnecessária.
Reclamaram quando o Luiz Dulci incluiu a imprensa regional na programação de publicidade do governo federal.
E reclamaram ainda mais quando o Franklin Martins aprofundou a política de democratização da publicidade, abrangendo as empresas estatais.
Diziam que para falar com o Brasil bastava anunciar nos jornais de circulação nacional e nas redes de rádio e TV.
Hoje é fácil ver como estavam errados, pois a imprensa regional está cada vez mais forte. São 380 diários que circulam 4 milhões de exemplares por dia, de acordo com os dados da ADI-Brasil.
Isso ocorre porque temos políticas que levam progresso e inclusão social ao interior do país.
De cada 3 empregos criados no ano passado, 2 se encontram em cidades do interior e apenas 1 nas regiões metropolitanas.
Nunca antes o governo federal investiu tanto no desenvolvimento regional, para combater desequilíbrios injustos e injustificáveis.
Nunca antes a relação entre o governo federal, os Estados e as prefeituras foi tão republicana quanto nestes 11 anos.
E são jornais do interior – e não os veículos nacionais – que traduzem essa realidade.
Quando chegamos ao governo, a publicidade oficial era veiculada em anunciava em 249 rádios e jornais. Em 2009, o governo federal já estava anunciando em 4.692 rádios e jornais de todo o país.
Meus amigos, minhas amigas
Pediram-me para contar aqui uma experiência com a imprensa regional no período em que fui presidente da República. Vou contar o que aprendi comparando a cobertura da imprensa regional com a que fazem os grandes jornais.
Quando o Luz Pra Todos chega numa localidade rural ou numa periferia pobre, está melhorando a vida daquelas pessoas e gerando empregos. Isso é uma notícia importante para os jornais da região.

Os grandes jornais nunca deram valor ao Luz Pra Todos, mas quando o programa superou todas as expectativas e alcançou 15 milhões de brasileiros, um desse jornais deu na primeira página: “1 milhão de brasileiros ainda vivem sem luz”. Está publicado, não é invenção.
Onde é que estava esse grande jornal quando 16 milhões de brasileiros não tinham luz?
Quando chega o momento de plantar a próxima safra, são os jornais regionais que informam sobre as datas, os prazos, os juros e as condições de financiamento nas agências bancárias locais.
Mas na hora de informar à sociedade que em 11 anos o crédito agrícola passou de R$ 30 bilhões para R$ 157 bilhões, o que a gente lê num grande jornal é que a inflação pode aumentar porque o governo está expandindo o crédito.
Quando uma agência bancária da sua cidade recebe uma linha do BNDES pra financiar a compra de tratores e veículos pelo Mais Alimentos, vocês sabem que isso aumenta a produtividade e aquece o comércio local. É uma boa notícia.
Mas quando o programa bate o recorde de 60 mil tratores e 50 mil veículos financiados, a notícia em alguns jornais é que o governo “está pressionando a dívida interna bruta”.
Quando nasce um novo bairro na cidade, construído pelo Minha Casa Minha Vida, essa é uma notícia local muito importante.
Mas um programa que contratou 3 milhões de unidades, e já entregou mais da metade, só aparece na TV e nos grandes jornais se eles encontram uma casa com goteira ou um caso qualquer de desvio.
Quando o governo federal inaugura um hospital regional, isso é manchete nos jornais de todas as cidades daquela região. O mesmo acontece quando chega o SAMU ou um posto do Brasil Sorridente.
Mas lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo das quase 300 UPAs, 3 mil ambulâncias do SAMU e mais de mil consultórios odontológicos que foram abertos por todo o país nestes 11 anos.
A maior cobertura de políticas públicas que os grandes jornais fizeram, nesse período, foi para apoiar o fim da CPMF, que tirou R$ 50 bilhões anuais do orçamento da Saúde.
Quando sua cidade recebe profissionais do Mais Médicos, vocês sabem o que isso representa para os que estavam desatendidos. Vão entrevistar os médicos, apresentá-los à população.
Mas quando 15 mil profissionais vão atender 50 milhões de pessoas no interior do país, a imprensa nacional só fala daquela senhora que abandonou o programa por razões políticas, ou daquele médico que foi falsamente acusado de errar numa receita.
Quando um novo câmpus universitário é aberto numa cidade, os jornais da região dão matérias sobre os novos cursos, as vagas abertas, debatem o currículo, acompanham o vestibular.
Lendo os grandes jornais é difícil ficar sabendo que nestes 11 anos foram criadas18 novas universidades e abertos 146 novos campi pelo interior do país.
É nos jornais do interior que se percebe a mudança na vida de milhões de jovens, porque eles não precisam mais sair de casa, deixar para trás a família e os valores, para cursar a universidade.
O número de universitários no Brasil dobrou para 7 milhões, graças ao Prouni, ao Reuni e ao FIES. Os grandes jornais não costumam falar disso, mas são capazes de fazer um escândalo quando uma prova do ENEM é roubada de dentro da gráfica – que por sinal era de um dos maiores jornais do país.
Quando uma escola técnica é aberta numa cidade do interior, essa é uma notícia muito importante para os jovens e para os seus pais, e vai sair com destaque em todos os jornais da região.
Quando eu informo que nesses 11 anos já abrimos 365 escolas técnicas, duas vezes e meia o que foi feito em século neste país, os grandes jornais dizem apenas que o Lula “exaltou o governo do PT e voltou a atacar a oposição”.
Quando chega na sua cidade um ônibus, um barco ou um lote de bicicletas para transportar os estudantes da zona rural, essa é uma boa notícia.
O programa Caminho da Escola já entregou 17 mil ônibus, 200 mil bicicletas e 700 embarcações, para transportar 2 milhões de alunos em todo o país. Mas só aparece na TV se faltar combustível ou se o motorista do ônibus não tiver habilitação.
Eu costumo dizer que os grandes jornais me tratam muito bem. Mas eu gostaria mesmo é que mostrassem as mudanças que ocorrem todos os dias em todos os cantos do Brasil.
Meus amigos, minhas amigas,
Quanto mais distante estiver da realidade, mais vai errar um veículo de comunicação. Basta ver o que anda publicando sobre o Brasil a imprensa econômica e financeira do Reino Unido.
O país deles tem uma dívida de mais de 90% do PIB, com índice recorde de desemprego, mas eles escrevem que o Brasil, com uma dívida líquida de 33%, é uma economia frágil.
Não conheço economia frágil com reservas de US$ 377 bilhões, inflação controlada, investimento crescente e vivendo no pleno emprego.
Escrevem que os investidores não confiam no Brasil, mas omitem que somos um dos cinco maiores destinos globais de investimento externo direto, à frente de qualquer país europeu.
Dizem que perdemos o rumo e devemos seguir o exemplo de países obedientes à cartilha deles. Mas esquecem que desde 2008, enquanto o mundo destruiu 62 milhões de postos de trabalho, o Brasil criou mais de 10 milhões de novos empregos.
O que eu lamento é que alguns jornalistas brasileiros fiquem repetindo notícias erradas que vêm de fora, como bonecos de ventríloquo. Isso é ruim para a imprensa, porque o público sabe distinguir o que é realidade do que não é.
Alguns jornalistas dos grandes veículos passaram o ano de 2013 dizendo que a inflação ia estourar, mas ela caiu. Passaram o ano dizendo que a inadimplência ia explodir, mas ela também caiu.
Diziam que o desemprego ia crescer, e nós terminamos o ano com a menor taxa da história. Chegaram a dizer que o Brasil entraria em recessão, mas a economia cresceu 2,3%, numa conjuntura internacional muito difícil.
Eu gostaria que esses jornalistas viajassem pelo interior do país, conhecessem melhor a nossa realidade, estudassem um pouco mais de economia, antes de repetir previsões pessimistas que não se confirmam.
E vou continuar defendendo a liberdade de imprensa e o direito de opinião, porque sei que, mesmo quando erra, a imprensa livre é protagonista essencial de uma sociedade democrática.
Meus amigos, minhas amigas,
A democracia é o único sistema que permite transformar um país para melhor. E ela não existe sem que as pessoas participem diretamente da vida política. Por isso digo sempre aos jovens: se querem mudar a política, façam política. E façam de um jeito melhor, diferente. Negar a política é o caminho mais curto para abolir a democracia.
Aprimorar a democracia significa também garantir ao cidadão o direito à informação correta e ao conhecimento da diversidade de ideias, numa sociedade plural. Esse tema passa pela construção do marco regulatório da comunicação eletrônica, conforme previsto na Constituição de 1988.
O Código Brasileiro de Telecomunicações é de 1962, quando no país inteiro havia apenas 2 milhões de aparelhos de TV. Como diz o Franklin Martins, havia mais televizinhos do que televisores.
É de um tempo em que não havia rádio FM, não havia computadores, não havia internet. De um tempo em que era preciso marcar hora para fazer interurbano.
No Brasil de hoje é preciso garantir a complementariedade de emissoras privadas, públicas e estatais. Promover a competição e evitar a contaminação do espectro por interesses políticos. Estimular a produção independente e respeitar a diversidade regional do país.
Uma regulação democrática vai incentivar os meios de comunicação de caráter comunitário e social, fortalecer a imprensa regional, ampliar o acesso à internet de banda larga. Por isso foi tão importante aprovar o Marco Civil da Internet.
Este é o desafio que se apresenta aos meios de comunicação, seus dirigentes e seus profissionais, nesse novo Brasil: o desafio de ser relevante num país com uma população cada vez mais educada, com um nível de renda que favorece a independência de opinião e com acesso cada vez mais amplo a outras fontes de informação.
Quero cumprimentar a ADI-Brasil, mais uma vez, pela realização desse Congresso, e dar os parabéns aos seus associados, que levam notícias para a população do interior desse imenso país.
Muito obrigado.
PS do Viomundo: E a manchete de O Globo para o evento foi…

