Musicóloga expõe em livro seu rico universo particular
11 de Outubro de 2024, 9:21Com uma vida dedicada ao ensino, pesquisa e educação na área da música, responsável por livros que se tornaram cânones na musicologia brasileira, a musicóloga Ermelinda Paz (foto) direciona, desta vez, seu olhar para si, convidando o leitor a explorar o seu imenso universo particular. Em “Uma quase biografia em tom e semitom” (Editora Irmãos Vitale), a pesquisadora nos presenteia com uma narrativa que vai além dos detalhes encontrados em sua página na internet e no Lattes, como a infância em Realengo, o amor pela Mocidade, o inusitado convite para ser jurada da Liesa, a entrevista despojada com Tom Jobim e até as recentes alegrias como Vovó Linda, seu alterego responsável pelo resgate e regravações de dezenas de canções infantis do Brasil e do mundo – no terceiro volume do álbum “Cantando e brincando com Vovó Linda”, Ermelinda cantou em 17 idiomas diferentes.
Neste seu novo livro “quase autobiográfico”, a autora não apenas descreve sua vida profissional e suas conquistas, mas também conduz o leitor por corredores pouco iluminados, revelando aspectos íntimos e pessoais que muitas vezes permanecem ocultos, até mesmo para aqueles mais próximos.
Com o seu exemplo de vida e profissional, o livro oferece uma eloquente aula sobre o significado e a importância do magistério e mostra as competências e responsabilidades que envolvem ser professora. A obra se desdobra em partes meticulosamente organizadas, destacando-se a ênfase na vida social, na trajetória profissional detalhada em capítulos específicos e nas 21 Codas, que representam o colorido de ocorrências sociais e profissionais, sutilmente tecendo a tapeçaria de uma vida repleta de experiências marcantes.
Seu longo e detalhado estudo é dividido em duas partes: na primeira, a autora relata e avalia com emoção, sua infância, juventude e formação profissional; na segunda, mergulha nos universos da musicologia e da pedagogia musical dos séculos XX e XXI, em particular a brasileira, detendo-se particularmente nos procedimentos pedagógicos que emprega no campo da percepção musical.
Na área da Musicologia, a pesquisa de Ermelinda, extensa e rica, volta-se para a temática brasileira, com um olhar atento para Villa-Lobos e sua relação música popular/erudita, por ele incansavelmente explorada enquanto compositor e educador. Em diversos capítulos de “Uma quase biografia em tom e semitom”, a autora comenta os inúmeros livros que escreveu, entre eles “Villa-Lobos, Sôdade do Cordão”, “Villa-Lobos e a música popular brasileira” e “500 Canções Brasileiras” que evidenciam, todos, a importância que ela confere às referidas questões.
Ainda enquanto musicóloga, Ermelinda detém-se particularmente sobre Edino Krieger, personalidade ímpar da música brasileira da atualidade, de quem aborda detalhadamente suas inúmeras facetas de crítico, educador musical, compositor, produtor cultural, produtor de extensa discografia e textual, e inclui exemplos de obras recentes para acordeom, clarineta, piano, violão, violoncelo, canto e piano, câmera, orquestra, além daqueles de um “musical didático”, termo usado pelo próprio compositor, para um musical com roteiro de Conceição Campos, em que narra a história da Ilha de Paquetá.
De sua também extensa carreira de administradora universitária – atividade que exerceu com frequência – destaca-se um evento inusitado na vida de um (a) professor (a) de música: a realização do “Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia”, na Escola Superior de Guerra, motivada por sua busca de embasamento para o exercício de função administrativa.
Para o historiador e autor Ricardo Cravo Albin, “a professora Ermelinda A. Paz é das mais completas pesquisadoras da música do Brasil, gravitando com igual desenvoltura pelas músicas popular, folclórica e erudita”. Livre Docente em Percepção Musical pela Unirio, Ermelinda é atualmente líder de pesquisa do grupo Música e Educação Brasileira (UFRJ-CNPq). Continua a desenvolver até hoje intensas atividades em sua especialidade, tendo sido laureada nos mais qualificados concursos de monografia, conquistando títulos como Prêmio Sílvio Romero, Prêmio Carioca de Pesquisa Monográfica, Prêmio Grandes Educadores Brasileiros e Prêmio Lúcio Rangel.
