O gosto demonstrado por boa parte dos brasileiros pelo seu próprio sofrimento lembra a condição psicopatológica chamada de "masoquismo", termo derivado do nome do escritor Leopold von Sacher-Masoch, que, em seu romance "A Vênus das Peles" mostra um dos personagens atingir o gozo depois de ser surrado pelo amante de sua esposa.
Só o masoquismo explica o fato de muita gente dizer que sente saudade da vida no Brasil pré-governos Lula e Dilma, principalmente daqueles presididos por FHC.
Para os masoquistas, aqueles, sim, é que eram tempos bons.
Afinal, vamos relembrar, a taxa de pobreza era só de 34% da população (ante 15% em 2012), a taxa de extrema pobreza, de 15% (5,2% em 2012), a mortalidade infantil atingia 25,3 em cada 1.000 nascidos vivos (em 2012, era de 12,9), e os gastos públicos com saúde chegavam a R$ 28 bilhões - diante de R$ 106 bilhões em 2012.
E essa tal de educação, que todos dizem ser o futuro do país, como era nos tempos saudosos em que o "Príncipe dos Sociólogos" irradiava sapiência por todos os rincões?
Bem, os gastos públicos na área foram de R$ 17 bilhões em 2002, número muito inferior aos R$ 94 bilhões de 2013.
Outros números dão uma ideia melhor de como o professor doutor FHC tratou a educação em seu governo:
Estudantes no Ensino Superior
2003 - 583.800
2012 - 1.087.400
Criação de universidades federais:
Governos Lula e Dilma - 18
Governo FHC - zero
Criação de escolas técnicas:
Governos Lula e Dilma - 214
Governo FHC - 11
De 1500 até 1994 - 140
Prouni
Governos Lula e Dilma - 1,2 milhão de bolsas
Governo FHC - zero (não existia)
Pronatec
Governos Lula e Dilma – 6 milhões de pessoas
Governo FHC - zero (não existia)
Ciência Sem Fronteiras
Governos Lula e Dilma - 100 mil beneficiados
Governo FHC - zero (não existia)
Fies
Governos Lula e Dilma - 1,3 milhão
Governo FHC - zero (não existia)
E já que os masoquistas gostam mesmo de sofrer, aí vão mais dados comparativos entre o Brasil tucano e o Brasil trabalhista:
Produto Interno Bruto
2002 – R$ 1,48 trilhões
2013 – R$ 4,84 trilhões
PIB per capita
2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil
Dívida líquida do setor público
2002 – 60% do PIB
2013 – 34% do PIB
Lucro do BNDES
2002 – R$ 550 milhões
2013 – R$ 8,15 bilhões
Lucro do Banco do Brasil
2002 – R$ 2 bilhões
2013 – R$ 15,8 bilhões
Lucro da Caixa Econômica Federal
2002 – R$ 1,1 bilhões
2013 – R$ 6,7 bilhões
Produção de veículos
2002 – 1,8 milhão
2013 – 3,7 milhão
Safra Agrícola
2002 – 97 milhões de toneladas
2013 – 188 milhões de toneladas
Investimento Estrangeiro Direto
2002 – 16,6 bilhões de dólares
2013 – 64 bilhões de dólares
Reservas Internacionais
2002 – 37 bilhões de dólares
2013 – 375,8 bilhões de dólares
Empregos Gerados
Governo FHC – 627 mil/ano
Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano
Taxa de Desemprego
2002 – 12,2%
2013 – 5,4%
Valor de Mercado da Petrobras
2002 – R$ 15,5 bilhões
2014 – R$ 104,9 bilhões
Lucro médio da Petrobras
Governo FHC – R$ 4,2 bilhões/ano
Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano
Salário Mínimo
2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)
2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)
Dívida Externa em Relação às Reservas
2002 – 557%
2014 – 81%
Posição entre as Economias do Mundo
2002 - 13ª
2014 - 7ª
Exportações
2002 – 60,3 bilhões de dólares
2013 – 242 bilhões de dólares
24. Inflação Anual Média
Governo FHC – 9,1%
Governos Lula e Dilma – 5,8%
Capacidade Energética
2001 - 74.800 MW
2013 - 122.900 MW
Operações da Polícia Federal
Governo FHC - 48
Governo PT - 1.273 (15 mil presos)
38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C) nos governos Lula e Dilma
42 milhões de pessoas saíram da miséria nos governos Lula e Dilma
E por aí vai...
Dizem que os números não mentem.
Mentira é prerrogativa do ser humano.
No Brasil atual, ela grassa no noticiário dos jornalões, nos meios de comunicação (controlados por meia dúzia de famílias), no Congresso Nacional, no Judiciário, no Ministério Público...
Os mentirosos, porém, podem estar certos de que, no futuro, a história fará justiça a eles - e eles serão mandados para o lixo dos tempos, que é o lugar a que pertencem.
Quanto aos masoquistas, o conselho é que aproveitem ao máximo este momento peculiar do país, em que podem se deliciar com a antecipação do gozo ao qual almejam.
O passado de dor e sofrimento nunca esteve tão perto de retornar ao cotidiano brasileiro, para delírio dessa multidão de psicopatas.
Motta
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