Desde 2009, por decisão do Supremo Tribunal Federal, qualquer pessoa pode dizer que é jornalista no Brasil.
Até mesmo os analfabetos.
Naquele ano o STF revogou a exigência de diploma de curso superior específico para o exercício da profissão, se curvando ao intenso lobby das empresas de comunicação.
De lá para cá as várias tentativas de restabelecer o jornalismo como profissão regulamentada fracassaram.
Isso até hoje, 21 de março de 2017, quando o juiz de 1ª instância Sergio Moro, num ato de destemor, revogou a decisão do STF, ao determinar a condução, sob vara, para interrogatório, do blogueiro Eduardo Guimarães, sob a justificativa de que ele não é jornalista.
Para o meritíssimo, por não ser jornalista, Guimarães estava obrigado a revelar a fonte da informação publicada, no ano passado, em seu blog, de que a prisão do ex-presidente Lula era iminente.
Portanto, desde já fica o Supremo Tribunal Federal informado que aquilo que decidiu há 8 anos e que tanta polêmica causou na sociedade está definitivamente revogado pelo juiz mais poderoso do Brasil.
E os jornalistas diplomados que batam palmas a ele. (Carlos Motta)