BlogueDoSouza - Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.



Análise do filme: colegas- a ironia da vida e a visão distorcida da mídia

12 de Maio de 2014, 14:09, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

Introdução e desenvolvimento do filme

 

O filme trata da história de três jovens com síndrome de Down que vivem alojados em um instituto. Stalone que sonhava em ver o mar, Márcio que desejava voar, e Aninha que queria se casar com um cantor. O personagem principal é Stalone que foi abandonado pela mãe e levado ao instituto que vivia, tendo desde o inicio visitas de seus parentes regularmente, mas foram reduzindo gradativamente até acabar. Um de seus filmes favoritos mostrava a história de duas mulheres que viveram uma grande aventura enquanto viajam e isso o inspira a fazer a mesma coisa. Durante a aventura eles realizam assaltos como um tipo de “brincadeira” e dois policiais são mandados por razões de Stress para a seção de desaparecidos a qual passam a procurar os jovens. Os assaltos realizados os fizeram serem procurados em menos de 24 horas por todo o país. Os policiais e a mídia os tratam como bandidos perigosos, os policiais interrogam a diretora do instituto e os colegas com a mesma síndrome. Os sonhos a serem realizados eram sequencialmente o de Stalone, Aninha e Márcio. A viagem se torna para eles uma grande aventura e todos os detalhes são mostrados de forma cômica trazendo a tona muitos aspectos relativos à síndrome de Down e para surpresa e comicidade no fim do filme três jovens com síndrome de Down acabam sendo procurados em todo o mundo como bandidos perigosos, mobilizam grandes forças policiais quase causando sua morte e o mais legal é que no encontro deles com as pessoas tudo que houve foi boa impressão, mas nos noticiários tudo era bastante distorcido, interessante a distorção midiática não?  (link para assistir ao filme http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-colegas-nacional-online.html / )

 

Análise do filme

 

É importante notar como o filme trata a forma de transmissão da informação nos noticiários de forma cômica, não tendo vítima alguma exceto no primeiro assalto, e mesmo as pessoas entrevistadas eram cômicas inventando fatos como o rapto de um menino ou ameaças, além do medo que o desconhecido causa a outras pessoas.  O sensacionalismo jornalístico aparece claramente quando um psicólogo diz “Essa figura do palhaço nada mais é do que uma forma irônica, até mesmo debochada que eles encontraram de dizer o que pensam sobre a nossa sociedade” e ele continua “Mais olha, é preciso muito cuidado. [...] Porque são deficientes mentais vivendo o mundo lúdico do cinema.” Até que um jurista replica “Veja o seguinte, nós estamos falando de um seqüestro, isso aqui é um crime hediondo, dispensa qualquer comentário.” A parte interessante desse diálogo é quando se pergunta a um garoto com síndrome de Down chamado Israel que se encontra no programa se ele é perigoso e ele diz “Eu sou muito, mais muito perigoso (fazendo um barulho do tipo “ahh” enquanto fala)” e a platéia ri. O mais legal desse debate? A única sensata era a mãe por ser relutar em aceitar os “fatos” discutidos e curiosamente foi a única a não ter espaço. Esse psicólogo cometeu dois erros gravíssimos: um- não é possível dizer o pensamento do outro sem antes consultá-lo, e dois- é que nem se sabia qual era a representação mental dos sujeitos, o comentário do jurista de fato dispensa comentários, mas o erro comum é o seguinte: os fatos não foram realmente averiguados, e nem precisavam, já que a televisão não quer verdades e sim verdades sensacionalistas, basta reparar em qualquer crime noticiado e pseudo diagnósticos dados por especialistas na mídia a criminosos loucos, alguns são até do imaginário popular. Sobre o comportamento de quem possui a síndrome o filme é bem educativo.