“Escrever a respeito de si mesmo é sempre um risco de nos tornarmos enfadonhos e desinteressantes... mas esse risco, Ermelinda não corre e, ao contrário, consegue nos deliciar, pela maneira pitoresca com que relata episódios de sua infância e juventude”, revela Marisa Trench de Oliveira Fonterrada, professora e pesquisadora da Unesp. “É surpreendente como ela encara com naturalidade e bom humor todos os eventos pelos quais passou, dos alegres e engraçados, a outros, de diferente natureza, por mais difíceis que tenham sido, por mais sombrios e preocupantes. Isso, porque Ermelinda tem uma luz interna que não se apaga e transforma caminhos escuros em doce penumbra”, concluiu com ternura.
O livro será lançado dia 25 de outubro, sexta-feira, às 19 horas, na Livraria da Travessa, em Ipanema (Rua Visconde de Pirajá, 572, Rio de Janeiro).
Rodrigo Marconi mostra seus outros "eus" em novo álbum
26 de Agosto de 2024, 10:07Rodrigo Marconi (foto), cujas obras já foram apresentadas em edições da Bienal de Música Brasileira Contemporânea, nos Panoramas da Música Brasileira Atual (UFRJ) e no Festival Música Nova Gilberto Mendes, além de executadas em diversos outros festivais por intérpretes de prestígio, como Duo Santoro, Quinteto Lorenzo Fernandez, Madrigal Contemporâneo, Fabio Adour e Pauxy Gentil Nunes, investe novamente em suas composições em seu novo álbum, “Outros Eus”, disponível em todas as plataformas de streaming.
Em seu novo trabalho, Marconi usa elementos diversos e díspares, salpicando referências impregnadas de diálogos que só a arte é capaz de promover - a produção poética de Cruz e Souza na faixa de abertura O Assinalado, e Arthur Rimbaud, na composição Canção da Mais Alta Torre, as leituras de mundo de Paul Valéry na obra Para os Olhos...a Nuca é um Mistério!, são alguns desses momentos.
Marconi também faz referência a artistas surrealistas como André Breton, Luis Buñuel e Salvador Dali em O Lado Mágico das Coisas, à Nietzsche e às tragédias gregas com a obra Apolo e Dionísio no Templo das Musas, às conversas semanais com a flautista Odette Ernest Dias em Eram Dias Grávidos de Sons e Poesia, à criação estética dos compositores da Segunda Escola de Viena, em Os Três Rapazes de Viena, e às outras formas de expressão artística como a fotografia, na última faixa do álbum, Polaroids.
Bacharel em composição musical pela Universidade Estácio de Sá, onde teve a oportunidade de ser orientado pelos compositores Guilherme Bauer, João Guilherme Ripper e Tato Taborda, Rodrigo Marconi é licenciado em Educação Artística com habilitação em Música pelo Conservatório Brasileiro de Música e mestre em Musicologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro com a pesquisa “Tradição e Vanguarda nos Arranjos de Rogério Duprat para a Tropicália”.
Em 2018, lançou seu primeiro CD, “Correspondências” com parte de sua produção composicional. Atualmente, é professor de música e diretor da Escola Técnica Estadual de Teatro Martins Penna.
Jazz Cigano invade novamente Piracicaba
5 de Agosto de 2024, 9:51José Fernando, criador do festival, e Paulus Schafer, uma das atrações |
Um dos mais originais e importantes eventos musicais do país, o Festival de Jazz Manouche de Piracicaba, terá início nesta sexta-feira, 9 de agosto. Ele chega à sua 10ª edição, levando ao público artistas brasileiros e estrangeiros que se dedicam a perpetuar o gênero musical que ficou conhecido no mundo todo graças à genialidade do guitarrista belga Django Reinhardt.
O estilo surgiu em Paris no começo do século passado, quando o cigano Django e o violinista francês Stéphane Grappelli se juntaram no quinteto do Hot Club de France, consagrando uma parceria que se tornaria icônica e definidora de uma nova linguagem no mundo do jazz.
