Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar.

 Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo.

Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos."

 Voltar a Burgos Cãogrino
Tela cheia

Emad Burnat - 5 Câmeras Quebradas

20 de Fevereiro de 2013, 21:00 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
Visualizado 57 vezes






5 Câmeras Quebradas mostra como a convivência entre Israel e Palestina é impossível – e, ao mesmo tempo, fala de esperança, justiça e perseverança. Emad Burnat, um pequeno proprietário de terras em Bilin, ganhou uma filmadora meia-boca em 2005, quando nasceu seu quarto filho, Gibreel. No mesmo ano, colonos israelenses começaram a construir assentamentos na área, construindo uma cerca. Os invasores começam a tentar expulsar os habitantes. Destroem suas oliveiras, seu ganha-pão. Protestos passam a ocorrer semanalmente.

Gibreel

Emad registrou tudo: as bombas de gás lacrimogêneo, tiros de balas de borracha, prisões, atrocidades. No meio tempo, filmou o crescimento de Gibreel e suas reações diante daquele mundo.

Em 2007, uma corte israelense determinou a derrubada da cerca – o que só iria ocorrer quatro anos depois. Emad juntara centenas de horas de imagens. Seu amigo israelense Guy Davidi, cineasta, ativista e co-diretor do documentário, deu um fio condutor, escreveu a narração em off e sugeriu a abordagem: contar a história dos confrontos do ponto de vista de Emad, dividida em capítulos, cada um deles ilustrado pelo que as câmeras do palestino capturaram antes de ser destruídas.
O resultado é assombrosamente lindo e emocionante.

Jornalismo cru, sem análise ou proselitismo, apenas a crônica de uma terra disputada por dois vizinhos – um armado de paus e pedras, outro de canhões, jipes, fuzis e granadas.

Emad Burnat

Emad Burnat nunca teve aulas de cinema. Não precisou. Além de uma habilidade inata e da intuição, ele foi para a linha de frente, desafiando a autoridade com sua filmadora e seu discurso de que era “jornalista” e tinha “autorização para trabalhar”. Não perde a convicção quando o exército passa a entrar na aldeia à noite e a prender crianças. Permanece ao lado dos dois amigos, o fanfarrão Adeeb e o grandalhão El-Phil, quando eles são detidos e, mais tarde, quando o pior acontece. Não recua na hora em que a mulher, Soraya, pede que ele largue tudo porque ela não aguenta mais viver com medo. (Soraya foi criada no Brasil e, a certa altura, fala em português com o marido. O próprio Emad passou um tempo no Brasil).

Soraya


A visão filosófica do conflito faz com que Emad não perca a cabeça. Ele é posto em prisão domiciliar – e leva a câmera. Ele vê seu pai e sua mãe desesperados diante da detenção de seu irmão, tentando parar um jipe com o corpo. Ele testemunha um tiro à queima-roupa na perna de um manifestante que já estava dominado. É como se a câmera se o protegesse, ele diz (o que, naturalmente, não é verdade e tem suas consequências).

Numa situação tão sem saída, Emad não procura a aliança com terroristas ou faz um curso para virar homem bomba. Ao invés disso, a cada câmera destruída, ele adquire outra. É o que dá sentido à sua vida. É a sua maneira de proteger sua vila e sua família.

 5 Câmeras Quebradas ganhou vários prêmios e está indicado para o Oscar de documentário. Com simplicidade e poucos recursos, com talento, urgência e coragem, eles realizaram um épico.

“Se você for ferido, vai sempre se lembrar da sua ferida, mesmo depois de ela se curar. Se você se machucar de novo e de novo… você esquece as suas cicatrizes”. “Mas a câmera se recorda, e então eu filmo para me curar”.

(Emad Burnat)






Fonte: Café Brasil, Youtube
Imagens: Google (colocadas por este blog) 


Fonte: http://burgos4patas.blogspot.com/2013/02/emad-burnat-5-cameras-quebradas.html

0sem comentários ainda

    Enviar um comentário

    Os campos realçados são obrigatórios.

    Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.