 

 

A forma como eles abraçam a senhora que mostra onde é o mar, o comportamento de Aninha ao salvar os animais presos, o gosto comum entre eles por Raul Seixas, a falta de noção do que dizer, a sexualidade sem pudor, a repetição de frases assistidas em filmes usadas para assaltar, a inocência ao pegar e mostrar o cartaz, demonstrar suas idéias, dizer que gostam de gordas, a grande habilidade social, a primeira relação sexual. Outro comportamento interessante era a atitude democrática, isto é, se um fizesse todos fariam, além sua atitude criativa e não aceitação de falhas tornando tudo cômico, como histórias contadas por eles mesmos e que outros sujeitos sem entender acreditavam com facilidade, e o pior, a própria falta de noção dos policiais é muito ilógica, apesar de serem os únicos a reconhecerem a situação de fato. Os jornais levam a idéia do palhaço, da doença mental ao que era simplesmente uma representação mental a eles, ao extremo. Até mesmo o policial se vangloria do origame feito por Stalone, ironizando o desprezo por caricaturistas de rua.

 

Conclusão

De forma geral, o filme trata do preconceito social aos jovens que tem síndrome de Down, o sensacionalismo jornalístico, as relações internacionais entre os vários países, o paradoxo de viver como um adulto se divertindo como criança, mas principalmente como a inocência deles faz com que consigam seus objetivos, não sejam pegos, se divirtam e ainda sigam seus caminhos e frase final justifica tudo isso junto ao preconceito: “Para aqueles que, apesar das adversidades, conseguem com um simples sorriso enxergar a felicidade nas pequenas coisas da vida.”

 

 



Monopólio da informação e movimentos sociais

5 de Maio de 2014, 10:22, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

O movimento social tem ainda sua característica tradicional como predominante, mas o uso da internet possibilitou mudanças na disseminação da informação e permitiu grande aumento da comunicação, ainda mais após as redes sociais, permitindo o movimento social em rede. [1]A grande característica A grande característica desse tipo de movimento não é as redes sociais, mas sim a convocação sem filtro de grupos e indivíduos a participação que concordam com as propostas, com participação vinda pela solidariedade. Nesse sentido não é movimento em rede um sindicato divulgar pautas e atos em redes sociais, pois a decisão foi tomada de forma centralizada pelo grupo dirigente. Dessa forma o movimento em rede vem antes da rede social e é vantajoso porque pelo caráter aglutinador, espontâneo e descentralizado do movimento social (apesar do tradicionalismo), as decisões nem sempre podem ser tomadas em assembléias com seus ritos e burocracia. Esse evento foi fortemente observado nas manifestações de julho  de 2013[2] onde várias organizações se solidarizaram e participaram das mobilizações com demanda própria havendo de alguma forma uma disputa pela centralidade, que não foi alcançada por instituição alguma ao mesmo tempo em que as pautas eram compartilhadas. Nesse sentido a força do movimento social em rede é levantar pautas genéricas e, portanto, atrair um grupo variado de pessoas e organizações a participação, simultaneamente é também sua fraqueza de maneira que cada um vai com objetivos e pautas próprios não sendo então um movimento passível de coordenação. A partir disso e situando as redes sociais dentro do movimento em que ela entrou é possível concordar com Haberna que o movimento social disputa o campo das idéias, e nisso reside uma força muito grande.

 

Agora vale analisar a própria utilização das redes sociais, internet e sua função em movimentos sociais. Dito que o movimento disputa o campo da idéia caímos então na força da informação e da comunicação. Antes da internet, e até mesmo atualmente o monopólio da informação está com os meios de comunicação tradicionais, sejam eles impressos, programas de rádio ou televisão. A internet junto às redes sociais possibilitou maior comunicação efetiva e mais rápida entre as pessoas, considerando até mesmo o email como essa ponte, afinal após sua existência não foi mais preciso mandar cartas, manda-se o email e a resposta vem quase imediata, e esse imediatismo vem ainda maior nas redes sociais. [3]No meio de todo esse monopólio todos temos nossas opiniões, mas no final quem de fato apura a noticia é a mídia.  O mais legal é que a mídia tradicional não vai atrás das noticias por si só em sua grande maioria, principalmente em campo internacional. Elas obtém os fatos a partir de Agências de notícias, sendo que as grandes possuem 3 mil funcionários em todo o mundo, sendo que a maior Reuters possui 60 mil, sendo essas empresas responsáveis por formar um banco de dados de noticia que são então vendidas. As  4 maiores são EFE, AFP, AP e Reuters e juntas são responsáveis pela apuração de 94% das notícias do mundo, ou seja, nossa opinião sobre os fatos ocorridos no mundo vem de base da apuração de apenas 4 agencias. Como um experimento observem os seguintes links do G1, MSN noticias e UOL notícias - no local onde aparece o nome do autor da notícia o nome de uma das 4 empresas vai estar lá:

 

MSN noticias: EFE- notícia sobre francês preso por prostituir prostitutas  e notícia sobre o “dia dos quatro papas”

                        AFP- sanções sobre a Russia na Ucrânia

                       Reuters- CCEE e empréstimo com 10 bancos

 

G1 EFE- Rússia, Ucrânia e observadores internacionaisionais

      AFP- Korea do Norte e conflitos  e Portugal e Boicote de comemoração

 

      Reuters- Alemanha e negação dos campos de concentração  e Irâ e Palestina

 

G1 EFE- Vaticano    

      REUTERS- Eua e Ucrânia

      AFP- Coreia do sul e desfile de lanternas

 

Dada boa quantidade de exemplos não consegui achar nenhuma da AP, mas existem também algumas com agencias brasileiras e agencias próprias, mas dentre as internacionais havia sempre uma das três citadas e com maioria Reuters, mas vejam por vocês mesmos, as vezes podem encontrar outras. Ainda assim o que chamo de redes sociais? [4]

 

