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O lado opressivo do préconceito

16 de Junho de 2015, 21:51 , por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by-nc-sa)

Esse texto foi inspirado no filme histórias cruzadas, que se passa em uma cidade pequena chamada Jackson na década de 60. (Veja aqui http://megafilmeshd.net/historias-cruzadas/ ). É marcante na temática do racismo, e veremos o porque.

A cidade possuia uma divisão social do machismo ao racismo, com uma sobreposição do primeiro ao segundo. O machismo passava despercebido, escapava a percepção, o racismo reafirmado. Para se tratar do machismo, era preciso tratar do racismo. A escala social era a seguinte: mulheres serviam aos homens, e entre as mulheres as de cor branca contratavam as negras como suas empregadas, no sentido mais possessivo de contratar.

Quanto as crianças, as mães brancas deixavam os cuidados as empregadas negras. Como resultado o vínculo materno de cuidado ficava com as mulheres negras, meras empregadas em relação a mãe branca biológica. Paradoxalmente, quando essa criança crescia aprendia a mandar e possuir (no sentido mais objetivo da palavra) sua própria empregada. Agora em termos do espaço, havia uma divisão geográfica política nas casas de onde cada uma poderia ficar.

As mulheres negras comiam em mesas e momentos separados, sempre uniformizadas. Enquanto isso as mulheres brancas estavam sempre se arrumando ou indo a festas. O uso do banheiro era separado, e as crianças sabiam. Era um espaço demarcado. As mulheres negras eram a base de vínculo e funcionamento da casa, mas também meros objetos a serem comprados ou não. A partir disso existem diversas situações opressoras.

A mulher negra personagem principal, Aibleen tomou consciência da situação após começar a contar sua história a Skeeter, mulher branca com coragem. Esse foi um ato revolucionário, trazer a situação real, expor claramente- algo assustador e perigoso só feito após exposição a violência extrema. Não era só descrever a situação, era trazer a opressão ao campo do concreto. E mesmo Skeeter, mulher branca teve problemas com essa decisão.

Para ambas, Aibleen e Skeeter foram decisões extremamente difíceis. São situações extremamente opressoras a mãe todo o tempo perguntar se vai ou não casar, ou sendo uma mulher negra empregada ouvir de uma mulher branca o seguinte: “Aibleen, é bom ter um banheiro separado né? Separadas mais juntas”. E o mais prático e seguro a ela era responder “Sim senhora”. Na verdade todo o filme é uma exposição de situações violentas.

Chegando ao fim do texto, mas com uma comparação atual é como dizer “É minha mulher”, e nunca dizer “É meu homem.” Ou perguntar a uma mulher casada o que o homem com quem casou é dela. Poderia dizer “´´É meu marido” ou “Sou esposa dele”, sempre dando a ideia de ser posse dele. Ou o Marido poderia dizer “É minha esposa” ou “Sou marido dela”, mas como possuidor. Tudo isso no senso comum, já com grande transformação. mas a resposta melhorada talvez fosse “somos casados”.

As mudanças sociais ocorrem gradualmente, as vezes até rápido de mais, sempre com perdas e ganhos, mas ocorre,. O simples ato de comer junto a mulher negra e empregada é significativo. A solução é união de ambos, não oposição, assim como em outros tipos de preconceito. Para finalizar vou parafrasear Aibleen para sua última criança: C é bom, C é experto, C é importante.

Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani


Tags deste artigo: pré-conceitos e as diferenças

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