Na língua portuguesa não há uma palavra para definir um governo que manda sua polícia bater, espancar, atiçar cães, jogar bombas e dar tiros em professores.
Há, porém, substantivos adequados para classificar o governador paranaense Beto Richa, que, logo depois do massacre promovido pelos policiais sob o seu comando contra os manifestantes, servidores públicos estaduais, que queriam acompanhar a votação do projeto de lei que liquida com a sua aposentadoria, afirmou que a culpa pelo ocorrido era das próprias vítimas.
Canalha é um bom qualificativo para enquadrá-lo, embora ainda não exprima toda a infâmia dos seus atos.
Isso porque, além de ter demonstrado um desprezo absoluto pelo ser humano, principalmente com aquele que exerce um dos ofícios mais nobres da civilização, o governador nem se deu ao trabalho de, consumada a tragédia, se desculpar, dar uma satisfação à sociedade, ou, ao menos, exibir algum traço de remorso pelo ocorrido.
Em vez disso, como é de praxe entre os políticos de seu partido, isentou-se de qualquer responsabilidade, atribuindo a "baderneiros", "black-blocs" e, lógico, à CUT e ao PT, toda a culpa pela barbárie.
Há quem diga que Richa, depois dessa, morreu politicamente.
Infelizmente, acho que ele vai se safar, com a velha estratégia de sacrificar algumas peças, como o seu truculento secretário de Segurança.
O fato é que Richa, apesar da importância de seu cargo, não passa de mais um peão nesse jogo que a oligarquia brasileira patrocina para manter o país sob seu controle quase absoluto.
Richa conta com o apoio de praticamente toda a imprensa paranaense e brasileira, assim como outros políticos que professam a sua mesma ideologia, como o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, que também enfrenta problemas com os professores.
Não tenho nenhuma ilusão de que o modus operandi das classes dominantes vá se modificar, seja no Paraná ou em São Paulo.
Greves de servidores públicos, reivindicações de movimentos populares ou quaisquer outras manifestações que possam, de longe, prejudicar a imagem desses governos serão solenemente ignoradas, no mínimo, ou impiedosamente massacradas, se a situação começar a ficar fora de controle.
Richa, como tantos outros, não teme perder seu cargo por mandar espancar professores.
Por ser o que é, um sujeito amoral, é incapaz de perceber a diferença entre a barbárie e a civilização.
Age com certeza da impunidade, sob a inspiração do mais puro cinismo.
Seus atos, assim como os de Alckmin, apenas desnudam o tipo de governo que uma parcela da sociedade pretende impor ao país - um simulacro de democracia concebido para perpetuar um status quo perverso, que exclui do exercício da cidadania a maior parte da população.
Motta
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