Segundo pesquisa realizada por Missila Loures Cardozo, a rede social representa um conjunto de participantes autônomos que unem recursos e ideias, em torno de interesses e valores compartilhados. Dessa forma se incluem o facebook, Orkut, twiiter, Tumblr, WhatsApp mas não só eles. A mídia tradicional cita somente o termo “redes sociais” e não mostra coisas importantes, até porque sem fazer necessariamente uma critica a essas redes sociais, elas não são propriamente políticas, servem sim para política, mas muito mais para comunicação social e por isso podem ser responsáveis por grandes atos de desinformação. Os hoax são exatamente isso, ou seja, um boato sobre um tema específico é lançado e se espalha como água no meio dos comentários e compartilhamentos[5]. De forma geral a mídia tradicional vem perdendo sua força para a internet e midías alternativas como o mídia ninja[6] e não divulgam redes que de fato levam a política. Ela não diz que o Brasil possui redes sociais, de sites para ver os gastos do governo, outros para falar sobre pesquisa ou mesmo sites de própria participação política. O Brasil possui por exemplo o https://diasporabr.com.br/  como rede social, o http://www.participa.br como meio de participação política, o http://transparencia.gov.br/  para consulta de gastos governamentais, o http://acessoainformacao.gov.br para acesso de informação, o http://www.inde.gov.br/  para ver o georeferenciamento do país, o http://dados.gov.br/  para verificação de dados, o http://participatorio.juventude.gov.br/  para participação política da juventude, esse http://www.brasil.gov.br  para direcionar a vários outros e ainda muito mais. [7]O pior é saber que nossas informações estão nas  mãos de 4 empresas e a imprensa local de cada país nada mais é do que a visão de potências como Estados Unidos, França e Inglaterra, e esses três serão sempre santos e o resto demônios a serem crucificados, exceto os que estejam do seu lado.

 

Referencias:

 

Disponível em: http://acessoainformacao.gov.br Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://dados.gov.br/ Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: https://diasporabr.com.br/ Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/04/desfile-de-lanternas-budistas-lembra-vitimas-de-naufragio-na-coreia-do-sul.html / http://g1.globo.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/04/lavrov-diz-kerry-que-eua-devem-pressionar-ucrania-conter-exercito.html / http://g1.globo.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/02/vaticano-diz-que-relatorio-da-onu-e-anormal-e-que-orgao-se-excedeu.html / http://g1.globo.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://liamdevlin.blogspot.com.br/2014/02/e-tao-bom-assistir-uma-aula-que-te.html  Devlin's Lair/ http://liamdevlin.blogspot.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://noticias.br.msn.com/brasil/ccee-fecha-empr%C3%A9stimo-com-10-bancos-e-afirma-que-n%C3%A3o-h%C3%A1-risco-para-el%C3%A9tricas-9  Anna Flávia Rochas/ http://noticias.br.msn.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://noticias.br.msn.com/mundo/eua-san%C3%A7%C3%B5es-afetar%C3%A3o-russos-ligados-a-bancos-e-energia  / http://noticias.br.msn.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://noticias.br.msn.com/mundo/funcion%C3%A1rio-da-air-france-%C3%A9-preso-por-prostituir-brasileiras-na-fran%C3%A7a / http://noticias.br.msn.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://noticias.br.msn.com/roma-se-prepara-para-o-hist%C3%B3rico-dia-dos-quatro-papas  / http://noticias.br.msn.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2014/04/26/kim-alerta-forcas-norte-coreanas-para-conflito-iminente.htm / http://noticias.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2014/04/26/berlusconi-diz-que-alemaes-negam-existencia-de-campos-de-concentracao.htm  James Mackenzie/ http://noticias.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2014/04/26/ira-sauda-tregua-palestina-mas-silencia-sobre-governo-de-coalizao.htm / http://noticias.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/35006/russia+diz+que+fara+o+possivel+para+libertar+observadores+internacionais.shtml  / http://operamundi.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://participatorio.juventude.gov.br/ Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://pugnuscomunicacao.wordpress.com/2009/12/28/conceito-de-redes-sociais/   Marcos Masini/ http://pugnuscomunicacao.wordpress.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://transparencia.gov.br/   Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em http://tvuol.uol.com.br/video/lideres-da-revolucao-dos-cravos-boicotam-comemoracoes-04024D1A3972C0815326/  / http://tvuol.uol.com.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://www.brasil.gov.br  Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/505207/movimentos-sociais-e-ciberativismo-o-que-muda  Luiz Fernando Gomes e Sonia Piaya M. Munhos/ http://www.cruzeirodosul.inf.br . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://www.infowester.com/hoax.php Emerson Alecrim/ http://www.infowester.com . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://www.participa.br Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Disponível em: http://www.travessacinematografica.com.br/2013/07/midia-alternativa-e-audiovisual.html  Breno Rodrigues de Paula/ http://www.travessacinematografica.com.br/2013/07/midia-alternativa-e-audiovisual.html . Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Marx e O Marxismo 2013: Marx, 130 anos depois; Sydenham Lourenço Neto; Disponível em: http://www.uff.br/niepmarxmarxismo/MM2013/Trabalhos/Amc124.pdf

 . Local de publicação: NIEP MARX- Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre Marx e o Marxismo; Niterói/RJ-Brasil;  Data de acesso: 26 de abril de 2014

 

Propaganda Pessoal: Redes Sociais na Internet; Missila Loures Cardozo; Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2008/resumos/R3-1061-1.pdf . Local de publicação: Intercom- Sociedade Brasileira de Estudos Intredisciplinares da Comunicação;  Natal/RN-Brasil;  Data de acesso: 26 de abril de 2014

 



[1] Desse ponto até o fim do parágrafo a fonte é a seguinte: http://www.uff.br/niepmarxmarxismo/MM2013/Trabalhos/Amc124.pdf



LEONARDO ATTUCH | Lula errou: julgamento do "mensalão" foi 100% político

1 de Maio de 2014, 21:08, por Souza - 0sem comentários ainda

Nunca uma verdade quase absoluta dita por um ex-presidente feriu tanto a elite brasileira. E esta verdade só não foi completa porque Lula errou na matemática, quando concedeu 20% de julgamento técnico à Ação Penal 470.

Se você, caro leitor, ainda acredita na tese de que o julgamento da Ação Penal 470 foi estritamente técnico, pense no caso de Simone Vasconcelos, ex-gerente financeira de uma agência de publicidade de Marcos Valério. Ou em Vinícius Samarane, um funcionário de segundo escalão do Banco Rural. Esqueça, por um momento, os nomes de réus notórios, como José Dirceu, José Genoino e Roberto Jefferson. Tente agora responder, com franqueza e honestidade intelectual: por que, afinal, Simone e Vinícius estão presos, como se fossem bandidos de alta periculosidade?

Ambos são personagens mequetrefes da engrenagem que ficou conhecida como "mensalão". Não têm qualquer glamour, mas foram incluídos, na peça inicial de acusação, como integrantes do núcleo financeiro da "quadrilha". Evidentemente, nenhum deles desfruta do foro privilegiado. No entanto, foram julgados diretamente pelo Supremo Tribunal Federal, justamente por terem sido considerados parte de uma quadrilha, uma organização criminosa indissociável.

