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Telepatifaria

19 de Junho de 2013, 1:04 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Por José Fonseca Filho



As telenovelas sempre foram uma paixão do povo brasileiro. Eu não me incluo nesse grupo de adoradores. Ao contrário, acho novela um saco. Todavia, diante da escassez de afazeres domésticos eventualmente agradáveis, como ter em casa uma mulher, amante, namorada, esposa, gata ou outras espécimes mais raras, acabei por assistir novelas da Globo.

Telenovelas já foram estórias de amor, amor ingênuo, amor impossível, amor bandido, xaropada, continhos de fada. Hoje, pelo menos nas últimas que assisti os principais ingredientes são a patifaria, o mau-caratismo, a safadeza, a calhordice, a violência e outros maus exemplos transmitidos em horário nobre e high definition.

Patifaria também vende. Coisas de espantar até pela repetição: a cada capítulo a bandidagem fica maior, com os patifes transformados nos expoentes da novela, seja personagem masculino ou feminino.



A última em cartaz chama-se "Amor à Vida". Título curioso, diante da tramóia desenvolvida. Nela, uma garota bonitinha e rica se apaixona por um desocupado, viciado em drogas, que vive na Bolívia mas é brasileiro, e dele engravida. O irmão dessa bonitinha é o calhorda total. Ávido em herdar sozinho a fortuna do pai, dono de um hospital, encontra a irmã desmaiada no banheiro de um botequim de baixa categoria.

Minutos antes uma mulher fez o parto e desapareceu. O irmão a deixa ensanguentada, pega o recém nascido e o larga em depósito de lixo numa rua deserta. Alguém passa, o recolhe e cria como seu. O calhorda-herói rouba dinheiro do pai no hospital, é gay enrustido mas casado, cuja mulher o suporta em troca da vida de rica. Costuma prender o filho no armário e contrata o motorista da própria casa para matar o tio, que sabe de suas falcatruas no hospital.

Chega? A estória exalta que mulher só deve casar com homens ricos e desprezar os pobres. Personagem também de destaque na novela, uma mãe luta para que sua filha arranje um homem rico para casar, mesmo que seja um idiota. Ensina a filhinha - a mãe que ensina, tá? - a se oferecer para transar (trepar, fornicar, fazer sexo, phoder,) com um milionário e furar a camisinha (durex, camisa de vênus, preservativo) com um alfinete para engravidar e depois, claro, processar o babaca e tomar-lhe dinheiro.

A família brasileira é atingida por tais exemplos de discriminação social e deformação moral proporcionados pela teledramaturgia tupiniquim. O cidadão liga a televisão assustado. Qual a patifaria de hoje? Será que as mocinhas e mulheres brasileiras vão gostar da ideia de furar a camisinha? Ir para a cama com uma tesoura? Procurar homem pelo dinheiro que tiverem?


Tanta patifaria poderia ser classificada, ao menos, como exagero. Trata-se, talvez, de cada telenovela pretender superar as anteriores nas aberrações? Antes da presente, houve uma tal “Salve Jorge” onde uma cafetina de luxo traficava mulheres, matava pessoas com injeções de veneno no pescoço, sequestrava bebês, também tinha horror a pobres e dava (fornicava) por meros interesses materiais. Gente boa, diariamente nas telinhas.


Teve ainda a nossa “Avenida Brasil” (*), onde o personagem canalha foi também uma mulher que matava, mandava matar, mentia e também dava para qualquer homem, desde que houvesse proveito material. Curioso que em tais estórias há sempre alguém cuja paternidade é duvidosa. Pai e mãe desconhecidos. Mas isso não interessa: importante nessas novelas é ser bandido (a) e ter horror a pobre. Com isso os autores, actores e emissoras ganham um monte de dinheiro.


Fonte:  A Minha Travessa do Ferreira
Imagens:  A Minha Travessa do Ferreira, Google  

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Fonte: http://burgos4patas.blogspot.com/2013/06/telepatifaria.html

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