Diferentemente da instrumentação tradicional americana, que usava metais e bateria, o jazz manouche se caracterizou sobretudo pelo uso de instrumentos de cordas, como o violão e o violino, assim como o acordeão. Da junção do swing americano e a improvisação jazzística com o fraseado cigano nasceu o jazz manouche ou gypsy jazz – estilo que conta hoje com grupos praticantes em todas as partes do mundo, quase sempre nomeados como "Hot Clubs" em referência à formação original francesa.
O Festival de Jazz Manouche de Piracicaba foi criado pelo juiz de Direito José Fernando Seifarth de Freitas, que tem a música como hobby e é um apaixonado pelo jazz cigano. A semente do festival foi plantada em 2010, ano do centenário do nascimento de Django Reinhardt, quando Piracicaba reuniu, de forma inédita, músicos praticantes do manouche no Teatro Dr. Losso Neto, no espetáculo "100 anos de Django Reinhardt".
Desse evento surgiu o festival, que teve sua primeira edição em 2013. Ele começou a chamar a atenção também no exterior, e já na sua segunda edição, em 2014, houve a primeira participação de artistas estrangeiros - Richard Smith (Reino Unido) e Dario Napoli (Itália).
Criou-se, a partir de então, um intercâmbio musical entre artistas brasileiros e estrangeiros, tendo participado do festival, entre outros, músicos de renome no cenário internacional, como Robin Nolan (Inglaterra), Jon Larsen (Noruega), Eva Scholten (Holanda), Paul Mehling (EUA), Tcha Badjo (Canadá), Walter Coronda, Ricardo Pellican, Roque Monsalve, Fran Seglie (Argentina), Florian Cristea (Romênia), Rudy Bado (Irlanda), e nacional, como Bina Coquet, Mauro Albert, Sandro Haick, Marcelo Modesto, Alessandro Penezi, Yuval Bem Lior, Vinícius Araújo, Benoit Decharneux, Marcelo Cigano, Thadeu Romano, Jazz Cigano Quinteto, Gypsy Jazz Club, Hot Club do Brasil, Roda Romani, Gadje Roma, Hot Jazz Club, Outro Gato, Alma Nouche, além do anfitrião Hot Club de Piracicaba.
A sequência de eventos dedicados ao gênero fez com que Piracicaba fosse batizada pela prestigiada revista “Guitar Player” (edição brasileira) como “a capital do jazz manouche no Brasil”.
O festival foi interrompido somente durante a pandemia de covid-19, sendo retomada, numa edição menor, em 2022.
Em 2023, o festival foi incluído no Calendário Oficial de Eventos de Piracicaba, conforme a lei municipal nº 9.936, nascida de projeto de autoria da vereadora Silvia Morales, do mandato coletivo “A Cidade é Sua”. E aí, voltou a realizar sua programação costumeira.
Nesta ano, em sua 10ª edição, contará com os músicos holandeses Paulus Schafer, Tim Kliphuis e Simon Planting, além de, pela primeira vez, mostrar a arte de músicos asiáticos, representados por Yen-Hua Wang (Taiwan), Yumi Tsubouchi e Daiki Yamamoto (Japão).
Além deles, o público assistirá a apresentações dos argentinos Walter Coronda, Roque Monsalve e Ricardo Pellican e do venezuelano Rafael Marrero. Pellican é o organizador do Django Festival Argentina e um dos músicos mais emblemáticos do jazz manouche na América do Sul.
O festival apresentará também um importante encontro entre dois dos mais prestigiados músicos brasileiros, o multi-instrumentista Sandro Haick e o violinista romeno Florian Cristea, radicado no Brasil e integrante da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Recentemente, os dois gravaram um álbum em homenagem a Django Reinhardt e Stéphane Grappelli.
Para esta edição do festival foram ainda convidados a participar músicos e grupos brasileiros que têm tocado este estilo há bastante tempo e que constituem o movimento nacional do gyspsy jazz: Bina Coquet (São Paulo), Mauro Albert (Florianópolis), Jazz Cigano Quinteto (Curitiba), Gypsy Jazz Club (Brasília) e o quinteto do Hot Club de Piracicaba (Piracicaba).