Ocorre, no entanto, que o Brasil, signatário do Pacto de San José, da Costa Rica, concede a todo e qualquer cidadão o duplo grau de jurisdição. O que significa que ninguém pode ser condenado em definitivo sem, ao menos, uma possibilidade de recurso a uma instância superior. Isso vale para assassinos, traficantes, estupradores, pedófilos, terroristas e políticos procurados pela Interpol, como Paulo Maluf, mas não valeu para Simone e Vinícius, assim como para vários outros réus.

Qual é a explicação? Ah, eles faziam parte de uma "quadrilha". Ocorre, no entanto, que o crime de quadrilha foi derrubado pelo próprio Supremo Tribunal Federal na votação dos embargos. Ou seja: a acusação desmoronou, mas as penas estão sendo cumpridas por dois cidadãos brasileiros – privados de um direito essencial – como se a tese ainda permanecesse de pé. E não apenas pelos dois, mas por vários outros condenados sem foro privilegiado, como Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Marcos Valério e até José Dirceu.

Considere, então, apenas por hipótese, que o argumento da quadrilha tenha alguma validade. Por que o chamado "mensalão" petista foi classificado desta maneira, ao contrário do "mensalão" tucano, organizado pelos mesmos personagens? Graças a essa diferença conceitual, o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, que tinha o foro privilegiado, ao contrário de Simone e Vinícius, pôde retornar à primeira instância – o que fará com que seu caso prescreva antes que complete 70 anos. Seu "mensalão", ao contrário do que envolvia o PT, chegou fatiado ao STF. Enquanto réus sem foro privilegiado, como Walfrido dos Mares Guia e o tesoureiro Claudio Mourão caíram em primeira instância, beneficiando-se assim da prescrição, Azeredo subiu ao STF. Mas sua renúncia ao mandato parlamentar, numa explícita fuga da espada suprema, garantiu a ele o duplo grau de jurisdição – benefício negado aos personagens mequetrefes da Ação Penal 470.

Se esse argumento ainda não lhe convenceu de que a Ação Penal 470 foi um julgamento político, pense então no porquê da quadrilha ter sido montada com 40 personagens pelo então procurador-geral Antonio Fernando de Souza, em sua denúncia original. Não terá sido para alimentar a mítica imagem de que o Brasil era governador por um Ali Babá e seus 40 ladrões, tema, aliás, de capa de uma notória revista semanal? Por que não 37, 38, 39, 41, 42 ou 43? Afinal, outros personagens, inclusive o atual prefeito de uma grande capital, que sacou R$ 3 milhões do chamado "valerioduto", foram deixados de fora da denúncia. Qual é a explicação?

Não há explicação, assim como não há justificativa para que o caso seja tratado como "mensalão", palavra que pressupõe a existência de uma mesada, ou de pagamentos regulares a parlamentares. Todas as perícias realizadas por órgãos técnicos e pela própria Polícia Federal comprovam que os saques no Banco Rural foram realizados uma única vez. Ou seja: serviram para pagar dívidas de campanha de políticos do PT e da base aliada. Foi um caso típico de caixa dois eleitoral – o que, obviamente, não elimina sua gravidade. Apenas não foi "mensalão". E o mais engraçado é que o próprio criador da palavra, Roberto Jefferson, admitiu, publicamente, que se tratava apenas de uma figura retórica.

Passemos, então, aos casos concretos. Por que João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, está condenado e preso por peculato, acusado de desviar verbas de publicidade da Câmara dos Deputados, se todos os recursos desembolsados pela casa foram efetivamente transferidos para o caixa de empresas de comunicação, como Globo, Folha e Abril, conforme atestam diversas perícias? E se alguma dessas empresas bonificou agências de publicidade, o fez seguindo suas políticas internas.
Como acreditar, então, no desvio milionário de verbas do Banco do Brasil, se as campanhas de publicidade da Visanet – uma empresa privada, diga-se de passagem – foram efetivamente realizadas e comprovadas? Pela lógica, é impossível que R$ 170 milhões tenham sido desviados para os cofres do mensalão e, ao mesmo tempo, transferidos para veículos de comunicação que executaram as campanhas da Visanet.

Afora isso, e o caso de José Dirceu, condenado sem provas, segundo juristas à esquerda, como Celso Bandeira de Mello, e à direita, como Ives Gandra Martins? Ou condenado por uma teoria, a do "domínio do fato", renegada por seu próprio criador, o jurista alemão Claus Roxin. Como explicar sua condenação sem admitir a hipótese levantada pelo ex-presidente Lula de que a Ação Penal 470 foi, sim, um julgamento político?
Não apenas político, mas construído com um calendário feito sob medida para sincronizá-lo com as eleições municipais de 2012. E transformado em espetáculo midiático por grupos de comunicação que têm uma agenda política intensa, mas não declarada. Uma agenda que pode ser sintetizada no objetivo comum de desmoralizar e criminalizar um partido político que, a despeito dos ataques de adversários e dos seus próprios erros internos, ainda representa os anseios de uma parte considerável da sociedade brasileira.

Aliás, na nota em que afirma que as declarações de Lula merecem "repúdio" da sociedade, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, exalta o fato de as sessões terem sido transmitidas ao vivo, como num reality show. Foi exatamente essa mistura entre Justiça, da qual se espera sobriedade, e Big Brother que permitiu que o julgamento se tornasse ainda menos técnico – e mais político. Aos ministros, transformados em astros de novela, o que mais interessava era estar bem na foto – ou escapar da faca no pescoço apontada por colunistas supostamente independentes.
Prova cabal disso foi o que aconteceu com Celso de Mello, às vésperas de definição sobre se deveria aceitar ou não os embargos infringentes. Seu voto foi adiado, numa chicana conduzida pelo próprio presidente da corte, para que revistas semanais pudessem pressioná-lo antes do voto decisivo – uma pressão, registre-se, que, no caso do decano, resultou infrutífera.

Se não bastassem os abusos do processo em si, como entender então o realismo fantástico da execução penal, que transformou o presidente do Supremo Tribunal Federal em carcereiro-mor da Nação? Sim, Joaquim Barbosa chamou para si todos os passos da execução das penas. E escolheu o mais notório dos réus, o ex-ministro José Dirceu, como objeto de sua vingança. Mantê-lo preso, em regime fechado, e impedindo-o de exercer o direito ao trabalho, contrariando a decisão do próprio plenário da corte, bem como a recomendação do Ministério Público Federal, é uma decisão técnica ou política? Se for técnica, que Joaquim Barbosa se digne a explicá-la à sociedade.

