Morte de Campos embaralha eleição

Marina Silva deverá herdar a cabeça de chapa dos "socialistas"
(Foto: PSB)

A coligação liderada pelo PSB tem poucos dias para indicar quem será o substituto de Eduardo Campos, morto tragicamente nesta quarta-feira (13) num acidente aéreo.
Seu substituto lógico seria a candidata a vice em sua chapa, a ex-senadora Marina Silva, que só integra o PSB porque não conseguiu o registro de sua Rede.
A resposta sobre o papel de Marina na corrida eleitoral deverá sair nos próximos dias, tão logo passe o choque pela morte de Campos.

Tudo indica que Marina aceitará a missão de substituí-lo, corrigindo, ainda que de maneira inesperada, o que muitos consideravam um erro de estratégia dos "socialistas": para essas pessoas, a cabeça de chapa deveria ser Marina e não Campos.
Sob a lógica dos "marinistas", ela, devido à expressiva votação obtida em 2010, tinha muito mais chances de vencer neste ano do que Campos, um político ainda pouco conhecido nacionalmente.
O desenrolar da campanha deu razão aos marinistas.
A ex-senadora não conseguiu passar seus votos para o ex-governador de Pernambuco, que patinava nas pesquisas, com índices inferiores a 10% das intenções de votos.
É mais que sabido que vice, no Brasil, não transfere prestígio a ninguém.
Na cabeça de chapa, Marina deverá alterar profundamente os rumos desta eleição.
Vai causar problemas tanto a Aécio Neves quanto a Dilma Rousseff, pois sua candidatura tira votos dos dois candidatos.
De certa forma, embola a eleição.
Isso não quer dizer que Marina surja como favorita, impulsionada pela extrema visibilidade que terá daqui em diante e pela comoção popular gerada pela morte de Campos.
Dilma ainda está na frente na corrida.
Mas terá, agora, de tomar muito mais cuidado com o que vai falar sobre seus adversários, será obrigada a dosar o tom emocional de seu discurso e se preocupar ainda mais com a sua imagem pessoal, com a sua máscara de severidade e rudeza.