O Festival de Jazz Manouche de Piracicaba tem parceria com o Festival Manouche de Curitiba. E os artistas convidados para Piracicaba irão para o Paraná, onde se apresentarão em 14 de agosto, às 19h30, no Teatro Paiol, juntamente com integrantes do Hot Club de Piracicaba e do Jazz Cigano Quinteto, no show “Jazz Manouche Ásia-Brasil”
O festival conta com apoio da Drogal, Prefeitura de Piracicaba, Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac), Consulado da Holanda, Hot Club de Piracicaba, Tutta Birra, iPu Va’e, Neurônio Adicional, Jovem Pan FM, Primo Luiz, New Life, Casaretto, Lupac e Tempo D Comunicação e Cultura. A produção é da Empório Produções.
Programação
9 de agosto: Teatro Erotides de Campos (evento gratuito)
19:30- Florian Cristea (Romênia/Brasil), Sandro Haick e Danilo Vianna (São Paulo), com os convidados Ricardo Pellican (Argentina) e Fernando Seifarth (Piracicaba).
20:30- Paulus Schafer, Tim Kliphuis & Simon Planting (Holanda)
Jam session - A Tutta Birra, com Vitrola Manouche e convidados
10 de agosto: Engenho Central (evento gratuito).
14:00 - Exposição de fotos Eloy Porto Neto, por Antônio Trivelin
14:30 - Abertura com o Hot Club de Piracicaba e Pa Moreno.
15:00 - Jazz Cigano Quinteto, com André Ribas (Curitiba)
16:00 - Yen-Hua Wang (Taiwan) e quinteto do Hot Club de Piracicaba (Brasil)
17:00 - Yumi Tsubouchi e Daiki Yamamoto (Japão), com Thadeu Romano e Danilo Vianna (São Paulo). Convidados: Vinicius Araújo (Curitiba) e Fernando Seifarth (Piracicaba)
18:00- Gypsy Jazz Club (Brasília)
19:00 - Ricardo Pellican e Walter Coronda (Argentina), com Danilo Vianna, Marcelo Cigano (São Paulo) e Mauro Albert (Florianópolis).
20:00 - Roque Monsalve (Argentina), Bina Coquet (São Paulo), Rafael Marrero (Venezuela), Nando Vicencio (São Paulo).
16 de agosto
Jam session "Ásia-Brasil” no Primo Luís, com Yumi Tsubouchi, Daiki Yamamoto, Yen-hua Wang, Fernando Seifarth, Renato Borghi e convidados.
Workshop com os artistas asiáticos no Instituto Formar, 14hs30.
Danilo Caymmi e Cláudio Nucci abrem Festival de Artes e Saberes das Águas
10 de Julho de 2024, 10:10De julho a setembro, a primeira edição do Fasa - Festival de Artes e Saberes das Águas vai celebrar o valor cultural, social e os costumes em torno desse elemento vital em seis municípios de São Paulo, representantes da diversidade hidrográfica do Estado.
Com direção artística de Pablo Castellar e patrocínio da Sabesp, por meio da Lei de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet, o Fasa apresentará espetáculos com renomados nomes da música nacional e artistas locais, palestras e visitas guiadas às águas de cada território, além de diversos conteúdos virtuais.
A abertura será no dia 14 de julho, homenageando o mar e os rios de Ilhabela, com a participação de diversos artistas locais, entre os quais fotógrafos, músicos e artistas plásticos, além da apresentação de Danilo Caymmi e Claudio Nucci (foto) no Teatro de Vermelhos, uma parceria do Fasa com o Instituto Baía dos Vermelhos, encerrando o Festival Vermelhos 2024 - Música e Artes Cênicas.
Durante o dia, o Fasa vai oferecer uma grande variedade de atividades e atrações que prestigiam a produção artística local. Na parte da manhã, estão previstos os Passeios Fasa na Trilha da Água Branca, tendo como guia Danilo Taino, criador do portal Arquipélago Ilhabela.
Já no início da tarde, no Instituto Baía dos Vermelhos, o Fasa da Casa trará uma exposição de fotos de dois nomes de relevância da fotografia brasileira. Maristela Colucci e Luciano Candisani, ambos residentes de Ilhabela, vão apresentar suas fotografias em telas no foyer do Teatro dos Vermelhos, com obras inspiradas no tema das águas.
