A presidenta Dilma trocou um verbo numa resposta a uma pergunta feita na coletiva que deu sexta-feira (11 de março). Imediatamente corrigiu o erro, mas isso não impediu que essa trivialidade merecesse uma matéria de O Globo.
O erro da presidenta, num contexto de uma entrevista forte, na qual ela repudiou veementemente os boatos, logicamente plantados pela oposição, de que estaria resignada com a condição de derrotada e, portanto, estaria pensando em renunciar ao seu cargo, mereceria, quando muito, uma citação no meio do texto da notícia.
Mas não foi o pensaram o repórter e os editores de O Globo.
Engajado numa campanha antigoverno que faria corar de vergonha o notório Assis Chateaubriand, suprassumo do jornalismo marrom nativo, O Globo não deixou passar batido o engano da presidenta.
Afinal, era mais uma oportunidade para reafirmar perante seus leitores a sua inabilidade verbal, sintoma de que ela está visivelmente desequilibrada emocionalmente, e a sua fraqueza diante das poderosas forças que querem defenestrá-la do Palácio do Planalto.
Na minha vida profissional nas redações, encerrada em 2013, conheci colegas ideologicamente simpáticos à direita, à esquerda, e até os "neutros", aqueles que pareciam ignorar completamente o fato de que a política está entranhada em tudo neste mundo em que vivemos.
Seja lá qual fosse, porém, a posição política dessas pessoas, havia, ao menos no que pude perceber, um sentido profissional ético na maioria delas que preservava a prioridade do fato jornalístico sobre as idiossincrasias pessoais.
Claro que houve exceções, quase sempre nos escalões superiores das redações, as poderosas chefias, sempre atentas aos desejos, explícitos ou implícitos, dos patrões.
Puxa-sacos e carreiristas há em qualquer lugar - e não são poucos.
Distante das redações, pouco posso dizer sobre este extraordinário fenômeno
que transformou o atual jornalismo brasileiro num "canalhismo", esse exercício diário de publicação de iniquidades e violações várias e contumazes ao Código de Ética - sim, ele existe! - da profissão.
Nada tenho contra esses jovens repórteres formados na convicção de que o "mercado" é um deus supremo ao qual todos devemos obediência e reverência.
Cada um pensa como quiser, faz o que quiser, é dono de seu nariz.
O que me entristece profundamente nem é o fato de que a minha antiga profissão se tornou prisioneira dos interesses mesquinhos de uma das mais cruéis oligarquias do universo, mas sim a constatação de que ela corrompeu a consciência de uma geração inteira de profissionais.
Não sou saudosista, há tantas coisas que desprezo no passado, mas não consigo me livrar da sensação de que, outrora, a tão falada meritocracia caminhava ao lado do caráter.
Motta
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