O fato concreto é: em Portugal, Lula disse uma verdade quase absoluta, mas nunca uma verdade doeu tanto na elite brasileira. Aliás, uma verdade que só não foi completa porque Lula errou na matemática. O julgamento da Ação Penal 470 foi 100% político. O que falta agora a Lula é se mostrar efetivamente solidário a seus companheiros, que, sim, eram e ainda são de sua confiança.
no SGA Notícias

BlogueDoSouza - Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.



Absolvição de Collor confirma julgamento político de exceção do mensalão

1 de Maio de 2014, 10:44, por Souza - 0sem comentários ainda
A ministra Cármem Lúcia, durante sessão que julgou e absolveu o ex-presidente Collor


Se ex-presidente foi absolvido por falta de provas e se beneficiou do entendimento de que é frágil a teoria do Domínio do Fato, os réus da AP 470 teriam de ser absolvidos pelo mesmo motivo.

Na semana passada, o ex-presidente Fernando Collor de Mello foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da acusação por desvios em contratos de publicidade ocorridos durante seu governo. A ministra relatora Cármen Lúcia rejeitou a teoria do Domínio do Fato apresentada pelo Procuradoria-Geral da República (PGR) alegando falta de provas concretas de que o ex-presidente tivesse conhecimento de atividades criminosas.
Também rejeitou testemunhos que confirmaram o envolvimento do então presidente no esquema de corrupção durante o inquérito policial, mas não o reiteraram em juízo. Na Ação Penal 470, o chamado "mensalão", o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) também se negou a confirmar em juízo as denúncias que fizera para a mídia, dizendo que era para não judicializar uma briga política.
A ministra invalidou depoimentos de corréus ou informantes ao Congresso, por não poderem ser admitidos como prova única para uma condenação, uma vez que não prestaram juramento de dizer a verdade. Na AP-470, Roberto Jefferson era corréu e seu depoimento na CPI não foi invalidado.
E mais: Cármem Lúcia lembrou os antecedentes de Collor em seu voto, recordando que o ex-presidente já teve 14 inquéritos no STF, oito petições criminais, quatro ações penais e mais de duas dúzias de habeas corpus, dizendo que em todos eles o réu foi absolvido por falta de provas – no julgamento da AP 470 José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e João Paulo Cunha não tinham nenhum processo criminal contra si antes do mensalão.
A ministra absolveu Collor justificando: “No presente caso, no exame que fiz, não consegui encontrar elementos, quer de autoria, quer de materialidade dos fatos imputados”.
Portanto, uma grande semelhança no argumento de falta de provas e de autoria com o caso da Ação Penal 470, mas total diferença na sentença final. No julgamento de Collor, os argumentos da defesa foram efetivamente levados em consideração, enquanto não tiveram o mesmo tratamento no julgamento do mensalão.
Mas frisemos que, goste-se ou não de Collor, acredite-se ou não na inocência dele, o STF voltou a julgar conforme sempre fez. É dever do Ministério Público apresentar provas suficientes para haver condenação. Se não o faz, seja porque não existem, seja porque não procurou o suficiente, não há como condenar um réu, em um estado democrático de direito. Se assim não for, corremos o risco de que os tribunais passem a julgar conforme "a cara do freguês", em vez de agirem com o princípio da impessoalidade e aterem-se exclusivamente aos fatos e não às pessoas.
Mas, infelizmente, sobretudo para a nossa democracia, o que vimos o Supremo protagonizar na semana passada foi o clássico caso de dois pesos e duas medidas. Se José Dirceu foi condenado sem nenhuma prova sequer, com base apenas no "convencimento" dos juízes pelo que os magistrados leram no noticiário, se Collor foi absolvido por falta de provas, Dirceu, Genoíno e os demais também teriam de ser absolvidos pelo mesmo motivo, assim como os outros réus contra os quais não havia provas.
Este fato reforça o caráter de julgamento político e de exceção da Ação Penal 470. Quanto antes houver uma revisão de todo o processo que repare, pelo menos em parte, algumas injustiças, melhor será para a imagem do judiciário brasileiro. Quanto mais tarde repararem o erro, pior ficará perante a história.
A catarse do linchamento passa, as injustiças históricas ficam como mácula eternas.
no Rede Brasil Atual
BlogueDoSouza - Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.



Por um movimento social menos ideológico 3: o movimento e seus ideários

27 de Abril de 2014, 20:48, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

[1]Uma pesquisa realizada em dois congressos estudantis, sendo um deles o 46.º CONUNE (Congresso da União Nacional dos Estudantes) ocorrido em Belo Horizonte em 1999 e outra no CONEA (Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia) ocorrido em Pelotas (Rs) em setembro deste mesmo ano procurou saber como andava a organização e estrutura do movimento estudantil. A escolha do CONUNE foi feita porque ele foi considerado um ponto onde os diversos grupos se manifestam e marcam seu campo político e reivindicações, mas acima de tudo um local onde a experiência coletiva se consolida e procura mudar seus métodos ou continuar como está.  A pesquisa delimitou quatro campos extraídos a partir das entrevistas e pesquisa participante para sua exposição:  A) O movimento estudantil e os estudantes B) O movimento estudantil e os partidos políticos C)O movimento estudantil e seus ideários D) O surgimento de novas linguagens e práticas emergentes em seu interior. . No primeiro texto da série “Por um movimento social menos ideológico”  tratou-se do item A dizendo das falhas do movimento em relação a sua institucionalização e de formas de atuação antigas. O segundo texto “Por um movimento social menos ideológico 2: o movimento e o partido” tratou do envolvimento dos partidos e nesse terceiro vamos tratar do item C, isto é, a função da ideologia.

 

A pesquisa detectou o movimento estudantil com ideários classistas, transclassistas, alguns mais gerais e até pautas setorizadas, uma mistura de diferentes estratégias e concepções. Ainda assim as questões convergem para três principais: a) reestruturação da entidade b)ampliação das temáticas com lutas amplas mas setorizadas e c)lutas pela educação, de forma mais forte a defesa das universidades, contra o neoliberalismo procurando resgatar aspetos clássicos e históricos do movimento estudantil sendo esse tripé, um ideal, um modelo. Na prática ou uma das dimensões é privilegiada ou se intercruzam a partir das necessidades e assim alguns conflitos podem ocorrer nesse processo de disputa e encaminhamento das pautas, mas a metodologia de cada grupo ainda é mais conflitante. Quando perguntados sobre as prioridades do movimento estudantil a maioria pautou a defesa da educação e mais especificamente as universidades sabendo da crise a qual passava na época a universidade pública aliado a uma luta contra uma política econômica que gera carência de saúde, educação e menos qualidade de vida.

