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A massa de manobra e a manobra da massa

10 de Fevereiro de 2016, 10:56 , por CRÔNICAS DO MOTTA - | No one following this article yet.
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A dona Maria, na fila do banco, pode, sem nenhum temor de ser recriminada, dizer que a demora em ser atendida é culpa da Dilma.

O seu Manoel, taxista, não tem culpa em acreditar que não só a Friboi, mas aquela mansão cinematográfica que viu no Facebook pertencem ao Lulinha.

O Jorge, dono de um mercadinho de bairro, tem todo o direito de justificar o aumento de mais da metade dos produtos que vende como consequência da crise, provocada, claro, pelo governo petista.

O Aníbal, operador da Bolsa, sempre diz que o Brasil está como está por culpa dos petralhas e do Nove Dedos, e toda vez que fala isso é apoiado pelos colegas de trabalho.

A dona Maria, o seu Manoel, o Jorge e o Aníbal, embora sejam pessoas de perfis completamente distintos, possuem um traço em comum: têm um nível muito baixo de instrução e de informação.

Por isso são as vítimas preferenciais de boatos ou fofocas, calúnias, difamações ou injúrias - de todas as mentiras que a enorme máquina de propaganda da plutocracia brasileira move contra o governo federal, o PT e suas principais lideranças.


Os quatro integram uma massa amorfa que vem se amoldando, nos últimos anos, para formar, no inconsciente popular, a ideia de que qualquer manifestação social progressista é responsável por todas as mazelas que acometem a nação.

Por trás das manifestações da dona Maria, do seu Manoel, do Jorge e do Aníbal não há, evidentemente, só ignorância - há também preconceito e ódio de classe.

E, pior, que são estimulados fortemente pelos meios de comunicação de massa, por uma imprensa partidária e profundamente reacionária.

Os quatro foram inoculados com tamanha dose de veneno que perderam completamente a noção da grandeza cultural e econômica do país em que vivem.

Para eles, o Brasil, essa potência, é como, vamos exemplificar, uma Serra Leoa, isolada de tudo e de todos, sem esperança de um futuro grandioso.

Para eles, a maior liderança política surgida em décadas e o maior símbolo das virtudes do brasileiro perante todo o mundo, o ex-presidente Lula, não passa de um corrupto como tantos outros que existem por aí.

A dona Maria, o seu Manoel, o Jorge e o Aníbal, já sabemos, são desinformados e ignorantes, acham que o grande herói brasileiro é Ayrton Senna - ou Neymar.

Admiram o Datena, elogiam a visão empresarial do Silvio Santos, dão como verdade absoluta o que veem no Jornal Nacional ou o que leem na Veja,a na Folha, no Estadão, em O Globo e nas redes sociais.

Por isso, por serem desinformados e ignorantes, estão perdoados.

Mas será que podemos também perdoar os ilustres jornalistas, os cultos executivos, os doutos promotores, os experientes delegados e policiais, os sábios juízes, todos esses homens de bem que promovem esta caçada infame contra o ex-presidente que se tornou uma referência mundial de tolerância, combate à fome e à desigualdade e promoção da paz?

Será que eles imaginam o que é, não para a vítima de seus ataques, mas para o próprio Brasil, tentar destruir a imagem, a história e a vida de uma personalidade da estatura de Lula?

Será que não perceberam que, fazendo isso, estão destruindo eles mesmos - moral e eticamente? 

Será que o vírus da ignorância, da desinformação, da intolerância, do preconceito e do ódio é tão forte que dele não escapam nem aqueles que, supõe-se, criaram defesas contra eles? 
Fonte: http://cronicasdomotta.blogspot.com/2016/02/a-massa-de-manobra-e-manobra-da-massa.html

Motta

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