Especialista em ilustrações botânicas e design, a artista plástica Patti Silva vai pintar um quadro ao vivo, ao longo do dia, celebrando a riqueza hídrica local, que será posteriormente doado a uma instituição social de Ilhabela. Artista local em constante atividade, Patti trabalha com desenho e pintura em paredes na cidade e adjacências, atuando também como professora e oficineira em diferentes projetos locais, além de expositora em diversas feiras de arte da região.
A produtora cultural, artista visual e arte-educadora Naiara Novazzi vai oferecer uma oficina de Lettering e Poesia Visual, convidando o público de toda a família a participar de um grande painel colaborativo. A artista utiliza oficinas como ações catalisadoras na reinvenção do cotidiano e, no Fasa, vai explorar a poesia em suas variadas formas e estilos.
Também à tarde, no Reflexões Fasa, está prevista uma palestra com Carlos Nunes, co-fundador do Instituto Ilhabela Sustentável e criador do Observatório dos ODS do Litoral Norte de São Paulo. De intensa atuação no monitoramento e gestão do ecossistema local, o Instituto é uma importante organização não governamental e sem fins lucrativos que busca promover a participação na sociedade por meio do planejamento, implementação e monitoramento de ações para o desenvolvimento sustentável de Ilhabela.
Antes do show de Danilo Caymmi e Claudio Nucci, o grupo Ciribaí fará a apresentação de abertura. O trio instrumental, formado pelos músicos locais Paulio Celé (guitarra), Sá Reston (piano) e Junior Chiaparini (baixo elétrico), possui um repertório repleto de referências à cultura popular, composições e arranjos autorais influenciados pela Música Universal de Hermeto Pascoal. Após a apresentação de Claudio Nucci e Danilo Caymmi, o Fasa encerra suas atividades em Ilhabela com um cortejo do grupo Marabantu, levando o público a ocupar o Instituto Baía dos Vermelhos, celebrando a relação das águas com o ritmo do Maracatu.
Programação
Depois de Ilhabela, o Fasa vai percorrer, até setembro, outras cinco cidades paulistas sempre com participações de artistas renomados nacionais e regionais. O violonista Fábio Zanon e o flautista Marcelo Barboza celebrarão as cavernas e rios subterrâneos de Iporanga com um repertório que incluirá as peças "Mitologia de las Águas", de Leo Brouwer, e "Toward the Sea", de Tōru Takemitsu, entre outras. O concerto será no dia 4 de agosto no Petar - Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira.
No dia 8 de setembro será a vez de São Bernardo do Campo. O trio de Hamilton de Holanda realizará um espetáculo celebrando as águas no Parque Engenheiro Salvador Arena.
Na semana seguinte, no dia 15 setembro, a soprano Marília Vargas, a harpista Liuba Klevtsova e a violoncelista Vana Bock se apresentarão em Nazaré Paulista, dando continuidade ao trabalho que vêm realizando em torno da obra de mulheres compositoras, desta vez trazendo obras musicais que exploram a temática das águas. Entre as compositoras brasileiras, obras de Babi de Oliveira, Diva Ponse e Helza Camêu, além das europeias Fanny Mendelssohn, Clara Schumann e Nadia Boulanger. O concerto abordará temas comuns entre os continentes como as sereias, o mar, os rios e riachos, e também representações femininas claramente regionais, nas formas de Janaína ou Lorelei.
Campos do Jordão, com seus lagos e nascentes e Santos com seus rios, mangues e mar também estarão no circuito com uma programação que em breve será anunciada. Ao todo, o Fasa contará com seis concertos e diversas atividades que poderão ser conferida no site fasa.art.br.
Além dos concertos, o Fasa Reflexões convidará artistas, pesquisadores, historiadores, cientistas e personalidades comprometidas com as questões ambientais ligadas à água, programando palestras que antecederão os concertos, pensadas para dialogar com a história das águas e as peculiaridades hidrográficas de cada cidade.
