Tarde de crise na rua Cel. Pedro Penteado, em Serra Negra: uma tristeza só |
Sei lá o que houve nas outras cidades.
Mas aqui em Serra Negra, a crise pegou pesado neste último feriadão.
Desde quinta-feira as ruas centrais estavam travadas de carros, as calçadas intransitáveis de tanta gente, os bares e restaurantes lotados.
Era crise para todo lado...
Ela só foi embora, deixando Serra Negra com cara de cidade do interior, no domingo à tarde, bem à tarde, quando o grupo de rock Sete Galo começava a tocar seus covers no coreto da Praça João Zelante - a noite chegava, o ar estava mais frio, mas o pessoal continuava, insistente, a tomar sua cervejinha nos botecos, como se a catástrofe anunciada diariamente pelos nossos meios de comunicação fosse uma fantasia.
Ah, um detalhe - as centenas de lojas da Rua Coronel Pedro Penteado, que formam um enorme shopping center ao ar livre, estavam também lotadas.
O que se gastou de sacolas nesse feriadão em Serra Negra não foi brincadeira.
Claro que, se perguntado sobre o movimento desses dias, o comerciante típico de Serra Negra, igual ao empresário típico do Brasil, vai jurar que ele foi um fiasco enorme, que se continuar desse jeito as demissões serão inevitáveis - e que a culpa de toda essa desgraça é da Dilma, do Lula, do PT e dos petralhas.
Empresário, seja micro, pequeno, médio ou grande, é tudo igual - só sabe chorar, só sabe reclamar de impostos, só sabe culpar o governo, o federal, é claro, pela sua própria incompetência.
Há uns meses, quando o calor estava insuportável em Serra Negra, ouvi um desses comerciantes reclamar que as vendas estavam fraquíssimas, claro que por culpa "daquela senhora".
O detalhe: a sua loja estava cheia de roupas para o frio...
A crise está brava, mesmo.
Não a econômica.
Essa ainda é pequena, uma bobagem, que será superada em breve.
O problema é a outra crise, a moral, que, entre outras consequências, vai transformando pessoas medianamente inteligentes em completos idiotas.