Nota do blog "Direto da Fonte", da colunista social Sonia Racy, sintetiza o que é essa nova leva de procuradores, tão fascinados pelos holofotes quanto as mariposas pela luz das lâmpadas.
O rapaz em questão pode até mesmo ter boas intenções, mas, convenhamos, deveria cuidar um pouco mais de sua imagem de "homem sério".
Comparecer a festas promovidas pela alta burguesia paulista, essa turma que adora sonegar um imposto, não é exatamente um programa de alguém que se proclama inimigo número 1 da corrupção e da bandidagem.
No caso, para manchar ainda mais seu currículo de implacável defensor da Justiça, o nosso jovem procurador deu seu aval à atuação partidária da socialite Rosangela Lyra, a mãe da ex-mulher do jogador Kaká, notória antipetista e promotora de inúmeros eventos contra o governo trabalhista.
Esse pessoal da Lava Jato está realmente, a cada dia que passa, mostrando a que veio...
Na sequência, a nota da colunista social Sonia Racy e um pequeno currículo de Rosangela Lyra, feito pela insuspeita revista "Isto É" - também conhecida por "Quanto é":
Reunindo de "A" a "Z"
O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, não para. Antes de passar na Balada Contra a Corrupção, organizada por Rosangela Lyra anteontem à noite, em Pinheiros, ele já havia defendido as "10 Medidas Contra a Corrupção" em outros três lugares na capital paulista - um deles, uma igreja Batista, no Morumbi.
Quando o procurador chegou à Casa 92, onde aconteceu a festa, uma chuva torrencial tomou conta do lugar - instalado, em boa parte, a céu aberto. Dallagnol ficou ilhado em um guarda-sol por... 20 minutos!
E brincou que também "a chuva...lava a jato". O toró não impediu o assédio ao integrante do Ministério Público Federal. Teve convidada que gritou: "Trouxe 300 assinaturas, doutor. Não saio daqui sem uma foto e um abraço!" Ao menos 20 mil assinaturas foram entregues ao MPF durante a balada.
"Quando Dima fala com a população, vira piada"
Diretora da Dior no Brasil por quase três décadas, a socialite Rosangela Lyra começou a se envolver com política na década de 80, quando trabalhou na Paulistur, agência de turismo administrada pelo governo de São Paulo. Mas foi em 2005, ano da eclosão do mensalão, que ela resolveu tirar o salto e juntar-se ao povo. Desde então, sempre que um novo escândalo de corrupção é detonado, a cena se repete. Colocando em prática o que chama de “pocket actions”, que significa ações menores, a ex-diretora da Dior no Brasil já promoveu “adesivaços” e iniciativas como a lavagem da calçada da Petrobras. Rosangela também organizou o projeto Política Viva, em que estudiosos e políticos se reúnem para debater questões do cotidiano do Congresso e Planalto.
No ano passado, um de seus encontros contou com a ex-presidenciável Marina Silva. Hoje ela é presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins e personifica o militante que irá as ruas para protestar contra o governo no dia 16. Em seu apartamento no Itaim Bibi, em São Paulo, colocou uma bandeira do Brasil de ponta-cabeça na varanda. Só irá desvirá-la, segundo ela, quando o PT sair do poder e o Brasil for resgatado. Semanas atrás, Rosangela chegou a pedir a renúncia de Dilma. “Dilma não fala com a sociedade.
Quando ela quer falar, só sai piada.” Apesar do discurso, a socialite, que é mãe da Carol Celico, ex-mulher do jogador Kaká, hoje tem dúvidas sobre se o processo de afastamento de Dilma seria o melhor caminho. “Ela perdeu a credibilidade. Mas não se deve dar impressão de golpe, que pode resultar em embates muito fortes e muito mais acirrados.” Em coerência com o que prega, neste domingo 16, Rosangela Lyra pedirá assinaturas para que o projeto de lei de incitativa popular e elaborado pelo Ministério Público sobre as 10 medidas contra a corrupção alcance suas 1,5 milhão de assinaturas. Dessa forma, espera que o Congresso seja obrigado a votá-lo. Ela acredita que conseguirá 300 mil assinaturas apenas no protesto