 

Isso se justifica sobre a perda do sentimento de “coisa pública” e os estudantes sentiam na pele o sucateamento das universidades e sabiam de sua importância para a soberania nacional, sendo pouco incluída nos discursos as universidades privadas, sendo um discurso que se repete independendo a orientação partidária e a dinâmica de cada tendência. É uma reivindicação de uma universidade de fato pública, gratuita, de qualidade e democrática.[2] Algo comum aos discursos também é a redemocratização das instituições estudantis, luta contra o neoliberalismo. A independência da UNE vem como um caminho para a defesa dos interesses da juventude, para uma aproximação maior da vulnerabilidade e os enfrentamentos sofridos devido a falta de políticas públicas, em suma, a luta por uma política para a juventude. Esse acabou sendo o tema de aproximação de questões mais gerais.

 

 Durante os debates houveram muitos comentários sobre o conceito de política pública, e a idéia da criação de política de participação pública marca a diferença entre o caráter propositivo do presente e reivindicatório do passado, como a proposta de fóruns de participação, conselhos e comissões onde a juventude se represente. Os tempos diferem dos anos 60 em que um diploma era algo da classe média, e agora trabalho e qualificação são necessários para a não exclusão de jovens inseridos num ensino mais democratizado mas não adaptado a falta de mobilidade social causada pelo neoliberalismo. Muitos dos estudantes vêem que é preciso um enfrentamento ao governo federal feito por uma ação mobilizadora como a única forma de romper a estrutura social dominante e capitalista e também a ampliação dos  canais de participação. É possível afirmar o crescimento de uma consciência da interligação entre vários grupos juvenis e políticas de juventude que integrem as necessidades dos vários setores, pautada inclusive em termos de oportunidade ou sua falta para os vários grupos juvenis. Ainda assim procura-se uma causa comum como na década de 90- “fora Collor”.

 

Essa atualmente seria o fora FMI que apesar de ser aceita por todas as tendências de esquerda descontenta os anarquistas e libertários pela maneira como a questão é encaminhada. Tudo isso esbarra no problema da forma tradicional de atuação comentada no texto 1 “Por um movimento social menos ideológico- o estudante e o movimento”  que não leva a prática mas fica na retórica e nem cria calendário de como os estudantes podem interferir na questão. Ficou claro na pesquisa um projeto não muito claro e incapaz de trazer uma solução, além de uma pluralidade de visões e ideários no movimento que causam tensões no campo político onde os vários grupos negociam as demandas e estratégias para ação.

 

Conclusão[3]

 

Pensando através da pesquisa acima eu concluo uma nova função da ideologia. Na forma tradicional a ideologia serve como guia, referencial e objetivo do movimento. Cada grupo ideológico com sua instituição, partido representante (se houver) e sua ideologia tem objetivos diferentes e modos diferentes de ver o mundo, portanto por um lado a ideologia é responsável pela união entre os membros do grupo, proximidade entre certos grupos mas principalmente o afastamento entre alguns. Seja qual for a ideologia, proponho uma nova função a ela.  Significa que ela vai perder a força atual que tem, mas não que vá deixar de ser necessária. Relego sua função como guia, referencial, e objetivo do movimento. Para min ela deve ser o motor que mantém o militante em movimento, que não o deixa perecer apesar das dificuldades, mas nada além disso. A ideologia pode ir de um simples pensamento de onde chegar, a simples noção que a luta é em longo prazo ou uma ideologia formal como anarquismo, comunismo, etc... mas se cumprir tal função cumpriu seu papel. A proposta então é um movimento multireferenciado que não nega as diferenças e as considera positiva. Um movimento que não polariza o diferente, mas busca suas qualidades para uma completa melhora do movimento. O que todos devem ter em comum é o objetivo. Dessa forma favorece-se a união do movimento sem sua homogeneização, mas que precisa de ou gera uma desinstitucionalização. Isso pôde ser visto na pratica nas manifestações de julho ainda que não de forma organizada e com vários objetivos, na reunião dos blogueiros com Lula que foi capaz de incomodar a grande organização Globo [4] e suponhamos a causa meio passe estudantil universitário, é algo que todos os grupos de movimento estudantil querem. A pesquisa confirmou a falta da clareza de um objetivo comum no movimento, não sendo algo fácil de construir, mas uma construção social que gera ou é gerada pela desinstitucionalização. A pergunta que fica é: como todos os referenciais podem ajudar no alcance de um mesmo objetivo e como ele pode ser construído?

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

Observação: No servidor anterior foi postado no dia 21/04/2014 as 14:16. Nesse servido foram feitas as seguintes alterações:

1.      Substituição de “meio passe estudantil universitária” por “meio passe estudantil universitário”.

Referencias:

Marcos Ribeiro Mesquita, « Movimento estudantil brasileiro: Práticas militantes na ótica dos Novos Movimentos Sociais », Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 66 | 2003, colocado online no dia 01 Agosto 2012, criado a 28 Março 2014. URL : http://rccs.revues.org/1151 ; DOI : 10.4000/rccs.1151

Disponível em: http://blogoosfero.cc/blog-do-miro/blog/a-globo-e-a-entrevista-dos-camaradas Miguel do Rosário/ http://blogoosfero.cc/blog-do-miro  . Data de acesso: 20 de abril de 2014

 

Disponível em: http://www.vermelho.org.br/radio/noticia/240396-331

Ramon de Castro/ http://www.vermelho.org.br . Data de acesso: 20 de abril de 2014

 

 

Disponível em: http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/entrevista-de-lula-a-blogueiros-zero-hora-mente-e-omite-informacoes-de-seus-leitores.html Luiz Carlos Azenha/ http://www.viomundo.com.br . Data de acesso: 20 de abril de 2014

 

 

 

 



[1] Todo o texto tem como fonte a única referencia que está na lista, os comentários que forem do presente autor serão demarcados com uma nota de rodapé.

[2] Em 1999 não havia tantas vagas em universidades privadas, por isso o foco nas públicas, mas atualmente o movimento universitário privado vem ganhando mais força.

[3] A partir desse ponto palavras do presente autor.



Por um movimento social menos ideológico 2: o partido e o movimento

27 de Abril de 2014, 20:41, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

[1]Uma pesquisa realizada em dois congressos estudantis, sendo um deles o 46.º CONUNE (Congresso da União Nacional dos Estudantes) ocorrido em Belo Horizonte em 1999 e outra no CONEA (Congresso Nacional dos Estudantes de Agronomia) ocorrido em Pelotas (Rs) em setembro deste mesmo ano procurou saber como andava a organização e estrutura do movimento estudantil. A escolha do CONUNE foi feita porque ele foi considerado um ponto onde os diversos grupos se manifestam e marcam seu campo político e reivindicações, mas acima de tudo um local onde a experiência coletiva se consolida e procura mudar seus métodos ou continuar como está.  A pesquisa delimitou quatro campos extraídos a partir das entrevistas e pesquisa participante para sua exposição:  A) O movimento estudantil e os estudantes B) O movimento estudantil e os partidos políticos C)O movimento estudantil e seus ideários D) O surgimento de novas linguagens e práticas emergentes em seu interior. . No primeiro texto da série “Por um movimento social menos ideológico”  tratou-se do item A dizendo das falhas do movimento em relação a sua institucionalização e de formas de atuação antigas. Ainda assim não é uma institucionalização qualquer, mas sim uma que envolve os partidos, e é disso que o segundo texto vai tratar, isto é, o item B e na próxima semana o item C.