Outras ações e atividades também estão programadas, como os "Passeios Fasa” que promovem visitas guiadas, para que o público possa conhecer mais sobre os rios, represas, lagos e outros atrativos de cada cidade mencionada, aprendendo sobre a importância da preservação de suas águas. Já o Fasa da Casa, abrirá espaço no festival para que artistas locais possam apresentar trabalhos que tangenciam a temática das águas.
O projeto também vai lançar o Fasa Digital, um espaço para o público de todo o Brasil vivenciar a experiência proposta pelo festival de forma gratuita por meio das suas mídias digitais. Os conteúdos incluem a websérie “Água na Boca", que antecipa o que será apresentado nos concertos, levando aos espectadores a um entendimento mais claro sobre as escolhas das obras musicais apresentadas em cada local; a série O Caminho das Águas, que faz um registro audiovisual dos Passeios Fasa, incluindo imagens exclusivas feitas para trazer toda a diversidade das águas de cada local; o podcast Água com História, que celebra nossa complexa ligação com as águas; e os Concertos Virtuais, todos filmados em alta definição trazendo registros das apresentações musicais.
O festival ainda conta com ações educacionais, como o Fasa Aulas Magnas, que vi oferecer master classes em três cidades do circuito, com a participação de músicos convidados do festival, e o Fasa na Escola, uma ação educacional que será realizada em uma das cidades visitadas e que terá como objetivo sensibilizar crianças e jovens, estimulando novos caminhos para compreensão da importância e preservação das águas por meio de ações que estimulem o entendimento do seu valor social e cultural.
Leandro Bertolo lança novo álbum com produção de Kleiton Ramil
5 de Junho de 2024, 9:11Foto: Renan Caumo |
“Apaixonado por música de qualidade com um (bom) traço obsessivo pela perfeição de resultados, Leandro me convidou para ser o produtor artístico de seu novo álbum. Fiquei contente com o convite e acredito, pela nossa convivência, que este título peculiar e muito inspirado, define o artista, o homem que sai do seu cotidiano, do seu casulo, de suas personas e se apresenta de coração aberto, em doze belíssimas canções, revelando-se uma caixa de surpresas com inusitadas nuances”, revela Kleiton, que assina a produção e apresentação do novo projeto de Leandro Bertolo.
O álbum “Almamaneira” conta com um seleto elenco de profissionais na técnica de gravação, mixagem, masterização, talentosos arranjadores, e músicos do primeiro time da MPB. Com arranjos de Dudu Trentin, Luis Henrique New e Elias Barboza, saltam aos olhos um luxuoso time de instrumentistas: além do próprio Kleiton Ramil (vocalizes), Marcelo Martins (sax), Jessé Sadoc (trompete), Kiko Freitas (bateria), Gilberto Oliveira (guitarra), João Baptista (baixo), André Siqueira (percussão), e o cantor Marcio Celli são alguns dos que emprestaram seus talentos.
Esse grande elenco refina ainda mais as delicadezas nas harmonias e letras. “Compositor de soluções harmônicas invejáveis, melodias originais e insinuantes, apenas acompanhadas por seu violão de toque precioso, já seria suficiente para arrebatar muitos admiradores”, encanta-se Kleiton. “Mas esse trabalho cresce e muito com suas irretocáveis interpretações vocais e nas letras bem construídas sobretudo por White Hill, sua parceria na maior parte das músicas, que além do rico conteúdo, apresenta uma prosódia correta, casamento perfeito com as lindas melodias de Leandro.”
O álbum “Almamaneira” chega ao mundo no triste momento em que o estado do Rio Grande do Sul está passando. Não por menos, Leandro Bertolo se sensibiliza profundamente e busca redesenhar sentidos. “O ano de 2024 está castigando severamente o nosso Estado através de uma enchente devastadora. A solidariedade aflorada num inesgotável empenho para os resgates e doações demonstra que o amor não encontra limites de atuação. O poder está no amor, o poder é o amor”, comove-se. “Além da contribuição materializada em doções aos irmãos e irmãs desabrigados, dedico minha arte através das canções do novo álbum, que podem oferecer um pouco de conforto, reflexão e consolo em dias tão difíceis.”
Ouvir - https://tratore.ffm.to/almamaneira_o_disco