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Cultura do isolamento social e punição

21 de Agosto de 2014, 16:03 , por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by-nc-sa)

 

Temos a tradição de punir aquilo considerado errado. Esse tipo de atitude não ensina novos comportamentos, simplesmente mostra o que é errado. Portanto, não ensina o que é o certo. Assim abre margem para outros comportamentos serem executados. [2]Esses podem ser considerados errados e novamente punidos, continuando o ciclo. No fim essa é uma tradição histórica. A intenção para esse texto é mostrar o efeito disso. O isolamento da sociedade serve como punição. De forma simples é o isolamento do indivíduo quando não serve para a sociedade. Utilizemos dois exemplos para aplicar tal situação.

 Houve o caso do menor de 16 anos que roubou o ônibus e estuprou uma mulher que estava dentro dele. Segundo o indivíduo, ao fazer isso estava sob efeito de drogas e desejava dinheiro para ir a uma festa, comprando para o assalto uma arma por 450 reais.[3]  Puni-lo de nada iria adiantar. Considerando como verdadeiro seu discurso a causa é clara.  Se for uma declaração falsa a causa é outra. Existem muito mais fatores do que a punição para impedi-lo de roubar, estuprar ou matar. O outro caso é de um garoto que agrediu um funcionário do DEGASE (Departamento geral de ações sócioeducativas) e quase o deixou cego.[4]  Talvez a própria punição em uma entidade sócioeducativa equivalente a uma prisão tenha sido o motivo para tal ato. Isso não é motivo para mandá-lo a uma prisão, o caso só iria piorar. Então a solução é punir?

Só se o desejo é o isolamento social. A solução é outra. O ponto desse argumento é o seguinte: existe uma cultura de punição. Ela não ensina comportamentos novos, só ensina o que é errado sem ensinar o certo, dando margem a outros comportamentos considerados errados, continuando o ciclo. Feita dessa forma não considera as causas e trata o efeito por si só. A principal razão para se punir é a imediaticidade da punição, considerando o certo obrigação. Por isso negamos a outras opções. Nesse caso é melhor ensinar não?

Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

 

Referências:

 

Disponível em: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/funcionario-do-degase-corre-risco-de-ficar-cego-apos-ser-agredido-em-fuga-de-internos-13052013 . http://noticias.r7.com . Data de acesso: 21 de maio de 2013

 

 

Disponível em: http://odia.ig.com.br/portal/rio/menor-acusado-de-estuprar-mulher-em-%C3%B4nibus-tem-16-anos-e-estava-na-casa-da-av%C3%B3-1.579337 .Maria Inez Magalhães/ O dia online . Data de acesso: 20 de maio de 2013

 

Moreira, Márcio Borges Princípios básicos de análise do comportamento/ Márcio Borges Moreira, Carlos Augusto de Medeiros. – Porto Alegre : Artmed, 2007.

 

Vigiar e punir:nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramalhete. 38.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.

 



[1] Fonte desse texto: Michel Foulcault Vigiar e Punir

[2] Fonte: Princípios de Analise do comportamento. Márcio Borges.


Tags deste artigo: redução da maioridade e sociedade

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