A notícia de que a "Folha de S. Paulo" contratou como colunista um fedelho de ultradireita semialfabetizado provocou nas redes sociais a repercussão que o jornal pretendia com a medida: muita gente se indignou com o fato.
A verdade, porém, é que há muito a Folha abandonou o jornalismo para se dedicar ao panfletarismo - ela e 110% dos órgãos da chamada "grande imprensa".
Com a queda vertiginosa da importância do jornalismo impresso, trocado inapelavelmente pelas inúmeras possibilidades de informação proporcionadas pela internet, cada vez mais a Folha e seus congêneres precisam apelar para factoides e "sacadas" de marketing - mesmo que sejam puro lixo, como neste último caso do moleque repetidor de slogans antipetistas.
De minha parte, devo confessar que não leio jornais impressos há bastante tempo - era, quando ainda na ativa nas redações, obrigado a fazê-lo por motivos profissionais.
Essa leitura, antes compulsória, foi substituída pela de variadas fontes, à disposição de qualquer um nesse inesgotável depositário de informação que é a internet.
Tenho certeza de que quem, como eu, se libertou desse péssimo hábito de correr os olhos por tantos textos mal escritos, mal intencionados, difamatórios ou meramente propagandísticos que oferecem os nossos jornalões só tem a ganhar, em tempo e saúde, física (aquela tinta de impressão sempre me causou uma irritação na pele) e mental.
Na minha modestíssima opinião, o jornalismo, pelo menos esse que a gente conhecia até um tempo atrás, acabou no Brasil - não sei o que ocorre no resto do mundo.
A guerra política-ideológica deflagrada pela oligarquia nacional, da qual as empresas de comunicação fazem parte, matou o jornalismo.
Sobrou dele um cadáver nauseabundo, fétido, cujos destroços a cada dia se reduzem mais e mais, consumidos por vermes de incomensurável apetite.
Em alguma hora, pouco sobrará do defunto.
Os ossos, talvez.
Comida insuficiente para a quantidade de parasitas amontoadas na sua carcaça...
Motta
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