Dando para a palavra uma simples definição diria ser alguém ou um grupo fora da lei. No entanto, fazer isso é quase um crime contra o pensamento. É uma forma muito rasa de definição. Fazendo uma abstração um crime é algo ocorrido no “espaço” de domínio de uma regra contrário a essa regra. Portanto, para essa regra isso é um crime. Isso então nos coloca frente a moral, um estudo sociológico. O roubar é um crime porque está fora da lei e é imoral, afinal por meios desonestos estamos tomando vantagem diante da exploração ou aproveitamento do outro.
A contrariedade é que vários atos desse tipo como empréstimos bancários, mesmo constituindo aproveitamento pela ingenuidade do outro não são considerados crimes, afinal estão dentro da lei. O capitalismo prega o sucesso a partir da exploração do outro. Então, algo há de errado nessa noção de crime.
O crime então se classifica como exploração do outro em um contexto e sujeito específicos. Dito de outra forma, certas explorações são permitidas, legalizadas e morais, sendo executadas por sujeitos específicos em contextos específicos. Certas explorações não o são porque ocorrem em um contexto e sujeito específico. Tudo isso permeado pelos conceitos subjetivos da sociedade. O contexto e sujeito específicos são justamente pessoas da classe baixa e a cultura lá formada. Vindo desse grupo tudo parece ser criminalizado. Por isso desconfiamos de ser ladrão aquele vestido de forma simples e suja e confiamos naquele vestido de terno ou algo equivalente a boa aparência, ou seja, visual elitista, da classe alta.
Portanto, não se tratam de bandidos os agiotas e emprestadores de empréstimo a juros. Estão dentro da lei e representam a classe alta e honrosa da sociedade, a burguesia. O que há então, a se questionar? São eles os representantes do ideal de nossa sociedade. Os heróis quando mais precisamos. Sempre a postos para nos emprestar dinheiro quando necessário. São também os filantropos doando suas fortunas para ajudar a outros. Criadores de campanhas humanitárias, sempre dispostos a se sacrificarem por outros. Por isso sempre dão um jeito de “criar” criminosos ou grandes problemas a se combater. Em 1964 os comunistas. Em seguida inflação, migração nordestina, programas sociais, corrupção, impostos etc.. Agora demonstram como solução a redução da maioridade penal.[1] Afinal, o que é “crime” e o que é o bandido?
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Escrito por: Rafael Pisani
Referencias:
Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/reducao-da-maioridade-penal-provoca-histeria-coletiva.html . Pragmatismo político . Data de acesso: 23 de maio de 2013
[1] Fonte da última frase: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/reducao-da-maioridade-penal-provoca-histeria-coletiva.html
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