 

Na pesquisa constatou-se que para os entrevistados existe uma forte relação dos partidos com o movimento, partidos esses que imprimem sua visão de mundo, estratégias, ideário e proposta de sociedade em maioria de esquerda, sendo para muitos estudantes militantes uma das maiores barreiras para a efetiva representação de entidades/estudantes. A tendência majoritária da UNE no 46.º CONUNE apostou em unir forças políticas com o slogan “A UNE é união, não é partido não” buscando um movimento estudantil unitário e apartidario e essa idéia pôde ser vista em vários dos cartazes e faixas dispostos no congresso. Muitas vezes o tema em uma roda de discussão do congresso é comunicação e muitos vem falar de partidos, sendo que não deveria ser aquele o tema segundo uma militante da UJS/PC do B, ainda assim em militantes de outros grupos não é um discurso que aparece dessa forma. Na pesquisa foi preciso entender a unidade do movimento através da visão que cada tendência tem do conceito, que ainda como uma questão pertinente não pode acabar com o espaço para manifestação de diferenças. Em muitos discursos, no entanto, o tema aparece de forma ambígua, isto é, ainda que apartidarista vem mediado por uma tendência mantida por um partido. É necessário que exista para se manter enquanto grupo político e defende em vários momentos a importância do partido para organização dos estudantes dentro do movimento, portanto deixa de ser um discurso “neutro”.

 

Se o discurso então é ambíguo isso mostra que as entidades estudantis se desgastaram e houve uma reação à excessiva partidarização, e nesse sentido entre os meios menos institucionalizados a lógica apartidarista é mais aceita, sendo isso tudo efeitos da influencia dos partidos. Ainda que com tanta variação o discurso das diversas teses até mesmo das tendências mais tradicionais procuram amenizar a influencia partidária e a cultura criada e conservada por ela, apesar de não significar extinção do partido como orientador do movimento. Os entrevistados entendem a existência de conflitos que demarcam a fronteira movimento/partido, mas não vêem isso como um problema, mas como uma entidade que organiza, orienta e estimula os estudantes e a critica vem ao aparelhamento da entidade pelos partidos, havendo inclusive considerações de que só há linha organizada no movimento se houver partido. Discute-se nesse sentido que se a entidade se torna aparelho de um partido então vira uma extensão desse, aderindo suas visões de mundo e agenda demonstrando a falta de uma agenda clara da própria entidade e desconsideração inclusive da própria educação e universidade.

 

Existe uma “instrumentalização da entidade” e os entrevistados admitem que politizam, orientam, criam autonomia no pensar mas a cultura partidária no movimento estudantil Brasileiro é tamanha que imprime lógica própria abafando e sobrepondo iniciativas criativas feitas pelos estudantes e de alguma forma paralisa o movimento e limita a intervenção estudantil. Pode ser considerado uma profissionalização da política e um espírito vanguardista que leva ao tentar convencer as pessoas, por partir de uma compreensão hierarquizada dos fatos. Bordieau afirma que quanto maior a tendência de profissionalizar a política e burocratizar o partido a competição inicial é de quem toma poder sobre o aparelho e esses representarão os simples laicos, o monopólio da elaboração está mais reservado aos profissionais.[2]

 

O que então dizer sobre a influência dos partidos no movimento?

 

Percebe-se que enquanto instituição aparelhada o movimento estudantil se torna um braço do partido correspondente, levando a frente então seus objetivos, ideários, visão de mundo excluindo assim pessoas que não pertencem aquele partido ou estudantes que não fazer parte de partido algum. Muitos dos entrevistados na pesquisa consideraram ainda o partido um elemento importante da organização enquanto que não a aparelhe. Considero isso um erro, na medida em que como entidades externas podem sim haver membros participantes no movimento, mas que não necessariamente isso deva ser o guia do movimento. Acredito que outros referenciais devam ser procurados que não os partidários, e nesse sentido o fato de o militante ser de um partido é só algo que contribui com sua participação e pode trazer benefícios ao movimento, mas que deve ser mesclado a outras experiências de outros participantes partidários ou não com a consideração de que fazem parte de um outro além do partidário, portanto que se crie novos referenciais, nova organização que vá além dos partidos e assim concordo que a existência de um partido como orientador paralisa a criação de novas formas de comunicação criando um discurso fechado e institucionalizado como o único possível. [3]A conclusão da pesquisa, portanto, nesse sentido é que o discurso dos estudantes se torna fechado distanciando outras pessoas para a entrada do movimento criando a necessidade de outras formas de comunicação de maneira a não institucionalizar mais o discurso como único possível e nela estou de acordo.

 

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Escrito por: Rafael Pisani

 

Observação: No servidor anterior foi postado no dia 14/04/2014 as 11:07.

 

Referencias:

 

Marcos Ribeiro Mesquita, « Movimento estudantil brasileiro: Práticas militantes na ótica dos Novos Movimentos Sociais », Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 66 | 2003, colocado online no dia 01 Agosto 2012, criado a 28 Março 2014. URL : http://rccs.revues.org/1151 ; DOI : 10.4000/rccs.1151

 



[1] Todo o texto tem como fonte a única referencia que está na lista, os comentários que forem do presente autor serão demarcados com uma nota de rodapé.

[2] A partir desse ponto palavras do presente autor.

[3] Desse trecho para frente exceto a última frase são conteúdos da pesquisa.



Quando a passagem era 1 real?

27 de Abril de 2014, 20:31, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

Passagem aumenta

Alimento caro

Salário baixo

Falta Alimento

 

No outro ano

Passagem mais cara

Lazer mais caro

Salário baixo

Falta lazer

 

Dez anos depois...

A mesma história

O ônibus pior

E a passagem?

Mais cara

 

 

E em época de aumento de passagem, nada melhor do que adolescentes para mostrar de forma cômica a realidade de um transporte público sem segurança, espaço adequado para passageiros e com certeza sem qualidade.

 

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Escrito por: Rafael Pisani

Observação: No mesmo dia de postagem as 22:22 o termo repetido “do que adolescentes foi retirado. No servidor anterior foi postado no 07/04/2014 as 12:09.