Alguns poucos políticos do campo progressista participaram das manifestações contra o governo golpista deste domingo.
Uma pena que isso tenha acontecido, pois justamente neste momento em que os atos de protesto crescem, é que eles ganhariam ainda mais relevância se deles estivessem participando protagonistas da política como o ex-presidente Lula e a própria presidenta Dilma, por exemplo.
A festa antigolpe tem sido bonita.
Mas precisa se ampliar ao máximo, render notícias, arrebanhar mais corações, aumentar sua base de apoio - tudo para deixar os golpistas de plantão encurralados, sem opções a não ser atender ao pedido das multidões ou impor, definitiva e claramente, uma ditadura no país.
E para que isso ocorra é necessário que se faça uma agenda mínima de manifestações, com a presença de senadores, deputados, vereadores, líderes sindicais, estudantis e de associações de classe.
O maior líder político brasileiro, o ex-presidente Lula, tem de ser presença obrigatória nos atos principais, assim como a presidenta Dilma e todos os outros parlamentares da centro-esquerda.
O movimento antigolpe, que deverá crescer cada vez mais, é um ato eminentemente político - e fora do campo político não haverá salvação para o Brasil.
As ruas, tomadas de jovens, têm dado o recado para os coveiros da democracia.
A centro-esquerda brasileira, principalmente os partidos políticos que a compõem, não deveriam cometer o mesmo erro de 2013, quando, por temor, desinformação, negligência ou simples comodismo, deixaram as manifestações virarem "contra tudo o que está aí", ou seja, contra nada.
Hoje o alvo é muito definido: os inimigos são bem mais visíveis e, portanto, mais fáceis de combater. (Carlos Motta)