De repente, não mais que de repente, surgem, aos borbotões, livros laudatórios ao juiz lava-jato.
E dê-lhe lançamentos, noites de autógrafos, fotos em profusão do dito cujo nos jornalões, em colunas de conveniência espalhadas pela internet, como se fosse uma megacampamha publicitária.
Mais estranho ainda que, em meio a toda essa movimentação, surjam informações de que o meritíssimo, agora figura exponencial na sempiterna campanha pela moralização dos usos e costumes nativos, pretende se candidatar, nada mais, nada menos, à Presidência da República.
Notas ainda camufladas na selva internética dão conta que ele já ocupa a primeira posição nas intenções de voto dos eleitores - se a eleição fosse hoje.
Como não é...
Como não é, resta ao magistrado continuar a sua caça implacável aos corruptos de um só partido político, resta perseverar na campanha de destruição de algumas das mais importantes empresas do país - inclusive a Petrobras, a joia da coroa -, resta aprofundar nas pessoas a convicção de que a classe política é visceralmente criminosa - e que, por consequência, só os homens de bem salvarão o Brasil.
Os homens de bem, sim, mas especialmente aqueles que têm o poder de botar na cadeia os homens maus.
E quem seria o personagem ideal para essa missão hercúlea, se não ele próprio, o responsável pela revolução moralizadora neste imenso, pobre e ignorante país? (Carlos Motta)