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A situação atual dos movimentos sociais

17 de Fevereiro de 2014, 19:33 , por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by-nc-sa)

 

  Exatamente na data 17/06/2013 o Brasil entra em colapso. Congressos estudantis ocorreram dias antes e uma agitação veio também por parte dos estudantes. Houve uma organização interna dos grupos estudantis para a ocorrência de protestos sobre o aumento da passagem, mas que implicitamente, 20 centavos não bastam para tanto. Existem muito mais pautas mesmo entre os estudantes. Nos congressos nacionais e estaduais os estudantes se reuniram e elegeram seus representantes para as instituições nacionais e estaduais. A problemática desses congressos é a disputa oposição versus majoritária, isto é, quem ocupa os cargos. Existe uma questão  emocional entre eles, mas ainda um ponto racional. A oposição critica a majoritária e a majoritária se defende dos erros apontados na gestão. Deve haver um meio termo nessa critica no sentido de buscar uma melhora e não só como critica pura. Essa grande quantidade de emoção acaba polarizando o movimento em grupos separados criando um ponto fraco, mas ainda de outra visão aumenta sua força. Uma mudança que deve ocorrer nesse ponto é a união em prol de objetivos comuns. Nas diferenças um debate para o estabelecimento de um meio termo deve ser estabelecido. Essa união aparece ao menos em teoria nos discursos que apresentam um inimigo em comum, o neoliberalismo e suas conseqüências- afirmando um movimento estudantil sem sectarismo. Essa emoção leva os indivíduos em algumas situações a simplesmente criticar o outro sem base racional. As entidades de base como DCEs (Diretórios Central de Estudantes) e DAs (Diretórios acadêmicos) ou CAs (Centros Acadêmicos) e Grêmios estudantis são pautadas como fonte para levar a juventude junto a política. Só existe um problema quando se coloca essas entidades de base como ponte de atuação para grupos ideológicos específicos. Na realidade são fontes de atuação para o movimento estudantil como um todo, portanto, é bom que haja uma separação entre grupos ideológicos e entidades de base.

   Mesmo com intenções positivas vindo tanto da oposição quanto da majoritária, a configuração das eleições acaba por ser através da quantidade de votos adquiridos e ocupação de cargos. A intenção primária não é essa, mas a ocupação de cargos ajuda a efetivar os atos. Os discursos das chapas acabam atingindo só o grupo a qual a chapa veio representar, ou seja,  a oposição ou majoritária. São discursos que trazem a tona o emocional dos grupos, incluindo dentro da emoção as pautas políticas e racionais e as votações se pautam por isso.

 E, na disputa por votos podem ocorrer eventos, intencionais ou não, com a consequência impedir a possibilidade de votação de outros. O problema é: será que se pessoas representantes de um grupo realizarem tais atos torna correta a generalização para todos os representantes daquele grupo? Isso ocorre sobre as criticas feitas pela oposição à majoritária, isto é, a UJS. Mesmo se certos membros da UJS fizerem isso talvez não justifique um julgamento a todos os representantes da entidade porque assim como qualquer outro, são compostos por pessoas, e pessoas são diferentes. Portanto, representantes em outros locais podem ter atitudes diferentes. Mesmo um histórico anterior de negatividades não justifica tal generalização. Na verdade tanto oposição quanto majoritária possuem qualidades e defeitos, concordâncias e discordâncias. Um equilíbrio entre esses termos é positivo de forma que as diferenças e semelhanças em métodos e idéias ajude a alcançar um objetivo em comum, sem ser necessário ninguém ceder a própria ideologia. Essa polarização acaba enfraquecendo o movimento, fortalecendo assim o inimigo em comum de ambos.

  Mas afinal, isso se dará em prática? Os grupos de diferentes ideologias devem se tornar complementares ao invés de opostos na luta contra um mesmo inimigo, o neo liberalismo. Deve ser considerado também as relações de da sociedade, afinal, todos temos um pouco de comportamento capitalista, inclusive estudantes que se dizem comunistas e policias responsáveis pela repressão. Se ali estão, é porque para eles uma perda grande há se não seguem as ordens de reprimir os movimentos sociais. É até mesmo possível eles se juntarem aos movimentos sociais se vistos como pessoas que sofrem dos problemas a qual ocorrem passeatas contra. 

 No entanto, de onde se iniciou a onda nacional de manifestações aonde 30 mil participaram em Belo Horizonte[1], 100 mil no Rio de Janeiro[2], 65 mil em São Paulo[3] e 2 a 3 mil pessoas em Porto Alegre.[4]? De forma geral, grandes manifestações ocorreram em várias cidades. Talvez tenham se iniciado pela organização dos estudantes em iniciar algo, mas a origem já não importa tanto, o fato é que tomou proporções que ninguém previu. Fato estranho é a mídia divulgar de forma positiva enquanto anteriormente em vários outros protestos julgavam os jovens como vândalos. Existe algo de errado nisso. Mas, a função da mídia em relação aos movimentos sociais fica para outra hora.

  Em suma, a explosão de manifestações em todo o Brasil é positiva e também um tanto preocupante por toda sua força e entrada da mídia como divulgadora positiva do ato. As consequências disso não são facilmente previsíveis, mas ao menos demonstra uma grande indignação do povo Brasileiro, uma grande reação. Da forma como ocorreu dificilmente pode ser parada a força bruta. Como foi explicado no texto “Sociedade, educação e movimentos sociais”   desse mesmo blog o método de ação é poderoso mas com efeito curto. Portanto, o movimento tem de ser forte o suficiente para não se perder e constantemente recuperar suas energias, partindo de alguma forma para o método educativo. Esperemos então para ver o que vai ocorrer e analisar a situação com calma.

 Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 Escrito por: Rafael Pisani

Referencias:

 Disponível em: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/17/manifestantes-tomam-conta-de-bh-e-tentam-se-aproximar-do-mineirao.htm Bernardo Lacerda, Fernando Lacerda e Gabriel Duarte / http://copadomundo.uol.com.br. Data de acesso: 17 de junho de 2013

 Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2013/06/protesto-em-sao-paulo-reune-milhares-de-pessoas-no-centro-da-cidade.html Rogério Simôes e Erika Kokay/ http://revistaepoca.globo.com. Data de acesso: 17 de junho de 2013

 Disponível em: http://www.jornaldeluzilandia.com.br/txt.php?id=24644 / http://www.jornaldeluzilandia.com.br. Data de acesso: 17 de junho de 2013

 

 

 


[1] Fonte: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/17/manifestantes-tomam-conta-de-bh-e-tentam-se-aproximar-do-mineirao.htm

[2] Fonte: http://www.jornaldeluzilandia.com.br/txt.php?id=24644 

[3] Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2013/06/protesto-em-sao-paulo-reune-milhares-de-pessoas-no-centro-da-cidade.html 

[4] Fonte: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/06/novo-protesto-reune-manifestant

 Observação: No servidor anterior foi postado no dia 17/06/2013 as 22:57. Na versão do novo servidor o “Referencais” foi corrigido para “Referencias”

 


Tags deste artigo: movimento estudantil

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